Disclaimer: os personagens e o universo não me pertencem, não tenho nenhum fim lucrativo, etc.
N/A: Resolvi tentar algo um pouquinho diferente aqui. Bem simples, (quase) só diálogos. Vamos ver se funciona.
Verdade
– Pois bem, esse é um jogo trouxa, vi alguns terceiranistas jogando e me pareceu formidável. Eu não sei como eles chamam, mas é basicamente o seguinte: eu faço uma pergunta, você responde, você faz uma pergunta, eu respondo, então eu faço uma nova pergunta e assim por diante.
– Parece simples. E de que tipo de pergunta estamos falando? Uma pergunta acadêmica? E se eu não souber a resposta?
– Estava pensando em perguntas mais pessoais, mas pode ser qualquer coisa. Se não souber a resposta, basta dizer que não sabe. O importante é que se responda com a verdade.
– Muito bem, parece... aceitável. De todo modo, meu caro, tenho a impressão de que não há nada sobre mim que já não saiba.
– Bem, se acha que já sei tudo, então não se importará com algumas medidas que tenho em mente... para tornar nosso jogo mais interessante. Nossos alunos, felizmente, se limitam a supor que seus colegas estão falando a verdade. Mas acho que não há nada de mal em termos alguma garantia.
– Eu não beberei Veritaserum, esqueça.
– Ah, Minerva McGonagall tem seus segredos...
– Não seja tolo.
– Sim, vejo que mentiria para seu melhor amigo. Se é capaz de fazê-lo durante um inocente jogo, então deve ser capaz de fazê-lo todos os dias. Isso é muito triste, minha cara. Eu jamais mentiria para você. Oh, sinto-me apunhalado.
– Céus, Albus, não me venha com melodramas.
– Mas é verdade.
– Verdade! Verdade... Ora...
– Diga... isso é medo, Minerva?
– Medo?
– Medo de duas gotas transparentes.
– Que bobagem. Apenas acho desnecessário. De fato o é.
– Treme ao pensar em abrir seu coração a seu velho amigo... ah...
– Pois bem! Pegue essas xícaras, chá, agora, vamos... coloque em ambas. Também beberá.
– É claro que sim!
– Muito bem.
– A primeira pergunta é minha?
– Vá em frente.
– Qual o seu nome?
– O meu nome?... Minerva McGonagall... óbvio.
– Hm, ótimo. Sua vez.
– ... Qual seu prato favorito?
– Sherbet de Limão.
– Mas esse é uma sobremesa.
– Como meu prato favorito poderia não ser uma sobremesa? Ora, Minerva... francamente...
– Haha, pois bem. Apenas faça sua pergunta.
– Hm... Por que sempre usa os cabelos presos?
– É bastante prático e dá um aspecto sóbrio, professoril, bastante adequado, eu diria. Por que não usa calças?
– Sou de um tempo em que ninguém as usava. Nunca pude me acostumar. É tão pouco ventilado! Por que você não usa calças?
– Por que eu as usaria?
– Tem razão.
– Qual a memória mais antiga que tem?
– ... Aahhhmm... Deixe-me ver... Eu tinha uns 4 anos, Aberforth veio correndo, chorando, estava sendo perseguido por uma galinha. Tentei ajudá-lo, então a galinha me atacou. Não lembro o que veio depois, só essa parte.
– Céus... hahaha...
– Sim, eu sei... perturbador. Quando decidiu que seria professora de Transfigurações?
– No quarto ano. Você fez com que eu me apaixonasse pelas Transfigurações, fez com que eu quisesse ser um pouco como você. Foi meu exemplo. O culpado de tudo isso, eu diria.
– Sabe o quanto isso é lisonjeiro?
– Haha, eu posso imaginar. Quando você decidiu que seria professor de Transfigurações?
– Ah, eu já tinha passado dos 50 anos. Sempre quis lecionar, mas não pensava nisso a sério, como um plano de vida. Fiz alguns estudos, alguns trabalhos... publiquei algumas coisas...
– Sangue de Dragão?
– Sim, sim, vários deles com meu bom amigo Nicholas. Sangue de Dragão, a Pedra Filosofal... tudo isso veio antes de Hogwarts... então comecei a escrever sobre Transfigurações, muito embora não fosse, à princípio, minha principal área de interesse. Cheguei às Transfigurações por meio da Alquimia, é claro, e também sempre tive especial apreço por Feitiços. Então Dippet me convidou. Eu fiquei encantado com a possibilidade, aceitei o cargo sem titubear e... assim voltei à Hogwarts. Minha vida ganhou um novo sentido, anos maravilhosos se seguiram! Me descobri como professor, descobri que sempre fui professor. Foi uma das melhores coisas que já me aconteceu.
– Uma das? Quais as outras?
– É minha vez de perguntar!
– Ah, me desculpe.
– Quais as melhores coisas que já lhe aconteceram?
– Ora!... Ah, bem, suponho que Hogwarts, a Animagia e... você.
– Eu?
– É minha vez de perguntar.
– Mas...
– Por que nunca se casou?
- Porque...porque me faltou oportunidade. Quando tinha um relacionamento, não era a pessoa certa. Quando era a pessoa certa, não tinha um relacionamento. Quando tinha um relacionamento com a pessoa certa... de repente descobria que o certo era que não era a pessoa certa para a pessoa certa.
– ... a pessoa certa... o que?
– Hahaha... E você, minha cara, por que nunca se casou?
– Ninguém nunca me pediu em casamento.
– Mesmo?
– Pelas barbas de Merlin... me fez tomar Veritaserum, o que mais quer?
– Essa é a sua pergunta?
– É claro que não!
– Que pena. Eu adoraria algumas Lesmas Gelatinosas.
– Ora, deixe-me perguntar. Você... você não sente... não sente falta?
– ...De um relacionamento?
- Sim.
– Sim, eu sinto falta.
– E por que não encontra alguém?
– Eu já encontrei...
– ...
– ...mas não fui encontrado de volta.
– ...
– E você, não sente falta de ter alguém, minha cara?
– Ora... sim... sim, por vezes eu sinto. Quem... (...) Quem... você encontrou?
– ... quer mesmo saber?
– Não estou bem certa.
– Por quê?
– Tenho medo.
– Medo de que?
– De que não seja eu.
– ...
– ...
– É você. Não poderia ser mais ninguém.
– ...
– ...
– Então... está enganado. Eu o encontrei de volta.
– ... Nesse caso, talvez seja um bom momento para pedi-la em casamento.
– Ora, realmente se casaria comigo?
– Por certo que sim.
– ...
– E você, minha querida Minerva, se casaria comigo?
– ... Sim. Achei que nunca fosse perguntar.
– E que te parece passar a noite aqui comigo hoje?
– A mim soa... muito agradável.
(...)
Na manhã seguinte...
– Sabe, minha querida, sempre teve meu coração e minha sinceridade, pensar nisso me faz sentir na obrigação de lhe contar... algo. Ontem... não era Veritaserum de verdade, mas essência de baunilha. Não sei como pôde confundir.
