N/A: Essa fic foi escrita há quase um ano, sendo que agora estou reeditando-a, até mesmo o nome mudou, antes era a "Dias Iguais", então, não estranhem se o enredo lhe parecer familiar, a história continua a mesma sendo que agora eu fiz algumas mudanças em descrições e etc.
Dias iguais
(Luiza Possi)
Mais uma vez ela o via partir com outra, tinha perdido todas as suas chances do que seria para ser um "final feliz", o seu final feliz.
É claro, como de todas as outras vezes, ela era a causadora de todo esse sofrimento, mas o que poderia fazer? Declarar seu amor? Gritar aos quatro ventos como nos filmes o quanto o amava?
Ela certamente, não tinha o direito de simplesmente estragar aquele momento que era tão importante para ele, seria fazer que todos os seus sacrifícios até agora fossem em vão.
Encarou a lua, soltando um suspiro triste e cansado, se ela ao menos..., ela parou, fechando os olhos com força e balançando a cabeça para expulsar aquele pensamento. Não, não poderia colocar tudo a perder, e para que se encher, ainda mais, de sonhos? Não havia o porquê disso. Já não era o suficiente a decepção que tomava conta das suas manhãs todos os dias ao ver que seus sonhos, não tinham passado disso...sonhos nada mais, e assim continuariam a ser por que queria viver um conto de fadas impossível, uma vida que não sido feita para ser sua.
Só agora ela conseguia entender que na verdade, estava presa a tudo aquilo, um circulo vicio, de autodestruição pois sempre mesmo que tentasse esquecer tudo o que sentia, se via cometendo o mesmo erro, voltando a trás.
Era isso o que as pessoas chamavam de amor? Era isso o que significava amar? Amor incondicional,mesmo que nunca fosse correspondido?
Mordeu o lábio inferior, tentando com todas as forças que ainda tinha dentro de si, para parar as lágrimas.
Continuar no mundo bruxo já não fazia mais sentido, agora era somente ela e mais ninguém. Provavelmente nunca teria alguém para dividir seus problemas, seus sentimentos...
Era hora de todos seguirem seu rumo, e ela sabia que, isso não a envolvia nos planos deles, os laços que um dia uniram aqueles três amigos agora estava frágil, por um fio. Não tinha porque iludir-se e manter-se ao lado dele, é claro que não seria rejeitada, não conseguia imaginar o dia em que um de seus amigos pudesse fazer tal coisa, mas de um tempo para càtudo parecia não passar de um caso de manter as boas maneiras em vista a tudo o que tinham, juntos, vivido anos atrás e ela não podia, não queria e não iria admitir que tivessem pena dela. Jamais.
Pois todos ali tinham alguém, menos ela.
Tudo estava desmoronando diante de seus olhos e não podia fazer nada. Deus! Será que não tinha simplesmente visto isso chegando? Alguém iria aparecer ao lado dela e abraçá-la dizendo que não passara de um pesadelo? Por que se fosse, que por favor, seja lá quem fosse, aparecesse logo, pois não agüentava mais.
Era agora que saia de trás da postura forte e seria? Que tirava todas as suas mascaras e se revelaria? Iria finalmente, pela primeira vez que a sua mente conseguia lembrar-se, ser simplesmente ela, apenas Hermione Granger?
Se eu quiser me convencer
Tudo pode ser então,
Um bom motivo pra eu desistir
Se eu tiver que te dizer
Tudo pode ser em vão
Tudo que eu já sofri
Sabia que, no momento em que foi abençoada com tal sentimento, teria também como todas as coisas na vida, um preço a pagar por ele, tinha sido abençoada e ao mesmo tempo condenada, amaldiçoada e, talvez, essas fossem as palavras para definir esse sentimento chamado ''amor'': uma dádiva e uma maldição.
Totalmente opostos, mas eternamente ligados.
Como, quando, tinha se metido naquela confusão?
Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Mas é sempre igual
Se já tentara esquecê-lo?
Sim, ela já tinha tentado fazer isso, porém sem sucesso, porque todas às vezes era a mesma coisa, ela se afastava de tudo e de todos, muitas vezes gritava e brigava, tentando fazer com que entendessem que nada mais queria perto de seus amigos, e então via os olhares decepcionados, tristes e se rendia, e continuava ali, naquele circulo vicioso, que a afogava, que a estava destruindo pouco a pouco. Não queria estar longe, não conseguia, era como se seu ar tivesse sido retirado, e ninguém a visse, ninguém a socorresse.
É claro que tinham a perguntado, milhares de vezes, se estava bem, mas cada vez que olhava dentro dos olhos via que não havia uma verdadeira preocupação, era somente por educação que perguntavam, e mesmo se falasse sobre tudo que à consumia por dentro, não poderiam ajudá-la, ninguém era capaz de fazer isso, nem mesmo ela. Por isso tomara a decisão que lhe parecia mais certa, esperar e então, ver a onde a vida a levaria, o que seria dali para frente.
Estava entregando-se por que não havia mais como lutar, tentara de todas as maneiras para recuperar-se, lutar, mas tudo a arrastava novamente para o ponto de partida.
Era um pecado tão grande amá-lo e querer que seu sentimento fosse retribuído? Era tão egoísta para ser punida?
Estava morrendo por dentro, morrendo aos poucos, perdendo-se na escuridão da sua mente, do seu coração.
Ninguém pode saber
O quanto eu penso e sinto por você
Mas é sempre assim
Tenho medo de dizer
Que sem você aqui
Os meus dias são sempre iguais
Eu só penso em você
Talvez a única coisa que tivesse de realmente bom, que ainda à davam uma mínima esperança eram as lembranças, sim, estas continuavam presentes, não a tinham abandonado.
E também, os sentimentos que tinha por ele, estes eram os mais sinceros que já fora capaz de ter, os mais bonitos.
Iria, em segredo, guardá-los dentro de seu coração, e quando ele precisasse, ela o ajudaria, o ouviria, o entenderia assim como fizeram diversas vezes, talvez esse fosse o seu único papel na vida dele...
Era um pouco estranho, sempre o considerara como melhor amigo, sabia que aos poucos as coisas vinham mudando, mas tinha medo de admitir, de dizer para si própria.
Ironicamente, ela que nunca fora religiosa, que sempre procurava a lógica e livros, se vira na primeira vez que entendera o que estava se passando, rezando, pedindo desesperadamente cada fez que o rosto dele surgia em sua mente, quando arrepios corriam por todo seu corpo quando seus olhos se encontravam ou quando ele sorria, quando seu primeiro pensamento do dia era ele assim como o última do dia, para que Deus ou qualquer outra entidade, pudesse ouvi-la e ouvir sua prece para que esquecê-lo fosse menos doloroso.
Mesmo se quiser tentar
Você nunca vai entender
Porque tantas vezes eu chorei
Mas se eu puder sonhar
Com um dia perfeito pra mim
Vai ser tudo como imaginei
Às vezes melhorava de suas ''crises'', foi a melhor palavra que tinha encontrado para denominar aquilo, ria com Harry e Rony, e tudo parecia ser como antes, se divertia o máximo possível, brigavam por coisas tolas, mas então, de uma hora para outra, sem aviso, caia novamente no poço de escuridão, por coisas mínimas, por simples palavras, gestos que enquanto todos estavam muito ocupados para perceber o que estava acontecendo, entender seu verdadeiro significado, ela compreendia o recado e voltava para a dura realidade.
Pensou até que era uma fase, algo idiota que os adolescentes viviam, que ela tinha sido a culpada, mas na verdade não era bem essa, ela amara tanto as pessoas, não queria nada como reconhecimento por isso, a não ser ter seus sentimentos correspondidos, somente isso e não os tinha.
Se tornou então, um pouco fria, guardando tudo para si, os piores e melhores momentos, por mais que doesse fazer isso, era a única coisa a fazer, não tinha com quem dividi-los, e a única pessoa que ela poderia fazer isso, bem, com essa ela não poderia contar, pois significaria que teria que abrir o jogo, desde o inicio e não tinha forças para tanto.
Mione, o que você tem? Eu estou ficando preocupado, por favor, me diz, quem sabe eu possa ajudá-la... É por causa do Rony? Foi algo que eu disse? Por favor, me diz! - Perguntou Harry pela milésima vez aquele dia.
Ele mandara milhares de bilhetes durante a aula perguntando o que era, Hermione simplesmente os queimava com um simples feitiço e voltava a atenção para a aula, mas agora não tinha escapatória, ele a vira chorando, sentada encostada em uma árvore nos jardins da escola, os olhos vermelhos e inchados, o cabelo lanzudo com salpicos de neve, enquanto passava o dedo em um pequeno trecho esculpido na árvore.
Hermione continuou, vidrada olhando um ponto fixo da árvore, tinham escrito aquilo nas férias de natal e ainda podia-se ler em letras garrafas:
Harry James Potter
Hermione Jane Granger
Ronald Weasley
Hogwarts, 1995
Harry ao ver a amiga em tão deplorável estado a abraçou o mais forte que podia.
Hermione precisava daquele abraço, de senti-lo somente mais uma vez perto de si, de sentir o cheiro dele, de poder afagar sua mão no cabelo rebelde e olhar nos olhos incrivelmente verdes.
Passou os braços ao redor do pescoço dele, abraçando-o com força, o máximo de força que conseguia juntar, a cabeça no peito dele, chorando, chorando por não ser forte o suficiente e poder dizer tudo o que queria, vencer o medo, mais uma vez estava se acovardando e não iria conseguir, iria chorar ali, nos braços dele a noite toda se preciso, e depois inventaria alguma coisa. Voltaria para seu quarto e os sonhos voltariam a reconfortá-la, ou pelo menos dá-la essa sensação, mesmo que depois a deixassem com o mesmo vazio de sempre, mas iria ter pelo menos ali, um final feliz, até acordar de manhã e se deparar com todos os obstáculos que deveria enfrentar.
Hermione se afastou de Harry, ele passou a mão pelo rosto da amiga secando as lágrimas, ela fechou os olhos sentindo o toque dele.
Aquilo era tão bom, pensou quando reabriu os olhos e encarou os olhos de Harry, a preocupação estampada neles. Ela forçou um sorriso, e fez biquinho.
- Bem, eu acho que te preocupei, não? - Perguntou as mãos tremendo dentro do bolso, Harry balançou a cabeça em confirmação - Mas eu to legal. To mesmo! - Exclamou a garota em tom de indignação, ao ver a sobrancelha erguida de Harry, em desconfiança. - Eu to bem, juro. Agora eu to, só estava pensando em como vai ser quando voltar para casa... Vou sentir falta de tudo aqui e de você com todo esse seu senso de herói - ela disse.
E que eu acho extremante sexy... pensou Hermione ainda olhando-o.
Eu também vou sentir falta de você, Hermione. Você é muito importante pra mim, nunca duvide disso, ok? - Hermione estava prestes a gritar, era ótimo, reconfortante o ouvir dizendo aquilo, fechou os olhos, tentando guardar em sua mente cada palavra, cada feição do rosto dele ao dizer aquilo. - Você é minha melhor amiga em todo esse mundo.
Hermione reabriu os olhos, bem, não tinha certeza se queria ouvir aquela última frase.
Amiga, guarde essa palavra para quando se encher de esperanças, Hermione. Pensou irritada. É claro...
Um silêncio pairou sobre eles, não havia nada mais a ser dito.
Harry? - chamou Hermione olhando a superfície do lago.
- Sim?
- Eu não sei quanto a você, mas eu to congelando, vamos voltar?
Harry sorriu, e a abraçou e voltaram para o castelo, muitas garotas olhavam desconfiadas, mas ambos estavam muito ocupados conversando como de costume sem se importar com o que pensariam.
Pena que aquelas mesmas garotas não podiam ver por trás do meio sorriso como ela estava desesperada para correr para longe dele, de tudo e todos.
Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Mas é sempre igual
Ninguém pode saber
O quanto eu penso e sinto por você
Mas é sempre assim
Tenho medo de dizer
Que sem você aqui
Os meus dias são sempre iguais
Eu só penso em você
Eu só penso em você
Hermione desceu do trem, respirou aliviada, chegara ao final do seu sétimo ano, as melhores notas de toda a turma.
Não sabia quando voltaria a encontrar aquelas pessoas que fizeram parte de sua vida, que levaram cada uma, um pedacinho dela e ela deles, que conviveram aceitando seus erros e acertos.
O castelo onde vivera alguns dos piores e melhores momentos de sua vida agora estava sendo deixando para trás, agora era hora de mudar de folha e começar a escrever sozinha a sua história, a história de Hermione Granger.
Por quantas coisas ainda deveria passar para ser feliz, para se encontrar, ela não sabia, novamente a resposta somente o tempo diria.
Hermione? - Ela virou-se era Harry acompanhado de Rony - Estava pensando em ir sem se despedir?
- Claro que não. - Ela se aproximou de Rony e o abraçou - Bem, não sei quando eu vou voltar a te ver, mas foi realmente um prazer te conhecer Ronald Weasley, mesmo você sendo um cabeça dura! - acrescentou a garota – Bem, o que mais eu posso te dizer? – Perguntou mais a ela do que ao amigo, enquanto segurava as lagrimas, tudo ficando confuso e triste demais para suportar - Acredite nos seus sonhos, não deixa que as pessoas pisem em você ou tentem te fazer de inferior, porque posso lhe garantir que é muito melhor do que elas.
Ron riu.
Aprovado pela melhor aluna de Hogwarts, Ron, é, você está crescendo. – Murmurrou um dos gêmeos passando pelo trio enquanto entregavam aos alunos panfletos sobre sua loja.
Vou sentir saudades, Mione, faço de suas palavras as minhas... Ainda serão muitos os Draco Malfoy, mas você sabe muito bem como lidar com eles, não? Se precisar é só chamar, ok? Mesmo que seja só para meter porrada - Rony abaixou a voz por causa da Sra. Weasley que não estava muito distante dali - na cara do infeliz.
Ah, claro, obrigada. - agradeceu as maças do rosto pegando fogo. - Ah, Rony, tem uma coisa bem aqui ó - disse Hermione indicando o nariz do amigo, as orelhas do garoto ficaram vermelhas, quase no tom da cor do cabelo dele, ele pegou rapidamente o espelho que Gina segurava para verificar o que tinha de errado.
Não tem nada aqui, Herm...- ele não terminou a frase, lembrou-se então da menina de cabelos cacheados e desorganizados com ar de superior em seu primeiro ano falando-o a mesma coisa.
Ron fez um pequeno movimento com a cabeça, avisando-a de que entendera a mensagem e abrindo um sorriso antes de virar-se e cumprimentar outros amigos.
Hermione despediu-se dos Weasley, agora só faltava o mais difícil, Harry.
Finalmente a senhorita tem tempo para ouvir o seu pobre amigo Harry, não? Pensei até que tinha me esquecido
- Como eu me esqueceria de você, hein? - Perguntou Hermione.
Se você simplesmente me persegue todas as noites, queria dizer, mas se controlou.
Não sei, eu lá tenho dicionário para entender a cabeça das mulheres?
- Oh, Meu Deus! O céu vai cair sobre nossas cabeças! – exclamou Hermione, vestindo uma expressão alarmada e puxando Harry para um canto mais afastado que era protegido por uma lona.
- O que? Porque me trouxe para cÿ - Perguntou Harry sem entender.
- É porque eu quero dar uns amassos em você antes de ir, Harry! - Explicou a garota substituindo o sorriso por uma expressão mais séria - Calma, Harry - Disse a garota, a cor do rosto de Harry variando entre milhares de tons de vermelho. - Eu só estava brincando... Não ouviu o que eu falei? O céu vai cair sobre nossas cabeças, você finalmente percebeu que eu sou uma mulher! Pensei que você era mais rápido do que o Rony nesse tipo de raciocínio, brincou a garota.
- Muito engraçada, Hermione, quero que me prometa uma coisa, jure que não vai desistir, eu sei que é isso o que quer fazer, mas não o faça. Não se eu esqueça que eu já tive várias vezes assim.
Ela o encarou por alguns momentos e o abraçou como tinha feito com Rony.
Quando sentiu seus corpos tão próximos, percebeu que não tinha a menor presa de partir se pudesse ficar somente daquela maneira, abraçada com ele, sentindo-se protegida e amada.
Ainda não querendo quebrar o contato, Hermione ficou na ponta dos pés, uma das suas mãos correndo dos ombros largos de Harry para o pescoço de Harry, trazendo-o para mais perto de si para que então pudesse dizer tudo que queria ao pé do ouvido dele.
Acredito que cada um tem o direito de escolher que caminho vai seguir, - disse fazendo uma pausa, sua voz mais rouca do que costume.
É,talvez não fosse uma boa idéia tê-lo tão perto, seu corpo não parecia mais responder aos seus comandos somente por sentir o calor dele e sentia-se levemente embriagada pela colônia que ele usava.
Em qual momento ele crescera tanto e se tornara um belo homem e ela não percebera? Talvez, quando tinha se trancado, feito de sua mente sua própria prisão? Harry estava uns 10 centímetros mais alto do que ela, tinha ombros largos, e não era mais magricela como nos primeiros anos.
Os anos tinham sido, certamente, bons com ele.
O cabelo rebelde, olhos verdes e belo corpo, o Quadribol o deixara manter a forma por todos esses anos. Tudo o fazia ser Harry Potter, simplesmente Harry, o seu Harry.
O antes garoto, hoje homem, que podia fazer com que perdesse o controle com um sorriso, que estava sempre ali para ela. Carinhoso, confiável e amigo. A combinação perfeita. A sua perdição.
Respirou fundo, tentando prosseguir:
De escrever sua historia, mas você mais do que todos aqui presentes não teve essa oportunidade, sempre as pessoas escreviam a sua história por você, não deixando-o fazer isso, e agora chegou o seu momento, a sua hora. - Hermione se afastou um pouco de Harry e ficou encarando-o olhos nos olhos. Não tinha nada mais a perder, não sabia se voltariam a se ver, porque não, uma vez arriscar? - Eu... eu fico muito feliz por ter conhecido alguém como você, não vou esquecer de todas essas bem... aventuras...que tivemos ao longo desses 7 anos. Eu realmente espero que você seja muito feliz, e saiba que sempre que precisar, Edwiges sabe onde me encontrar ,por isso não fique envergonhado ou peça desculpas caso precise me bombardear com cartas, vai ser um prazer te ouvir e evitar que você faça besteiras, é o meu dever, não? - Disse sorrindo, as lagrimas reaparecendo em seus olhos.
Hermione sabia que seu coração ia saltar pela boca, ele provavelmente estaria ouvindo o barulho de seu coração.
Harry abriu a boca para dizer alguma coisa, mas Hermione o interrompeu pressionando seus dedos sobre os lábios dele.
- Shhh...Harry...Eu queria que você bem, soubesse que eu realmente...quer dizer, eu...droga! Nunca pensei que fosse tão difícil, - exclamou abaixando a cabeça por um momento e então, voltando a encará-lo.
Não era assim que tinha planejado. Tinha sonhado tantas vezes como poderia ser, simplesmente, não estava seguindo nenhum parte de suas fantasias.
Não eram os príncipes encantados que vinham, em um belo cavalo branco, até a princesa dizer o quanto a amavam, que se ajoelhavam e pediam sua mão?
É claro que não iria pedi-lo em casamento, ela o estava pedindo, implorando, para amá-la. Mesmo ciente de que não era possível.
É, definitivamente, a vida não era como os contos de fada, os quais um dia, quando menor, tanto gostara.
Eu te amo. Eu não queria, mas...eu amo. Cada milímetro de você - Hermione disse entre lagrimas, tentando forçar um sorriso – até o seu cabelo, - acrescentou passando a mão rapidamente pelo cabelo negro dele, - a maneira que você ri e olha pra mim. Eu juro que eu não queria, que eu tentei impedir, mas eu não posso, eu falhei Harry. Me desculpe. – Ela disse o mais rápido que podia, as pernas bambas não pareciam poder agüentar seu corpo por mais um momento sequer, e mordendo o lábio inferior com força, ficou na ponta dos pés, ainda encarando os olhos verdes de Harry.
Mordeu o lábio inferior com mais força ainda pensando se realmente deveria fazer aquilo, mas não vacilou.
Fechou os olhos, algumas lágrimas ainda banhavam seu rosto, e deu um beijo rápido e doce, o qual esperara por toda a sua vida.
Hermione sentiu que Harry iria corresponder, mas por alguma razão, deu um fim no beijo ali mesmo para não dar mais uma esperança a si mesma, e somente poder guardar aquele momento.
O primeiro em que Hermione Granger tinha se arriscado a amar.
Não ia tentar mais esquecer Harry Potter, era perda de tempo, iria lembrá-lo como algo maravilhoso em sua vida, lembrar daquele que amava, pois por mais que tentasse se enganar, era isso o que sentia por ele, e por isso doía tanto tê-lo tão perto e ao mesmo instante, tão longe.
Dizem que o tempo, muitas vezes, é a resposta para tudo, e o deixaria ser, iria esperar o tempo que fosse preciso, para que suas perguntas fossem respondidas e seu coração curado.
Ela o olhou mais uma vez e sorriu, incrivelmente tímida, mas sincera.
Pegou sua mochila e colocou nas costas, as malas já tinham sido levadas para o carro, virou-se e passou pela plataforma Nove três quartos, sem olhar para trás.
Se tudo que tinha feito até agora tinha sido em vão? Não, isso não.
Ela sofreu porque o amor algumas vezes se mostra amigo, outras traiçoeiro, é passageiro, eterno. É rir, chorar, mentir, ser sincero, ser amado,não ser correspondido.
Mas nunca seria em vão,por que aquele que não sabe amar, também não sabe viver.
"Um dia o amor perguntou ao ódio: Autor Desconhecido
- Porque você me odeia tanto?
E o ódio respondeu:
- Porque eu já te amei tanto.''
N/A:Bem, esse poema, eu não sei da onde ele veio... eu acho que copiei do caderno da minha prima algum tempo atrás (anos atrás, eu digo). Eu o coloquei aqui porque se encaixa com o sentimento da Mione, existem pessoas que simplesmente amam de mais.
Beijos - Drica
