30 days of James
James Potter x Lilian Evans


Lilian vai passar um mês na cidadezinha chamada Hogsmeade, no interior da Inglaterra. Lá, ela conhece James, um adorável rapaz que, juntos, eles irão viver um mês inteiro de amor.

Essa não é uma história de amor. É uma história sobre o amor.


30 days of James
Capítulo 01

Tudo bem. Eu confesso. Chegar a Hogsmeade fora sim complicado. Primeiro porque essa cidade nem está no mapa, e ficou completamente difícil de eu seguir aquele mapa idiota que peguei na cafeteria, saindo de Londres para ir para a cidadezinha de Hogsmeade. Eu pegaria avião se possível. Mas nenhum avião chega num raio de cem quilômetros de lá. E então, como eu faço? Vou de carro, obviamente.

Mas eu me arrependi. Totalmente. Porque fiquei sem gasolina ao chegar na cidade e tive que pedir ajuda para alguém ir comprar gasolina pra mim, porque nem guincho tinha naquela cidadezinha ainda. Que tristeza!

Porém, eu encontrei o motivo de estar lá naquele dia: Marlene McKinnon. Atualmente, Marlene Black.

— Eu sabia! — ela dizia. — Eu sabia que era você que estava empacada na entrada da cidade! Onde tem confusão tem Lily Evans, e isso é um fato! — ela correu para me abraçar. — E aí, como estão as coisas em Londres? Puxa Lily, que saudades!

Eu corei. Ela literalmente gritou aquilo aos quatro ventos, como se esperasse que a cidade inteira fosse ouvir — o que não seria novidade. Enquanto ela berrava, olhei de relance para o prédio próximo ao local onde eu havia parado o meu carro e algumas pessoas colocam as cabeças para fora da janela para ver o que estava acontecendo.

— É que faltou gasolina. Não enchi o tanque o suficiente. E que mapa horrível é esse! Não tem Hogsmeade no mapa, dá pra acreditar? Mais um pouco e eu ia direto para o mar! Por isso que demorei tanto pra chegar. Entende?

— Entendi — Marlene riu. — Mas, vamos. Vou te mostrar onde eu moro. Quer ficar hospedada por lá? Eu e Sirius temos um quarto de hóspedes lá em casa...

— Não quero incomodar, Marlene — falei, hesitante — Acho que vou ficar numa pousada ou coisa parecida, seja lá o que vocês tiverem por aqui... Eu provavelmente vou ficar visitando a cidade até tarde da noite. Não quero incomodar.

— Entendo — ela disse. — Bem, Sirius gostaria de poder fazer companhia. Ele adora ficar até tarde na rua. Mas e aí, como estão as coisas em Londres? Você não me falou.

— Tensas — deixei que meus ombros desabassem, enquanto íamos até o carro. Desliguei o alarme e entrei, e Marlene entrou no banco do passageiro. — Por que acha que pedi férias? Eu precisava sair daquela droga de editora. Eu não agüentava mais. Desde que o meu antigo chefe, o Dumbledore saiu, as coisas lá ficaram um inferno. Uma mulher tomou posse e começou despedindo todos que aparentemente não gostavam dela. Velha desgraçada — resmunguei baixinho as duas últimas palavras, enquanto seguia para onde Marlene dizia para seguir.

— Qual é o nome da velha desgraçada? Talvez possamos fazer... Sei lá, quem sabe uma macumba, ou botar o nome dela na boca do sapo.

— Dolores Umbridge. — afinei a voz. — E ela fala bem assim. É muito insuportável. Você não tem idéia. Sem falar que ela transformou a editora num... Sei lá, escritório da Barbie. Tudo rosa, com quadro de gatinhos, e livros de culinária e crochê nas estantes do escritório dela. É sério. Morro de medo só de chegar perto de lá.

Marlene riu alto no carro, mas depois disse:

— Pare. É aqui — ela disse. Paramos em frente a uma casa vitoriana, branca com creme, de dois andares. Uma graça! Bem a cara de Marlene, mas não posso dizer nada de Sirius. Por mais incrível que pareça, eu não o conheço. Marlene o conheceu aqui, e ela saiu de Londres para vir morar com ele, apesar das insistentes tentativas dele de ir morar com ela em Londres, porque achava que Hogsmeade era pacata demais para ela e para ele. Mas ela insistiu. E quando Marlene insiste...

— Que linda, Marlene — falei, maravilhada com a casa. Assim que saí do carro, ouvi Marlene correr até a porta. Parecia que ela havia voltado à quarta série, onde ela sempre corria para chegar a porta de casa. Eu corri até ela, quase derrapando na pedra molhada no meio do caminho.

— Era a casa dos pais do Sirius. Depois que eles morreram, ele nunca mais veio aqui. Mas como o apartamento dele era apertado demais para nós dois, e como aqui tinha um quarto a mais, decidimos reformar a casa. Ficou bem melhor assim. Se você visse o estado deplorável que estava antes... Sirius não vinha aqui fazia uns cinco ou seis anos.

— Que chocante — minha boca se abriu quando ela disse aquilo. Ela catou a chave no bolso da calça e abriu a porta. Havia uma luz, no final do corredor que estava acesa. Rapidamente, ela seguiu até lá e fui atrás dela.

— Sirius? — ela chamou. — Sirius, querido. Temos visita. Lily está aqui!

Na sala, amor... Ah, droga! Foi impedido. — ouvimos a voz masculina, e uma risada de outra voz acompanhada. Ao chegarmos à sala, que era justamente a sala que tinha a luz acesa, nos deparamos com Sirius e mais um cara, no sofá, jogando vídeo-game. Olhamos para a tela, e vimos o campo de futebol e alguns caras correndo atrás da bola branca.

— Como é que vocês conseguem jogar esse lixo? — Marlene perguntou, indignada.

— É a nossa infância — o cara que julguei ser Sirius, disse calmamente. Ele pausou o jogo e se levantou para cumprimentar Marlene. Tinha cabelos recém-lavados, escuros e ondulados, com olhos cinzentos e com um bigode aos fiapos deixando crescer, aparentemente. Era um rapaz bonito. — Oi. Você deve ser a Lily, certo?

— Sim. Lily Evans. — assenti com a cabeça e ele sorriu, exibindo os dentes brancos e alinhados perfeitamente. Ele beijou meu rosto.

— Prazer em conhecê-la. Sou Sirius Black. Aquele canalha ali — ele apontou para um rapaz, que já se levantava do sofá —, é o...

— Deixa, Sirius. Eu tenho boca para me apresentar — o rapaz disse, com um sorriso maroto. Ele era pouca coisa mais alta que Sirius, usava óculos redondos, porém que combinavam com ele. Tinha cabelos escuros, desgrenhados — o que aparentemente era normal — e olhos castanho-esverdeados. Ele sorria. — Sou James Potter. Prazer em conhecê-la, adorável Lily. — ele pegou minha mão e a beijou.

Meu rosto ferveu quase que instantaneamente.

— Oh, pare de bancar o galanteador, James — Marlene revirou os olhos. — Não vou deixar você agarrar a minha melhor amiga. Ok? Fica a dica.

James riu baixinho e sorriu para mim novamente.

— Bem, que tal darmos uma volta e mostrar a cidade para Lily? — Marlene perguntou, alegre. — Ela nunca veio aqui. E podemos ir a pé. A cidade não é lá tão grande.

— Ótima idéia — Sirius disse. — Vamos, James?

— Claro — James deu um sorriso amarelo para Sirius. — Só vou desligar o vídeo-game... — ele dirigiu-se para o aparelho preto que estava sob o rack da sala. — Pronto. Vamos lá.

.xxx.

Visitar Hogsmeade foi divertido. Como a cidade era pequena demais, é normal que todos já saibam que eu sou a visitante, convidada de Marlene, e que meu carro havia empacado na entrada da cidade. Alguns comentavam sobre mim, outros riam da situação que eu havia passado mais cedo. Fomos até um café, onde tomei o melhor cappuccino da minha vida. Andamos um pouco pela cidade, visitando lojas de roupas, doces, dentre várias outras.

Com a chegada do final da tarde, Sirius nos arrastou até um barzinho bem arrumado chamado "Três Vassouras". Sentamos numa mesa e ficamos conversando. Naquele dia, tomei uma cerveja amanteigada — que era bem mais gostosa da com álcool.

— Sabe a Alice, Marlene? — perguntei.

— Sim. O que tem ela? — Marlene ergueu as duas sobrancelhas. Alice era uma velha amiga nossa que ainda morava em Londres. Trabalhava em uma revista de Moda.

— Casou.

— Mentira! Com quem? — ela estava surpresa e espantada ao mesmo tempo. Nós duas concordávamos que Alice era um caso errante em relação à relacionamentos; todos os seus relacionamentos foram uma fraude. Seus namorados eram imprestáveis, na maioria das vezes. E Alice detesta "prisão".

— Frank Longbottom. — falei e dei um gole na cerveja amanteigada. — Encontrei os dois esses dias num restaurante. Foi estranho. Ele todo certinho e ela... Toda... Elétrica.

— Os opostos se atraem — James disse, com um sorriso amarelo para mim. Eu ri baixinho.

— Mas é claro. — concordei e tomei o que sobrava da minha cerveja.

— Então, Lily — Sirius começou —, você vai ficar lá em casa?

— Ah, não, não quero dar problema — falei — Vou ficar num hotel, pousada,ou seja lá o que for que vocês tiverem por aqui.

— Ah, tudo bem. Mas saiba que não nos importamos que você fique por lá. — Sirius disse de maneira calma e depois tomou um gole da cerveja.

— Quem iria se importar é você, Lily — James disse, segredando comigo em voz alta, na intenção de fazer Sirius e Marlene escutarem. — Eles fazem um escândalo antes de dormir. Se é que me entende.

Sirius e Marlene riram. Eu fiquei com a boca aberta em forma de um "o".

— Que horror! — falei.

— Ahhh, olha quem fala! Até parece que você nunca fez — Marlene disse em voz baixa a última frase.

— Eu gostaria de tentar esquecer a primeira vez. — falei, emburrando a cara.

— E a segunda, e a terceira, e a quarta... Fala sério Lily, você arranjou um puto... Problema.

— Estou boiando — James disse.

— Você não precisa saber, tampe os ouvidos — eu falei.

— A questão é que ela se arrependeu de todas as quatro fodas com o namoradinho ogro dela. Fala aí pra gente, Lily... Ele broxava? E se ele broxava, ele usava o nariz? Porque cá entre nós, o nariz não era lá uma coisinha muito pequena...

Eu fechei a cara. A mesa irrompeu em risadas, pelo menos da parte de Marlene e Sirius. Eu forcei um sorriso meio simpático, mas não deu muito certo. Eu odiava quando Marlene ficava falando de Severus. Pelo menos daquela maneira.

— Bem, acho que eu vou para o hotel — murmurei.

Marlene parou de rir.

— Ah, Lily. Você não ficou brava, ficou?

— É claro que eu fiquei, Marlene. Odeio quando você faz isso.

— Me desculpe — ela murmurou.

Eu apenas assenti de leve com a cabeça, ainda ressentida.

— Vou até a casa da Marlene pegar o carro e ir para o hotel.

— Eu vou com você — James já se pôs de pé — Provavelmente você não sabe onde fica o hotel, certo?

— Hmm. É. Não sei — me encolhi e ele sorriu.

— Certo então. Até amanhã, Marlene, Sirius.

— Até amanhã, James! — ouvi Marlene falar e Sirius repetiu. E ele adicionou alguma coisa como "garanhão" e riu, mas não dei bola. E aparentemente nem James.

Continuamos a andar até a casa de Marlene. Instalou-se um silêncio insuportável. Eu não gostava quando eu estava com alguém, andando ou dirigindo, e ficava um silêncio desse jeito. Me deixava agoniada. Eu adoro conversar!

— Por que Hogsmeade?

James havia perguntado. Eu quase dei um pulo. Ele havia interrompido meus pensamentos e agradeci mentalmente por ele ter começado a falar. Eu sorri de lado.

— É uma cidade mais calma que Londres — falei — E menos barulhenta. Eu precisava de férias, eu estava morrendo enfornada num escritório em Londres. Precisava de ar puro. Por mais que eu adorasse meu trabalho, é claro, só que agora temos uma chefe nova e por Deus, ela é um completo pé no saco... — James riu. — Desculpe, eu devo estar falando muito.

— Quê isso. Eu gosto.

— Gosta de ficar ouvindo?

— Melhor do que ficar falando. Pelo menos eu acho. Ainda mais quando o assunto é divertido. Falar de chefes é um dos melhores assuntos, depois de falar de mulher, futebol e cerveja. — ele abriu um sorriso para mim.

— Que digno. — revirei os olhos. — E quando você vai falar com o seu chefe? Você não fala de chefes, não é?

— Não. Como eu disse, falamos de mulher, futebol e cerveja. É um dos melhores assuntos. Principalmente sobre mulher. — ele sorriu — Mas atualmente eu não tenho mais chefe, então...

— Por quê? Foi demitido?

— Não. Meu pai se aposentou e deixou a empresa para mim. Agora eu sou o chefe. Agora é de mim que as pessoas irão falar. Que tristeza — ele fez a melhor cara de tristeza dele, o que me fez rir.

— Veja pelo lado bom: você pode mandar nos outros, e eles irão aceitar porque têm medo de serem demitidos.

— É um lado realmente ótimo — ele riu.

Continuamos a falar sobre o trabalho até chegarmos na casa de Marlene. Meu carro estava estacionado lá — não tive necessidade de dirigi-lo. Hogsmeade era tão pequena que tudo ficava perto de tudo. Assim que cheguei lá, e abri a porta. Entrei no carro e James entrou também.

— Ok. Me diga onde é o hotel, e me diga onde você mora — falei. — Vou te levar em casa.

— Mas o quê... Não! — ele disse — Não tem necessidade. Eu moro perto do hotel, literalmente do lado.

— Ah. Tudo bem então. — me encolhi.

— Ok. Siga reto...

Ele começou a me explicar no percurso e ao mesmo tempo começamos a conversar. Os assuntos eram vagos, aleatórios, mas era melhor do que ficar em silêncio durante o caminho inteiro. Assim que chegamos no hotel, fui fazer meu cadastro para pegar um quarto. Era um hotel pequeno — acho que se tinha mais de trinta quartos era muito — e ao mesmo tempo elegante e confortável. O único que tinha na cidade.

Pedi para levarem minha mala até meu quarto, e fui me despedir de James, que estava me acompanhando.

— Bem... Obrigada.

— De nada — James disse.

— Não quer mesmo uma carona?

— Eu moro aqui perto. Literalmente do lado do hotel — ele deu de ombros — E eu tenho um braço grandinho. Acho que ninguém vai querer se meter a besta comigo. Ou se não vai ganhar um nariz quebrado.

Eu ri. Olhei discretamente para seu braço e não pude negar: não era pequeninho. Seu bíceps era de tirar o fôlego. Que tipo de esporte ele fazia? Ele era um pouco bombado e isso era realmente sexy para alguém como ele.

— Lily?

Eu soltei o ar. Tinha esquecido de respirar.

— Sim?

— Foi ótimo te conhecer — ele disse, com um sorriso. Pude ver seus olhos brilharem através dos óculos que ele usava. Eu senti meu rosto ferver de vergonha.

— Foi ótimo te conhecer também. — falei, dando um sorriso tímido.

— Vamos nos ver em breve?

— Mas é claro. Amanhã já, se possível.

— Ótimo — ele sorriu. Se aproximou mais de mim e me deu um beijo na testa. — Tenha uma boa noite. Sonhe com os anjos, e depois me diga como eu fico de asas.

Dei um tapa no seu braço.

— Que convencido! — falei e ele riu. — Boa noite pra você também. Durma com os anjos.

Ele deu um sorriso que se misturava com timidez e malícia.

— Depois eu te digo como você fica de asas.

— James! — senti meu rosto ferver. Ele riu.

— Até amanhã. — seus lábios tocaram a minha testa. O local onde ele beijou formigou, e eu senti meu corpo inteiro se arrepiar. Ele deu as costas para mim, com um sorriso. Pude perceber um brilho a mais nos seus olhos.

De certo era só a luz que estava refletindo nos seus óculos.


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Beijos e ótimo final de semana, Claire.