Data da publicação: 15 de Maio de 2010
Título da história: Nem um dia
Autora: Contadora Nati-chan
Disclamer: Não possuo Bleach. Quem o faz é Tite Kubo.
Agradecimentos: A todos os membros da Team Yoruichi que conversam comigo no Chat e que me encorajaram a escrever essa história. Espero que gostem.
Letras: Itálico - pensamentos.
PRÓLOGO
INÍCIO DO PRÓLOGO
"Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo"
O sol gentilmente pinta Sereitei num tom alaranjado com vermelho. No horizonte um fina listra roxa evidencia que a noite se aproxima na Soul Society. As primeiras estrelas piscam timidamente na abóbada celeste. Na parte já esmaecida pela escuridão estão as terras do segundo esquadrão de defesa do Gotei 13. De lá, Soifon observa atentamente o pisca-pisca das estrelas. Ela está no seu escritório. Oomaeda está a poucos metros em sua mesa comendo alguns biscoito enquanto rabisca nuns Papeis.
Soi está com a cabeça virada pra trás vendo as estrelas. Seus olhos estão fixos nesses astros. Contudo, seus olhos recaem instantes depois ao seu redor, na sala. Ela vê o chão aquecido de sua divisão, as paredes beges, alguns armários com os antigos registros, o contraste luz-sombra que os últimos raios de sol proporcionam e a pessoa que ainda está com ela no escritório: Oomaeda. E ao observá-lo coberto de migalhas, uma expressão séria surge na sua face.
-Crack...Crack... – e mais um biscoito vai para a boca do Tenente. – Crack...Crack... Taichou... – nisso Soifon treme de raiva.
-O que foi Oomaeda?
O homem continua a comer. A sobrancelha da capitã treme em desconforto .
-Crack... Taichou acabei com a minha papelada.
Os olhos cinzentos da chinesa olham para os referidos objetos e constatam uma imensa quantidade de migalhas e manchas nos relatórios. Suas pálpebras se fecham por uns instantes enquanto ela conta mentalmente até cinco.
"um,...dois,...três,...quatro,....", pensa mentalmente tentando se acalmar.
-Crack... – mais um biscoito quebrado.
Uma veia sobressai da testa da capitã.
-Oo-ma-e-daaa!
- Sim, Taichou! – fala com a boca cheia.
Soifon olha ferozmente para o homem. Um gota de suor se desprende da testa do mesmo. Seus olhos olham atônicos para a sua mesa cheia de migalhas.
-Ih, acabou o meu expediente... – nisso Oomaeda levanta da cadeira. Organiza os papeis num só monte e vai na direção da porta do escritório. Ao abri-la, dá um olhada para trás e vê que sua capitã está observando geladamente as suas ações. Um frio corre na espinha do shinigami.
-Ih! – e sai dali correndo.
Soifon que estava observando as ações de seu subordinado dá um suspiro de cansaço.
-Aff... quando é que ele vai aprender... - e sussurra, antes de voltar suas atenções para o restante da sua papelada na sua mesa. Ela observa os objetos nela postos: uma caixa com folhas em branco, bloco de anotações, um pota-caneta, e dois montes de papel, um para cada extremidade da mesa: um para os que já foram feitos e outro para os que ainda precisavam ser. Calmamente, Soifon ergue sua mão e alcança o monte 'ainda para se faze' e lê o papel. Segundos são gastos na leitura e sua íris vagueia pelas linhas do textos.
-Hum... certo então. – diz para si mesma. Então ela pega a sua caneta e rabisca sua assinatura no papel rapidamente. – Menos um.
Outro relatório é puxado do segundo monte. Seus olhos se estreitam com o que lê.
-Outro mandado de assassinato...
Sua mente vagueia pelo problema apresentado, formulando uma estratégia para a realização. Soi vai até a caixa com folhas novas e dali puxa uma e escreve nela suas considerações. No final, sua assinatura legitima a nova missão. Essa daqui vai para a Onmitsukidou....
Ela dobra o papel no formato de carta formal e levanta. Vai até o armário dos registros. Ele tem oito gavetas dispostas em duas fileiras verticais. Nele, ela puxa um delas e coloca o pedido dentro da mesma.
Soi suspira. A sala está silenciosa novamente..., pensa a mulher ao perceber que o tictac do relógio e a sua própria respiração são os únicos sons do recinto. Os olhos cinzentos se levantam e focam no produtor do tictac o qual está na parede oposta. Seis e quarenta da noite. Hum... se eu for rápida posso ainda fazer a minha formação noturna e quem sabe...
-Quem sabe... – dizem voz alta a chinesa ao voltar para a sua mesa. O som do arrastar da cadeira ecoa.
Em seguida sua atenção foca-se no seu trabalho. O rabiscar e o tictac voltam a fazer companhia para a mulher. Mais um papel é posto no monte dos 'feitos' e outro é retirados dos 'ainda por fazer'. O tempo passa até que o último papel dos 'ainda para se fazer' é posto no ' feitos'. Uma expressão de cansaço e satisfação por ter terminado domina a feição da Fong. Ela olha para o relógio.
Oito e meia da noite.
A chinesa ajeita o maço dos papeis em sua mesa. Levanta e vai até o seu armário de registros. Abre um outra gaveta e põe as suas folhas dentro. Ao terminar ela leva a sua mão até a testa, numa ação de cansaço. Soi vira seu tronco e fica defronte a janela que, anteriormente, estava observando as estrelas e nota que as mesma já estão piscando fortemente no céu negro da noite.
- Será que ainda dá tempo? – pergunta para si mesma quando se dirige para a porta do escritório. Seus passos fazem um som duro com a madeira polida e aquecida e seu corpo projeta uma longa e fina sombra por causa da iluminação do recinto.
A porta é aberta e num pisca de olhos, Soi fecha-a e desaparece do escritório.
Em seguida, pousa na mesa da capitã uma pata preta. É um gato e seus olhos amarelos observam a porta por onde Soi saiu.
-Abelhinha... – diz num tom masculino. O gato também desaparece num piscar de olhos.
NOTAS: Nem um dia é um música compota por Djavan, um música da MPB. Espero que tenham gostado!
