Demorou um bocado, procastinei pra caramba, mas finalmente esta história está pronta! Tenho um bocado de coisa planejada pra ela, então espero que gostem!


Os Cavaleiros do Zodíaco Ômega x Heartcatch Pretty Cure

A Fúria da Deusa da Primavera

Capítulo 1: Cornichão ~ Como Perséfone Tumultuou o Natal

Haviam se passado poucos meses desde a derrota de Apsu, e desde então, os Cavaleiros de Bronze decidiram seguir caminhos distintos, mantendo contato sempre que podiam. Após tantas batalhas, Saori estava certa de que Kouga finalmente poderia viver uma vida normal, como ela sempre quis que fosse – e o retorno de Seiya, seu Cavaleiro mais fiel desde o século passado, tornava as coisas ainda melhores.

Mas uma noite, faltando poucos dias para o Natal, Kouga não pôde dormir tranquilo, e, na manhã seguinte, acordou menos tranquilo ainda, tudo por causa de um sonho estranhamente real que teve, envolvendo um jardim florido, a cabeça de Saori saindo de dentro de uma flor gigante, e uma moça ruiva desconhecida, que não parecia ter boas intenções, e trajava uma armadura que parecia ser feita de pétalas e folhas.

- Está vendo, Atena? – dizia a ruiva, segurando o queixo de Saori com o dedo indicador – É isso que você ganha por matar meu Hades. Agora, você e seus míseros Cavaleiros não tem mais chance... Vocês e o resto do mundo estão, a partir de hoje, à minha mercê.

Noite após noite, mesmo se tentasse pensar em outra coisa, Kouga continuava tendo aquele mesmo sonho. Isso se prolongou até a véspera do Natal. De manhã, Saori, preocupada, pediu a Seiya, por telefone, que fosse falar com ele, para descobrir o motivo de sua inquietude. E assim foi feito.

– Tá tudo bem aí?

Kouga, estava sentado na areia perto da casinha de praia aonde morava com Saori e Tatsumi, foi pego de surpresa pela chegada de Seiya, que sorria calorosamente, quase não parecendo o centrado Cavaleiro de Sagitário com o qual o jovem Pégaso estava acostumado.

– Vamos ter um papo de Pégaso pra Pégaso. – disse Seiya, se aproximando de Kouga e sentando-se ao seu lado. – A Saori me contou tudo. Disse que você ficou estranho de repente, não quer tomar mais seu café, o que aconteceu? Cadê o Kouga risonho, cheio de energia que eu conheço?

Kouga respirou fundo. – Posso ser sincero com você?

– Claro, sem problema!

– Esses dias... Eu ando tendo um sonho estranho... Não me lembro direito de como era, mas a senhorita Saori tava lá, dentro de uma flor, com uma mulher ruiva falando sobre um tal de Hades... Acha que é algum tipo de premonição?

Enquanto escutava Kouga, Seiya arregalou os olhos ao ouvir o nome do Deus dos Mortos. Do modo que o jovem Pégaso havia descrito o tal sonho, realmente parecia um presságio de uma nova Guerra Santa... Mas porque Saori estaria dentro de uma flor? O que flores tinham a ver com Hades? E quem era aquela ruiva? Tudo aquilo soava muito estranho.

Seiya respirou fundo e desviou o olhar de volta para Kouga. – Dá pra ver porque você tá tão preocupado... – disse o Sagitário, se levantando – Mas acho melhor não pensar nesse tipo de coisa agora. Afinal, é véspera de Natal! Esse seu baixo-astral não combina com uma época tão alegre!

Kouga deixou escapar um suspiro, lembrando-se de que nunca havia celebrado um Natal de verdade, por causa do treinamento árduo que Shina sempre o submetia. Quem sabe, agora que Marte não existia mais, ele poderia participar de sua primeira festa de Natal como um garoto normal.

– Acho que você tem razão... – disse o jovem Pégaso, abrindo um pequeno sorriso, o primeiro em bastante tempo.

Também sorrindo, Seiya se afastou de seu sucessor, dirigindo-se a uma moto vermelha estacionada perto dali. – Vem comigo, Kouga! – exclamou, colocando um capacete tão vermelho quanto a moto e jogando outro capacete, um branco, para o jovem Pégaso. – Quero te mostrar uma coisa.

Encolhendo os ombros, Kouga colocou o capacete e se juntou a Seiya na moto, e os dois partiram enquanto Saori os observava carinhosamente de longe. Porém, pouco depois dos dois Pégasos saírem de seu campo de visão, um desconforto tomou conta da deusa. Ela tinha um pressentimento de que essa noite de Natal não seria tão feliz quanto ela esperava...


Bem longe dali, em um belíssimo mas tenebroso jardim de papoulas, uma mulher em um longo vestido negro, com uma coroa de flores na cabeça, estava sentada em um imponente trono coberto por vinhas. Passando uma mão pelos cabelos ruivos, ela olhava para o céu, com um grande pesar no coração.

– Malditos... Cavaleiros de Atena... Humanos pecadores... – murmurava, respirando fundo para tentar controlar o ódio que sentia. Fazia mais de vinte anos que tudo aquilo aconteceu, mas as lembranças da derrota de Hades nas mãos de Atena e seus guerreiros protetores ainda estava clara na memória de Perséfone. – Só porque meu marido era deus dos mortos, não queria dizer que ele não sabia amar. Se fosse assim, ele não seria meu marido.

Suspirando, Perséfone se levantou do trono, ainda olhando para a imensidão do céu. – Hades... – ela sussurrou, enquanto memórias do deus dos mortos voavam por sua cabeça – Você não sabe o quanto eu sinto sua falta...

De repente, a deusa percebe o som de passos, que parecem se aproximar mais e mais. Ela guia o olhar para a direção dos passos, e se depara com uma mulher de longos cabelos negros, trajando uma armadura rubra que parece ser feita de pétalas de rosas. – Minha cara Rhodope. Só você para me ajudar a esquecer as dores do passado. – disse Perséfone, cruzando os braços – O que quer aqui?

Rhodope de Rosa, Ninfa protetora de Perséfone, se ajoelha diante da deusa. – Madame Perséfone, já está tudo pronto para a execução de sua vingança. Já mandei um de meus melhores Guerreiros Brotos para dar conta dos Cavaleiros. Quando menos esperar, terá Atena aos seus pés.

Ao ouvir isso, Perséfone abriu um sorriso, se aproximando da Ninfa e acariciando o topo de sua cabeça. – Esplêndido. Dá pra ver porque você é a mais leal de minhas Ninfas. Pode ir agora.

– Sim, madame. Tudo pela minha deusa. – Rhodope responde, se levantando e deixando o jardim, enquanto tentava esconder o leve rubor em seu rosto. Desde os tempos mitológicos, ela se orgulhava de servir uma deusa de tão bom coração, a única que pôde aceitar Hades do jeito que era e amá-lo verdadeiramente, apesar do que é narrado no mito.


Enquanto isso, Kouga e Seiya chegaram a seu destino: o orfanato Filho das Estrelas, moradia de Seiya durante sua infância. Enquanto descia da moto, o Cavaleiro de Sagitário olhou para o orfanato com um largo sorriso – mesmo sem tempo de visitar o local desde sua promoção a Cavaleiro de Ouro, ele ainda mantinha contato com os moradores sempre que podia. O orfanato, decorado para a ocasião, estava ainda mais colorido e vibrante do que Seiya lembrava, e havia uma mulher de cabelos azuis varrendo a entrada.

– Oi, Mino!

Ao ouvir a voz do Sagitário, a mulher, Mino, virou o olhar para os dois e abriu um largo sorriso. – Seiya! Há quanto tempo! – ela exclamou, se aproximando de Seiya e dando-o um forte abraço, em meio a risos. Kouga, contagiado pelo clima de alegria, não pôde evitar sorrir também.

Após o abraço, Seiya virou o olhar para seu sucessor. – Kouga, esta aqui é a Mino, uma amiga minha de infância.

– Então você é o tal Kouga de quem o Seiya tanto fala... – disse Mino, se abaixando ao nível do Pégaso e acariciando sua face. – Você é tão fofo quanto eu imaginava! Até parece um pouco com o Seiya!

Ligeiramente envergonhado, Kouga desviou o olhar pra trás e deixou escapar uma risadinha. – O-Obrigado, eu acho... – respondeu o jovem Pégaso, que na mesma hora deu um puxão na camisa de Seiya e sussurrou em seu ouvido, – Ô, Seiya, nada não, mas você ainda não me disse o porquê de estarmos aqui.

– Pois bem – o Sagitário explicou –, alguns dias atrás, eu combinei com a Mino que ia a ajudar a terminar de decorar a árvore de Natal daqui do orfanato, e achei que isso te deixaria mais animado pra ocasião. E aí, tá a fim?

– Não vejo porque não! – Kouga respondeu, encolhendo os ombros.

Com isso, os três adentraram o orfanato, que estava tão decorado por dentro quanto estava por fora. Enquanto eles se dirigiam ao pátio, a presença de Seiya e Kouga chamou a atenção de alguns dos novos órfãos que moravam por lá, que se aproximaram dos dois Cavaleiros e abraçaram suas pernas.

Finalmente, chegaram ao pátio, aonde, em meio às várias crianças brincando, estava uma enorme árvore de Natal, com algumas decorações feitas de cristal, proporcionadas pela fundação GRAAC, cada uma delas representando algumas das 88 constelações existentes. No topo da árvore, em ouro puro, um ornamento que lembrava o báculo de Atena. Era belíssima, parecia brilhar sob a luz do sol. Embaixo desta, havia uma caixa de papelão com o resto das decorações.

Não demorou muito para que começassem a terminar a decoração da árvore, com uma pequena ajuda dos órfãos. A cada decoração colocada, cada vez mais bela a árvore ficava. Deixaram por último, mas não menos importante, as decorações de Sagitário e Pégaso, colocadas o mais perto possível do topo. Ao final, Kouga, Seiya e Mino desceram para apreciar o trabalho bem-feito, e Mino abraçou Kouga por trás, deixando o jovem Pégaso encabulado.

Pouco depois, enquanto Seiya e Mino botavam a conversa em dia, Kouga decidiu tentar conhecer melhor as crianças do orfanato, e notou que uma delas, uma menininha de cabelos verde-oliva trançados, que estava sendo maltratada por alguns meninos maiores, e se afastou dos outros órfãos para chorar em um canto. Sentindo pena da menina, Kouga se aproximou dela.

– Com licença...

Ao vê-lo, a menina apenas se afastou, escondendo o rosto com as mãos. – Tudo bem, não vou te fazer nenhum mal. – disse o Pégaso, se abaixando e acariciando a cabeça dela – Qual é o seu nome?

– Chisato... – ela deixou escapar entre soluços.

– Então, por que aqueles garotos estavam implicando com você?

– Eles não me deixaram brincar com eles... Só porque sou menina...

Kouga imediatamente lembrou de Yuna, e de como esta era tratada pelos outros alunos de Palaestra quando ele a conheceu, ao ouvir isso. – Ô, Chisato, posso te dar um conselho? Não dê ouvidos a eles. Eles não sabem de nada. Tanto você quanto eles são seres humanos, e só porque você é menina, não quer dizer que você seja inferior. Aliás, só de olhar pra você, acredito que tem potencial pra ir tão longe quanto eles, talvez até mais. Agora, enxugue essas lágrimas, erga essa cabeça, vá brincar, e tenha um feliz Natal.

Se sentindo melhor, Chisato se levantou, deu um forte abraço em Kouga, e correu de volta ao pátio, enquanto o Pégaso a olhava com um sorriso.

– "Tanto você quanto eles são seres humanos, você não é inferior"... Que bonitinho. – disse uma voz desconhecida de repente.

Surpreendido, Kouga olhou ao seu redor e notou um homem estranho sob as sombras. – Menino ingênuo. Não sabe que todos os seres humanos são seres inferiores? Vocês todos são seres patéticos, um bando de pecadores.

– Quem é você? Apareça!

– Com prazer. – E assim, o homem se revelou para Kouga; era alto, com músculos definidos, pele escura e cabelos loiros platinados bem curtos, e usava uma armadura anil que, bem como a armadura da mulher ruiva do sonho, parecia ser feita de pétalas de flores – Sou Linné, guerreiro Broto de Larkspur, servo da deusa Perséfone. Vim aqui a mando da Ninfa Rhodope de Rosa para acabar com os Cavaleiros de Atena. E você, Cavaleiro de Pégaso, será o primeiro.

Com um olhar perverso, Linné retirou uma das pétalas de sua armadura e a atirou em direção a Kouga, que se esquivou enquanto a pétala atingiu o chão com uma enorme explosão, que assustou os órfãos, incluindo Chisato, que se escondeu atrás do escorregador.

– Pois eu não tenho tanta certeza disso! – exclamou Kouga, puxando seu Cristal de Armadura para fora de sua camisa – ARMADURA DE PÉGASO!

Um clarão depois, lá estava Kouga, trajando sua Armadura de Pégaso, pronto para a batalha. O clarão chamou a atenção de Chisato, que saiu de trás do escorregador para dar uma espiada, e ficou maravilhada ao ver Kouga, cuja Armadura, bem como os enfeites da árvore, brilhava sob o sol, fazendo-o parecer uma dádiva dos céus.

– Garotinho metido a besta. – disse Linné com uma risada de desprezo – Um mero Cavaleiro de Bronze como você não é páreo para um servo da Rainha do Submundo!

– Você também não me parece grande coisa... – respondeu Kouga, preparando os punhos para a luta.

Após um breve silêncio, Kouga, com um grito, correu até Linné disposto a socá-lo, mas Linné se esquivou e atingiu o Pégaso com um chute que o fez colidir com uma parede. Sem desistir, Kouga se levantou e avançou em direção a Linné, que se desviava de todos os socos que o Pégaso o disparava. Então, Linné juntou suas mãos, cobertas por energia anil e cercadas por pétalas, ao nível do abdome do Pégaso.

- RAJADA TÓXICA!

Foi aí que uma forte rajada de vento atingiu Kouga em cheio, levando o aos ares e logo ao chão, com o rosto para cima. Com os membros tremendo, Kouga começou a se levantar, enquanto Chisato assistia tudo, torcendo em silêncio pela vitória do Pégaso.

Com um sorriso malicioso, Linné ergueu o já enfraquecido Kouga pelo colarinho de sua Armadura, apontando outra pétala, bem mais afiada do que a anterior, para o peitoral do Pégaso. – Você é teimoso mesmo. Mesmo já tendo avisado que você não é páreo, você ainda insiste em lutar. Aposto que todos os Cavaleiros de Atena são assim.

– Isso... Não é teimosia... – Kouga conseguiu dizer – Mesmo se caírmos... Não desistiremos... De proteger este mundo... E de proteger Atena...

– Garoto ingênuo! – rosnou Linné, prestes a atingir Kouga com a pétala – Morra!

FLECHA DA JUSTIÇA!

De repente, a inconfundível Flecha de Sagitário passou rapidamente pelos dois, fazendo um corte no rosto de Linné, que, surpreendido, soltou Kouga, que caiu sentado no chão. Era exatamente o que Kouga estava pensando: Seiya, também trajando sua Armadura e segurando seu arco, acabava de adentrar o pátio. – E aí, Kouga? Precisando de ajuda?

Kouga sorriu enquanto Seiya se aproximava dele, e os dois viraram o olhar para Linné, que não fazia ideia do que estava acontecendo. – Um Cavaleiro de Ouro? Aqui?! Não é possível! Pensei que estivesse no Santuário!

– Nós saímos de vez em quando, sabia? – perguntou o Sagitário, preparando os punhos e desviando o olhar para Kouga – Você não faz ideia do quanto eu esperei por este momento...

Após uma breve troca de olhares, os dois sorriram, sabendo exatamente o que fazer. Eles se concentraram, começaram a queimar seus Cosmos ao máximo, se posicionaram, e finalmente...

METEORO... DE PÉGASO!

Depois de tantos anos, Sagitário e Pégaso juntaram forças e dispararam seus Meteoros em conjunto pela primeira vez. A força dos dois Cavaleiros combinada foi suficiente para desestabilizar Linné, e o guerreiro Broto foi atingido em cheio, os rápidos socos o impedindo de se mover. Finalmente, os Meteoros cessaram, e Linné caiu no chão, enfraquecido, agarrando o peito como se estivesse tendo um infarto.

– Não é possível... – ele murmrura – Minha Flor Interior...

Com as pernas trêmulas, Linné tentou se levantar em vão, e olhou, furioso, para Kouga e Seiya. – Seus... Insolentes! – ele conseguiu dizer, antes de desaparecer em um vulto anil.

Enfim, a luta terminou. Kouga e Seiya sorriram um para o outro mais uma vez, e Chisato, aliviada e contente, correu até eles, rindo e abraçando Kouga, deixando o Pégaso encabulado, enquanto Seiya soltou uma risada e Mino, assistindo tudo com os outros órfãos, apenas sorriu.


Certo tempo depois, quando a noite caiu, começou a festa de Natal no orfanato. Foi uma noite de pura alegria e confraternização, com música, uma ceia satisfatória, brincadeiras com os órfãos, e Chisato nunca desgrudando, nem um minuto sequer, de Kouga, sue novo ídolo. Aquela noite só não foi completamente feliz porque agora, depois do ataque-surpresa de Linné, Kouga e Seiya sabiam muito do que o sonho do jovem Pégaso se tratava.

Era hora dos Cavaleiros voltarem à ativa.

Continua...


Primeiramente, sei que a cena de luta ficou uma bosta. Cenas de ação nunca foram meu forte, principalmente quando se trata de animes como CDZ, que têm vários personagens com estilos de luta distintos. De qualquer forma, por favor comentem dizendo o que acharam da fic até agora! Até breve!