Operações.
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Não importava, afinal.
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Presente de aniversário para Lady Murder.
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A história é simples. Não é difícil, complicada ou complexa. Mas advirto que para compreendê-la, o mínimo conhecimento matemático é importante, então preste atenção e não se perca nos números.
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Soma:
Era pura matemática, ela não saberia explicar de outra forma. Com um mais um, eles tinham dois minutos para se esconderem dos olhares estranhos, mas somando mais quatro, tinham seis razões para estarem juntos (ou seriam apenas desculpas esfarrapadas?) que se resumiam à: prática, perfeição, treinos, berros, cobranças, provocações e irritações.
Mas então, com mais quatro, eram dez tipos de sorriso que ele lhe dava, sem se importar com a sua expressão dura e um pouco irritada (ou seria sem jeito?) a cada vez que faziam uma pausa para descansar.
Ela só tinha um tipo de sorriso, mas somado aos dez dele, tinham onze motivos para ficarem juntos e ela sempre arranjava mais cinco para que se tornassem dezesseis e ficassem até o pôr-do-sol treinando, apenas para ter mais tempo de analisar o sorriso infantil de Colonnello.
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Multiplicação:
As tarefas eram divididas de acordo com o dia da semana. Na segunda, eram duas vezes quatro que davam oito voltas em torno do campo de concentração, nas quais ela o acompanhava fazendo-o correr três vezes mais rápido, o que totalizavam quarenta e oito segundos por volta (ele corria rápido mesmo quando ela o seguia daquela maneira).
E sempre que o seguia, Lal sentia como se estivesse mais segura, como se Colonnello fosse cinco vezes mais forte do que qualquer pessoa que pudesse lhes fazer mal. Às vezes, Lal tinha a impressão de que Colonnello significava demais (qual é a tabuada do infinito?).
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Divisão:
Na hora das refeições, ela dividia seis por dois e tinham três tipos diferentes de vegetais para completar a alimentação balanceada. Colonnello não gostava de vegetais e reclamava, por vezes dividindo esses números em porções ainda menores.
Mas ele sempre acabava comendo, porque Lal era excepcionalmente rigorosa em sua dieta.
"Coma, ou farei com que seus exercícios sejam divididos em tarefas ainda piores."
Colonnello ria e, apesar de sistemática, Lal nunca soube como dividir o sorriso dele com ninguém.
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Subtração:
Cinqüenta menosquinze davam trinta e cinco pratos que ainda teria que lavar por ser tão desobediente assim. Entretanto, não se importava, contanto que ela ainda estivesse ali para monitorá-lo.
Bastava que fizesse devagar, ouvindo as reclamações dela por demorar tanto.
"É que eu gosto de fazer as coisas bem feitas."
Dez palavras dele menos um silêncio dela, davam nove razões para que gostasse tanto de seu jeito. Era, afinal, toda aquela rigidez no treinamento que o fizera ser forte como era, certo?
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Todas as operações:
Primeiro foram dez passos mais cinco que totalizaram quinze segundos. Este foi o tempo que ele demorou para convencê-la a tirar uma foto. Então quinze vezes três davam quarenta e cinco tipos de insultos diferentes que ela utilizou quando sentiu a mão dele sobre sua cintura e o hálito tão próximo de seu rosto.
"O que está fazendo, Colonnello? Vá já para o seu quarto!"
Se dividisse esse número por cinco, teria nove boas razões para discutir com ela, mas preferiu não fazê-lo e foi para o quarto.
X
Enquanto passava as fotos de seu antigo álbum embaixo das cobertas, Colonnello observava uma em especial (a que tinham tirado naquela tarde) com um sorriso nos lábios, que, somado a três trovões, deram a Lal, quatro motivos para aparecer no quarto de Colonnello sem que ele a chamasse.
"Você tem medo de trovões?"
(Cinco)
"Calado." Mais um trovão e um pulo.
(mais sete)
"Venha cá."
(é igual a doze)
Ela vai em silêncio, doze passos picados vezes dez, eram cento e vinte batidas de seu coração, antes de se jogar nos braços de Colonnello.
"Tudo bem."
Ele murmura, erguendo o queixo dela cuidadosamente antes de dar um dos dez tipos de sorrisos que Lal já conhecia (e você já parou pra pensar em como os olhos dele são bonitos?) tão bem.
E depois as coisas ficam confusas, mas ela acha que primeiro veio um beijo somado à duas mãos e mais três passos que davam tempo para seis trovões mais uma cama e sete cicatrizes que ela contou quando subtraiu dele uma camisa e dois gemidos quando lhe mordeu o ombro e (o que diabos eu estou fazendo?) ela quer dizer algo, mas a mão dele a impede.
"Isso faz o medo sumir, não é?"
Não há conta que explique isso, então ela prefere ignorar e apenas aproveitar o momento, pois pode ser apenas uma vez, ou quem sabe duas?
Não faz diferença, afinal. Lal jamais gostou de operações matemáticas e Colonnello também não.
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Viram como é fácil entender quando usamos a matemática? Era tudo relacionado aos números. Não que faça muita diferença agora.
N/A:
É estranho, porque eu odeio matemática. Mas quando eu comecei a escrever (e isso devia ser DinoHibari) me veio à mente que a Lal tem um jeito bastante sistemático. E pelo que deu pra entender, ela sempre foi muito durona com o Colonnello e talvez por isso ele seja assim.
Mas eu gostei de trabalhar com esse lance das operações fundamentais e até que não ficou tão ruim.
Eu sei que não é a melhor coisa do mundo, mas eu me esforcei pra ficar bom, Teté, eu juro.
Sinto muito se não ficou do seu agrado, mas eu consegui visualizar tão bem isso 8D
E não sei se a Lal tem medo de trovões, mas achei que ficou legal, então foda-se.
Feliz aniversário, Teté, porque eu te amo demais do jeitinho que você é. É um presente curto, mas de coração. Te amo, titia!
Agradecimentos especiais à Nanase Kei que quase me bateu até a morte (três vezes) e leu a fic antes.
Reviews? #Aponta uma bazuca#
