Prólogo

Vi a Toca se afastando, até se tornar um minúsculo ponto, e depois desaparecer por completo. Morei naquele lugar minha vida inteira, e agora era necessário partir. Muitas vezes sonhei com o dia que iria embora dali, mas nunca pensei que fosse tão difícil.

E tudo porquê minha mãe acabou de se casar com o Ministro da Magia! Meu sonho era ser filha do Ministro, mas alô, mamãe? Esse cara não é meu pai! Tudo bem, ele não é ruim comigo, e trata minha mãe muito bem, mas mesmo assim, eu preferia que fosse o meu pai!

E também, eu e ela estávamos muito bem sozinhas na Toca! É verdade que a casa lembrava meu pai e meu irmão, e sempre a via chorando pelos cantos, até fiquei alegre quando ela começou a namorar o Alan (esse é o nome do novo marido dela), mas eu não pensei que fosse um namoro tão sério, era para ser apenas um namoro. Agora não adianta reclamar mais, o que está feito, está feito, não é?

O "melhor" de tudo é que, além de um "novo pai", eu também ganhei "novos irmãos". São os filhos do Alan, eu não os chamo pelo nome, mas sei que o mais velho chama-se John, o do meio é o Brian e o caçula é o David, mas inventei um apelido para cada um e é assim que eles são chamados quando estou sozinha e ninguém pode me ouvir. O mais velho é o Soneca, dei à ele esse apelido porque ele vive dormindo pelos cantos e nunca está prestando atenção no que a gente diz. O do meio é o Dunga, e ele realmente parece com esse anão, tem as orelhas grandes, um narigão e mal fala, tenho quase certeza que o Dunga é mudo, mas minha mãe já me disse que não. E o mais novo é o Mestre porque sempre fala coisas que a gente nunca entende, não que ele fale em outro idioma, ele apenas absorve muita informação e quer compartilhá-la com os outros, e, apesar de ter 13 anos, aparenta ter 50.

Então, agora eu posso dizer que tenho seis irmãos de novo, vivos, eu quero dizer. Fred morreu na última batalha contra Voldemort, foi uma morte idiota, devo confessar, já que ele foi morto por uma parede que desabou. Sempre pensei que meus irmãos (e até mesmo eu) teriam uma morte digna, mas acho que Fred não teve. Quer dizer, uma parede? Caramba! E onde estão os Avadas? A luta até a morte? Fala sério... Na época quase não agüentei a barra, mas fazer o quê, alguém tinha que dar forças para minha mãe.

Gui e Fleur hoje moram no Chalé, com a recém-nascida Victorie. Carlinhos voltou para a Romênia, Percy casou com Penélope e os dois vivem em Londres, porque fica mais perto do Ministério. Jorge continua morando no quartinho na parte superior da Loja de Logros e também continua solteiro. Já Rony e Mione estão noivos e moram juntos em uma pequena casa em Godric's Hollow.

Meu pai morreu há 1 ano atrás. Um belo dia ele foi para a garagem onde guardava suas coisas de trouxas e teve um infarto. Morreu sem nem termos tempo de socorrê-lo. Foi muito difícil para nós superarmos essas perdas, por isso não fico com tanta raiva quando penso que agora minha mãe está mais feliz.

Durante o trajeto pensei tanto nas coisas que tinham acontecido na nossa vida recentemente, que nem percebi que o carro parou em frente a uma bela mansão. O jardim era todo florido e a casa muito bonita, pelo menos parecia do lado de fora.

Logo quando vi o estilo da casa tive uma certeza: era uma construção antiga. Muito Antiga. Eu até tinha uma vaga lembrança daquele local, só não sabia de onde. Rezei, para todos os meus deuses, que aquela casa não fosse muito antiga. Eu tenho um certo problema quanto a isso.

Desci do carro e vi minha mãe correndo em direção a mim. Ela me apertou e perguntou se estava tudo bem. Depois ficou falando da casa, de como todos sentiram minha falta (até parece) e como agora nós seríamos uma família feliz.

Entramos na Mansão e, como suspeitei, era simplesmente maravilhosa. Não era muito luxuosa, apesar de meu padrasto ser o Ministro, minha mãe decorou tudo com simplicidade, mas com muito bom gosto.

Falei com Alan e com os filhos dele, e logo depois minha mãe foi me mostrando tudo. Desde a cozinha até o meu quarto, que me parecia ser o melhor de todos, pois tinha uma vista linda. Minha mãe colocara tudo que ela sempre sonhou para mim, desde uma cama de dossel até um banheiro exclusivamente meu.

Tudo estava lindo e maravilhoso, até eu perceber a presença de mais alguém ali. Aquela pessoa não era minha parenta, nem da minha mãe, e muito menos do Alan. Ele era muito bonito, loiro, alto, os olhos eram azuis acinzentados e a pele muito clara. Olhava para mim fixamente e, por um minuto, não acreditei.

Quer dizer, ele não deveria estar lá.

Minha mãe continuava falando. Mostrando cada pedacinho do quarto e me perguntando se estava feliz. E por que não estaria, não é? Depois de muito tempo minha mãe saiu, eu tranquei a porta do quarto e, sem agüentar mais, perguntei para o outro indivíduo presente no meu aposento:

"Malfoy, o que você está fazendo aqui?"

Porque ele era Draco Malfoy, em carne e osso.

Quer dizer... nem tanto.

Ele deu um pulo da cadeira, parecia muito impressionado de eu poder vê-lo.

"Você pode me ver"?

E você deve estar se perguntando porquê ele disse isso. Ora, pelo simples fato de ele estar morto.

Isso mesmo. Morto.

Eu falo com mortos.

Eu sou uma mediadora. Uma pessoa que fala com outras que já bateram as botas e tentam resolver os problemas delas, a fim de voltarem a seu caminho de luz. Ao contrário do que possa parecer, não nasci com esse dom. Ele, assim como as mortes na minha família, foram resultado da guerra contra Voldemort.

Ainda não sei como, mas lançaram um feitiço em mim, que prefiro pensar que foi uma maldição, e, desde então, vejo e falo com os mortos. Após a guerra tive muito trabalho com eles, vários me apareciam durante a noite, me pedindo para falar com algum parente vivo ou para cuidar de algum bichinho de estimação que deixaram desamparado.

Só posso dizer que não é bom.

Por que não me jogaram uma maldição fatal? Tipo Avada Kedavra? Ou então um Imperius? Até mesmo um Cruciatus! Mas não! Tinham que me lançar uma maldição desconhecida que tem um efeito totalmente estranho.

Juro que preferia ter morrido a ficar com isso.

Voltando ao "visitante" no meu quarto, disse:

"Claro que posso vê-lo. Por isso, diga logo o quê você quer."

"Eu?" – perguntou, ainda confuso.

"Não, minha vovozinha..." – falei, sem paciência.

"Ah..." – disse como se isso explicasse tudo.

"E então?" – perguntei novamente.

"Eu não quero nada. Então, Weasley, você vai morar na minha casa?"

"Essa é a Mansão Malfoy?" – perguntei, assustada.

"Sim. Morei aqui durante toda a minha vida." – disse com uma expressão saudosa.

"Pois é, mas agora você está MORTO, Malfoy! M-O-R-T-O!"

Ele olhou para mim com raiva e disse:

"Eu sei que estou, Weasley, não preciso de alguém para me lembrar. Então, por que você pode me ver?"

"Não interessa. Diz logo o quê você quer." – falei, impaciente, estava cansada da viagem.

"Não quero nada de você, Weasley." – disse, sentido.

E antes de responder, ele sumiu.

Tudo bem, ele podia sumir agora, mas se voltar a aparecer, ia ver! Já bati em vários fantasmas, e apesar de ele ser fortão e alto, não tenho medo. Tenho pouca experiência na "arte" da mediação, mas tenho quase 18 anos de experiência na área de esmurrar caras maiores do que eu (uma vez que cresci com seis garotos, todos mais altos e mais fortes que eu).

Tentei trocar de roupa, mas lembrei dele. Ele podia muito bem estar ali me vendo trocando de roupa, era muito melhor fazer isso no meu banheiro. Assim que estava trocada, desci e fui jantar com minha família. Todos pareciam muito felizes em me ver, menos Soneca, que parecia mais cansado do que nunca, e Dunga, que nunca estava feliz com nada. Depois do jantar subi decidida a descansar. E, graças a Merlim, não fui interrompida por nenhum fantasma pentelho.

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N.B.: Aê, Manu!! AR-RA-SOU!!!!!!! Reescreveu e mandou ver!! Assim que se faz, Chefa!! Hehehehehehehe!!! Assim, você vai exceder o número de reviews da vez anterior, heim!!! Mas será merecido...

Povo lindo que também ama as fics da Manu: mandem muitas reviews que é pra ela atualizar logo!! Assim não ficamos todos na curiosidade!!!

Amo vocês!! \o/

Beijos!!

ChunLi Weasley Malfoy

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Nota da Autora: Olá, gente. Ai que nervoso...hahahaha... Então, vou contar como tive essa idéia, um pouco maluca, de fazer uma nova versão da "A Mediadora".

Um belo dia, reli a fic e aproveitei também para reler o livro (li só o "Terra das Sombras"), e não gostei nada, nadinha do que tinha escrito na outra fic. Quem me conhece sabe que eu não gosto das coisas que escrevo, mas dessa vez foi diferente... me senti mal por ter escrito.

Então tive a idéia, de reescrever, agora tendo como base o livro 07 de HP (tipo, a morte do Fred :( e tudo mais), além disso, preferi manter o fato de que Draco e Ginny se conhecem e de que ela era normal antes e só depois de a amaldiçoarem, que ela ganhou a capacidade de falar e ver os mortos.

Sinceramente, não sei se isso vai dar certo.

Mas vou investir nessa idéia, mesmo que ela pareça bem maluca e sem sentido.

Se não der certo, no final, tudo bem, mas pelo menos tentei (nossa, que profundo...hahaha)

E não vou apagar a outra fic, porque tem tantos comentários legais e tudo mais... vou deixá-la no ar.

É isso, se gostaram, comentem... se não gostaram, comentem também, eu agüento.

Beijos,

Manu Black