Fanfic - Bleach

Sinopse: Universo Alternativo - Rukia é "adotada" por Byakuya, sob circunstâncias extremas. Preparem-se para uma história doentia, mórbida e dolorosa. Essa fic será basicamente em primeira pessoa, pelo ponto de vista da Rukia. Ela está narrando sua história.

Disclaimer: Bleach e seus personagens não me pertencem. Nem os poemas.

Rating: NC-17 - Contém violência, sangue, assassinato, estupro, palavrões... enfim, uma fic completamente depressiva.

N/A: Eu me considero uma pessoa amarga, malvada e sem escrúpulos. No entanto, eu só escrevi fanfics de romance e humor até agora. Não digo que não haverá ambos elementos nessa fic... mas garanto que o Romance será intenso e doloroso, e o humor negro. Preciso exercitar o lado mau na escrita também. Aconselho como tema musical as seguintes músicas: "It can obtain bearing" (Samurai Champloo); "Deeply" e "Toh-i Sakebi" (Serial Experiments Lain); "Here comes the rain" e "Akaneiro ga moeru toki" (Gungrave)

Por que chorar quando você pode sorrir?

A vida nos oferece tantas coisas boas, tantas coisas únicas.

E, tudo o que acontece deve servir como uma lição.

Aprenda com seus erros, para caminhar com mais firmeza no futuro.

Foi isso que eu ouvi, antes de ser mandada para aquele lugar.

Agora, eu sento nesse canto escuro e sujo, e penso:

Pra que sorrir se só querem te ver chorar?

Essa é a história de como me tornei parte da família Kuchiki.

Os momentos ruins, os horríveis, e os insuportáveis.

Chapter One - Notas Marginais

"Andamos todos sofrendo.

Passamos lentos, desconsolados e alumiados

pelo Sol negro da melancolia.

Nem largos risos, nem bençãos fecundas.

A esperança fugiu para além das estrelas,

das nuvens e dos caminhos lácteos.

Nos corações nascem amores sombrios e loucos.

E tudo porque, um dia, nasceu uma criança estranha,

que foi alimentada com um leite mórbido como a Lua

e envolta em uma túnica lívida como a morte."

by Eça de Queirós.

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Eu sempre gostei de coisas estranhas.

Eu gostava de andar entre os cadáveres, de tocar suas carcaças vazias e frias, de olhar os vermes devorando seus restos, de fazê-los meus bonecos em tamanho real, de fingir que eles eram a minha família novamente.

É claro, isso não durou muito tempo.

As mesmas pessoas que vieram e mandaram suas almas para o outro mundo, retornaram uma semana depois.

E, dessa vez, eles me encontraram.

Era para eu ter morrido, assim como eles.

Era para eu ter sido estuprada e espancada.

Como minha mãe. E minhas três irmãs.

Talvez eles tivessem cortado meus braços.

Como fizeram com o meu pai.

Ou, ainda, talvez tivessem arrancado minha cabeça.

Como meu avô.

Mas, não fizeram nada disso comigo.

Eu olhei, encantada, para a espada daquele homem.

Sangue escorria dela. Em abundância.

Havia até uma poça no chão.

Como seria, se aquele fosse o meu sangue?

Na verdade, será que eu tenho tudo aquilo de sangue?

Meu corpo é pequeno...

E faz uns dias que eu não como nada de verdade.

Hum, falando nisso...

"Justo na hora do jantar!", foi o que eu disse.

O homem com a espada tinha acabado de me erguer, pelos cabelos.

Eu olhei para o rosto dele.

Olhos bonitos.

Cheios de frieza, arrogância, maldade.

E, uma certa surpresa.

Ele tinha longos cabelos vermelhos.

Não um vermelhor comum.

Era um vermelho sangue.

Como o da espada.

Gostei dele.

Acho que se ele me estuprasse, eu não me sentiria tão mal assim.

E, por que o ruivão tá me olhando desse jeito?

Será que ele tá planejando alguma coisa?

Ah! Já sei!

Deve tá decidindo se me mata antes, ou se me estupra antes...

Vai ver ele é do tipo que gosta de foder cadáveres.

Como é mesmo a palavra?

Necrófilo.

Mesmo assim, acho que ele nem vai fazer isso comigo.

Eu sou pequena demais.

E, emagreci pra caramba nessa semana...

E faz uns dias que não tomo banho.

Não devo estar muito atraente pra ele.

Acho que ele vai me matar.

Só matar mesmo.

"Hey... já se decidiu?", eu perguntei.

Eu nunca fui muito paciente.

Minha mãe sempre me disse que ser impulsiva assim não era bom.

Que eu devia começar a pensar mais antes de fazer as coisas.

Eu odiava aquele sermão dela.

Bom, acho que a parte boa dela tá morta é essa...

Nunca mais vou ouvir de novo aquele sermão chato.

O ruivão só ergueu uma sobrancelha pra mim.

Hmm, olhando agora, ele tem uma testa grande...

E umas tatuagens estranhas nela.

"Vai cortar minha cabeça? Ou meus braços? Ou pretende me espancar antes?"

Não consegui deixar de perguntar.

Nem sei pra quê eu queria saber aquilo.

Eu ia descobrir de um jeito ou de outro, certo?

Ah, essa minha pressa...

E, pra falar a verdade, eu já tava ficando um pouco impaciente.

Agora o ruivão tinha erguido a outra sobrancelha!

Poxa, será que demora tanto assim pra decidir como matar uma pessoa?

Sorte dele que eu tava fraquinha..

Se fosse outra pessoa, já tinha chutado o saco dele e fugido.

Ah, tinha que ter um defeito...

Bonito, porém lerdo.

Bom, é a vida...

Ah! É agora!

Ele levantou a espada!

Aposto que vai me decapitar!

Duh! Que boba que eu sou!

Pra que apostar?

Se eu acertar, não vou ganhar nada.

Vou é perder, isso sim!

E a cabeça, ainda por cima.

Como eu sou boba...

Será que todas as pessoas tem esses pensamentos estranhos antes de ter a cabeça cortada?

É, deve ser...

Porque depois, não tem mais cabeça pra se pensar...

Ops!

Acabei rindo alto...

Hmm, se ele continuar abrindo os olhos desse jeito, vão saltar pra fora.

"Hey, ruivão! Anda logo com isso...", eu falei.

Ele ficou olhando pra mim.

"Ser segurada desse jeito não é muito gostoso, sabe... corta logo a minha cabeça, vai!", eu pedi.

É verdade, já tava começando a ficar desconfortável.

Pô, que saco!

Será que ele só sabe me olhar desse jeito?

Ué...

Me pôs no chão.

Será que vai me estuprar?

Porra, que cara indeciso!

Deixa eu agilizar a situação..

Se depender dele, não vou morrer nunca!

Opa... e isso é ruim?

Ah, sei lá...

E eu deitei, e abri as pernas.

Fechei os olhos, esperando que ele fizesse o que tinha que fazer..

Mas ele continuou lá, parado.

Puta, lerdo é elogio!

"Abarai! Por que a demora?", alguém gritou.

Um homem alto, tão alto quanto o ruivão entrou.

Hmm, esse também não era feio...

Tinha cabelo curto, arrepiado.. parecia um moleque!

E, que cor é aquela? Laranja!

"O capitão tá perguntando se você já terminou o que tinha pra..."

O cabeça-de-laranja começou falando, mas parou.

Ih, tá olhando pra mim!

"Quem é essa?", ele perguntou.

"Já estava aqui quando eu entrei. Deve ter escapado na semana passada."

Ah! Então o ruivão sabia falar!

"Por que ainda não matou ela?"

"Não me diga o que fazer, Kurosaki!"

Viix, o ruivão fico bravo!

Quem sabe o laranjão irrita ele bastante e ele finalmente me mata!

"Pff.. qualé, Abarai? Vai me dizer que começou a sentir dó, e por isso não cortou a cabeça dela fora?"

"Ah, eu sabia!", eu falei.

Uh, agora os dois olharam pra mim.

Eu e minha boca grande.

O laranjão se abaixou e olhou pra mim mais de perto.

"O que você disse?", ele me perguntou.

"Nada.. piada interna.", eu respondi.

Pô, até eu explicar tudo, o ruivão já tinha se acalmado e aí ia demorar mais uma eternidade pra cortar minha cabeça fora.

Caramba, é epidemia agora?

O laranjão também ergueu a sobrancelha.

"Kurosaki! Abarai!", veio uma terceira voz.

E, pelo jeito, o cara era importante.

Eu percebi, porque o laranjão e o ruivão ficaram que nem estátua.

E o dono da voz entrou.

Ele era alto também. Um pouco menor que os dois.

Tinha cabelo preto, bem comprido.

Usava uns negócios pra prender a franja.

E usava uma roupa chique.

Era de guerra, que nem dos dois, mas era mais cheia de coisa.

Acho que ele é mais importante.

Hmm, vai ver ele é o tal 'capitão' que o laranjão mencionou.

"O que vocês estão fazendo?", ele perguntou.

"Perdão, Capitão Kuchiki.", o ruivão falou.

"Acertei de novo!", eu falei.

Poxa, eu tava ficando boa em adivinhação!

Ah, mas é uma pena que eu descobri esse talento justo agora...

Por um momento, eu quis que eles não cortassem a minha cabeça.

Daí, eu poderia brincar de adivinhações, com uma das minhas irmãs!

A Aya era a que tinha o cadáver mais inteiro.

Eles não tinham machucado ela demais, o rosto ainda tava conservadinho.

Ele era tão bonitinha...

E gostava de brincar comigo.

Ela ia gostar de brincar de adivinhações comigo.

"Quem é a menina?", o capitão perguntou.

O laranjão olhou pro ruivão, que olhou pra mim.

"Ela já estava aqui quando cheguei. Deve ter sobrevivido."

O capitão olhou pra mim.

"Mate-a, Abarai.", ele falou e deu as costas.

"Até que enfim...", eu falei, mas dessa vez foi baixinho.

Só que, o tal capitão ouviu.

Deve ter ouvido, porque ele virou e me olhou de novo.

"O que você falou?", ele perguntou.

"Perdão. Mas é que ele é muito indeciso, e eu tava ficando impaciente.", eu falei, sentando.

Eu sabia ser polida quando queria.

Os três tavam olhando pra mim.

Eu entendi que eles queriam uma explicação melhor.

"É que ele não se decidia... se cortava meus braços, se me espancava.. mas eu acertei a aposta, ele vai cortar minha cabeça fora, né! Ah, mas aí ele me pôs no chão, acho que ele decidiu me estuprar antes. Só que, não é por nada não, mas você é meio lerdo. Eu deitei pra agilizar a coisa toda."

Eu expliquei.

Não muito detalhadamente, mas foi uma explicação.

Então, porque eles ainda tavam me olhando?

"Qual seu nome, menina?", o capitão me perguntou.

"É educado você se apresentar antes, sabia?", eu falei.

Foi o que minha mãe tinha me ensinado.

Será que a mãe dele não ensinou isso pra ele?

E, por quê raios, o ruivão e o laranjão tavam me olhando com aquelas caras?

Eu olhei de volta pro capitão, esperando que ele falasse.

Me pareceu que ele quase sorriu..

Mas deve ter sido impressão minha.

"Sou o Capitão Kuchiki Byakuya.", ele falou.

"Rukia.", eu falei.

Eu não ia ficar prolongando a conversa.

Pelo jeito, esse capitão e os subordinados dele gostam de uma conversinha fiada.

Mas, eu já tava começando a ficar com mais fome.

Do jeito que as coisas tavam indo, era capaz que eu morresse de fome antes.

E, pra que ele queria saber o meu nome?

Duvido que ele fosse fazer um túmulo pra mim depois.

Eu fiquei olhando pra ele.

Bem nos olhos dele.

Ele tava me encarando.

E meu pai me ensinou a nunca baixar a cabeça pra ninguém.

Eu não ia desobeder ele só porque ele tava morto!

Então, fiquei lá...

Encarando ele.

E, arqueei uma sobrancelha.

Argh!

Acho que é epidemia mesmo!

Ainda mais porque ele fez a mesma coisa, uns segundos depois.

E, ele se virou novamente.

"Abarai!", ele chamou.

O ruivão endireitou a postura.

"Sim, capitão?", ele falou, esperando a ordem.

De me matar, provavelmente.

E ainda precisava mandar?

PFF!

"Leve-a com você em seu cavalo."

Opa, opa!

Como é que é?

Fazer o que?

"Capitão..?", o ruivão perguntou.

É, eu não fui a única a não entender.

"Você ouviu. Depressa.", o capitão falou.

Mas que merda é essa?

Então eu não vou ter a minha cabeça cortada?

Por que não?

ARGH!

Eu olhei pro ruivão, que também olhou pra mim.

"Abarai Renji, rebaixado a babá!", o laranjão falou, rindo.

Imbecil.

E desde quando eu preciso de babá?

Ainda mais um lerdo daqueles!

O ruivão me pegou e colocou no ombro.

Depois ele deu um soco no laranjão.

E, eu dei 'Tchau' pra minha velha casa.

Eu sabia que eu não ia voltar tão cedo.

Então, o correto era me despedir.

"Itekimasu, oka-san."

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Narrativa Onipresente

Kuchiki Byakuya morava em uma Mansão, na área nobre da Região Sul.

Naquela época, os territórios ainda eram dividos em feudos, e as famílias mais importantes disputavam o poder. A Família Byakuya era a única a deter o poder na Região Sul, pois havia suprimido todos os inimigos. A população, apesar de não aprovar o massacre, também não era de todo ingrata, pois com o fim das guerras pelo território, as coisas ficaram mais calmas.

Agora, havia uma disputa muito maior, sendo planejada para um futuro não tão distante.

A Região Leste era controlada pela família Shihouin. Shihouin Yoruichi era a primogênita, e a que detinha o poder no momento. Ela tinha conseguido formar uma aliança com a família Soi e ainda contava com a família do marido, Urahara Kisuke. Eles eram os maiores rivais de Byakuya.

A Região Norte era controlada pela família Ichimaru, tendo como representante o jovem, porém astuto Ichimaru Gin. O rapaz mantinha um contato que beirava o mínimo do amigável com Byakuya. A seu favor, Gin contava com seu braço-direito, o misterioso Aizen.

E, a Região Oeste ainda estava sob a disputa da família Matsumoto e os camponeses, que haviam criado uma força de resistência. É claro, a resistência dos pobres ignóbeis não duraria muito mais.

Naquela época, as quatro principais famílias disputavam pela Região Central. O local possuía uma fonte de matérias-primas, que nenhum deles sabia a extensão total, mas que ultrapassava tudo que eles possuíam no momento. E quando eu me refiro a "matéria-prima", digo pedras preciosas de todos os tipos, além de prata, ferro, cobre e claro, Ouro.

Fica claro que a cobiça e a ganância eram os principais combustíveis dessa guerra, mas não é apenas isso. Havia a honra em jogo.

Honra dos nomes. Honra dos títulos. Honra da reputação.

Eles matavam, destruíam, corrompiam, chantageavam, enfim, faziam tudo que denegria a verdadeira honra. Então, para compensar tais atos, eles alegavam que, ao conquistarem o que almejavam, a Honra seria reestabelecida.

E, Kuchiki Byakuya era um homem que prezava muito sua honra e reputação.

Tanto que, ele não usufruía da aliança com nenhuma outra família. Ele havia subjugado todas as outras famílias da Região Sul, e disso ele se orgulhava muito. Ele comandava aquela área sozinho, sem ter o rabo preso, e sem dever nada a ninguém.

Aquele região pertencia exclusivamente à família Kuchiki.

Mas, havia uma coisa além da disputa das terras que o incomodava: O que aconteceria com seu território, seus bens, seu exército, enfim, tudo aquilo que ele havia dado o sangue a alma para conquistar?

Ele não podia tolerar a idéia de ver ser império sendo dividido, e entre quem? Ele não tinha mais família. Não haviam mais nenhum Kuchiki que pudesse tomar o poder depois dele. Ele era o único Kuchiki vivo.

As batalhas haviam levado sua família. Seu avô, o Patriarca dos Kuchiki, havia morrido sem nomear um herdeiro ao posto. E, o pai de Byakuya disputou o poder com os quatro irmãos. No final, todos eles morreram, não sem uma vitória: o pai de Byakuya havia vencido, e passava a ele o título.

Sendo assim, Byakuya, com apenas dezesseis anos na época, saiu pelo mundo. Ele tinha talento para as artes da espada. Seu pai havia ensinado-o a ser um homem de fibra, excelente guerreiro e, acima de tudo, um líder.

Por isso, Byakuya saiu a busca de homens fortes como ele. Fortes o suficiente para servir em seu exército paticular. Byakuya havia traçado o plano para a Vitória máxima: reuniria uma força bélica tão superior, que em pouco tempo subjugaria todos e se tornaria o Imperador das cinco Regiões.

Em um vilarejo pobre e retrógrado, encontrou um jovem com uma força que quase se rivalizava com a dele. Um garoto de doze anos, órfão, e cheio de ódio. As pessoas do vilarejo o chamavam de demônio, pois ele morava no bosque que cercava o vilarejo, e só aparecia de noite. Tinha cabelos vermelhos como o sangue, e conversava com os animais. Byakuya o achou, e o derrotou. Pelas leis do homem selvagem, o mais forte domina o mais fraco, e o mais fraco serve o mais forte.

Foi por isso que o garoto lhe jurou fidelidade eterna, e Byakuya conseguiu seu braço-direito: Abarai Renji. O garoto mostrou que, além de um espírito selvagem, possuía também talento como guerreiro. A única exigência de Renji era poder trazer junto um velho amigo: um babuíno selvagem, de olhos vermelhos e pelo branco, chamado Zabimaru.

Seguindo em frente, Byakuya achou seu "braço-esquerdo": Kurosaki Ichigo. O capitão havia ido inicialmente com a intenção de recrutar o pai do garoto, pois o homem tinha uma fama de guerreiro impressionante. Mas, acabou conseguindo um guerreiro ainda melhor. Ichigo tinha uma força interior superior a qualquer uma que ele já havia visto, e ele o desejou para si. Alguns anos depois, Byakuya conseguiu convencer o garoto a se juntar a seu exército. Mas essa história será revelada mais a frente.

E, caminho após caminho, Byakuya juntou em volta de si centenas de homens poderosos, orgulhosos, ambiciosos. Nem todos eram tão excelentes quanto Abarai ou Kurosaki, mas mesmo assim eram muito bons. Byakuya então nomeou mais alguns outros extraordinários guerreiros além dos dois primeiros para serem seus primeiros-guerreiros.

Entre os mais notáveis, um se destacava: um homem mais velho, e muito misterioso. Sempre trajado de negro, ele surgiu na noite do dia em que Ichigo se juntara ao exército. Ele se apresentou como Zangetsu, e nunca revelou de onde viera, ou porque decidiu se juntar a Byakuya. Mas, logo demonstrou ser um excelente espadachim, e mestre em combate corpo-a-corpo.

Pareceu a Byakuya que o homem de cara se simpatizou com Kurosaki, tornando-se uma espécie de tutor do rapaz. E, Byakuya ainda contava com o auxílio de um feiticeiro misterioso, e muito sinistro: "Kurotsuti" Mayuri. Kurotsuti significa "Terra negra"; Terra era de seus feitiços, que eram todos a base de terra, areia e cascalho; e Negra era sua pele, graças ao pacto que ele fez com as trevas para controlar o poder que detinha.

Mayuri-sama ainda era hábil em criar venenos e poções, se tornando também, o médico particular do exército de Byakuya.

E, era com esse mesmo homem que Byakuya estava tendo uma conversa muito particular, em sua sala de negócios.

"O que acha de minha idéia, Mayuri?", o homem perguntou. Byakuya estava sentado, polindo sua katana, e apenas lançou um olhar de esguela para o feiticeiro.

"Acho que esta é a segunda vez que me surpreende, Kuchiki-sama. E, dado fatos recém confirmados, esta não é uma tarefa muito fácil. Fico surpreso com sua idéia. Mas, há a possibilidade de duvidarem da veracidade dessa informação, não acha?", Mayuri disse, bebendo de seu chá de ervas negras.

"Nenhum de meus homens ousará me questionar sobre isso. Apenas Abarai e Kurosaki a viram naquela cabana. Nenhum outro sequer desconfiará que estou mentindo. E, quanto aos meus adversários, pouco me importa o que pensarão a respeito disso.", Byakuya falou.

"Acha que Abarai e Kurosaki não irão falar mais do que devem?", Mayuri questionou.

"Abarai é leal a mim. Quanto a Kurosaki, ele não pode fazer muito. Tenho certeza de que ele ainda se lembra do acordo.", Byakuya disse.

"Mas o senhor certamente não gostaria de arriscar, não é?", Mayuri questionou. Byakuya olhou o feiticeiro.

"Certamente não.", foi a simples resposta e havia um sorriso sinistro em sua bela face. Mayuri então riu, tão sinistramente quanto o sorriso de Byakuya era o som de suas gargalhadas.

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"Tsk. Eu não vou fazer isso.", Abarai disse, contrariado. Além de ter que carregar a garota consigo, agora ele tinha outra tarefa desagradável relacionada a mesma: providenciar um banho a ela.

"São ordens de sua Majestade, Abarai..", uma voz cheia de sarcasmo soou. Kurosaki estava escorado contra a parede exterior da grande sala de banho. Assim como toda a Mansão de Byakuya, o banheiro não poderia deixar de ostentar grandiosidade. Era um grande banheiro a céu aberto, com banheiras enormes de fonte termal. Ao lado, ainda havia a sauna particular.

Parecia até um Onsen particular, mas, aquele era o banheiro do Exército. Byakuya, por ser quem era, tomava banho em um local particular.

E, naquele momento, Renji estava com um grande problema: dar banho na menina. Rukia tinha entrado no banheiro, e estava se despindo. E, o ruivo caminhava de um lado para o outro do corredor, do lado de fora, junto com Ichigo.

"Dane-se, Kurosaki! Eu não vou dar banho naquela menina! Não sou babá, sou um guerreiro!", Renji berrou, extremamente irritado com o sorrisinho que enfeitava o rosto de Ichigo.

"Tsk tsk tsk... o Kuchiki não vai gostar nem um pouco de saber disso...", Ichigo disse, coçando o queixo. Renji cerrou os dentes.

"Maldito seja, Kurosaki.", Renji grunhiu, e finalmente entrou no banheiro. Segundos se passaram, Ichigo ouviu um grito estridente e Renji saiu. Não exatamente saiu, e sim, foi chutado para fora. Ichigo ficou olhando surpreso para o ruivo.

"E fique aí, seu pervertido!", uma voz feminina gritou lá de dentro. Ichigo olhou para a porta e viu a pequena garota, uma bacia na mão esquerda, e segurando a toalha firmemente com a direita.

Ichigo observou a forma pequena da menina, e depois olhou para Renji, que se recuperava.

E, antes que Ichigo pudesse dizer alguma coisa, a menina jogou a bacia. Ichigo se desviou por muito pouco, e antes que qualquer outra coisa pudesse ser atirada para fora, Renji se levantou e fechou a porta com força.

Ambos ouviram a mesma ser trancada por dentro, e se entreolharam.

Quem diria, que aquela coisinha pequena e desnutrida podia ser tão feroz.

Continua...

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