Disclaimer: Harry Potter não me pertence, e sim a J.K. Rowling, Warner Bros e qualquer outro que tenha direito sobre os amáveis - ou não - bruxinhos. Não há qualquer intenção em obter lucros por parte da autora, é apenas diversão.

Fanfic feita para o projeto Lovely Lily do Fórum 6v.


Situação utilizada: O dia em que Lily soube que era uma bruxa.


Três pares de olhos arregalados. Na sala antes tão barulhenta reinava o silêncio; um silêncio cheio de curiosidade, susto e quiçá receio. Os olhos iam do chão para os rostos uns dos outros. O primeiro a romper o silêncio foi aquele cujos olhos abrigavam um certo brilho, como se algo há muito esperado finalmente se houvesse realizado.

- Eu disse, Lils! Eu disse!

As duas garotas fitavam o chão, os olhos arregalados: pouco mais de dez centímetros acima desse, flutuava um bule de porcelana.

Mas bules de porcelana não deviam flutuar.

- É como eu disse, Lils! – Insistiu o garoto de cabelos negros. – Você é uma bruxa!

- Isso não existe! – Esganiçou-se a loira, a voz particularmente aguda pela irritação. – E, se existisse, minha irmã não faria parte desse tipo de aberração!

- Então, como explica o bule flutuar? – Rebateu o outro.

Novamente o silêncio. Os dois trocavam olhares mortais, mas a ruiva ainda fitava o bule flutuante. Tinha a expressão confusa, sem saber o que fazer ou em quem acreditar. De fato, magia não era o tipo de coisa que podia existir, mas não conseguia encontrar uma explicação para aquele bule flutuar – e isso ela tinha certeza de que era verdade.

Eles haviam voltado a discutir, mas se calaram novamente ao verem o bule levitar tranqüilamente até as pequenas e delicadas mãos da ruiva, que sorriu encantada.

- Oh! – Boquiabriu-se a garota.

Novamente o silêncio reinou. O novo movimento do bule dava razão a ele, porque só havia então uma explicação plausível para movimentos voluntários de um objeto inanimado.

- Magia. – Seus grandes e verdes olhos se abriram de surpresa enquanto seus lábios tão vermelhos se abriam em um largo sorriso. – Veja, Tunia! Veja, Sev! Magia!

A pequena saboreou cada letra da palavra que entrava em sua vida de uma maneira inesperada. Magia. Ela tinha um dom, algo especial. Ah, seus pais ficariam tão orgulhosos!

Sua irmã discordava disso.

- Não pode contar, Lily! Isso faz de você estranha, e ninguém pode amar alguém que seja anormal.

- Oh... – O desapontamento tomou o rosto da pequena.

- Isso não torna ela anormal! Ela tem um dom, coisa que você nunca vai ter!

Ofendida, Petunia os insultou ("Aberrações!") e correu escada acima, deixando os mais novos sozinhos na sala.

A princípio, ela apenas olhava cabisbaixa do bule para Severus e então para as escadas. Não queria que a irmã a achasse uma aberração, queria ainda manter a boa relação com ela – certo, talvez não fosse tão boa, mas ainda assim... Não estava certo aquilo, sua irmã se chatear por algo que não era sua culpa e era tão sensacional.

Mas bastaram alguns minutos para que Petunia fosse varrida de sua mente; não que não se importasse com a irmã, mas naquele momento havia algo muito mais importante para a sua jovem mente se preocupar. Logo seu rosto se iluminou e saiu para o quintal para brincar com seu melhor amigo, vigiando a todo instante o momento em que os pais chegariam em casa para dar-lhes a grande notícia.

Eles tinham uma bruxa na família!