Disclaimer: Homestuck é uma obra de Andrew Hussie.
Warning: Spoiler do Act 5 Act 2.
O som começava a atordoá-lo, o ritmo incessante de seu coração o afugentava, e a adrenalina subia, gradativamente, o horror reinava sobre seu sentimento puro. Antes, tão confuso se encontrava na base da Veil, todos sumiam, o time se dispersava, duas mortes seguiram incitando-o pânico, de tudo o que mais o afetava no momento era sua preocupação com ele. E se fosse uma próxima vítima da loucura que dominava o Sea Dweller? Arrepiava-se de imaginar. Gamzee significava muito para ele, e era exatamente quem se tornou o psicopata por trás de vários assassinatos. Conflitava-se. O que era agora aquele sufoco? Apertou um dos punhos contra o peito rangendo os dentes. Estava no terraço, a pouca luminosidade tomava o silêncio deixando nítido um único som.
Honk.
Apenas ele, temendo o pior, agoniado por uma razão desconhecida. O que era aquele sufoco? Tremia, seus olhos começavam a arder, sentia estranhamente seu corpo quente. Tapou os ouvidos fechando os olhos com força. Vagarosamente uma sensação gélida passava por seu rosto, paralisou-o, eram mãos, uma passeava por seu corpo, e a outra delineava levemente seus lábios. Sobressaltou-se. Sua voz ficara presa na garganta, por mais que se esforçasse para pronunciar o seu nome.
Gam...!
Engoliu em seco, o psicopata continuou experimentando o medo do outro, um sorriso distorcido apoderava-se de sua expressão enquanto deliciava-se com o prazer que lhe era proporcionado tocar cada parte sensível do menor. Tentou escapar relutando ao máximo até que se viu congelado mirando o olhar penetrante de Gamzee, era capaz de desabá-lo, desfigurando sua mente em um grito rouco, falho. Ambas as mãos agarraram seu pescoço sem piedade. A respiração já dificultada se agravava. Não havia mais ninguém por perto, Sollux e Kanaya foram os primeiros a sair, Terezi voltara para a base, apenas ele decidira ficar mais um pouco para responder a John no computador de Vriska. Um tempo suficiente para ser encurralado por um terror imensurável.
Não vinha só da situação atual, não, algo mais influenciava aquele sufoco, o sentimento puro que ia sendo manchado pela cruel revelação.
HONK.
Sua visão começou a embaçar, a circulação sanguínea fora interrompida, sua mão temblante esforçava-se para alcançar o rosto do assassino, docemente acaricia-lo, uma última vez, com o pouco que restava, aproximou seus lábios dos dele, suplicava, fosse tarde demais. Gamzee ao sentir o toque, surpreso, afrouxou as mãos. O beijo que se iniciou se tornava mais profundo, Karkat puxara-o para mais perto, pressionando seu corpo fortemente, timidamente sua língua adentrou sua boca, sentindo o gosto exótico do descendente dos Subjugglators. Suas ações foram surpreendentemente correspondidas.
Sua aura assassina estava muito próxima, adentrava aos poucos os limites de seu ser, se misturava a ele, e bem lentamente se dissipava. Rompeu o beijo para poder olhá-lo, sentiu um alívio. Uma lágrima quase escapou.
- O que foi, bro? Por que essa expressão aterrorizada? Estou aqui ao seu lado, eu não deixaria afetarem meu melhor amigo.
"I motherfuckin' love you, best friend. HoNk."
Depois de um bom tempo em hiatos, saltando de fandom para fandom, escrevo um drabble. Não saiu como imaginava, mas de um lack de escrita foi o máximo que consegui fazer para dar suporte ao meu OTP. Tenho um outro projeto também, e não sei se vou conseguir terminar a tempo, ORZ. Afinal, tantas fanfics boas abandonadas, é triste.
Espero que tenha dado para notar meu intuito inicial de transformar a cena do moirail entre eles em algo mais profundo, como matesprit. (Apesar de ter ficado um pouco exagerado, ORZ combo x2).