Uma brisa batia no rosto de Sakura enquanto ela observava o sol nascer no Atatsuki Pier Park, seus lindos olhos cor de esmeralda refletiam os primeiros raios de sol em uma perfeição quase divina. Tudo estava calmo e harmonioso muito diferente do furacão que passou em sua vida deixando ao mesmo tempo um rastro de sentimentos bons e ruins, lembranças das quais jamais quer esquecer ou lembrar. Aquela paisagem que estava diante dela foi cenário para a maioria de suas boas lembranças, talvez seja por isso que lhe agrada tanto ficar diante dela.

Ao olhar o horizonte as lembranças que levaram ela até ali, brotam em sua mente, como flores no jardim, exalando um perfume de passado. Começando por aquele fatídico dia que vem a sua memória, o dia que parte de seu coração se despedaçou. O dia em que as lágrimas não foram o suficiente para demonstrar sua tristeza.

26 de dezembro de 2012

Sakura estava com seu melhor amigo quase irmão Naruto Uzumaki em sua casa, assistindo os programas de sábado à tarde. Seus padrinhos, pais do Naruto, tinham ido ao hospital visitar sua mãe que lutava contra um câncer havia dois meses. Ela queria ir, mas estava muito gripada e não queria passar nenhum vírus para sua querida mãe que já estava muito debilitada. Foi quando então seu celular tocou, era seu padrinho, Minato, com uma voz que ela jamais tinha ouvido uma voz de desespero.

- Sakura?- Ele disse depois de um longo e profundo suspiro, ele continuou- Venha para o hospital agora, o estado de sua mãe piorou. Venha com o Naruto para cá ficar conosco.

Sakura estranhou porque fora seu padrinho mesmo que pedira a ela para ficar, mas ouvindo o desespero dele, ela nem pensou duas vezes. Desligou o celular, olhou para seu amigo procurando forças.

-Sakura, vai ficar tudo bem eu estarei lá com você- disse o loiro olhando com carinho para a rosada.

Assim pegaram o necessário e saíram para o hospital.

Vai dar tudo certo, seja forte.

Ela precisava ser.

Chegando ao hospital viu seus padrinhos e alguns amigos reunidos na sala de espera, todos chorando. Mas foi quando sua madrinha, Kushina, a sentou no sofá que ela teve a certeza que a novidades não eram as melhores. Com uma voz muito parecida com a do seu padrinho ao telefone, Kushina deu a notícia que Sakura nunca queria ter ouvido.

-Querida, a sua mãe não resistiu... – Kushina tentava ser forte ao dar a notícia- Ela partiu...

Não, não pode ser...

Minha mãe...não mamãe...não me deixa sozinha.

Sakura se ajoelhou no chão, chorando desesperadamente. Sua querida e amável mãe, o amor que Sakura tinha por sua querida mãe Mebuki era incondicional, o único laço de sangue que lhe restava nesse mundo, já que seu pai Kisashi havia falecido em acidente de carro a 2 anos, Mebuki era o solo protetor de Sakura, que agora estava praticamente sozinha.

Sua madrinha estava em prantos, Mebuki era praticamente uma irmã para Kushina, se conheciam desde a infância e quando seus respectivos maridos fundaram as indústrias de biotecnologia Haruno&Uzumaki, foi que os laços de amizade se estreitaram mais ainda e todos viraram uma grande família. Kushina tentava ser forte enquanto tentava consolar Sakura, que chorava como jamais tinha chorado na vida.

- Querida, eu estou com você, eu vou cuidar de você- lágrimas escorriam do seu rosto - Sua mãe está em paz agora – Dizia a jovem senhora.

Mas naquele momento não havia palavras que a conformassem. Tudo que ela queria era apenas mais um momento com ela, um abraço, um beijo, um EU TE AMO. Mas nunca mais ela poderia dizer ou fazer, porque sua mãe tinha embarcado em uma viagem sem volta.

Sakura via as pessoas lhe abraçando, desejando forças, falando palavras carinhosas, mas para era ela nada fazia sentido... Tinha entrado em turbilhão de sentimentos que parecia que seu corpo era levado por um lado e para o outro, mas sua alma estava em total desacordo... Dor... Saudade... Ódio... Tristeza.

Quando deu por si, estava em seu apartamento encarando o nada, quando sentiu duas mãos a abraçarem por trás.

-Naruto – virou-se para o amigo apetando em um abraço- Minha mãe... Por quê? Eu já não tenho meu pai... eu estou sozinha

-Saky, você não está sozinha, eu tô aqui com você e sempre vou está.

Foi observando o apartamento que até então vivera com sua mãe ao, em um templo de muito amor, dedicação, e muito carinho. O apartamento era um refugio onde ela era protegida de tudo e de todos.

A saudade gritou em seu peito e ela chorou por horas nos braços de seu amigo.

Na hora do enterro, o tempo estava nublado, mas raios de sol ultrapassavam as nuvens e iluminavam o lindo cemitério. O silêncio era cortado pelos soluços das pessoas que seguiam o cortejo.

Logo após o enterro seus padrinhos foram para seu apartamento ajuda-la a arrumar suas coisas.

Sakura era menor logo não poderia ficar vivendo em uma cobertura. Ela passaria a viver com o eles em uma mansão junto com o Naruto.

-Saky, querida, sei que não podemos ser o que seus pais foram, mas vamos tentar ser o mais próximo possível – disse Minato- afinal de contas você sempre foi nossa filha também.

-Obrigada, tio... sei que também serei feliz ao lado da sua família – Sakura deu um abraço em Minato.

Empacotar as coisas do seu lar apertava o coração de Sakura, ela desejava está em um pesadelo que logo acordaria com sua mãe lhe dando um beijo em sua testa dizendo que iria ficar tudo bem.

No fim do dia terminou de pegar o necessário para agora viver na casa dos Uzumaki e deu uma ultima olhada no apartamento, que agora parecia sem vida.

Mamãe foi nesse apartamento que rimos juntas, choramos, festejamos diversas vezes cheias de alegria, aonde todos viam para comemorar as principais datas, Natal, Dia das Mães, Ano Novo e ECT. Mas tudo o que restou foi uma tristeza na casa, sem o brilho da presença da sua presença Drª Mebuki Haruno, que todo mundo amava.

Sakura apagou as luzes e fechou a porta partindo para uma vida nova, a qual não escolhera... a qual não saberia se iria sobreviver.