Do Amor e Outros Demônios
Sinopse : Verônica nunca quis se apaixonar, muito menos por Sirius Black . Agora entre lidar com o amor, com seus próprios demônios, ela tem que aprender a lidar com uma posição a que nunca aspirou .
Prólogo
Verônica entrou na casa envolta no breu e solto as chaves na mesinha ao lado da porta .
Aquilo não podia estar acontecendo, não com ela, não com Sirius .
Num momento tudo o que parecia bom, em meio aos perigos de uma guerra, tornara – se escuro e ruim .
Tudo na casa a fazia lembrar – se dele, o cheiro dele impregnava as paredes, os móveis, o ar que ela respirava naquela casa . A casa que eles haviam dividido .
Mais uma vez ela não quis acreditar no que acontecera, mas fora verdade . Os Potter's mortos, Sirius preso e Pedro, Pedro era um traidor . Ela sabia de tudo, e por dentro corroia – se de culpa por ter acreditado que podia estar errada . Por ter se deixado envolver por seus próprios demônios .
Ela entrou no quarto onde ela e Sirius haviam partilhado tantas noites e tantas memórias, a presença dele ainda parecia estar naquele quarto, e despertou dentro dela uma vontade de chorar . E ela chorou .
No chão frio, onde outrora eles haviam feito amor . Enquanto as lágrimas escorriam pela face dela, ela sentiu – se intoxicada pelas memórias que infiltraram – se em sua mente, coma a água que se infiltra nas goteiras, contínua e dolorosamente . Num turbilhão de beijos, abraços, carinhos, brigas, ela se viu perdida, envolva em retalhos de lembranças que povoaram sua mente quando ela era feliz .
Era feliz . Pois ela nunca seria feliz novamente . Não sem Sirius . E ele não voltaria, condenado a pagar por crimes que não cometera . Condenado a prisão perpétua em Azkaban .
Ela ergueu – se, fraca, sem forças para permanecer em pé e realizar a última façanha de sua vida . Sim, última . Por que não haveria mais vida para ela, não sem ele .
Sentou – se em frente à mesa, escrevendo uma carta para a única pessoa, que talvez se preocupasse com ela, Remo . Pois sua mãe não ligaria, ela nunca ligara e agora que tinhas as honras de um filho para fazer, não tinha por que ligar mesmo .
Enquanto escrevia a carta, ela pensava nos últimos momentos da sua vida, e seu único pensamento feliz era que ele nunca saberia daquilo, morreria em Azkaban com lembranças boas dela, se conseguisse as guardar . Ela sentiu a enxurrada de lágrimas mais uma vez, a simples menção do pensamento de que ele morreria em Azkaban .
Acabou a carta banhada em lágrimas, mas escrita com dor e levantou – se indo até o banheiro, e apanhando a navalha com que ele costumava fazer a barba, e até naquele simples objeto, sentiu a presença dele impregnada .
Segurou o objeto pontiagudo e num acesso de loucura, em meio a sua estranha lucidez mantida, resolver escolher o cômodo da casa onde poria fim a sua própria vida.
A sala, sim a sala . A porta de tudo, o lugar perfeito para acabar com tudo .
Encostou o metal frio no pulso direito, sentindo um arrepio passar por todo o corpo, e sem refletir sobre o certo e o errado, cortou – o, num ato só .
Ela observou o sangue, de tonalidade avermelhada escorrer pelo pulso, e num impulso de insanidade, ergueu – se levantando até onde deixara a carta e deixando que se pingassem algumas gotas do seu próprio sangue sobre ela, o sangue do traidor, o sangue da amante .
Volto ao lugar que escolhera para acabar com a sua dor e frustração e escorregou a navalha pelo pulso esquerdo. Enquanto observava o sangue escorrendo, agora pelos dois pulsos, enlouquecia em sua própria insanidade repentina, até que foi perdendo as forças e desmaiou em meio à sala .
O corpo caído contrastava a escuridão do ambiente, de uma maneira que dava a entender que tudo havia sido preparado . Como uma foto, uma entrada, um cartão de visita .
N/A : Triste, muito triste . Eu admito . Eu só estou escrevendo isso por que essa idéia apareceu do nada, de modo repentino e eu não pude deixar de escreve – la, por que do mesmo jeito que apareceu do nada, ela apareceu pronta, só faltando alguns detalhes que estão sendo escritos . Sobre Verônica morrer ou não, eu não decidi, vai depender se vocês gostarem da historia, isso só vai aparecer no epílogo . Sem mais delongas, até o próximo capítulo .
Próximo Capítulo : Verônica está em seu sétimo ano e isola – se de tudo e todos para lidar com seus próprios demônios, apesar de tudo, ela acaba se aproximando dos Marotos, por meio de um vínculo com um deles, e principalmente de Sirius Black . Aproximação conturbada por sinal .
Agradecimentos : Pra Tonks, que leu primeiro a fic e me deu força pra publicar e pra Li Hio, pelas mesmas razões .
