Os personagens de Inuyasha não me pertencem, mas a história é de minha criação. Espero que se divirtam.
BLACK BLOOD
O céu estava escuro com a lua encoberta pelas nuvens, a rua estreita estava pouco iluminada mesmo passando das onze. Não era do feitio de um homem como Sesshoumaru Taisho frequentar casas noturnas, mas aquela era uma ocasião diferente.
Seis meses atrás sua noiva de longa data, Kagura Onigumo, com quem vivia há dois anos terminara o noivado levando-o ao tribunal exigindo dois terços de todos os seus bens. Para Sesshoumaru, dono da renomada empresa de medicamentos Tenseiga, dois terços de sua fortuna não significavam nada, mas fariam de Kagura uma milionária.
Seu sócio e irmão mais novo, Inuyasha Taisho, junto ao seu velho braço direito, Jaken Kaeru, sabiam que para Sesshoumaru não importava o dinheiro perdido, e sim a traição sofrida pela mulher a quem havia dedicado os últimos 10 anos de sua vida. Pensando como dois mulherengos fanfarrões sugeriram uma noitada na casa noturna Black Blood, a mais cara de Los Angeles, onde apenas os mais ricos tinham o privilégio de aproveitar o show.
Como o homem de negócios que era Sesshoumaru não aceito a ideia de primeira, ele acreditava que em sua idade, 32 anos, já não mais deveria frequentar tais lugares em busca de diversão passageira. Porém, devido à insistência de Inuyasha e Jaken lá estava ele, colocando os pés dentro de Black Blood.
De início estranhou o ambiente de luzes vermelhas e musica sensual, mas pouco depois as ignorou sendo guiado com os acompanhantes por duas serventes vestindo minissaia e sutiã de couro preto até uma mesa mais ao fundo da boate, onde a música já não era tão alta e as luzes vermelhas pouco alcançavam. Sentado de costas para parede Sesshoumaru percebeu que aquele lugar tinha uma vista especial para o bar, mas pouco se via do palco.
Logo o principal show da noite começaria, o qual Inuyasha e Jaken não estavam dispostos a perder sentados ali.
- Creio que não irá se importar se eu acompanhar Jaken até uma das mesas perto do palco, estou enganado? –Inuyasha perguntou já se levantando sendo acompanhado por Jaken- Apenas aproveite o máximo que puder.
Sesshoumaru realmente não se importava em ser deixado sozinho, aquele realmente não era seu tipo de ambiente além de seus pensamentos não lhe permitirem pensar em qualquer tipo de diversão.
- Senhor?... –a voz feminina finalmente o alcançou
Parada ao seu lado estava uma das serventes segurando um bloco de notas e uma caneta.
- O senhor está bem?
- Ah, sim, estou... Estou.
Finalmente levantou o olhar para encará-la. Diferente das outras duas serventes que o acompanhara de início e das outras que circulavam por entre as mesas essa não usava roupas curtas, mas eram um tanto chamativas. Era como se tivesse saído de um filme da década de 40, vestindo uma blusa de linho preta com um short branco de cintura marcada.
Devido a pouca luminosidade e do tom de vermelho não conseguia ver seu rosto com clareza.
- O senhor gostaria de beber alguma coisa?
Sesshoumaru apenas estreitou os brilhantes olhos âmbar enquanto viu o rosto da mulher se aproximar.
- Talvez um Martini com morangos? –sugeriu enquanto os lábios pintados de vermelho se curvaram em um sorriso provocante
Sesshoumaru recuou um pouco em sua cadeira, naquele momento viu claramente as feições femininas. Pele branca, olhos extremamente negros e cabelos da cor dos lábios.
- Quem é você? –a voz grave foi direta
- Digamos que eu faço os serviços especiais da casa.
- Prostituição. –afirmou sério- Lamento informar, mas não tenho interesse.
- Ora, como ousa? –recurou o rosto cruzando os braços, o salto fino bateu forte como sinal de indignação- Primeiro; esta casa não oferece esse tipo de serviços. Segundo; eu apenas sirvo aos convidados que meu mestre ordena. Terceiro; você não é exatamente o meu tipo. Agora, se me der licença, providenciarei seu Martini.
Deu meio giro balançando os cachos nas pontas do cabelo e pisando firme.
Algum tempo depois estava de volta trazendo o Martini em uma bandeja de prata.
- Aqui está, espero que faça bom proveito da noite.
Dando o primeiro passo em retirada a mão quente segurou com firmeza o pulso fino.
- Mas o que pen-
- Sinto muito, não fui devidamente cortês. Sou Sesshoumaru Ta-
Fora a vez dela cortá-lo.
- Sei exatamente quem é, agora, se puder soltar meu braço.
- Antes disso, pode me dizer seu nome?
A ruiva suspirou, como se aquilo não passasse de um grande incômodo.
- Kagome. Kagome Higurashi.
- Senhorita Kagome, não gostaria de me entreter enquanto meus acompanhantes estão se divertindo?
Sesshoumaru soltou seu pulso, e ao mesmo tempo a servente elevou a mão aos lábios abafando um pequeno riso.
- Ora, sinto muito Sr. Taisho, mas agora meu mestre solicitou meus serviços para o fim da noite.
- Ah, então é para seu mestre que oferece seus serviços especiais? –o homem riu servindo-se do conteúdo vermelho da taça
Ao voltar seus olhos para os de Kagome rapidamente viu um brilho vermelho nas íris negras.
- Com sua licença.
O estranho brilho nos olhos de Kagome não saíram da mente de Sesshoumaru durante toda a noite, perdera a conta de quantas taças de Martini pedira esperando que a servente lhe trouxesse alguma delas.
- Sr. Sesshoumaru, vou levar o Sr. Inuyasha de volta para casa, ele não tem condições de dirigir de volta.
Jaken trazia Inuyasha apoiado em seu ombro direito enquanto caminhavam para o lugar onde haviam deixado os carros durante a noite.
- Sinto que também devo levá-lo de volta, o Senhor também não está em tão boas condições.
- Não se preocupe Jaken, ainda tenho alguns assuntos a resolver aqui.
- Mas senhor, são quase cinco da manhã, logo o sol irá nascer.
- Não se preocupe comigo, apenas leve Inuyasha para casa...
Acenando de costas para o companheiro Sesshoumaru seguiu na direção oposta indo para os fundos de Black Blood.
Aproximando-se da entrada dos fundos ouviu vozes masculinas alteradas, mas não se assemelhavam a voz de alguém bêbado, escondido pelas sombras atrás de uma das paredes aproximo-se mais vendo as costas de três homens.
- O patrão de vocês tem uma dívida com meu mestre, ele já lhes foi bastante compreensivo aumentando o prazo para pagamento, mas agora não haverá mais prolongamentos.
Naquele exato momento Sesshoumaru reconheceu a voz feminina com alta dosagem de arrogância, pouco depois ouviu as gargalhadas dos três homens.
- Ele mandou uma mulher para fazer o serviço? Que tipo de covarde é esse seu mestre? –novamente eles riram- Nosso patrão não pretende pagar nada a ninguém!
- Ora seus... –o salto fino estalou no chão como antes
Aproximando-se um dos homens tocou a mão em seu rosto admirando-a de forma que lhe deu nojo. Passando uma rasteira na mulher ela rapidamente perdeu o equilíbrio enquanto ele a segurava no chão com o peso de seu corpo.
- Até que você não é de se jogar fora.
Como por impulso Sesshoumaru saiu das sombras e correu em direção a Kagome, porém sendo parado pelos outros dois homens.
- Me soltem! Quem vocês-
- Quem vocês pensam que são para chamar meu mestre de covarde...
A voz calma de Kagome surpreendeu o homem sobre seu corpo.
- Com quem –aos poucos abriu seus olhos- você pensa que está lidando? –até estarem totalmente vermelhos
Flexionando os joelhos e apoiou os saltos sobre o abdome do homem e com um largo sorriso empurrou-o para o alto. Lentamente ela se levantou limpando o short branco enquanto suspirava. Voltou os olhos vermelhos para cima enquanto estalou o pescoço, o corpo do homem voltava e se chocaria contra o chão. Abrindo os braços no exato momento em que o corpo passou na frente de seus olhos segurou-o em um braço e perna puxando e esticando-o tão lentamente que era possível ouvir os ossos se quebrando e a pele rasgando. Após muito gritar o homem finalmente desmaiou em dor.
- Ah, mas que bela música me foi oferecida.
Puxando com um pouco mais de força o corpo em suas mãos dividiu-se ao meio jorrando sangue sobre o corpo da mulher como chuva.
- S-Seu... Monstro! –um dos homens que segurava Sesshoumaru saiu de seu estado de choque e sacou a arma dando seis tiros consecutivos contra Kagome
A mulher caiu para trás sobre a enorme poça de sangue.
- Vamos embora daqui. –afirmou o homem que ainda segurava Sesshoumaru
- Não. –o outro gritou- Nós não podemos deixar o corpo do Mark para trás.
Jogando a arma para o lado ele se aproximou do corpo do companheiro segurando-lhe a parte de cima do corpo.
- Vamos embo-
- Mas que maneira horrível de se tratar uma dama.
A mão feminina coberta de sangue segurou o calcanhar masculino.
- E essa era uma de minhas roupas que o mestre mais gostava!
Com um único puxão arrancou a perna lançando-a para trás. O homem rapidamente caiu enquanto viu a mulher de pé com sangue escorrendo por todo seu corpo.
- Você... –olhou para o terceiro homem- Leve esse inútil e deixe esse homem que segura para trás, e diga a seu chefe que tem até o meio dia de hoje para pagar o que deve, ou...
Os lábios expressaram um sorriso sinistro. Rapidamente o terceiro homem largou Sesshoumaru, pegou o corpo de seu companheiro quase inconsciente e saiu do lugar correndo.
- Agora... –aproximando-se de Sesshoumaru, sentado no chão com os olhos arregalados, estendeu a mão vermelha- O que eu faço com você?
O escritório interno de Black Blood era muito bem iluminado e bem decorado, o local apresentava objetos de vários lugares do mundo e diferentes épocas, julgou ser o mestre de Kagome algum tipo de colecionador.
Esperavam que seu mestre chegasse enquanto a mulher lhe servia uma boa dose de whisky.
- Sr. Taisho. –a porta de madeira escura se abriu revelando uma figura masculina alta, de voz rouca- É um prazer poder encontrá-lo pessoalmente.
Sesshoumaru parou bem os olhos na figura que lhe estendia a mão, o estilo das roupas não era vintage como as da mulher, mas um pouco mais clássicas, como as de um nobre do século XIX. Aceitou a mão, apertando-a.
- Temo que tenha presenciado algo desagradável, tenho certeza que minha adorada serva sente muito, certo Kagome?
Com um sorriso não mais do que sedutor contrastado por um olhar frio de par de azuis quase brancos ele estendeu a mão para a serva.
- Sim, meu mestre.
Segurando a mão que lhe foi estendida ele a puxou contra seu corpo enlaçando-a com firmeza pela cintura. Encaixou seu rosto na curva do pescoço feminino e aspirou o cheiro de sangue que exalava.
- Sangue de baixa, muito baixa qualidade. –ele fez uma leve careta, ela apenas concordou- Peço que esqueça o que viu aqui –dirigiu o olhar para Sesshoumaru- nós não queremos que nada de mal aconteça ao senhor. Afinal, o senhor é precioso.
- Sim, eu entendo. –Sesshoumaru se levantou, mas não encarou o homem a sua frente, continuou com os olhos presos a Kagome
- Ah, mil perdões. –o homem riu como se tivesse esquecido de algo realmente sem importância- Eu sou Natsume Ryuuzaki, dono da Black Blood e obviamente, mestre da bela Kagome.
Os olhos âmbar se estreitaram observando as íris negras da mulher, Natsume sorriu levemente.
- Chamei um táxi de minha confiança que o levará até sua casa Sr. Taisho, ele já está a sua espera. Se nos der licença, minha serva precisa de um banho e roupas limpas. Tenha um bom dia.
Segurando o rosto de Kagome o homem viu Sesshoumaru deixar o escritório a passos firmes e logo sumir de sua vista, Natsume sorriu.
Espero que tenham gostado dessa pequena introdução. Até o próximo capítulo. ;}
