N/A1: Apenas uma coisa a dizer:
Nome
da fic:
Ao Pôr do Sol
Autor
da Fic:
Guilherme McKinnon ou Guilherme Aleixo
Categoria:
Romance
Avisos:
Short fic T/L.
Sem
spoilers.
Resumo:
Lily e James estão em um relacionamento bem rápido. A
questão é que o rapaz já assumiu que a ama, mas
ela não sabe se sente o mesmo. O que ela vai fazer? Leia "Ao
Pôr do Sol" e
descubra...
Capítulo Único
Lily
Evans fechou a porta de sua sala e pendurou seu grosso sobretudo em
um cabideiro atrás da porta. Assim que terminou de fazê-lo,
sentiu uma leve fisgada no dedo. Olhou o curativo que ela mesma
fizera. O dedo estava normal, exceto pelo esparadrapo branco do
curativo bem feito. Como conseguira se cortar com algo tão
banal quanto cozinhar? Não sabia dizer. Tudo o que sabia é
que fora distraída por ele. Sim. Fora ele, e ela sabia disso.
A jovem tinha seus 24 anos e estava saindo com um rapaz. A moça
se mantinha em forma, praticando exercícios que delineavam
suas curvas e acentuavam sua beleza, o que atraía muito
olhares galantes do sexo oposto. No entanto, ele fora diferente. Ele
estava ganhando terreno no território até então
inexplorado conhecido como coração de Lily Evans. Não
que ela não tivesse tido outros namorados, ela os tivera, mas
nenhum deles a conquistou tão rápido quanto aquele
homem. Fazia poucos meses desde que o conhecera naquele mesmo prédio
onde se encontrava agora. Ele havia sido transferido da Inglaterra
para a filial da empresa na América e com apenas um olhar, ele
fez o queixo da ruiva ir ao chão. Sim, Lily sempre fora ruiva.
Nunca precisara recorrer a salões de beleza para sair do senso
comum e chamar a atenção dos outros, principalmente se
estes fossem homens. A agora mulher, sempre tivera os cabelos ruivos
bem tratados no meio das costas, pele pálida e olhos de um
verde enigmático e profundo, como uma esmeralda trabalhada por
um joalheiro particularmente talentoso. Voltando à história,
Lily se encontrara com ele no dia em que este chegou ao prédio,
enquanto subiam no mesmo elevador para seus respectivos escritórios.
A moça não pode deixar de notar o quão bonito
ele era. Cumprimentou-o com um aceno educado de cabeça e
continuou observando o seu reflexo imóvel que aparecia
difusamente nas portas prateado-foscas do elevador enquanto este se
movia. Era de uma beleza incomum. Cabelos negros despenteados e
jogados displicentemente sobre os olhos, rosto meio quadrado com
nariz fino, corpo magro, mas perceptivelmente musculoso, e lindos
olhos. Olhos de um castanho-esverdeado de tirar o fôlego. Olhos
que ostentavam um mistério divertido ou uma diversão
misteriosa. Algo que fazia a ruiva ter vontade de sorrir e manter-se
séria ao mesmo tempo. Era como se ele soubesse algum segredo
sobre ela que nem mesmo ela própria sabia. Tudo isso, ela pôde
vislumbrar em apenas um segundo em que trocaram olhares.
Com
o passar do tempo, Lily descobriu que seu nome era James Potter e que
ele viera para se tornar Chefe do Departamento de Segurança.
Também descobriu que o escritório dele ficava quase que
exatamente sobre o seu próprio escritório. E com o
passar dos dias, à medida que se encontravam, começaram
os 'Bom Dia's, os 'Oi, como vai?'s e logo James já estava
chamando-a para ir tomar um café juntamente com ele na
lanchonete. Em poucas semanas, os encontros se tornaram mais
freqüentes, assim como o relacionamento se tornava mais sério.
Após alguns encontros, na despedida, ocorreu o primeiro
beijo.
Não
fora uma surpresa completa para Lily, que já esperava por isso
ansiosamente, mas algo a surpreendeu. O beijo de James era doce.
Doce, calmo, carinhoso, lento, profundo, delicioso. Sensações
indescritíveis eram compartilhadas por ambos quando seus
lábios se tocavam. Algo inexplicável, indescritível
e incomparável.
Agora,
Lily sentia um aperto no peito ao se lembrar de como o seu
relacionamento com James evoluíra. Depois de apenas três
meses de namoro, eles finalmente fizeram amor. Fora a melhor noite da
vida de Lily. James fora perfeito. Carinhoso, ele sabia como
agrada-la e o fez. No entanto, quando terminaram, o sol já
despontava no horizonte e foi nesse momento sublime que James disse
as palavras que mais assustaram Lily:
-Eu
te amo, Lily.
A
garota que estava aninhada no peito do amante abriu os olhos
semi-sonolentos com a surpresa. Sua boca e garganta secaram e ela não
pôde balbuciar uma palavra sequer em resposta. Agora, horas
depois, em seu escritório, se surpreendeu com aquilo tudo.
Como se deixara levar por aquele rosto lindo, aquele corpo perfeito e
aqueles olhos hipnotizantes? Por que caíra na rede daquele
homem que com suas investidas a tinha conquistado e, de certo modo,
abatido?
Há
poucas horas, tivera a melhor noite de sua vida, mas não se
sentia feliz. Não estava satisfeita com aquela noite de amor
entre ela e James. Porque não conseguira dizer que o amava?
Mas será que realmente o amava? O que seria amar? Ele a amaria
de verdade?
Suspirando
pesadamente, Lily piscou os olhos muito verdes e se sentou em sua
confortável cadeira. Tirou o salto alto e apoiou os pés
em cima da mesa, coisa que não era de seu costume, mas estava
cansada demais para se dar conta disso. Observou o teto de sua sala
como que tentando ultrapassa-lo com o olhar para ver o que James
fazia naquele momento. Será que estaria ele pensando nela?
Não, seria prepotência demais de sua parte acreditar que
o homem passaria horas à fio pensando na sua pessoa.
Fechou
os olhos se lembrando de como fora boa a sensação de
adormecer nos braços do homem de que gostava. Gostava. Mas por
que não amava? Ele era tão gentil com ela, tão
culto, inteligente, engraçado... mas ela simplesmente ficou
paralisada e não pôde dizer as três palavras
mágicas.
Balançou
a cabeça levemente, tentando espantar tais pensamentos. Em
seguida, se lembrou de como o despertador a acordara, míseras
horas depois de adormecer. Quando o despertador tocara, a ruiva abriu
os olhos de imediato para desligá-lo e não acordar
James. Inútil.
Assim
que apertou o botão e o despertador parou de apitar, Lily se
deu conta de que estava sozinha em sua cama de casal. O lado em que
James deveria estar estava quase vazio, exceto por uma bandeja com
frutas, torradas e suco de laranja à sua espera.
Lily
se sentou, olhando em volta. O rapaz moreno não estava à
vista. Deu mais uma olhada pelo quarto e notou que todos os pertences
dele haviam sumido. E também notou uma outra coisa. Além
da bandeja, havia mais uma coisa sobre a cama. Uma rosa vermelha
sobre o travesseiro no qual James repousara. Ela estava lá,
imóvel, sobre um pequeno bilhete.
A
mulher de olhos verdes a pegou e aspirou seu odor adocicado, se
deliciando com a sensação que ele lhe causava. Em
seguida pegou o bilhete e leu. Ele dizia:
"Querida
Lily,
Obrigado
pelo ótimo encontro dessa noite. Sem dúvida foi
inesquecível. Aproveite esse café da manhã que
lhe preparei com muito carinho. Espero que goste. Nos veremos logo. E
não se esqueça do que lhe disse. Eu te amo. Muito. Um
beijo.
James."
O
telefone tocou. Lily deu um pulo na cadeira, puxando os pés de
cima da mesa de sopetão e batendo-os com força no chão.
Ao mesmo tempo, levava a mão automaticamente até o
telefone para atendê-lo. Quando sua mão ia tocar o
telefone, seu dedo machucado bateu com força contra a tela de
seu computador, fazendo com que a tela balançasse
ameaçadoramente sobre a mesa e que seu dedo latejasse
intensamente, fazendo o esparadrapo se tingir de vermelho, mostrando
que o corte voltara a se abrir.
Com
os olhos lacrimejando e não agüentando o irritante toque
do telefone, Lily o atendeu rapidamente:
-Alô?
-Alô,
Lily?
-Sim,
sou eu. – disse ela reconhecendo a voz. – James? É
você?
-Eu
mesmo. – o tom de riso na voz dele era notável. – Estou
atrapalhando você?
-Ah...
não, de maneira alguma. – disse Lily, contendo um gemido de
dor pelo dedo que voltara a sangrar. E acrescentou em tom irônico
olhando para o computador desligado e a mesa vazia. – Eu só
estava trabalhando.
-Ah,
sério? Desculpe então. Eu só liguei para saber
se você não quer sair de novo.
-Sair
de novo? – perguntou a jovem, meio tonta pelo sono que quase a
dominou. – Com você?
-E
com que mais seria? – perguntou ele depois de rir um pouco. – Não
está saindo com outros, está?
-É
claro que não. – a indignação era perceptível
na voz dela.
-Eu
sei. – James riu de novo. – Eu estava só brincando. E
então, vamos sair?
-Eu
não sei, James...
-Como
assim? – a voz perdeu todo o tom de divertimento.
-É
que... eu acho que...
-Que...?
– James tentou ajuda-la a continuar.
-Que
estamos indo rápido demais, James.
-Como
assim? Você está arrependida do que fizemos noite
passada?
-Não,
não estou arrependida. É só que eu acabei de
conhecer você e...
-O
que há, Lily? Nós nos conhecemos há três
meses e nos demos super-bem de cara. E desde então temos
saído... eu fiz algo de errado? – sua voz mostrava
preocupação.
-Não,
não é você. Você é ótimo. Um
cara super bacana e muito carinhoso e gentil, mas eu acho que estamos
indo muito rápido e...
-Mas
Lily... eu gosto mesmo de você!
-James...
eu só acho que... – a voz da garota já estava
alterada. Estava confusa e não sabia direito o que sentia pelo
jovem.
-Lily...
eu te amo! – disse James veemente.
-Mas
eu não sei se eu
te amo. – gritou Lily de imediato ao ouvir o que ele falara. Dera o
máximo de ênfase no "eu" da frase.
Houve
um silêncio na linha. Óbvio que o homem estava chocado.
Qualquer um estaria. Talvez até magoado. Depois de alguns
segundos em silêncio, James disse calmamente:
-Me
espere aí, Lily. Estou descendo ao seu escritório. –
e em seguida, desligou.
Lily
continuou com o telefone no ouvido, tensa. Em seguida se deu conta de
que ele desceria. Jogou o telefone no gancho e calçou o salto
alto. Não ia ficar esperando por ele. Ia sair dali agora
mesmo.
Abriu
a porta da sala e a bateu atrás de si, caminhando pelo
corredor. Num instante se lembrou que sua bolsa e sobretudo haviam
ficado na sala. Voltou quase correndo e juntou suas coisas o mais
rápido que pôde. Saiu novamente pelo corredor, fechando
a porta pela segunda vez, atrás de si. James não
demoraria a descer. Se o conhecia bem, ele viria de escadas, por não
ter paciência de esperar o elevador. Lily chegou ao fim do
corredor. De um lado uma parede, do outro lado, outra parede só
que essas eram grandes placas de madeira branca de um metro e meio de
altura, que separavam os funcionários por cubículos.
Lily olhou por cima das placas, na direção das escadas
e lá estava ele. James caminhava a passos rápidos na
direção da sala de Lily.
A
executiva não se importou e se jogou no chão. Só
sabia que não queria ser encontrada por ele. Precisava apenas
ficar sozinha e pensar. Imaginando como deveria ser esquisito ver uma
executiva de saia e terninho carregando um casaco e uma bolsa jogada
no meio do corredor, Lily começou a engatinhar pelo meio dos
cubículos, ignorando os olhares que lhe eram
lançados.
James
virou a esquina dos cubículos, entrando no corredor em que
ficava a sala da sua ruivinha. Pôde jurar que viu um par de
salto-altos ser arrastado pela esquina oposta, no fim do corredor,
mas resolveu ignorar. Deveria ser alguma secretária folgada
que tirara os sapatos. Balançando a cabeça, James parou
à frente da porta do escritório de Lily. Decidido,
entrou sem bater e encontrou o escritório vazio. Ela havia
fugido dele. Desesperado, saiu correndo da sala e viu um vulto
avermelhado do outro lado do andar, à frente dos elevadores.
Saiu correndo o mais rápido que pôde, sem notar ou ligar
para os olhares e comentários dos funcionários.
Enquanto se aproximava, viu uma ruiva entrar no elevador. A porta
começou a se fechar e James estava a alguns metros da porta.
Viu Lily levantar os olhos e eles se arregalarem de surpresa e algo
que parecia... medo.
James
notou aquilo. Aquele sentimento em seus olhos era medo. Ele parou em
frente ao elevador que se fechava lentamente, deixando apenas uma
fresta que mostrava um dos olhos esmeraldinos da mulher. Tudo o que
ele pôde dizer antes da porta se fechar foi:
-Eu
não vou desistir, Lily.
Parecia
mais um sussurro, mas assim que a porta do elevador se fechou na sua
frente, ele teve certeza de que Lily ouvira.
Puxou
o rádio de comunicações da segurança e
apertando um botão disse:
-Sirius...
Sirius... Você está aí?
A
resposta veio rapidamente, acompanhada de um chiado:
-Sim,
estou sim, James? O que você quer?
-Vá
até a sala de vídeo e localize Lily Evans. É uma
ruiva bonita de terno executivo que acabou de entrar no elevador.
Assim que acha-la me avise.
-OK,
chefe.
No
segundo seguinte, James descia no outro elevador em direção
à garagem. Se ela pretendia fugir, ele não ia permitir.
Chegou lá em poucos minutos. Estava praticamente vazia. Checou
rapidamente e o carro dela continuava na vaga reservada para ela. Mas
se ela havia entrado no elevador primeiro, deveria ter chegado
primeiro.
-Ei...
chefe. Eu a encontrei. – disse a voz pelo rádio.
-E
onde ela está? – perguntou um ansioso James, entrando
novamente no elevador.
-Hum...
está indo para o telhado. Mas... o que ela vai fazer
lá?
-Obrigado,
Sirius. Pode voltar ao trabalho. – e James desligou o
rádio.
Lily
segurava firmemente a grade que protegia qualquer um de despencar no
precipício que era a lateral do prédio. Ao longe, no
horizonte, o sol começava a se pôr. Lily sempre adorara
ver esse fenômeno e aquele era seu lugar preferido para isso.
Podia ver toda a cidade daquela altura, sem nada para atrapalhar sua
visão do sol alaranjado que descia lentamente.
-Porque
foge de mim, Lily? – a voz de James perguntou, vindo da porta do
terraço.
Lily
suspirou. Sabia que ele ia encontrá-la mais cedo ou mais
tarde, embora preferisse o mais tarde.
-Eu
só quero ficar... um pouco... sozinha.
-Tem
certeza que quer isso? – perguntou James se aproximando mais dela e
parando alguns metros atrás dela, de modo que o corpo dela lhe
bloqueasse um pouco da luz solar. – Eu acho que o que você
quer é justamente o contrário. Você não
quer mais ficar sozinha.
-James,
eu...
-Não
se preocupe. Eu entendo. Mas o que eu disse é verdade: eu te
amo.
-E
o que eu disse também é verdade: eu não sei se
eu te amo.
-Lily.
Você gosta de mim? Ao menos um pouco?
-É
claro que sim. Você é incrível. É
engraçado, carinhoso, gentil, bonito...
-E
então. Por que não podemos ficar juntos?
-Porque
eu não sei se...
-Me
ama? Lily, o fato de eu te amar, e eu amo, não muda o fato de
você ter dúvidas. Eu não quero que você
minta ao dizer essas palavras, não quero que diga algo que não
sente realmente e até prefiro que você não o
faça. A questão é: você quer ficar
comigo?
-Sim...
eu quero, mas...
-Então,
está tudo ótimo. Eu te amo, mas você não é
obrigada a dizer o mesmo como que um agradecimento por eu ter esse
sentimento por você. Você quer ficar comigo e eu com
você, isso para mim, já basta.
-James,
eu...
-Lily,
não precisa se explicar mais e... – Lily colocou um dedo
sobre os lábios de James e sussurrou:
-Cala
a boca e me beija logo.
No
instante seguinte, James e Lily estavam abraçados, se
deliciando nos lábios um do outro. Lily se lembrou da rosa
vermelha em sua cama e como aquela sensação era
parecida com apreciar o odor de uma perfumada rosa.
Quando
se separaram, Lily estava com lágrimas nos olhos. Se aninhou
nos braços de James e murmurou olhando o horizonte:
-Que
pena... perdemos o pôr do sol.
James
apoiou o queixo no ombro da moça e murmurou algumas palavras
antes de beijá-la novamente:
-Não
chore por que o sol se pôs, as lágrimas te impedirão
de ver as
estrelas.
FIM
N/A: Olá pessoal... Essa foi minha primeira short fic e também, primeira fic Tiago/Lilian... Espero que tenham gostado e comentem...
