Título: Desaparecer.
Autora: Nanda Magnail.
Censura: T.
Nota:Tive um sonho parecido com a história, então falei comigo mesma, por que não? Vou transformar numa fanfic. Essa oneshot foi dividida em duas partes mais um capítulo bônus. Escrevi a oneshot em agosto, e fiz umas breves atualizações. Tenho feito isso em todas as minhas fanfics, não sei por que não faria com esta. As músicas que me inspiraram a escrever esse capítulo foram Belive, do Staind; One Last Kiss, do Madina Lake; e Almost Lover, do A Fine Frenzy.
DESAPARECER - PARTE I
Por Nanda Magnail
21 de junho de 2005 - 21h32min
Era a minha festa de 19 anos. O meu grande momento. Todos os meus amigos estavam presentes, assim como os penetras e agregados. Tudo acontecia na minha casa, que era enorme. Muitos estavam se divertindo na piscina, ou fazendo apostas de quem bebia mais na cozinha, ou apenas dançando na sala. Eu e meu cunhado Emmett havíamos tirado todos os objetos de valor de dentro de casa e colocado no sótão. A música que tocava era bastante agitada, e havia várias garotas se agitando ao meu redor. Eu era bonito, eu tinha certeza disso, já que todas deixavam isso bastante claro enquanto me lançavam sorrisos safados. Todas gostavam dos meus cabelos loiros, outras dos meus olhos azuis, e tinham aquelas que gostavam de eu ser mais alto que elas. Obviamente eu gostava dessa atenção. Eu era homem e tinha desejos. Mas nenhuma delas conseguia me satisfazer por completo, sempre faltava alguma coisa importante demais que eu tratava de ignorar.
Eu estava sentado no bar, terminando minha segunda dose de vodka, indo para a terceira, quando me viro para a entrada da casa, com se um imã estivesse me atraindo. Neste mesmo momento, Alice Cullen rompe a porta e entra. Ela é irmã do meu cunhado e melhor amiga da minha irmã, Rosalie. Ela sempre havia atraído minha atenção, mas eu sabia que ela não poderia me dar o que eu queria. Ela era inocente demais, e eu não gostava de corromper ninguém. Não sou do tipo que gosta de virgens, e eu sabia que se eu fizesse isso, Emmett me mataria.
Alice tinha apenas 17 anos e um histórico amoroso muito pequeno, quase nulo comparado ao meu. Ela tem cabelos curtos, que ficam levemente arrepiados quando ela corre, mas como não era este o caso, ele estava reto e liso. Usava um vestido curto com uma estampa de flores tomara que caia, com um salto alto de uns 10 cm, que não aumentavam em nada sua estatura de duende. Tinha a boca levemente avermelhada, as bochechas coradas e os olhos verdes brilhantes não tinham nenhum resquício de maquiagem.
Seus olhos capturaram os meus e era como se os dela estivessem tentando me dizer algo, até que ela me deu um sorriso de canto e piscou os olhos, encarando a mulher ao meu lado. O sorriso em seu rosto morreu no mesmo momento e senti uma leve pontada na garganta, sentindo-a fechar. Alice tinha uma expressão indecifrável no rosto, e parecia secar a minha companheira momentânea. Eu sequer conseguia lembrar o nome da mulher, parecia que todos os meus pensamentos haviam sido sugados. Olhei para o meu lado e a morena de longos cabelos negros bebericava a sua bebida descontraidamente, rindo de alguma tolice. Tinha um corpo bonito, então servia para mim. Voltei meu olhar para Alice, e ela me lançava um olhar decepcionado, balançando a cabeça vagarosamente para os lados. Então suspirou e olhou para os lados, indo para onde Emmett e Rose conversavam com outras pessoas. Assim que ela sumiu da minha vista, pude me libertar de seu efeito e me virei para a morena ao lado.
Eu não precisei de palavras, pois logo eu a estava beijando. Ela tinha um gosto cítrico demais, e bastante quente, além do gosto de cerveja. Suas mãos voaram para o meu cabelo, puxando e massageando agressivamente. Eu tinha minhas mãos em sua cintura, puxando-a para mais perto de mim. Apesar de tudo, eu estava triste pelo olhar de desaprovação de Alice. Não estava conseguindo me excitar com a gostosa que estava praticamente encima de mim. Conseguia ouvir ao longe as felicitações de meus amigos, mas eu não estava escutando. Afastei um pouco a mulher, procurando ar. Ela também se afastou um pouco, mas então começou a beijar meu pescoço. Isso foi como uma bomba para mim, e todos os meus pensamentos em relação à Alice foram apagados.
- Que tal nós formos para um lugar mais afastado? - ela sussurrou em meu ouvido, arfando propositalmente, me arrepiando. Pela voz, pude identificar que era Maria, minha companheira de laboratório.
- Concordo, temos que ter privacidade, não é? - eu ri sarcasticamente.
Vire para o bar e bebi o que restava da minha terceira dose de vodka, quando ouço alguém gritar meu nome. Olhei na direção da voz e vi que Alice se contorcia e corria até mim, suada e ofegante. Essa visão sua rompeu minha barreira e imaginei como ela ficava quando estava excitada. Ela sorriu para mim e lançou um olhar ameaçador para Maria, que distraidamente torcia meu cabelo. Olhei para Alice, incitando-a a falar. Ela suspirou e me lançou um sorriso trêmulo, que contradizia com toda a dor em seus olhos.
- Jasper, posso falar com você um momento? - ela falou enquanto torcia as mãos.
- Pode falar - eu disse enquanto enlaçava a cintura de Maria com uma mão.
- Sozinhos - Alice falou incisivamente, olhando em meus olhos e depois para a mulher ao meu lado. Então se virou em direção ao escritório de meu pai, não me dando tempo de responder.
- Eu volto logo, ok? - disse rapidamente para Maria, dando um beijo rápido em seus lábios. Ela soltou um pequeno muxoxo e voltou a se sentar no mesmo local no bar, voltando a beber a cerveja.
Não conseguia ver mais Alice, mas sabia que ela já estava no escritório. Eu empurrava ligeiramente as pessoas que dançavam e quando cheguei à porta, abri sem restrições. As luzes estavam desligadas e somente a luz da lua iluminava o lugar. Alice estava encostada na janela, de costas para mim. Fechei a porta e sentei na poltrona, sem dizer nada. De costas ela parecia ainda mais misteriosa. Os cabelos curtos moviam-se rapidamente por conta da brisa de verão. Podia ver os braços pequenos e descobertos arrepiados de frio. Eu conhecia Alice, já havíamos sido amigos; melhores amigos para falar a verdade. Mas então eu amadureci e me afastei dela. Eu sabia que naquela época ela tinha uma leve queda por mim, e quando Emmett confirmou que ela de fato gostava de mim, eu me afastei. Parei de ir tanto à casa dos Cullens, e sempre que deixava Rosalie lá, inventava alguma desculpa esfarrapada de ter algum exercício me esperando ou que eu não havia passado no mercado para comprar leite; sabe essas desculpas banais que ninguém acredita? Eu sabia que Alice estava triste por conta disso, mas era o certo a se fazer. Ela ainda não havia se movido, então decidi tomar a palavra.
- O que é Alice? - eu disse bruscamente, e vi quando ela se arrepiou pelo susto.
- Você sabe o quanto dói, Jasper? - disse ainda sem se virar para me encarar. Sua voz tinha um leve tom rouco e trêmulo, e percebi tarde demais que ela havia chorado. Senti outra pontada na garganta. - O quanto dói ver você se atracando com outra garota? - ela virou para me olhar e podia ver as lágrimas que rolavam de seus olhos. O verde deles estava momentaneamente apagado, como se a luz que houvesse dentro deles tivesse se extinguido.
- Alice? O que...
- Não fale - ordenou levantando a mão, enquanto com a outra limpava as lágrimas de forma agressiva. - Eu suportei tudo. Tudo mesmo. Eu gostava tanto de você, Jasper. Você era tão legal e lindo, que garota não iria querer te ter? Você gostava de ir à minha casa, era amigo do meu irmão e irmão da minha melhor amiga e cunhada. Você gostava de perder o tempo comigo, vendo filmes idiotas ou me ajudando com os meus ataques compulsivos no shopping. De repente, você se tornou um novo Jasper, da noite para o dia. Você não acha que a Rose me contou que você não ia mais para lá por minha causa? - ela me lançou um olhar furioso e desesperado, e eu me senti encolher quando ela jogou a verdade na minha cara - Sabe como eu me senti? Um lixo, uma inútil que só atrapalha. Então, você ficava dando aquelas desculpas estúpidas e era eu que tinha que aturar o olhar de piedade de todo mundo. Os anos passaram e você aumentou ainda mais seu histórico amoroso, enquanto o meu ia por água abaixo, mas ninguém mais desconfiava do meu amor por você, por que, afinal, esse amor não passou de uma infantilidade minha - ela soltou um riso estrangulado e novas lágrimas rolaram de seus olhos. Mantive-me petrificado onde estava. - Eu tentava ao máximo evitar você, acredite. Mas você sempre estava perto do meu irmão, sempre com uma garota nova nos braços. E eu era a irmã jovem e inocente demais do seu amigo, aquela garota que gostava de você na infância. E você nunca mais olhou pra mim, não de verdade. E agora estou eu, feito uma idiota, contando toda essa merda pra você, mas pior do que eu já estou eu não posso ficar não é? - ela limpou as lágrimas novamente, e se sentou na outra poltrona, em minha frente, encarando-me com os olhos verdes brilhantes, que agora estavam prontos para uma nova rodada de lágrimas.
- Eu não sei o que te dizer Alice - eu falei depois de digerir tudo. - Realmente, eu não sei. Você não poderia tentar parar de...
- Enfie dez facas no seu coração e depois o tire do peito. Se você conseguir fazer isso, depois venha me dizer para parar de gostar de você - ela falou rindo de novo, apesar de não conter alegria nenhuma.
- O que você quer que eu te diga então? - gritei em seu rosto, me agachando para mais perto dela. Ela se mantinha parada, com a cabeça baixa, movendo-a para os lados lentamente.
- Um pedido de desculpas cairia bem - falou baixo, ainda sem se mover.
- Desculpa, então - eu disse ainda alto, tentando olhar em seus olhos, mas ela estava de cabeça baixa, cantarolando baixinho uma cantiga de ninar melancólica - Não é isso que você quer ouvir, não é? - disse e ela parou de cantar no mesmo momento, como se tivesse levado um choque. - Você quer que eu diga que te amo - ela voltou a cantar novamente, a voz chorosa, e pude ver as lágrimas que pingavam no vestido - Mas você sabe que isso não vai acontecer. Eu não te amo.
Eu sabia que estava sendo cruel com ela, sabia que estava lhe causando uma dor sem tamanho, e sabia que o que eu havia dito era mentira. Eu a amava muito, era um amor mais fraternal, e mesmo que nós ficássemos juntos, eu sabia que nunca poderia ser bom o suficiente para ela. Alice poderia ter algo melhor, um amor mais saudável. Ela tremia de leve, mas ainda continuava a cantar e balançar a cabeça, agora num ritmo mais rápido, como se quisesse apagar uma lembrança ruim.
- Você sabe também que nunca vai ser boa para mim, afinal, você não pode dar aquilo que eu quero. Você tem que encarar a realidade, Alice. Nós somos diferentes e nunca poderíamos ficar juntos. Você é nova e inocente demais para mim. Você acha que poderia ir para o meu quarto e me satisfazer como Maria faz? Eu acho que não. Você tem que me esquecer antes que seja tarde demais.
Um gemido agoniado escapou dos lábios de Alice. Um gemido alto, rouco e doloroso de se ouvir. Me afastei dela por conta do susto, enquanto ela chorava alto em minha frente. Senti uma vontade imensa de ir até ela e abraçá-la, dizendo que tudo havia passado de uma mentira. Ela parecia uma criança indefesa, esperando por carinho e atenção. Uma criança maltratada e machucada. Limpou as lágrimas, deixando escapar curtos soluços e então olhou para mim. A dor em seu olhar era tamanha que me senti encolher. Além da dor, havia a fúria e as lágrimas. A analogia de que ela parecia uma criança ficou distorcida, agora parecia mais um animal acuado e enraivecido. Ela se levantou, pegou o bloco de notas do meu pai e uma caneta e se virou para mim. Não ousei olhar para ela. Quanto mais eu a olhasse, mais eu me sentia um monstro.
- Engula suas desculpas, e não se preocupe. Você não vai mais me ver. Nunca mais.
Ela sorriu para mim e correu até a saída. Parou enquanto segurava a porta e esperei que ela dissesse alguma coisa, um ultimato, mas quando me virei ela não estava mais lá. Tamborilei os dedos na mesa durante certo tempo, e quando me dei por mim, estava chorando. Eu sentia que alguma coisa de ruim iria acontecer comigo e com Alice. Limpei as lágrimas e saí do escritório, trancando a porta e me dirigindo até o meu quarto. A música não chegava aos meus ouvidos, e eu me sentia tonto e desnorteado, fora de lugar. Cheguei ao segundo andar e fui até o meu quarto, o último da direita. Abri a porta e vi Maria deitada na minha cama, ainda bebendo.
- O que houve? Aquela baixinha que queria falar com você veio aqui e não falou nada, só deixou um papel e foi embora.
Olhei para a minha escrivaninha e lá havia uma folha do bloco de notas do meu pai. Andei até lá, mas fui interrompido por Maria, que colocou uma mão em meu ombro e me derrubou na cama, sentando encima de mim. Agachou-se, distribuindo beijos em meu pescoço.
- Vamos voltar de onde havíamos parado, Jazz.
21 de junho de 2005 - 23h46min
Já havia se passado um bom tempo desde a briga entre Alice. Eu estava me arrumando depois de me satisfazer de Maria - ela já havia descido e possivelmente agora estava se agarrando com outro cara. Fiquei um tempo no quarto, passando toda a noite na memória. Eu não devia ter dito aquilo para Alice. Precisava pedir desculpas pra ela, e esperava que ela ainda estivesse com Emmett. Vesti minha camisa e ia começar a calçar o tênis quando ouço uma batida forte na porta. Assim que a abri, dei de cara com um Emmett preocupado e sóbrio. Desde quando Emmett Cullen fica sóbrio em uma festa?
- Emmett, o que você está fazendo aqui? - disse debilmente, mas fui empurrado enquanto ele entrava no meu quarto e olhava debaixo da cama - O que você pensa que está fazendo?
- Alice sumiu - falou enquanto abria a porta do armário.
- Você acha que eu a esconderia no meu armário? - disse sarcasticamente.
- É por causa da bebida e do desespero - ele justificou, enquanto olhava debaixo da escrivaninha.
- Ela talvez esteja com algum cara, ou ido embora. - disse.
- Não, se ela tivesse ido embora ou ficar com um cara, ela teria me dito. Você sabe que Alice é a responsabilidade em pessoa - ele se virou para mim e pude enxergar as lágrimas que estavam prestes a cair - Estou procurando por ela a duas horas. O celular dela só dá na caixa postal, e ninguém aqui a viu. Você pode me ajudar a procurá-la? Vamos passar em casa e se ela não estiver lá, iremos falar com a polícia.
- Tudo bem, Emm.
Calcei depressa meus sapatos e peguei a primeira jaqueta que eu vi na minha frente, uma de couro. Lentamente, as palavras de Emm invadiam minha mente, e seu significado se mostrava mais claro. Alice sumiu havia duas horas. Alice é a dona responsabilidade; aquela que sempre cumpre o que promete. Sempre que ela vai ficar com alguém, ela fala para o Emm, já que é traumatizada pelo dia que ele a esqueceu dentro do armário em uma brincadeira de esconde-esconde, quando eram pequenos - ele se esqueceu do que estava procurando e foi comer chocolate, enquanto a menina desfalecia ali. A nossa briga aconteceu há duas horas, e a culpa de seu desaparecimento entrava em mim, me deixando ainda mais preocupado. Não se preocupe. Você não vai mais me ver. Nunca mais. O que ela quis dizer com isso?
Se fosse para nunca mais ver Alice, eu poderia voltar atrás. Sabia que estava sendo um hipócrita idiota, mas não queria que ela desaparecesse assim. Emm e eu descemos as escadas e pude perceber que Emmett já havia montado uma equipe de busca com a minoria sóbria. Os que estavam reunidos na busca de Alice estavam do lado de fora, ao redor de Rosalie, que estava com um telefone, provavelmente tentando ligar para Alice.
- Vocês fiquem aqui e procurem por ela pelos arredores da casa. Eu, Jazz e a Rose vamos até em casa para ver se ela foi para lá.
Todos concordaram e se dissiparam nas sombras. Fiquei atrás de Emmett e Rosalie, que já estavam no enorme jeep. Assim que entrei, Emm deu a marcha e correu até a casa dos Cullens. O caminho foi silencioso, com as chamadas vazias de Rosalie. Rosalie, ao contrário de Emmett, não estava trancando as lágrimas. Chorava muito, e isso só me deixava ainda mais agoniado. Chegamos à casa dos Cullens em tempo recorde, e sem mesmo desligar o carro, Emmett já estava perto da porta. Enquanto isso, eu estava ajudando Rose a sair do carro, e antes mesmo de chegarmos até a porta Esme, Carlisle, Edward e Isabella já estavam lá, com as faces repletas de preocupação. Edward e Bella haviam decidido não ir a minha festa por que havia um trabalho de biologia para fazer, então eu os desculpei.
- Eu e Bella vamos no volvo. Vocês continuam no jeep e Carlisle e Esme ficam aqui, esperando - disse Edward.
- Esperando? O meu bebê está por aí, perdida, e vocês querem que nós fiquemos aqui? - gritou Esme.
- Mãe, você sabe que, em caso de desaparecimento, só podemos prestar queixa com no máximo 48h de desaparecimento. Ainda nem passou das quatro.
- Nós vamos com você e Bella - disse Carlisle, o tom demonstrando que não estava para contradições.
Fechamos a casa e seguimos até nossos carros. Agora a busca estava desenfreada. Todos nós estávamos preocupados, por que isso não era hábito de Alice. A equipe do volvo seguiu até as ruas próximas do shopping, para o caso de Alice ter ido para lá. A equipe do jeep foi até o jardim da cidade, um lugar que Alice gostava de ficar. Rose continuava ligando para Alice, e de repente, ela solta um grito.
- Está chamando, está chamando - repetia diversas vezes. Esperei ansiosamente, encostado no banco de Rosalie, esperando qualquer zumbido que demonstrasse que Alice havia atendido. Deu mais dois toques quando um trêmulo ''Alô'' soava do outro lado da linha. - Alice, onde você está com a cabeça? Onde você está? Estamos todos procurando você! - Rose gritou e tive que me afastar rapidamente. Outro zumbido sobressaiu o de Alice e Rose torce a cara. - Quem está com você? Você está drogada? - Alice apenas disse ''É uma amiga minha, está apenas me ajudando. E, Rose, eu não estou drogada. Nem morta eu estaria drogada'', depois soltou um riso de escárnio que me fez tremer. - Onde você está? Estamos todos preocupados. - Rose havia diminuído o tom de voz e pude ouvir com clareza enquanto Alice dizia claramente ''Todos mesmo? Duvido''. - Por favor, Alice, me diz onde você está - ''Estou no meu cantinho feliz, Rose. Agora eu preciso mesmo descansar. Te vejo em breve, eu acho'', então desligou na cara de Rose, enquanto o toque se expandia no silêncio que havia no jeep.
- Cantinho feliz? Que porra de cantinho feliz é esse? - Emmett gritou depois de ter dado umas cinco voltas por todo o parque.
- Caralho, eu já sei onde é! - gritei - Lembra que a Alice havia apelidado aquela casa da árvore de cantinho feliz? Aquela na casa de praia de vocês? É perto daqui, talvez ela esteja lá.
Não precisei falar duas vezes para Emmett acelerar para a estrada.
22 de junho de 2005 - 1h15min
Já estávamos a um bom tempo na estrada, no caminho para a casa de praia da família Cullen, indo para o cantinho feliz de Alice. A estrada estava vazia, todos nós estávamos em silêncio. Rosalie já havia falado com Edward, que também estava a caminho. Eu estava encostado no banco, olhando a janela. Havia deixado para trás toda a minha festa, mas eu já não sabia por que haveria de ficar irritado com aquilo. Alice havia desaparecido e não havia mais motivos para me importar com festas. Tudo o que eu precisava era dela em segurança, possivelmente em meus braços, mas eu sabia que a havia ferido demais, e merecia um olhar de desprezo nos lindos olhos verdes. Eu merecia depois de ter feito aquilo com Alice.
Alguma coisa brilhou no meu campo de visão e percebi que era um porsche amarelo, escondido no mato.
- Emmett, para o carro - eu gritei.
O carro brecou com brusquidão, e antes que eu pudesse pensar, eu já estava fora do Jeep, correndo em direção ao carro. Podia ver que Emmett e Rose estavam me seguindo, mas não me importei. Esperei ver Alice chorando dentro do carro, e me batesse assim que me visse. Eu ficaria feliz demais com isso. Mas o que eu vi me deixou ainda mais agoniado: O carro estava vazio, e havia apenas uma folha do bloco de notas do meu pai amassada, e ainda por cima, manchada de sangue. Abri sem pensar, e senti que Rose e Emmett se encolhiam ao meu lado, tentando ler as letras miúdas no papel.
''Peço desculpas por tudo que fiz, por tudo que estou fazendo e por tudo que irei fazer. Adeus.
A.''
Soltei um suspiro agoniado. A frase poderia não fazer sentido algum para Emm e Rose, mas para mim era um merecido tapa na cara. Você não vai mais me ver. Nunca mais. Quer pessoa melhor do que Alice Cullen para cumprir promessas?
- Ela não... Não - Emmett gaguejava enquanto apontava para a carta suja de sangue, depois correu, abrindo todas as portas do carro, além do porta-malas. Tudo estava vazio. - Ela foi embora? Ela... morreu?
- Ela nos deixou - escutei as palavras saindo de minha boca - Ela me deixou. A culpa é toda minha.
- Não fique se culpando, Jazz. Ela vai voltar, eu tenho certeza - Rosalie tentava se justificar, mas era interrompida pelos soluços.
- A culpa é minha sim. Na festa, Alice e eu brigamos por que ela havia dito que me amava, mas eu falei que o sentimento não era recíproco. Então ela falou para eu nunca mais me preocupar por que eu nunca mais iria vê-la. Nunca deveria ter dito nada daquilo. A culpa é toda minha.
Contei minuciosamente toda a briga para Emmett e Rosalie, que me ouviam petrificados. Pulei a parte em que eu disse que Alice não era boa para mim, a pior mentira de todas. Rose gritou e me deu um tapa na cara, mas apesar de saber que ficaria vermelho durante um tempo, não se comparava a dor que eu sentia por dentro. Eu me sentia um monstro, o gênero de monstro que machuca as pessoas, que não merece piedade.
- Seu idiota! Até eu queria morrer depois de ouvir coisas como essa! - Rose gritou em meu rosto, enquanto era segurada por Emmett, que se mantinha calado.
O volvo prata parou ao lado do Jeep e os quatro indivíduos saltaram e em um segundo, já estavam ao nosso lado. Bella foi ajudar Rose, que agora chorava muito. Emmett mostrava a carta para Edward, Carlisle e Esme - a última já estava em lágrimas, e depois de ter ouvido o que estava escrito na folha de papel pela voz rouca de Edward, havia entrado em desespero. Edward estava ligando para a polícia, tentando se agarrar em alguma ajuda. Ao contrário de Rose, ninguém me culpou verbalmente, mas podia sentir os olhares incisivos de todos sobre mim, mas sabiam que eu já me culpava o bastante.
Alice havia desaparecido, e a culpa é toda minha.
CONTINUA
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