Avisos: Death Note não me pertence, ou estaria rica.
Fic feita durante uma aula absurdamente chata.
Não deveria postar aqui, mas enfim, eu nunca penso direito no que faço.
E por último, não procurem algo que faça sentido aqui.
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Era certo que ele via toda aquela história apenas pelo lado de fora, digamos assim. Aqueles olhos assustadoramente avermelhados vidrados em cada movimento de todos os envolvidos naquele jogo, que à medida que se desenrolava, parecia ficar ainda mais complicado.
E ele mordia a maçã, enquanto via as mãos ensangüentadas escrevendo no livro de capa preta, e ainda estava mordendo, quando, em poucos minutos via a conseqüência daquele ato ser anunciada em rede nacional. Ele mordia, apenas mordia a maçã.
Morder, morder, morder.
Como sempre, vendo a dor do menino que brincava de Deus, do menino que estava sendo sufocado pelo sangue que ele próprio derramava. Ele apenas assistia a tudo, calado. Apenas o som do lápis raspando no papel e das mordidas no vermelho rubro da maçã.
Morder, morder, morder.
Compartilhando em silêncio da dor que o jovem Deus deixava escapar pelo brilho opaco dos olhos castanhos. Não era mais dor, não se tratava mais de sofrimento e sim, de angústia. A angústia de não sentir mais nada. E ele dilacerava o fruto cor-de-sangue, mastigando como se fosse a única coisa que pudesse sentir. Ele precisava sentir algo. Nem que fosse o gosto de nada daquela fruta que desmanchava como cinza em sua boca.
Morder, morder e mastigar.
Ele viu, do começo ao fim, a alma ser dilacerada. Dilacerada como a maçã. O brilho dos olhos sumir como as cinzas restantes da fruta. Ele foi o único que viu a verdadeira morte de Light. A maior testemunha de todas. A única coisa que provava que toda aquela história não era apenas um pesadelo horrível. Ele não deixava espaço para mentiras. Ele era o que mais sufocava Light. O grande causador de tudo.
Mastigar, mastigar, engolir.
...
- Acabaram as maçãs, Ryuk?
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