A Morte no Atlântico

–Um caso de Sherlock Holmes–

by Arthur P. Arnold

Eu, Sherlock Holmes, fazia uma viagem de navio, saindo de Liverpool (oeste da Inglaterra) com destino à Índia, ele passava pela costa da África mas não havia parada.

O navio era bastante confortável, no entanto, se meu amigo, Watson, viesse junto, seria melhor, mas ele preferira ficar em Londres, por isso eu estou narrando esta viagem, pois é ele quem costuma relatar nossos casos.

Eu assistia a uma peça de teatro, quando, num repente, ouvi um grito, um grito feminino, de terror. Corri ao máximo que pude em direção à polpa do navio.

Ao chegar, vi que alguns inspetores da Scotland Yard já investigavam o caso. Passei por eles e vi, no corrimão de segurança que passava envolta de todo o navio, uma mulher pendurada de bruço. Segundo um comissário de bordo, a moça

(que aparentava 20 anos) se chamava Jane Grey.

Fui contratado para resolver o caso. Primeiro interroguei alguns passageiros que estavam na hora e no local do crime. Nenhum deles conhecia a vítima. Com este fracasso, interroguei seu pai, que disse que no jantar, Jane e seu marido, Harrisson, tiveram uma discussão, de assunto desconhecido, e ela (Jane) havia se retirado do restaurante do navio para evitar maiores escândalos. Segundo o pai, Harrisson ficara muito irritado, e também se retirou do restaurante, apenas levando uma faca de serra sem ponta.

Eu poderia suspeitar de Harrisson, mas após alguns exames no corpo de Jane (que agora jazia no caixão) mostravam que ela fora morta através de veneno e havia uma ferida no pescoço da vítima.

No dia seguinte, investiguei o capitão.

–– O senhor sentiu falta de algum passageiro?

–– Não. –– retrucou ele mal––humorado, sem prestar atenção.

–– Certo, obrigado.

Me retirei. Fui conversar com os inspetores da Scotland Yard.

–– Os senhores não encontraram nenhuma pista?

–– Não, Mr. Sherlock Holmes. Já revistamos todas as bagagens e nada.

Me retirei para almoçar.

Por volta de quatro horas da tarde, me debrucei sobre o corrimão do navio e contemplei o mar. Ouvi um zumbido, voava à minha volta um marimbondo. Enxotei–o.

–– Marimbondos... –– murmurei –– MARIMBONDOS! É ISSO! INSPETOR!

Eles chegaram a tempo quando eu revelei:

Assassino: Marimbondo