Jared Tristan Padalecki, apesar da pouca idade, era um dos mais renomados agentes especiais do Federal Bureau Investigation. Tinha um histórico louvável até mesmo com a Segurança Nacional. Seguia os passos do pai, que também era um G-Man.
Há 3 meses ele havia se preparado para atuar em campo. Nessa missão, que levara mais de 8 meses para ser montada. O agente especial responsável por chefiar a missão, Jeffrey Dean Morgan, não toleraria erros, porque a mais simplória falha resultaria em quase um ano de operações jogados fora. E na vida de Jared.
Jared adentrou o frio prédio do FBI em Los Angeles. Era final de ano, logo o clima estava começando a deixar as temperaturas mais baixas. Jared até agradecia, odiava calor. Odiava usar aquele terno preto no calor.
Cumprimentou discretamente algumas pessoas no lobby de entrada, pegou o elevador até o oitavo andar. Estava um pouco nervoso, tudo começaria hoje. Não que ele nunca tivesse um trabalho de campo que exigisse tanto, mas aquele em especial estava mexendo com ele. Ia ser longo. Ia ser totalmente desgastante, sem mencionar, que estava arriscando a vida de uma forma mais perigosa que o normal.
Talvez bancar o homem de confiança do herdeiro do tráfico não era uma tarefa fácil. Jared já o tinha visto em muitas fotos, mas o cara era como segurar o vento. Desde que ele herdara os negócios do pai, o FBI calculara que ele triplicou o dinheiro.
Jared suspirou antes de entrar na sala de Jeffrey. O grande dia havia chegado. Tudo seria iniciado naquela manhã.
- Bom dia, Padalecki. - Jeffrey levantou-se estendendo a mão para o jovem que cumprimentou o chefe imediatamente.
- Bom dia, senhor Morgan!
- Pronto? - O mais velho perguntou sentando-se em sua cadeira, indicando para que Jared se sentase também.
- Com certeza. - Jared respondeu firme enquanto pegava uma ficha que Jeffrey lhe entregava.
- Jared, nem preciso mencionar a importância de pegar este cara... - Jeffrey começou entregando a ficha de Jensen Ackles nas mãos de Jared.
- Eu sei sim, senhor, estamos nos preparando há tempos... - Jared respondeu, lendo alguns detalhes sobre Jensen que precisaria já que teria que conviver com ele, algumas fotos tiradas de câmeras escondidas que seguiam o homem loiro pelas ruas de Los Angeles.
- Ele está esperando para o próximo mês receber uma carga de heroína vinda diretamente da Colômbia... Coisa grande, Padalecki... - Enfatizou Jeffrey, levantando-se de sua mesa, encaminhando-se para a janela, olhando a bela vista que se tinha da linda Los Angeles. - Acredito que não vai ser difícil de você se aproximar dele... Ele é visado, gosta de festa, vive de farra...
- Senhor, primeiro gostaria de agradecer a oportunidade... - Jared colocara gentilmente a ficha de Jensen dentro do terno, levantando-se e andando até o chefe, ficando lado a lado. - A confiança que o FBI está depositando em mim é um fardo e tanto, sem dúvidas, e não vou decepcionar.
Jeffrey olhou de forma orgulhosa para Jared, tocando o ombro do rapaz que sorriu de canto, lisonjeado.
- Seu pai ficaria orgulhoso se te visse, Jared. - Ele disse num tom emocionado, paternal. Jared sentiu-se novamente com cinco anos. Engoliu a seco como se sentisse que a voz iria embargar quando falasse.
- Obrigado, senhor... Mesmo. - Jared viu nos olhos de Jeffrey que sob nenhuma hipóstese poderia decepcioná-lo. Ele tinha sido um pai para Jared, já que o Bureau havia tirado o dele desde muito cedo.
***
Jim Beaver saía com pressa do sedan preto em frente a mansão Ackles. Tirou os óculos escuros, cumprimentou alguns seguranças e entrou na casa tranquilamente, como sempre.
- Jensen pediu pra não ser incomodado, Beaver... - A voz de Katie Cassidy fez Jim parar de andar e encará-la.
- Ah mas o que eu tenho pra tratar com ele é importante... - Jim preparava-se para subir as escadas até o escritório de Jensen.
- É sério. - Repetiu a loira, de forma um pouco mais agressiva. - Ele está ocupado. - Ela enfatizou o final da frase com um olhar insinuador, fazendo Jim entender perfeitamente do que ele estava falando.
- Oh... - Jim afastou-se da escada, encaminhando-se devagar - Claro. - Ele revirou os olhos impaciente. Jensen tinha 28 anos mas ainda parecia que tinha 15.
Katie sentou-se no enorme sofá branco na sala de jogos da mansão, que contava com uma mesa de sinuca onde as bolas estava colocadas perfeitamente perto dos tacos. Katie vestia um belo vestido preto, colado, um pouco acima do joelho e lixava as unhas. Os sapatos com salto altíssimo estava colocados de lados no sofá.
- Murray? - Jim perguntou dando de ombros, apenas para puxar assunto.
- O próprio. Desde ontem. - Respondeu ela, com um olhar malicioso para Jim, desviando das unhas.
- Esse garoto... - Jim começou, balançando a cabeça negativamente. - Não confio no Murray.
- Chad é leal, Jim. - Katie deixou a lixa em cima do criado mudo ao lado do sofá. - Faz tudo que o Jensen manda. - Ela fez uma pausa, sorrindo de canto de forma maliciosa novamente para Jim - Literalmente.
Jim Beaver apenas revirou os olhos. Ultimamente não estava mais tendo muita paciência para Jensen e suas artes. A sexualidade de Jensen nunca incomodara Jim, o problema é que ele vivia farreando. Andava gastando demais e não dando prioridades para os negociadores.
- Ora, já chega! - Jim levantou-se impaciente do sofá, rumando as escadas.
- Eu não faria isso se fosse você, Beaver! - Advertiu Katie, levantando-se a procura sdos sapatos e calçando-os. De certa forma, ela não queria perder aquilo.
- O que esse moleque está pensando? Negócios primeiro! Depois ele come quem quiser! - Jim subia as escadas praticamente gritando, no ápice de sua irritação. Parou em frente a porta do escritório de Jensen, tentou abrir, mas estava trancada.
Podia ouvir gemidos altos, seguidos de frases desconexas e algumas expressões de típico sexo harcore. Katie escondeu o riso colocando-se ao lado de Jim enquanto ele ouvia indignado aos sons que sabia que vinham de Jensen e, na maioria, de Chad Michael Murray. Bateu duas vezes na porta com força.
- JENSEN!
- Agora não! - Respondeu o loiro, num grito ofegante de dentro do escritório.
- Agora sim, Jensen Ross! É importante! - Jim rebateu com raiva.
- Agora... NÃO! - Jensen respondeu mais alto com certa dificuldade. Jim e Katie podiam ouvir agora um gemido mais alto vindo de Chad. Não precisavam ver que certamente o garoto tinha chegado ao ápice do sexo.
- Seja o que for... - Jensen falou num tom mais ponderado - ...pode esperar, tenho certeza!
Jim bateu com mais força na porta desta vez, estava realmente impaciente.
- Jensen, abre essa porta agora, manda essa bichinha embora que o assunto que temos pra conversar não pode esperar coisa nenhuma! - Antes mesmo de Jim terminar a frase, a porta de abriu gentilmente, revelando um Jensen sem camisa, com o jeans e o cinto abertos, mostrando parte da boxer preta, com o pescoço escorrendo suor.
O loiro passou a lingua pelos lábios ao perceber as feições ligeiramente maliciosas de Katie que o media dos pés a cabeça.
- A hora que você quiser, Kat... você sabe... - Piscou para a loira de forma divertida, segurando de forma extremamente obcena o próprio membro.
Jim segurou Jensen pelo braço de forma violenta, praticamente jogando o homem pra dentro do escritório. Não que Jensen fosse revidar, já imaginou mesmo que tomaria um esporro.
Chad Michael Murray vestia as calças e em seguida a camisa preta, saindo da sala antes mesmo de Jim pedir. E ele sabia que ele pediria. Não sem antes provocar, andando até Jensen, o abraçando dando aquela pegada no traseiro de Jensen que sorriu malicioso roubando um beijo do loiro.
- Gostoso... - Chad susurrou de maneira que só Jensen pudesse ouvir, foi correspondido por um sorriso de canto, pretencioso de Jensen.
Jim sentia o rosto esquentar de raiva. Odiava aquele comportamento infantil de Jensen. Ele simplesmente se tornara um adolescente assim que seu pai morreu. Quando o chefão Roger Ackles era vivo, era um eterno conflito com seu pai. Jensen sempre fora o estilo playboy, não queria nada com nada, apenas gastar o dinheiro do pai.
Tudo bem que ser chefão do tráfico de Los Angeles não era exatamente algo que se buscava como objetivo de vida, mas era o que Jensen herdaria. E ele sabia disso, mas achou que até lá, o caminho seria longo.
Mas não foi. Seu pai morrera quando ele tinha 20 anos, e por mais que tentasse preparar o filho para manter os negócios da família, Jensen nunca se interessou. Roger se culpava, talvez depois da morte da mãe do filho quando ele ainda era criança, fez com que Roger acabasse mimando demais o filho, com esse excesso de proteção e na liberdade para o garoto sempre ter o que quer.
O que Roger não sabia, é que apesar disso, Jensen tinha herdado o mesmo talento pra administrar do pai. A mesma fala mansa e o alto poder de manipular e persuadir.
- RECOMPONHA-SE! - Jim gritou com Jensen aproximando-se do loiro quando Chad saiu fechando a porta atrás de si logo depois da entrada de Katie. - Que vergonha, Jensen, que vergonha! Se seu pai te visse agora...
- É mas ele está morto. - Jensen respondeu sarcástico, fechando as calças e o cinto, atirando-se na enorme cadeira atrás de uma mesa de mármore negro. - Me poupe o sermão e o blábláblá, Jim, e vamos direto ao...
- Cale essa boca! - Jim interrompeu o loiro que apenas bufou impaciente. É, ele não iria se livrar não. - Você já passou dessa fase, Jensen, é segunda-feira! Você passou o final de semana em Roma, com um italiano qualquer, gastou o que tinha, ligou pedindo mais...
- E daí? Esse dinheiro é meu! - Jensen rebateu levantando-se de sua cadeira, e agora encarava Jim com certa irritação.
- E quem você acha que é o responsável por isso? Pensei que você tivesse se centrado, Jensen! Era um excelente negociador nos primeiros cinco anos, triplicou a fortuna de seu pai e agora... e agora assistimos você deixá-la ir pelo ralo! - Jim jogou a camiseta preta de Jensen com força na direção do loiro.
Jensen não respondeu. Vestiu a camiseta e retomava seu lugar na mesa, entrelaçando os dedos em cima do mármore frio. Ficou sério e suspirou cansado sem encarar Jim. Ele sabia que o velho amigo do pai estava coberto de razão. Mas ele definitivamente não queria discutir seus motivos agora.
- Qual é o assunto? - Jensen olhou sério finalmente mais calmo e resignado para Jim.
O mais velho viu que não adiantaria, não ia conseguir nada no grito com Jensen. Achou melhor mesmo tratar do que interessava.
- Bem... - Ele sentou-se na cadeira em frente a mesa acompanhado por Katie que asistira tudo em silêncio. - Amanhã chega o negociador dos barcos da Colômbia... amigo de Christian Kane.
- Perfeito. - Jensen respondeu recostando-se na cadeira. - Qual é o nome dele?
- Tristan. - Respondeu Katie. - Jared Tristan. - Ela cruzou sensualmente as penas encarando Jensen.
- Hm... Jared Tristan... - Jensen repetiu o nome ligeiramente desconfiado - ...e podemos confiar nele?
- Se estava com Christian, acredito que sim... - Jim respondeu, lembrando-se do outro agente dupolo do FBI que acabou morrendo em campo no ano anterior, e que nunca fora descoberto pela turma de Jensen.
- Jared Tristan. - Jensen repetiu mais uma vez, girando na cadeira. - Ele é daqui de Los Angeles?
- De Nova York. - Respondeu Katie. - Está há pouco em Los Angeles, parece que não temos muita informação... o que é bom por um lado, significa que não é muito visado e tem ficha limpa.
- Ótimo. - Respondeu Jensen com o cenho franzido. - Quando ele chegar, mande-o direto pra cá.
- Sim senhor. - Respondeu Katie, molhando os lábios, claramente se insinuando. Jensen apenas sorriu.
- Ok, Katie... nos dê licença... - Jim pôs em cima da mesa uma maleta que estava segurado trancada.
Katie não respondeu, apenas levantou-se de forma sensual, fazendo Jensen medí-la dos pés a cabeça enquanto ela saía, dando uma atenção especial ao balanço que fazia os quadris da loira.
- Jensen! - Jim o olhava sério, chamando sua atenção.
- Estou prestando atenção, Beaver, estou prestando atenção. - Rebateu Jensen um tanto quanto sarcástico.
- Do El Lobo. - Jim digitou a senha de acesso a maleta relevando uma enorme quantiade de dinheiro. - Ele quer um quarto da carga.
- E podemos arriscar mandar algo para Espanha? - Jensen perguntou desconfiado.
- É arriscado mandar heroína para qualquer lugar, Jensen. - Jim respondeu irônico. - Alguns lugares mais, outros menos.
Jensen mordeu os lábios ligeiramente apreensivo. Não estava bem certo do que responder. Pensou por alguns segundos no que fazer, que seu pai faria... Ele arriscaria certamente, mas Jensen era muito mais cauteloso,mas ter um traficante como El Lobo interessando em seus negócios, geraria um bom dinheiro.
- Certo, mas ele que venha buscar, Beaver... - Jensen disse por fim, encarando Jim novamente. - Não vou arriscar mandar barcos para a Espanha.
Jim assentiu com a cabeça, concordando. Era bom ver aquele lado do Jensen. Bom se ele fosse assim o tempo todo.
Duas batidas na porta, calmas. Jensen as reconheceu como de Katie.
- Fala, Kat...
- Jared está aqui. - Ela disse calma, encarando Jensen de longe, com aquela costumeira sensualidade que Jensen já estava acostumado, com a diferença de que agora, ela realmente parecia encantada, e não era com Jensen.
