N/A: Gil e Moisés, beijos por terem tido paciência comigo (foram basicamente meu controle de qualidade), principalmente minha irmã.

Espero que gostem da história. Me deu vontade de escrevê-la assim que li 'Amanhecer'. Achei que Leah ficou meio jogada de lado, sem um final concreto, eu resolvi botar as manguinhas de fora para ajudá-la. Já faz um tempo que venho trabalhando nesta fic, meses na verdade. Enfim, demorei pra resolver postar, mas postei.

Detalhe: Esta é uma song fic, muitas das músicas que usei transmitem mais os sentimentos dos personagens do que minhas palavras, como uma trilha sonora. Então, se alguém estiver disposto a escutá-las, creio que não vão se arrepender.

Aviso: Todos os personagens que podem ser notados na saga Crepúsculo não me pertencem. Eles são exclusivamente de Stephenie Meyer. Eu não obtenho nenhum lucro com isso.

Reviews? Please!

Capítulo 1

Leah estava deitada em sua cama bebendo em poucos goles uma garrafa média de vodca. O sol da tarde iluminava seu quarto e lhe trazia calor que seu corpo já irradiava, era sua companhia. Seth estava no quarto ao lado ouvindo o cd de uma banda que ele gostava. A música lhe soava bem, era como se sem saber, seu irmão havia escolhido uma trilha sonora para sua dor, essa que ela não conseguia fazer desaparecer.
Kigs of Leon (sex on in fire):

fique onde você está
não abra a boca
eu sei que eles estão vendo
eles estão vendo

toda a comoção
e a dor infernal
tem pessoas falando
eles estão falando...

A cabeça de Leah rodou. Depois de estar terminando a segunda garrafa, finalmente o álcool subiu á cabeça.

você
seu sexo esta em chamas!

Porque este era o seu destino? Ela queria gritar, bancar a doida, mas o tempo de chamar atenção já se foi, ela não podia se dar ao luxo de desperdiçar suas últimas gotas de dignidade. Todos estavam esperando por uma fofoca, um deslize seu, ela precisava ser forte. Mas algo ardia dentro dela, um sentimento que estava impregnado em seu peito e correndo como lava fervente por suas veias: um amor doentio.

A escuridão do beco
O amanhecer de um dia
A cabeça quando estou dirigindo
quando estou dirigindo...

Os lábios macios estão abertos
Eles se prendem e ficam sem cor
Parece que você esta morrendo
Você esta morrendo

E você
Seu sexo esta em chamas!
Confortável,
com as palavras para transpirar...

Ela sentia-se vazia ou transbordando, não sabia ao certo, apenas que isso tinha que terminar. O efeito da vodca passou em poucos minutos, ela voltou a beber seu analgésico líquido. A bebida descia como água, seu corpo era diferente, ela ali quase não fazia efeito, mas o significado dela queimava em sua garganta entre os longos goles.
Se levantou, foi até o banheiro. Olhou a face no espelho, o cabelo preto bagunçado e um pouco sujo combinava com a cara amassada de quem não saiu da cama hoje. Ela se sentia deprimente.

Quente como uma febre
Ossos se tocando
Eu poderia só sentir o gosto,
sentir o gosto...

Se não é para sempre
Se é só por essa noite
Oh ainda é a melhor
A melhor,
a melhor...

Você
Seu sexo esta em chamas!
Você
Seu sexo esta em chamas!

E você
com as palavras para transpirar...
E você
com as palavras para transpirar...

Leah entrou para o chuveiro e colocou no frio. Não adiantou, sua pele sentia a temperatura mas não reagia a ela.
"Eu estou morta" ela pensou "desde aqueles dias infernais, eu não vivo. Não posso sequer me sentir melhor que os sanguessugas, eu empatei no nível de desgraça" Ela riu da ironia.
Foi até o espelho novamente e encarou.
_Você vai mofar Leah, vai mofar mesmo..._ ela sussurrava para si mesma _ Você vai reagir, já que não é por bem, será por mal.
Saiu pelo quarto pingando água no chão e nem sequer se importou, a roupa estaria seca em cerca de 10 minutos.
_Seth, vou sair_ ela gritou do lado de fora da casa.
Ignorou a vontade de pegar o carro, andando podia forçar seu corpo a se mover. Tirou os sapatos pra sentir o chão.
Correu o que parecia ser para o leste, passou por algumas cidades. Os homens a olhavam distintamente, alguns apenas davam conta de sua presença, outros a temiam, e outros ainda a desejavam.
Não se importou por quantas horas percorreu, mas cansou de vagar pelas ruas com um par de tênis na mão. Entrou em uma lanchonete. Uma moça bonita loira com bochechas rosadas veio até ela simpaticamente.
_Deseja fazer um pedido senhorita?_ ela sorriu. Leah ficou um tanto quanto lesada pelo comportamento da garota que ignorou a sua carranca e ainda mostrou os dentes como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, vestir esse uniforme.
_Um refrigerante por favor.
Ela sorriu novamente e tratou de trazer rapidamente uma lata de coca-cola. A garçonete a encarou novamente
_Mais alguma coisa?_ ela perguntou gentilmente.
Leah franziu a testa e fez que não.
_Não se incomode com a Cuty, é o primeiro dia dela e está entusiasmada._ disse um homem que estava na mesa ao lado.
Leah se virou em sua direção, ele era um homem jovem, talvez um pouco mais velho que Sam.
"Droga! Eu estava me orgulhando de ainda não ter pensado necessariamente nele hoje"
Este homem no entanto era diferente, ele estava vestido com uma calça jeans surrada, uma blusa preta, munhequeira e tênis preto. Ele tinha um pircing na sobrancelha.
_Todo mundo é tão tagarela aqui?_ ela perguntou.
_Na verdade não, a garçonete é exceção. Acho que é um bom presságio_ ele respondeu com um olhar confiante.
Aquele lugar estava fazendo-a sentir-se estranha. E refrigerante pós-vodca não estava lhe caindo bem.
_Um bom presságio para mim?_ ela riu ironicamente_ eu sou amaldiçoada.
O homem sorriu provavelmente pensando que era uma piada. Coitado. Ele se aproximou dela, Leah sentiu seu cheiro de couro e já estava pronta pra dar-lhe um murro. Ele olhou seriamente para ela.
_Quer trabalhar pra mim? Eu vendo instrumentos musicais em uma loja, minha filha foi morar com a mãe dela, estou sem ajudante.
Ela desviou o olhar dele constrangida e com um não na ponta da língua.
_É sério_ ele continuou sinceramente_ pense com lógica e diga se aceita ou não. Ah, tem mais uma coisa, eu não estou afim de você.
"Quem é esse cara?! que maluco!" pensou
_Sou Rick Leigan_ ele se apresentou estendendo a mão.
"Você pode ler meus pensamentos?" ela pensou para ele, chocada. O homem não respondeu, então provavelmente não podia. Leah relaxou, era só doido mesmo.
_Leah Clearwater.
_Muito prazer em conhecê-la. Eu estou incomodando?
"Sim" pensou
_Não_ ela respondeu.
_Eu fabrico e compro instrumentos desde menino. É um hobbie pra mim e também meu ganha pão, acho que seria ideal na minha loja.
Por um momento ela pode sentir o coração do homem, não literalmente, foi estranho. Ela sentiu curiosidade de saber mais da vida dele, porque era alguém muito aberto.
_Talvez esteja faltando isso na minha vida, um uniforme_ ela disse olhando para a garçonete que parecia radiante.
_Está pegando o jeito_ ele riu.
Leah não entendeu a piada e nem queria. Tratou com ele todos os detalhes, a partir daí ela tinha um emprego.