Hallo! :D

Iheaioheia. Alguém vai querer me matar, mas sim, estou postando uma segunda estória. Mas vou avisando desde já, que essa estória não compromete a outra em nada, porque essa será uma mini-estória composta de dois capítulos, e o segundo capítulo já está pronto, ou seja, eu continuo postando Prelúdio Para o Amor como sempre. Eu estava semana passada no recreio pensando que eu queria muito escrever um One-Shot. Mas não importava quantas vezes eu tentasse forçar a minha cabeça para idéias, elas nunca vinham, é incrível, sempre que eu quero escrever alguma coisa, nada parece aparecer, e quando eu menos preciso, e MENOS preciso mesmo, nas horas mais inconvenientes (tipo, no meio da aula de álgebra, quando eu estou pensando em TUDO menos isso), vem uma idéia nada haver na minha cabeça. Eu juro que às vezes eu odeio a maneira que a minha mente parece funcionar. Urgh. De qualquer maneira, fui ter essa idéia na aula de física enquanto a minha professora dava as primeiras explicações sobre o que era a física.

Umas coisas; Todas as minhas estórias provavelmente irão se passar em Sapporo por enquanto (talvez algumas em Kyoto ou em Osaka, mas nunca em Tóquio, adoro Tóquio, mas é uma cidade muito complexa de escrever), segundo, essa é uma fic Kiba x Hinata com hints de Naruto x Sasuke, então aviso desde já. Terceiro, eu não sou muito fã dos Jonas Brothers não, mas a música que aparece ai só está ai porque eu a estava escutando na hora que eu estava escrevendo aquela particular parte do capítulo, ou seja, estou dizendo que vale até que a pena escutar :)

Todos os personagens que você possa reconhecer pertencem a Masashi Kishimoto.

Chiaroscuro

CAPÍTULO UM

Eu nunca disse a meu pai que eu queria ser médica. Eu nunca disse que minha cor favorita era lilás, a cor da qual ele pintou meu quarto, eu nunca disse que fazia questão de estudar no melhor colégio, o qual ele me colocou, eu nunca disse que eu queria uma festa de aniversário com trezentos convidados todos os anos, o que ele sempre fez, eu nunca disse que eu gostava de comer ovos no café da manhã, o que ele sempre mandava fazer para mim, eu nunca disse que queria fazer estágio em seu hospital, no qual eu faço, eu nunca disse que queria ter participado de todos aqueles cursinhos complementares de matemática, dos quais ele me fez participar. Eu nunca disse a meu pai que eu queria ser média, a profissão pela qual estou estudando.

Eu nunca disse nada para meu pai, não somente por eu não ter coragem, mas também porque ele nunca me escuta, ou pelo menos não escuta o que eu digo, ou só escuta o que ele quer escutar. Se meu pai me escutasse, eu diria que eu queria ser pintora, que minha cor favorita era azul bebê, que eu queria ter estudado em um colégio público, que o que eu mais queria no meu aniversário era passá-lo somente com a minha família, que eu gostava de comer cereais de manhã, que ao invés de estágio eu queria trabalhar de meio período na biblioteca da cidade, que eu queria ter participado dos cursos de escultura, história da arte e pintura. Se meu pai me escutasse, eu queria poder mostrar a ele quem eu realmente sou.

Ela suspirou. Havia tantas coisas que ela queria poder dizer a seu pai, se ao menos ele a escutasse... Ela olhou sua planilha enquanto caminhava pelos longos corredores do hospital dos Hyuuga, se ela estivesse se sentindo um pouco mais animada, teria notado o quão bonita a tarde estava hoje, o sol se pondo e as folhagens coloridas do verão brilhando, uma perfeita tarde de verão. Virou á esquerda, depois á direita, cumprimentou as enfermeiras passando e por fim virou á direita mais uma vez, bateu na porta.

Mas eu não agüento mais comer essa porcaria! Eu quero comer Ramen puta que o pariu!

E você acha que eu ligo seu otário? Você vai comer isso e eu não quero nem saber!

Ah, vai te comer Sasuke, que saco!

Vai você seu necessitado escroto.

Hinata sorriu um pouco, nada como começar a manhã escutando o Dr. Uchiha brigando com seu paciente favorito, Uzumaki Naruto, que parecia sempre estar pelo hospital.

Naruto não tinha nenhuma doença em particular, mas por causa das brigas que arranjava sempre acabava no hospital, e o Dr. Uchiha era sempre designado para cuidar dele. E parecia que os dois se conheciam há bastante tempo, ela suspeitava que eles estavam apaixonados um pelo outro, mas nunca comentou.

— Com licença Dr. Uchiha, bom dia Naruto-san — cumprimentou ela.

— Ah! Hinata-chan! Fala pra esse filho duma égua me dar Ramen!

— Que bom que você chegou, vou indo porque tenho mais o que fazer — disse ele encarando Naruto com uma expressão brava — do que perder meu tempo cuidando de um idiota — e com isso ele saiu.

— Hi-na-ta-chaaan!

— Sinto muito Naruto-san, mas não posso te dar Ramen, segundo a ficha do Dr. Uchiha dessa vez o que você conseguiu destruir foi o seu estômago — ela sorriu para ele, como quem pede desculpas.

— Bah, que droga... Maldito Sasuke...

— Naruto-san, você deveria tomar mais cuidado, já é a terceira vez esse mês que você está aqui... — mesmo conhecendo-o por apenas um ano, o loiro parecia ter conquistado a amizade de Hinata, e sua preocupação também.

Ele sorriu e deu risada — nem se preocupe Hina-chan, já sou grande o bastante para cuidar de mim, sem contar que, se não fosse eu, quem iria encher o saco do Sasuke? — disse ele piscando.

Ela riu — bem, tenho que checar a sua pressão e tirar umas amostras de sangue para seu próximo exame, tudo bem?

— Ok! Vamos lá!

--

— Nico! Eu comprei atum enlatado — Hinata chamou seu gato, ela sabia que ele devia estar escondido por ai, mas agora que ela havia mencionado o atum, ela não precisaria procurar a casa toda para encontrá-lo. E ela estava certíssima quando trinta segundos depois Nico apareceu, suas orelinhas mexendo, sua cabecinha empinada e caminhando como se fosse o rei do universo. Ela imaginava como um gato desses foi acabar com ela.

Nico foi um presente que ela mesma se comprou há um ano quando se mudou de casa e comprou um pequeno apartamento. Um ragdoll completamente branco e com lindos olinhos azuis. Muito orgulhoso Nico era o homem da casa. Da sua casa, após ter saído da casa de seu pai, foi como se um peso tivesse saído de suas costas, verdade que ela o encontrava todos os dias no hospital, mas não ter que participar de todas as formalidades em casa fazia uma grande diferença. Lembrava ainda das muitas vezes que chegou em casa e era avisada de que seu pai daria um jantar e que ela deveria estar pronta e arrumada em uma hora.

Seu apartamento não era muito grande, tinha uma cozinha que servia de sala de jantar, uma sala de estar com um banheiro de visitas, seu quarto com seu banheiro e um quarto vago onde ela guardava seus utensílios de pintura, seus livros e servia de escritório também. O apartamento havia sido pintado e decorado por ela mesma. Seu quarto era a primavera, sua sala de estar o verão, seu escritório o outono e sua cozinha o inverno. Os dias que ela passou pintando seu apartamento foram provavelmente os mais divertidos em muito tempo. Sua irmã e seu primo apareceram algumas vezes para ajudá-la.

Ela foi até a cozinha preparar seu almoço, enquanto cozinhava não pensava em nada, esses dias sua mente parecia um grande clarão. Era tudo meio monótono, as férias de verão nunca deviam ser monótonas... Verão... Ela olhou o calendário, dia 23 de Julho, em um mês era seu aniversário, suspirou, 18 anos. Ela deixou a comida cozinhar, soltou a espátula... Desapontada, era assim que ela se sentia consigo mesma, desapontada... Se ela ao menos fosse mais corajosa, se pudesse dizer tudo o que pensava como Naruto, se não se preocupasse com nada como Dr. Uchiha, se fosse confiante como sua irmãzinha Hanabi e se fosse inteligente como seu primo Neji... Se ela ao menos tivesse todas essas virtudes, quem sabe a sua relação com seu pai teria sido diferente...

Tudo o que Hinata mais queria, mais do que tudo no mundo, diferente das meninas de sua idade, era ter uma relação boa e amigável com seu pai, como as suas amigas tinham. Como Tenten costumava tirar sarro de seu pai e ele dela e depois os dois davam risada ou como Ino sempre ia às compras com seu pai e o arrastava para passear com ela e os dois conversavam por horas e horas.

Hinata nem sonhava em tirar sarro de seu pai, mas ele tirava dela, ela nunca nem sonhou em ir as compras com ele, ela tinha que se contentar em ir com sua irmã uma babá e o motorista e os passeios que eles faziam juntos eram as festas que Hiashi tinha que ir e a levava como acompanhante. Nossa, que lixo...

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Bom dia cidadãos de Sapporo! Anunciando o horário, já são 8:45am, a hora perfeita para acordar e aproveitar esse dia lindo de verão! A temperatura prevista para hoje é de máxima de 35ºC e mínima de 27ºC. Então aproveite, vá tomar sol, quem sabe viaje para a praia ou dê um grande passeio pelo parque, agora deixo vocês com a mais nova música da banda que está sendo um sucesso pelo mundo todo; Lovebug dos Jonas Brothers!

— Hm... — resmungou Hinata abrindo os olhos, Nico ronronou, ele parecia sempre acordar quando ela acordava, empurrou a coberta, sentou-se, bocejou, coçou sua cabeça, caiu de novo, espreguiçou-se, coçou seus olhos, essa música era até que legalzinha, pensou, não era muito fã dessa banda Jonas sei lá o que (que sempre pareciam estar tocando na rádio), mas essa música em particular era bem bonitinha. Força, pensou, fazendo um esforço escorregou da cama e levantou. Realmente, só ela para levantar nas férias há essa hora.

Foi até seu closet, parou e começou a pensar, a rádio disse que ia fazer calor, pegou uma bermuda jeans branca, abriu a gaveta de camisetas, pegou sua camiseta azul que tinha o desenho da pirâmide alimentar (quem sabe Naruto seguia seu exemplo e começava a comer coisas mais saudáveis) e um par de sapatilhas azuis combinando. Como não era médica e só uma estagiaria, Hinata não precisava necessariamente usar roupas brancas, mas o jaleco branco era obrigatório.

Estava indo até a cozinha quando notou o bolinho de cartas em baixo de sua porta, pegou-as e foi até a cozinha.

Conta de luz, conta de gás, propaganda, propaganda, assinatura de revista... Ah, um envelope roxo.

Ela pegou o envelope e deixou os restantes na bancada da cozinha, na parte detrás dizia em prateado; Hyuuga Hinata e havia seu endereço em letras miúdas. Ela abriu o envelope;

"HARUNO SAKURA

29 – 08 – 2008

10:30pm

(...)

Traje: Esporte Fino"

Haruno Sakura... Haruno Sakura... Ah! A menina da faculdade (lembrou-se), as duas estavam na mesma classe, ela se lembrou que quando a Haruno-san descobriu que ela trabalhava meio que de assistente do Dr. Uchiha, esta pareceu tornar-se muito mais amigável com Hinata, ela provavelmente convidaria Sasuke e por isso chamou Hinata. Pra dizer que o convidou da vez que o conheceu quando foi visitar Hinata no hospital. Obviamente Hinata não pensou exatamente isso, mas digamos que foi algo perto do mesmo. Ah, ela ia ter que comprar um vestido, que coisa, deixou o convite junto às outras cartas na bancada.

Enfim, tomou seu café da manhã, escovou os dentes, colocou sua tiara branca, passou seu perfume, colocou comida e água para Nico, checou para ver se a porta da varanda estava fechada (foram milhares as vezes que ela teve que buscar Nico na casa de sua vizinha), apagou as luzes, pegou sua bolsa e saiu.

A manhã estava bonita, fazendo sol e apenas algumas nuvens no céu, o tempo estava gostosinho, mas ela sabia que pela tarde faria um calorão, bem, pelo menos tinha ar condicionado no hospital. Passou pelas catracas do metrô, olhou a seu redor, é... As pessoas queriam era viajar nas férias... Estava até que vazio o metrô, sentou-se e pegou seu livro.

Eram por volta das 10:00am quando ela chegou no hospital, foi até a recepção pegar a ficha de seu paciente de hoje.

— Bom dia Akina-san — cumprimentou a recepcionista.

— Bom dia Hinata-san! Veio pegar sua ficha de hoje, certo? Bem, aqui esta, seu pai que separou para a senhorita, disse que você irá cuidar desse paciente pelos próximos dois meses — disse entregando a ficha a Hinata — ele chegou aqui ontem, então ele não conhece muito, se a senhorita quiser mostrar tudo para ele, não tem problema.

— Hm, obrigada Akina-san — se o seu pai tinha escolhido então devia ser algum paciente que faria algum bem para sua ficha da faculdade, típico de seu pai — tenha um bom dia.

— A senhorita também Hinata-san, tenho um ótimo dia!

Hinata deu uma olhada na ficha enquanto ia até o quarto destinado. Era na área de internos, quarto 284;

"Nome: Inuzuka Kiba

Idade: 19 anos

Sexo: M

Doença: Câncer de Pulmão

Tratamentos Feitos: Quimioterapia e Terapia Radioativa, NOR (não obtiveram resultado)

Medicações (...)"

Ela sentiu uma pequena tristeza misturada com raiva subir pelo seu organismo, ou seja, seu mais novo paciente, um garoto provavelmente dois anos mais velho que ela, estava internado em um hospital a espera de sua morte. Parou em frente à porta, a placa dizia "284" e em baixo "Inuzuka Kiba", bateu na porta, respirou fundo e entrou.

Seu paciente estava sentado de pernas cruzadas sobre a cama e parecia estar entretido com alguma coisa, quando parou em sua frente reparou que era um cachorro, tão pequenino que parecia um filhote.

— Bom dia Inuzuka-san, sou Hyuuga Hinata e estarei tomando conta de você, serei como sua enfermeira — como não era enfermeira de verdade e estava fazendo uma espécie de estágio aqui, mas seus afazeres eram os mesmos das enfermeiras, ela não sabia ao certo do que se chamar.

— Ah! Oi... Caraca, já estou gostando de estar aqui — respondeu ele sorrindo, ela corou entendendo a que ele se referia, mas sorriu quando viu a expressão zombeteira em seu rosto — esse daqui é o Akamaru — mencionou pegando a patinha do cachorro e fazendo ele acenar.

— Hm... P-prazer, eu acho... Inuzuka-san, você sabe que animais não são permitidos aqui...

— Uhh, nem se esquenta — ele deu risada — eu tenho aquele papel da permissão lá — ele apontou para um papel amarelo em cima da mesa, ela pegou e confirmou a permissão.

— Bem, preciso checar a sua pressão e verificar os seus remédios, na sua ficha diz que você os trousse do antigo hospital certo?

— É, é. Um segundo que eu vou pegar — enquanto Hinata abria o armário e pagava o medidor de pressão Kiba se dirigiu até o sofá onde estavam suas malas, abriu uma delas e tirou um nécessairebranco e o entregou a Hinata.

Ela colocou o medidor em seu braço e apertou o botão.

— Então, tipo, quantos anos você tem? Você deve ser tipo, a enfermeira mais nova que eu conheço — ele levantou uma das sobrancelhas.

— Ah, tenho dezessete — ele pareceu surpreso — mas não sou enfermeira, estou fazendo um, digamos, estágio aqui, já que estou cursando medicina e meu pai é o dono deste hospital.

— Ahn... Saquei — ela retirou o aparelho, anotou a pressão, ele lhe entregou o nécessaire e ela foi verificar os remédios.

— Então você quer ser médica, que legal...

— Não, meu pai quer que eu seja — ela nem sabia por que tinha dito isso, não é como se ele fosse amigo dela ou coisa assim, ela mentalmente se deu um tapa.

Ele não disse nada, mas o sorriso havia deixado seu rosto e agora um olhar meio frustrado tomava conta de seu rosto, ela imaginava o que ele estaria pensando.

— Bem, vou indo, mas estarei de volta mais tarde para trazer seus remédios novos, o Dr. Uchiha será seu médico e deverá chegar em uma hora.

— Hn... Té mais...

Ela fechou a porta. Suspirou, ela estava suspirando demais esse mês.

Quando chegou à sala de descanso, esperando descansar um pouco, perdeu todas as suas esperanças quando foi atacada por um grupo de enfermeiras.

— Hinata-san! Hinata-san! Ele é bonito?

— Então é verdade que ela que está atendendo o bonitão que chegou ontem?!

— Você o viu! Eu nem o vi, mas escutei todo mundo comentando hoje de manhã!

— Ai, Deus, ele é lindo! Tão lindo quanto o Dr. Uchiha!

— Ah, não sei! O Dr. Uchiha é maravilhoso...

— É sim! Eu vi também!

— Não acredito, que sortuda Hinata-san! E o que você achou dele?!

— É, é! O que você achou dele?!

Hinata já estava quase virando um pimentão quando foi salva;

— Senhoritas, vocês estão fazendo a Hyuuga-san inconfortável e vocês não deveriam estar trabalhando? A hora do intervalo já acabou — acusou olhando para o relógio.

O grupo se desculpou e rapidamente (com olhares decepcionados) deixou a sala de descanso.

— Obrigada Uchiha-san... — disse a menina aliviada.

— Hn... É bom você aparecer na próxima vez que o imbecil for internado — e com isso ele pegou seu café e saiu.

Ela sorriu, lá estava ele pensando em Naruto-san de novo, mas o que as enfermeiras disseram era verdade, o Dr. Uchiha Sasuke era realmente bonito, seu cabelo preto e seus olhos negros tinham mais contraste por causa do tom pálido de sua pele, era alto e muito bem definido, ela corou, Naruto-san tinha um bom gosto, o Dr. Uchiha também, Naruto não estava nem um pouco atrás que Sasuke em termos de beleza, ela riu, pena que nenhum deles parecia admitir isso. Voltando seus pensamentos para as enfermeiras malucas que estavam fazendo as perguntas, ela pegou um chá verde na maquina e se sentou no sofá, pensando agora, seu novo paciente era realmente bonito, ele tinha um cabelo castanho curto, diferente dos meninos de agora que pareciam querer deixar o cabelo grande, tinha olhos castanho-escuros, ela imaginou se antes ele tivesse morado em algum lugar como Okinawa, pois sua pele era bronzeada, ela não conseguiu reparar direito, mas ele parecia ser bem mais alto do que ela, mas ele parecia ter perdido peso...

Claro, ela teve vontade de dar um tapa no seu próprio rosto, repreendendo-se, ele tinha câncer no pulmão, nenhum de seus tratamentos tinha dado efeito, ele tinha saído a pouco tempo da quimioterapia, o que podia explicar o cabelo curto e as olheiras. Ele aguarda a própria morte em um hospital...

E ao mesmo tempo sorriu o tempo todo que Hinata esteve no quarto, e até antes mesmo de ele perceber que ela havia entrado no quarto, e estava brincando com Akamaru, ele parecia estar sorrindo já fazia um tempo, ela não sabia por que, mas estava com vontade de chorar, diabos de hormônios.

Na mesma tarde quando voltou ao quarto de Kiba, o sorriso que parecia viver em seus lábios estava presente mais uma vez, ele a perguntou como havia sido o seu dia, ela respondeu que normal e perguntou a ele, quase bateu sua própria cabeça na parede, óbvio que não tinha acontecido nada, ele estava no hospital o dia todo, ele riu e respondeu que havia conhecido seu vizinho, um velhinho que havia operado o apêndice havia um mês e que agora só estava de repouso. Mas ela percebeu que ele parecia estar um pouco entediado então resolveu oferecer-se para mostrá-lo o hospital. Seu sorriso foi tão cativante que ela não conseguiu se conter e sorriu de volta. Fora uma tarde agradável.

--

Alô?

— Ino?

Ah, Hinata!

— Oi Ino, tudo bom?

Ah, bem, você sabe, tudo bem sim, e com você Hina?

— Hm... Tudo bem... Sabe o que é... Eu precisava da sua ajuda, da Tenten também, vou ligar pra ela assim que terminar de falar com você...

Oohh! Você arrumou um paquera? HAHAHAHA olha isso, paquera, to parecendo minha vó!

— Ai Ino — ela riu — não, não arrumei um "paquera" não, mas preciso de uma ajuda para comprar um vestido, que eu tenho uma festa.

Urgh, nem me diga, é a festa da Sakura?

— É sim... Peraí, você a conhece?

Se eu a conheço? Conhecer é pouco, cresci com ela e sei de todos os podres da filha da mãe, nem pra me convidar ela convidou, cê acha, o que ela menos quer é me ver na festa dela. Testuda filha da mãe, mas de qualquer jeito, te ajudo com o vestido sim! Você sabe como eu adoro ir de compras, hahaha.

— Uffa, bem, pode ser hoje daqui à uma hora e meia, as 2:30pm? Daí a gente aproveita e pode almoçar no restaurante Chinês que a Tenten gosta.

Pode sim, mas aliás, que dia é hoje?

— Ino...

Pô, Hina, não é minha culpa se a rave durou dois dias e eu ainda tou meio doidona, daí eu não lembro que dia é hoje... E não, eu não vou dirigir, vou encontrar vocês de metrô, e sim, mesmo no meu estado eu sei o que você está pensando.

— Ai Deus, eu nem vou falar nada, mas Ino, ainda aconselho você a não beber tanto, são os seus neurônios que estão queimando...

Sim senhora Dra. Hyuuga, pode deixar que eu diminuo a dose, agora vai se arrumar que eu sei que você está com aquela sua calça horrível de moletom e a camiseta do seu primo gostosão.

— Eca, ele é tipo, meu primo!

Por isso mesmo que eu disse "seu primo gostosão", e isso não quer dizer que você ache ele gostosão também, apesar de que eu duvido muito que você não concorde, enfim, vai logo que eu tenho que fazer um extreme makeover aqui.

— Ta bom, até daqui a pouco.

Há! Beijos.

— Pra você também!

Ela finalizou a ligação, discou um número de novo.

Alônsio?

Ela riu, era muito a cara da Tenten fazer isso.

— Joarez?

Poxa vida seu Alônsio, faz mó tempo que o senhor não me liga! — as duas riram — mas o que posso fazer por você dona Hinata?

— Hm, eu queria saber se tem como você encontrar comigo e a Ino as 2:30pm em frente aquele restaurante Chinês, sabe? É que eu preciso de ajuda para escolher um vestido.

Uh, uh! É pra festa daquela menina louca de cabelo rosa que a Ino odeia?

— Você quer dizer; Haruno-san?

É, é! Essa ai mesma. É pra festa dela?

— É sim... Você foi convidada?

Fui! E a Ino ficou maluca, ela achou o ó que ela não foi convidada, mas de qualquer jeito, nem sou amiga dela e nem fui eu que recebi o convite, tipo, os pais dela são amigos dos meus e eles mandaram o convite para meus pais e eles ligaram avisando, mas eu sempre esqueço o nome dela...

Hinata sorriu, era típico de sua amiga fazer isso.

De qualquer maneira, posso encontrar vocês sim, aproveito e compro meu vestido também, apesar de que tou com a maior vontade de aparecer de pijama por lá!

Ela não agüentou, a imagem de sua amiga chegando de pijama na festa foi demais e ela começou a rir, Tenten seguiu e riu também, em pouco tempo as duas estavam gargalhando.

— Bem, te vejo daqui a pouco!

Ok! Vou me arrumar e é bom você fazer o mesmo senão a Ino come nós duas vivas. Ui!

— Até daqui a pouco Tenten, beijos!

Uhuul, beijos!

À tarde das três foi uma tarde muito divertida, elas almoçaram no restaurante Chinês que Tenten tanto queria comer, foram às compras, experimentaram os vestidos mais bregas para deixar Ino maluca, tomaram sorvete, fotos não podiam faltar, nem as fofocas, colocaram os assuntos em dia e por fim compraram seus vestidos. Hinata adorava sair com suas amigas, com elas ela podia ser ela mesma, sem vergonha nem com receio de dizer o que pensava. Ela queria ser assim sempre.

--

Hinata estava começando a sentir um afeto especial por Kiba, eles se conheciam há quatro semanas e ele já havia a conquistado por completo, ele era um ser adorável e muito fácil de conversar. Os dois anos que demoraram para ela se abrir com suas amigas foram as três semanas que Kiba levou para fazer o mesmo, ele parecia ter uma aura especial que fazia qualquer pessoa se sentir bem ao seu lado, ou era o fato de ele estar sorrindo o tempo todo que te fazia sorrir também, ou como ele parecia saber de tudo e todos os assuntos e nunca deixava Hinata sentir-se desconfortável sem o que falar, ou como ele sempre parecia elogiá-la e fazer sua pequena auto-estima crescer um pouco, ou como seus olhos a olhavam com aquele carinho que parecia amar tudo ou como somente o fato dela pensar nele a fazia sorrir e sentir-se bem e triste logo depois.

Kiba, como ela havia pensado, morava em Okinawa antes de mudar-se para Sapporo, segundo ele, seus pais eram veterinários que viajavam o mundo todo e iam para países exóticos para estudar e curar animais, mas que pararam o trabalho que tanto amavam há três anos quando descobriram o câncer de Kiba. Ele tinha dezesseis anos, ele comentou o quão triste seus pais e irmã ficaram quando souberam da notícia, e foi por eles que ele lutou o tanto que lutou para melhorar, infelizmente ele não poderia fazer uma cirurgia, pois o local do tumor era um lugar muito complexo. Então ele fez o primeiro tratamento de quimioterapia, não funcionou, fez a Terapia Radioativa, também não teve efeito, a doença só se espalhou mais, fez por fim o segundo tratamento de quimioterapia conseguiu diminuir um pouco o ritmo da doença, mas ele já estava cansado demais, dois tratamentos de quimioterapia e uma terapia radioativa mais o pancadão de remédios eram demais para uma só pessoa. Então esse ano ele havia decidido que iria se mudar e começar a viver em um hospital, ele não consultou os pais e comprou passagens de avião e organizou com o sócio deles a próxima viajem dos dois, conseguiu para sua irmã o estágio que ela tanto queria na Suécia e veio para Sapporo. Para não vir sozinho, trousse consigo seu companheiro Akamaru.

Contou sobre si mesma também, e ficou surpresa ao ver que Kiba parecia realmente interessado em aprender mais sobre ela, ele sempre fazia perguntas aleatórias;

— Qual é a sua cor favorita?

— Hm... Azul, por quê?

— Por nada — dizia e sorria.

Às vezes algumas perguntas pessoais;

— Você têm namorado Hina-chan? — Hina-chan, ele a chamava de Hina-chan...

— N-n-não... N-não t-tenho n-não — ela corava e ele sorria.

— Hm... Mas você já gostou de alguém?

— N-n-não...

— Mas com certeza já foram muitos os caras que se confessaram pra você, né?!

Ela corava ao ponto de parecer um semáforo, ele ria e se divertia.

Ele também já a havia levado para almoçar fora muitos dias, mesmo estando internado, como não fazia nenhum tratamento em especial e bem, por causa de seu estado, os médicos o davam permissão para sair, e ele parecia gostar muito da companhia de Hinata. E ela da dele.

--

Eram por volta das 9:50pm quando Tenten passou para pegar Hinata para ir a festa. Ela estava nervosa, sempre ficava antes de ir a qualquer festa, nunca sabia o que os outros pensariam quando a vissem, será que ela estava feia, será que seu vestido não era bonito? Será que sua maquiagem estava totalmente fora do padrão? (como Hinata não gostava de maquiagem ela só passara um pó, um gloss e um rímel) Talvez seu vestido fosse um pouco curto demais...

— Uhuul — disse a amiga quando viu Hinata entrar no carro, assoviou de brincadeira — estou me sentindo aqueles caminhoneiros vendo aquelas mulheres gostosonas nos outdoors — ela riu — mas, se eu fosse um caminhoneiro, diria que seu vestido está comprido demais para meu gosto — ela piscou e mostrou a língua, deixando Hinata mais confortável, que parecia mais um robô quando entrou no carro.

— Você está muito bonita também Tenten! — e era verdade, sua amiga estava com o cabelo solto, suas franjas presas em um lindo prendedor de brilhantes, a maquiagem de Tenten era leve também, mas com uma sombra prateada. Sua amiga usava um vestido preto que terminava na metade de suas coxas, com uns babados no final; deixando as pernas longas e muito bem elogiadas de Tenten a mostra, o vestido era fechado na frente, mas tinha as costas quase todas aberta, e a amiga finalizou tudo com um sapato preto.

— Huh, diga isso para o estilista da Ino, o cara veio me pentelhar as sete e meia da noite! Tipo, mais de duas horas antes da maldita festa!

Ela riu, tão típico da Ino fazer isso — bem, eu tive a Ino em pessoa para me ajudar, ela chegou em casa eram seis horas e foi embora já faz uma meia hora.

— Urgh, a cara dela fazer isso...

As duas chegaram, já havia bastante gente, deixaram seus presentes na pilha e foram cumprimentar Sakura, que estava conversando, ou melhor, deixando Sasuke maluco.

— Feliz aniversário Haruno-san — começou Hinata.

— Ah, Hinata! Obrigada!

— Hm, feliz aniversário Haruno — disse Tenten fazendo aquele gesto de soldado, fazendo a garota rir.

— Obrigada!

Sasuke olhou para Hinata, se você estivesse no lugar de Sakura não teria reparado em nada de anormal, mas Hinata conhecia Sasuke o bastante para entender o que seu olhar queria dizer.

— Ha-Haruno-san, você se importaria se eu pegasse o Uchiha-san emprestado por um minuto? É que eu acabei de ver uma antiga companheira nossa.

— Ah, não tem problema, eu tenho que cumprimentar o resto dos convidados mesmo, mas tem que devolver ele viu?

Ela riu nervosamente — pode deixar...

Sasuke olhou agradecido para Hinata quando a menina dos cabelos rosados deixou o trio.

— Nossa, ela é tão chata assim? — perguntou Tenten.

Ninguém respondeu, mas ela compreendeu os olhares que Hinata e Sasuke trocaram e depois olharam Sakura cumprimentando um casal.

— Eu ein, que bom que eu nunca nem falei com ela, acho que ela nem sabe quem eu sou.

— Sorte sua — comentou Sasuke.

A festa foi normal, Hinata passou a maior parte conversando com Tenten ou Sasuke que parecia estar odiando tudo aquilo, ela encontrou seu primo e eles colocaram algumas coisas em dia, era sempre bom saber de sua irmã.

Ela estava indo embora quando Sasuke apareceu;

— Hyuuga-san

— Uchiha-san

— Estava conversando com o idiota — claro que era óbvio de quem eles estavam falando — e ele disse que você pintou a sala e a cozinha dele, gostaria de saber se você gostaria de pintar minha sala, claro que eu a pagaria.

— Ah! — era verdade, ela havia pintado a sala e a cozinha de Naruto depois que ele havia descoberto seu caderno de desenhos, demorou um mês, mas ele a convenceu — P-pode ser, mas você não precisa m-me pagar.

— Você pode vir quando quiser, eu passo a maior parte do tempo no hospital mesmo.

Ela tinha a impressão de que ele nem sequer tinha escutado a última parte do que ela havia dito, suspirou — então vou até a sua casa amanhã que é sábado e eu sei que você tem plantão.

— Certo, até logo.

— Até logo Uchiha-san.

--

— Hinata, acho que seu celular está tocando...

— Ah! É verdade — ela abriu a bolsa e vasculhou por seu celular

— Alô?

Hinata-san!

— H-hm...

É a Akina, Hinata-san!

— Ah, Akina-san, boa noite, o que posso fazer por você?

Não há tempo para formalidades Hinata-san, o Kiba-kun está tendo uma crise e como eu sei que a senhorita é amiga dele e pediu para mantê-la informada, achei melhor ligar para você!

Hinata não escutou o resto, desligou o telefone.

— O que aconteceu Hina?

— Tenten, me deixa no hospital, por favor.

Sem hesitar nem questionar, Tenten fez o retorno e levou a amiga até o hospital.

Ela nem sabe como ela chegou, suas pernas se moveram automaticamente até o quarto 284, sem nem bater ela abriu a porta. Kiba estava ali, deitado acariciando Akamaru, ele parecia cansado.

— Kiba-kun...

— Hina-chan — ele disse numa voz rouca — uou, assim é sacanagem — comentou ele, se ela não estivesse tão desesperada teria notado o tom de brincadeira em sua voz.

— Oi?

— Você toda bonita e eu aqui na cama parecendo um morto-vivo.

E Hinata estava bonita mesmo, estava com um vestido azul-turquesa que ao invés de duas alças prendia em seu pescoço com um laço de lado, com babados na frente e na barra, ela usava sandálias prateadas e seu cabelo estava preso em um meio rabo. Kiba, por sua vez, estava mais pálido do que nunca, suas olheiras pareciam maiores, seu rosto estava suado e ele respirava com um pouco de dificuldade, o soro injetado em seu pulso e o cabelo bagunçado, mas o sorriso nunca deixando seu rosto.

Ela sentou-se na cadeira ao seu lado e respirou profundamente, pegou a mão de seu amigo e quando percebeu, já estava chorando, ele apertou sua mão com o pouco de força restante e depois de alguns minutos pegou no sono. Eram cinco e meia quando ela finalmente conseguiu sair do quarto.

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Ainda pasma com o que tinha acontecido na noite anterior, na manhã seguinte Hinata ligou para o hospital procurando por notícias de Kiba. Ele ainda estava dormindo, mas sua condição estava melhor. Ela agradeceu e desligou o telefone, respirou, como se não estivesse respirando até então.

Foi até seu atelier, Nico nunca a deixando sozinha, desde que voltara ontem pela manhã, como um companheiro leal Nico ficou ao seu lado, enquanto arrumava sua bolsa com os utensílios de pintura também. Voltou ao seu quarto, colocou um short azul marinho e uma bata branca, seu par de sapatilhas bege e foi até a porta.

— Vou indo Nico, sua comida está na sua tigela e deixei duas com água, provavelmente estarei de volta para a hora do jantar, não... Estarei de volta depois do jantar.

Ela chegou ao apartamento de Sasuke, ele ainda estava em seu apartamento quando ela chegou, mas só para abrir a porta mesmo, pois saiu logo em seguida, já estava um pouco atrasado.

Abriu sua bolsa e tirou seus utensílios, abriu os baldes de tinta e deixou os pincéis sobre um pano que havia trazido, no chão mesmo, os móveis não estavam mais na sala. Não era uma sala muito grande, na verdade era só uma sala de TV, se fosse à sala de estar ela provavelmente demoraria uns três ou quatro dias para pintar. Sentou-se no chão e começou a pensar em o que pintar; era a sala de Uchiha-san, provavelmente ele gostaria de algo que desse um ar tranqüilo e relaxante, já que ele assistia TV aqui. Também não podia ser uma coisa muito clara. Nem muito feminina. Hm! Ela já sabia o que iria fazer, colocou seu avental, prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo, molhou o pincel na tinta.

Kakashi só tinha vindo até a casa de seu afilhado, pois não tinha nada para fazer nesse sábado, tinha vindo na esperança de poder pentelhar ele um pouco, comer seus biscoitos e assistir um pouco de TV. Mas quando ele chegou Sasuke não estava em lugar algum, só havia um pacote de biscoitos, em sua última esperança de assistir TV ele encontrou algo muito mais interessante. Na sala de TV estava uma menina de longos cabelos preto-azulados, petite e em suas pequenas mãos ela segurava um pincel, concentrada até o ponto máximo, ela parecia não perceber nada que ocorria nem que ele havia chegado. Nada além da noite fria de outono que se reproduzia diante de seus olhos.

Kakashi não era diretor da Universidade de Artes de Sapporo, uma das melhores do Japão, por nada. Ele reconhecia uma pessoa especial como à menina que pintava diante dos seus olhos como um chefe reconhece um ótimo prato só da primeira mordida. Pessoas como ela eram sempre diferentes, tinham uma aura diferente. Ele encostou suas costas no vão da porta, e a observou, durante horas até que ela terminou seu trabalho, desencostou o pincel da parede, deu três passos para trás, observou seu trabalho e virou-se para ver o resto e foi quando reparou em Kakashi, seus olhos se arregalaram e ela soltou um gritinho abafado, de surpresa.

Ele riu, ou ela pensou que ele riu, aquela máscara que ele usava fazia as coisas um pouco difíceis.

— Então você finalmente me percebeu aqui — comentou, olhando os olhos dela, que curioso, ela parecia não ter pupila e seus olhos eram brancos, não totalmente brancos, notou olhando um pouco mais nitidamente enquanto se aproximava, mas com um pouco de lavanda. Ele sorriu, ele era um pervertido mesmo.

— Hm... A-a... V-você... Hm...

— Sou padrinho do Sasuke, não se preocupe, não invadi o apartamento, tenho a chave — ele mostrou a chave que tinha um chaveiro de um bonequinho de cabelos preto e um jaleco branco, se seu coração não estivesse tão disparado por causa do susto, ela teria sorrido pelo fato do chaveiro ser tão obviamente um bonequinho de Uchiha-san — Hatake Kakashi — disse o homem de cabelos prateados estendendo sua mão.

— H-Hyuuga Hi-Hinata... — respondeu aceitando seu aperto de mão, criando coragem ela olhou para cima, já que ele era duas cabeças mais alto que ela, com um olhar questionador.

— Ah, vim aqui porque estava entediado e não tinha o que fazer, mas encontrei você pintando e resolvi assistir, muito mais interessante do que qualquer outra coisa que eu tinha em mente — ele piscou e ela corou.

— Bem, já esta tarde e eu tenho que ir andando, a papelada pode ser ignorada, mas ela nunca vai embora, pode parecer estranho, mas gostaria de te oferecer uma bolsa, na verdade sou diretor da Universidade de Artes de Sapporo e devo confessar que fiquei um tanto surpreso com a sua obra de arte — disse olhando mais uma vez a sala — caso você aceite, aqui está o meu cartão — entregou-a um cartão, não deu nem tempo para ela responder, não que ela conseguiria mesmo, estava tão surpresa que a informação ainda não havia chegado — até mais Hinata-chan!

Ela só se tocou do que havia acontecido após escutar o bater da porta. Olhou para o cartão em suas mãos.

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— Eu acho que você tem que aceitar.

— Mas... Eu não sei...

— Não sabe o que, Hinata? Você não gosta de pintar?

— Gosto sim...

— Você não adora ir a exposições de arte e tudo?

— Adoro sim...

— Você não gostaria de passar horas pintando?

— Gostaria sim...

— Você não amaria aprender mais sobre arte e se dedicar a ela?

— Amaria, amaria sim...

— Então o que você não sabe?!

— É que... Bem...

— É o seu pai, não é?

— É que, Kiba-kun, é complicado... E-eu — ele a interrompeu, seu tom diferente de todas as outras vezes que ele havia falado com ela.

— Não é complicado porra nenhuma, você está com medo — ela finalmente parou de mexer com a barra de sua camiseta e o olhou surpresa — vou te dizer uma coisa, você odeia a faculdade que você presta, você esta infeliz trabalhando aqui, seu pai não liga para o que você pensa, mas te digo uma coisa, você só tem uma vida e o que você vai fazer com ela, só você pode decidir, ninguém pode montar o seu futuro por você, você é quem constrói ele. Seu futuro e o que você vai fazer não está decidido pelo seu pai, você ainda pode mudar tudo.

— M-mas... E-e-eu...

— HINATA! — ela pulou na cadeira.

— Quando é que você acha que uma chance dessas vai aparecer mais alguma vez? Você quer viver o resto da sua vida se arrependendo, pensando no que teria acontecido se você tivesse aceitado essa chance?! Eu DÚVIDO que você queira!

— Eu não quero — ela já estava chorando, era tudo verdade o que ele estava dizendo, ela não queria continuar a vida que estava levando, ela queria aceitar a bolsa mais do que tudo, ela queria mudar sua vida, queria poder mudar seu caráter, ela queria ser mais forte, ela queria ser corajosa. Mas o medo da reação de seu pai a deixava confusa e assustada.

— Hinata... — Kiba pegou sua mão, apertou, ela apertou de volta — Hinata... Hina-chan... Você não sabe o quão frustrante é escutar uma coisa dessas sendo alguém na situação em que eu tô... Me desculpa se eu gritei, é que... — ele suspirou — é só que... Não sei, você tem o resto da sua vida pela frente, e só o fato de saber que você não tem nada que comprometa seu futuro...

— N-não, não é isso... Você está certo, é só que... É só que... Eu tenho medo do que meu pai vai dizer, eu tenho medo que ele fique desapontado comigo, eu tenho medo que ele diga que não me quer mais — ela não agüentou e o abraçou, ela precisava tanto dizer essas coisas, coisas que estavam há tanto tempo presas dentro de si, lágrimas que não saíam.

— Hina-chan, você tem que fazer o que você tiver vontade de fazer, mesmo que as coisas com seu pai não acabem bem, tudo se concerta com o tempo, mas, por favor, Hina-chan, não faça essa cagada de não ir atrás do que você quer...

Ele a abraçou com mais força, como se ele nunca mais a quisesse soltar, ela se sentia tão segura, poderiam ter passado apenas minutos quando Hinata levantou seus olhos e viu sua própria imagem refletida nos olhos de Kiba, mas para ela, passaram-se horas. Kiba colocou sua mão em sua bochecha, passou por sua testa, por seus olhos, pelo seu nariz, pelo seu queixo e por fim sobre seus lábios, como se quisesse guardar cada detalhe de seu rosto, ela apertou o tecido de sua camiseta em suas mãos, fechando seus olhos, ele fez o mesmo, se aproximando cada vez mais.

Foi doce, doce como um casal de namorados se beija no primeiro encontro, doce como um casal se beija na cerimônia de seu casamento, doce como um casal se beija em suas bodas de ouro, doce como o próprio amor puro, doce como o sentimento de apenas desejar o amor do outro e receber em troca.

Quando ela olhou mais uma vez em seus olhos, ela viu seus próprios olhos arregalados em surpresa, viu seu próprio rosto ficando cada vez mais rosado, ele estava meio que sorrindo, ela não disse nada e saiu do quarto. Ah se ela correu, correu até a recepção onde pegou sua bolsa, nem reparando nos passantes que a cumprimentava, correu que só parou de correr quando chegou a casa, fechou a porta e deslizou até o chão. Colocou as duas mãos em seu rosto corado e depois sobre seu coração disparado.

Ela estava apaixonada.

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Continua no próximo episódio :O

Ou capítulo, que seja.

Aah... Eu gostei mais ou menos de como ficou essa fic, mas a idéia está tão nítida que eu tive que escrever. Não será minha fic favorita, longe disso, mas até que esta sendo divertido escrever.

Pretendo postar o próximo capítulo dia 01/11/08, ou seja, daqui a uma semana. Maas, isso dependerá do número de reviews que eu receber, JOKES, hahaha. Não sou tão loser ao ponto de fazer isso. Mas reviews seriam ótimos e eu os apreciaria demasiado.

Não pelo fato de querer ter muitos reviews para depois dizer "nossa, olha, minha fic tem não sei quantos reviews, viu quantas pessoas leram?" pra isso eu tenho o negócio de status lá no meu profile, hahahaha, como se eu fizesse isso, enfim, gosto de receber reviews porque gosto de saber a opinião de meus leitores, se vocês tem elogios, críticas (construtivas, por favor), algo que vocês acham que eu possa melhorar, ou algo parecido.

Antes de qualquer review crítico, quero informar que os personagens serem um pouco fora de caráter já estava em minha mente ao escrever essa fic, não estou com muita paciência de escrever o gaguejar de Hinata, essa paciência tem que ser reservada para minha outra fic, e mesmo que com esse meu plot desse para fazer uma fic de não sei quantos capítulos, era desde o começo, minha intenção fazer uma fic de no máximo dois ou três capítulos (optei por dois). Bem, é isso ai! Até semana que vem!