A história acontece três meses após Booth acorda de um coma de três meses (ao invés dos quatro dias que ele ficou no seriado).

Essa história é a tradução de "As Long as You're Mine - jesusisnotazumbie"

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"O nome dela era Alice Jean McCann, ela tinha 28 anos quando foi assassinada. Hodgins descobriu que ela faleceu 17 dias atrás. Marcas no pulso sugerem que ela foi amarrada a uma parede por um longo tempo antes de ser morta." Dr. Temperance Brennan contou ao seu parceiro no Royal Diner, lugar onde iam almoçar praticamente todos os dias.

Eles estavam trabalhando em um novo caso. Uma mulher foi encontrada morta numa fazenda abandonada há duas horas de Washington. O proprietário havia morrido há cinco anos e seu único filho se mudou para a Austrália pouco depois, não se importando com as terras. Os restos mortais foram encontrados por um grupo de crianças brincando perto do rio.

"Isso significa tortura. Não faz as coisas parecerem nem um pouco melhor para o babaca que a matou. Não estamos lidando um crime passional ou acidental. Foi tudo premeditado." O Agente Booth cerrou a maxilar pensativamente antes de comer outro pedaço do seu bife. Após anos trabalhando com isso, ainda era difícil aceitar que algumas pessoas pudessem ser tão ruins. "Alguma idéia da causa da morte?"

"Você sabe que eu não dou 'idéias', Booth." Brennan disse. "Nós encontramos arranhões no osso pélvico, o que quer dizer que ela foi forçada a ter relações sexuais contra a sua vontade." Ela disse tristemente. "Os exames mostraram diminuição da massa óssea e grande deficiência em cálcio. Ele a estava deixando passar fome. Sua perna esquerda foi quebrada e Cam descobriu que ainda havia fluxo sanguíneo quando isso aconteceu. As falanges do dedo médio foram arrancadas, também enquanto ela estava viva. Lesões na mão direita mostram que ela tentou parar o agressor. Ela estava desnutrida, fraca, violada, sem o dedo e com a perna quebrada. Ele a largou na grama como se fosse um sapato velho. Ela sangrou até morrer."

"Babaca." Booth disse entre os dentes. Ele ia pegar o imbecil. Desde que ele e Bones começaram a trabalhar juntos eles nunca perderam um caso. Esse não seria o primeiro. "Um psicopata. Nós pegamos a Coveira apenas alguns meses atrás e agora já temos outro maluco para apanhar. É como se não terminasse nunca."

Uma velha senhora sentada em uma mesa próxima os olhou de cara feia. Booth lhe lançou um olhar de desculpas. Às vezes eles esqueciam que assuntos como esse não deveriam ter tocados em lugares públicos. Especialmente em lugares onde pessoas normalmente estariam comendo.

A garçonete retirou os pratos deles.

"Nós vamos pegá-lo, Booth. Nós sempre os pegamos." Brennan garantiu a ele.

"Sim, nós vamos. Nós não somos chamados de melhores lutadores contra o crime, abre aspas, ainda que uma dupla improvável, fecha aspas, por nada." Booth deu um sorrisinho.

Brennan sentiu um enjôo quando a torta de maçã que Booth pediu foi colocada na frente deles.

"Nossa, Bones, você não precisa parecer que vai vomitar. Eu sei que você não gosta de tortas, mas-" Ele revirou os olhos.

"É só que o cheiro..." Ela levou as mãos à boca. "Ele me deixou realmente enjoada."

"Ótimo, Bones, muito legal. Você pode falar o dia inteiro sobre cadáveres e assassinatos terríveis enquanto está almoçando. Você lida com restos mortais o dia inteiro. Mas a minha torta de maçã a deixa enjoada." Booth disse ofendido.

"Me desculpa, Booth." Ela olhou para cima e respirou fundo, tentando fazer o enjôo passar. Vinha acontecendo dessa forma por três meses já. "Era para ter parado há duas semanas atrás. Não sei por que ainda estou me sentindo assim."

"O que? Está acontecendo sempre?" Booth perguntou preocupado. "Você está doente?"

"Não, não estou doente." Brennan olhou para ele como se ele tivesse perdido a cabeça. "É normal se sentir enjoada no meu estado. Mas minha médica me disse que ia passar depois do primeiro trimestre."

"Espera aí-" Booth engasgou com um pedaço da torta. Enjôos. Primeiro trimestre. "Você está grávida?"

"Sim." Ela disse como se fosse algo já de conhecimento geral e sem nenhuma importância. Tomou um gole da sua água. A náusea finalmente estava indo embora.

"Você está grávida?" Booth repetiu.

"Sim, Booth. Eu acabei de dizer que estou. Você está com problemas de audição? Talvez você devesse ver o seu médico de novo, três meses em coma podem deixar seqüelas. Você teve problemas de memória... talvez tenha alguma coisa-" Ela começou a dizer mas foi interrompida por ele.

"Minha audição está funcionando perfeitamente bem, Bones. Eu só repeti porque eu não acreditei quando ouvi da primeira vez." Ele disse ainda chocado.

"Eu não minto. Você saberia se eu mentisse de qualquer forma." Ela deu de ombros.

Como ela podia agir assim? Como se não fosse nada? Mas, acima de tudo, como ela não lhe disse que estava esperando um bebê?

"Você está grávida de quanto tempo?" Ele perguntou. Talvez ela tivesse acabado de descobrir. Talvez tenha sido por isso que ele ainda desconhecesse da situação.

"Três meses e meio." Ela abriu um sorriso. Naquela manhã, ela finalmente viu o princípio de uma barriguinha quando se olhou no espelho. Quem não soubesse da gravidez pensaria que ela apenas ganhou um pouco de peso, mas ela sabia que era o seu bebezinho que estava começando a aparecer e ele (ou ela) estava ali para ficar. Isso a fez sentir irracionalmente, ainda assim imensamente, feliz.

"Três meses?" Booth cuspiu Coca-cola sobre toda a mesa. Três meses e meio! Conhecendo a Bones, ele sabia que ela já deveria ter conhecimento da gravidez há pelo menos dois meses.

Ah não.

Agora era a sua vez de se sentir enjoado. Três meses e meio atrás ele ainda estava em coma. Como ela pode ter saído e encontrado um homem enquanto ele estava em uma cama de hospital? Como ela pode engravidar de outro homem? Ele sabia que eles não estavam envolvidos romanticamente (o que não queria dizer que ele não gostaria que estivessem), mas ela tinha pedido a ele para lhe dar um bebê pouco antes dele descobrir o tumor. Ela disse que não teria mais o bebê se ele não quisesse que ela o tivesse. Como ela pode mudar de idéia tão rápido? A não ser que o bebê não tenha sido planejado... sim, foi provavelmente isso que aconteceu. Um bebê não planejado. Não que isso o fizesse se sentir nem um pouco melhor. Ela ainda estava tendo o bebê de outra pessoa.

"Porque você não me contou?" Ele perguntou magoado.

"Eu disse a você que não precisaria se envolver na vida do meu bebê." Brennan explicou. "Eu estou tendo um bebê, não é como se o resto do mundo estivesse. É minha responsabilidade."

"Mas eu sou o seu parceiro!" Ele exclamou. Todos os rostos do restaurante se viraram para eles. Brennan mordeu os lábios e olhou para baixo. Booth abaixou o tom de voz. "E eu pensei que fosse seu amigo."

"Você é meu amigo, Booth." Ela lhe disse. Como ele podia pensar que não era amigo dela?

"Não parece. Amigos compartilham notícias como essa." Ele disse, ainda se sentindo traído.

"Desculpa, Booth. Eu não sabia que era algo tão importante para você." Ela levantou a cabeça para olhar para ele e torceu os lábios.

"Quando você descobriu?" Booth quis saber.

"Hmmm... desde três semanas após a inseminação." Brennan disse após pensar um pouco. Ela nunca pensou que ficaria tão feliz ao ver um teste de gravidez positivo em toda a sua vida. Mas ela ficou. Ela percebeu que queria ser mãe e agora seu desejo estava se tornando realidade. Se tudo desse certo, em menos de seis meses ela teria um bebê lindo e formidável.

Espera aí.

"Inseminação?" Booth gaguejou. Tudo estava rodando na sua cabeça. Seu cérebro parecia estar sendo chacoalhado de novo como na cirurgia. "Você fez uma inseminação?"

"Sim." Ela cerrou as sobrancelhas. Por que ele estava reagindo dessa forma? Não era como se ele não soubesse que ela queria ter um bebê através de inseminação in vitro. "Você me deixou utilizar a sua doação de esperma antes de entrar na sala de cirurgia."

Booth ficou completamente pálido. Seu coração parou. Por um momento, ele se esqueceu de respirar.

"Booth? Você está bem?" Brennan esticou suas mãos para segurar as dele, que estavam geladas. Ele parecia qualquer coisa, menos bem.

O sangue começou a correr de novo em suas veias quando ele sentiu o calor das mãos dela nas dele. Ele finalmente se lembrou de como falar:

"V- você está me dizendo que o bebê que está esperando é meu?"

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