Else worlds

Uma História da Liga da Justiça

Um novo mundo nasceu; será chamado de Terra-9, caso sobreviva a Crise daqui algumas décadas. Nesse mundo, as coisas aconteceram de forma diferente, como será mostrado em diante.

1 - Setores

Em algum lugar entre o Setor 2813 e o Setor 2814

—Jor-El de Krypton! Renda-se agora e pouparemos a vida de sua mulher!—A voz metálica saía do comunicador da nave, que tentava desviar dos disparos feitos contra ela.

—Vão se ferrar, seus malditos!—Jor-El, piloto da nave que fugia, responde, irritado.—Sei muito bem o tratamento que darão a minha mulher se nos entregarmos, eu fugi de Krypton por um motivo, sendo crime ou não!

—Nós avisamos!

Um dos disparos atinge a nave de Jor-El, que começa a perder energia:

—Maldição! Assim eles vão nos matar, Lara!

—Mas...e nosso filho? Querido, não há chance para ele?—Lara tinha o bebê em braços, Jor-El olha para a criança e seu coração pesa, queria muito salvar seu filho, e só conseguia pensar numa alternativa.

A nave Kryptoniana finalmente explode, as naves inimigas não percebem o pequeno módulo espacial partindo em velocidade vertiginosa rumo ao setor 2814: "Um lugar onde há vida, onde há esperanças, onde o brilho esmeralda não é omitido pela ameaça dourada!"

Setor 2814 - Terra – Kansas – Pequenópolis

—Força Martha! Já posso ver a cabeça do pequeno Clark!—Um dos médicos diz, o sorriso no rosto do outro homem de pé na sala indica que ele era o pai, a mulher volta-se para ele:

—John! Eu não consigo!

—Não diga isso! Nós vamos conseguir!

O Bebê nasce, mas não há choro. Os olhos do pai, Jonathan Kent, se enchem de lágrimas. Martha, grita em desespero, o pequeno Clark Kent nunca chegou a experimentar o sabor doce da vida. Os médicos no local tentam consolar o casal, mas nada poderia consola-los.

Alguns dias depois, Martha e Jonathan voltavam da casa de uns amigos, que os tinham convidado para distrai-los, tirar o fato da cabeça deles. Não adiantara muito, mas o casal apreciava a tentativa dos amigos, como uma demonstração de amizade. John vê um brilho no céu, ele imagina ser apenas uma estrela cadente. Em seguida, tudo acontece muito rápido e o homem só se lembra do clarão chegando mais perto, até que tudo se apaga.

Quando Jonathan desperta, pode ver uma cratera—seria a estrela cadente que tinha visto?—do tamanho de uma piscina. Via fumaça. Via luz ainda. Ele então vê Martha: ela estava bem, apenas desacordada. Ele a puxa para fora da caminhonete e vai até o lugar da queda do objeto ainda não identificado. E então, quando ele vê do que se tratava, cai para trás espantado.

—Uma...nave?—John exclama, abismado.—O que isso significa?

—John?—Martha se põe ao lado dele, devia ter ficado contemplando a nave por mais tempo que pensava, considera John. A mulher então tem reação similar a do marido quando vê a nave, e reação ainda mais intensa ao ver a nave se abrindo, revelando um bebê, de aproximadamente três anos:

Ela toma a criança nos braços, e um brilho que John não via desde o dia fatídico parece retornar aos olhos de Martha. Ela então diz com voz chorosa:
—John...será que...estamos sendo compensados pelos céus? Pelo que aconteceu naquele dia?

—Para mim parece mais uma experiência dos russos, é bem a cara deles mandar uma criança para o espaço!

A falta de romantismo do marido não afeta Martha, ela apenas olhava para o bebê como se a vida tivesse sentido novamente, ela diz então:
—Seja como for, eles não tem mais direito a essa criança, ela é nossa agora! Nosso pequeno Clark Kent!

John contestaria a mulher se pudesse, imaginava quantos problemas aquilo poderia acarretar, o coitado mal poderia imaginar metade do que lhe aconteceria.

Setor 2814 – Terra – Gotham City – 8 anos depois

O jovem Bruce Wayne sai pela porta dos fundos do teatro. Chorava e tremia, de tanto medo que sentia. Morcegos. Odiava morcegos. Temia morcegos mais do que tudo. A peça só reavivou a memória do garoto, o dia em que caiu naquele buraco e foi, aos seus olhos, atacado por morcegos enlouquecidos em sua caçada por sangue. Tudo era obviamente exagerado pelos olhos infantis de Bruce, quem poderia culpa-lo?

Seus pais aparecem em seguida, fazendo a roda do destino girar, e tomam o pequeno em seus braços, confortando-o. O garoto soluçava, ouvia as palavras de seu pai, entendia que devia ser mais corajoso, apenas não conseguia.

Bruce então vê o homem saindo de algum lugar do beco. Ele vê a arma. Ele tenta gritar, mas é tarde demais. O jovem caído de joelhos tinha a loucura expressa em seus olhos, os corpos de seus pais jaziam a seu lado, as perolas do colar de sua mãe ainda rodopiavam no chão, mas Bruce só conseguia lembrar do "BANG".

Sirenes. Lembrava de ter escutado sirenes. Lembrava daquele homem estranho, de barba peculiar. Ele se chamava, "alguma-coisa-Ghul"? Ra's Al Ghul! O Homem repetia algumas vezes, talvez para fixar o nome na mente da criança. Aquele homem havia abordado Bruce poucos minutos depois do assassinato de seus pais. Ele tinha olhos cruéis, sua palavras não ficavam devendo muito também:

—Você pode sofrer por isso agora, jovem Bruce!—O garoto captava cada palavra sem dizer uma palavra. Ensinamentos de seu pai: Deixe sua mente absorver conhecimento em silêncio. O jovem Wayne não tinha como saber que seu pai apenas citava Pitágoras.—Ou você pode pegar essa dor e transforma-la em algo útil! Em vingança, contra aqueles que tiraram tudo de você!

Bruce agora parecia mais agitado, o discurso de Ra's continua por um bom tempo, enquanto os dois caminhavam pelas ruas de Gotham e viam ladrões, assassinos, estupradores, todos impunes. Ra's fazia lavagem cerebral de forma sutil, e sempre funcionava. Bruce segura o braço de Ra's Al Ghul e diz, com voz furiosa:

—Vingança! Tudo que quero agora é vingança!

Ra's sorri, surpreso com o modo que de um garoto chorão, havia tornado Bruce num homem vingativo, e os dois então somem nas sombras. Bruce Wayne passaria por sérias mudanças ao longo do tempo. Mudanças que seriam sentidas no resto do mundo, quando chegassem a seu auge.