Tradução

Slash, então quem não gosta nem comece a ler!! Quero críticas inteligentes (tanto ruins quanto boas) e espero agradar a todos!

Minha primeira tradução, então se tiver algo errado (o que provavelmente vai ter) me avisem!

N/A: as palavras ou frases em negrito são faladas por sinais.


Capítulo 1

O que estou prestes a contar não é a história de amor usual. Não acredito muito em Deus ou em destino. As pessoas tentam me vender esse papo furado de que existe um "plano" ou uma "razão" desde que eu era criança, mas nunca pus muita fé nisso. A vida apenas acontece, e geralmente do modo mais inesperado. Isso é parte, talvez, de como somos. Se as coisas fossem planejadas ao meu modo, poderia nunca ter o conhecido, mas não me arrependo agora. Não deve haver uma "razão" para isso, mas acredito que foi bom eu ter conhecido Harry Potter.

Nasci surdo. É impossível dizer se mudaria isso se pudesse. Toda a minha vida vivi num mundo sem nunca saber o que a palavra som realmente é. Claro, eu tenho uma vaga idéia do que seja, mas nunca entendi o que as palavras "harmonia" ou "música" são. Vi as palavras de minha mãe, mas nunca conseguir ouvir sua voz. Quando eu nasci, meus pais não souberam o que fazer comigo. Meu pai não tinha certeza se eu podia carregar o sobrenome Malfoy. Viu-me como algo e não como alguém, mas geralmente é assim que ele é.

Um grande número de profissionais foram me apresentados na infância. Fui educado pelos melhores patologistas de fala e professores de surdos desde que eu consigo lembrar. Meus pais eram rígidos na minha educação, mas reconheceram de que eu precisava da língua dos sinais também. A maioria das coisas que aprendi vieram de meus tutores, em casa, mas atendi a uma escola para surdos por um tempo quando eu tinha seis anos até completar oito. Acho que eu era mais feliz lá. Foi lá que eu fiz amigos verdadeiros pela primeira vez, e foi lá que reconheci que não era uma pessoa retardada como meu pai acreditava. Nunca soube porque ele me tirou da escola mas ele me disse que saí porque não estava aprendendo o suficiente para competir com as crianças "normais", mas não tenho certeza quanto a isso. Quando retornei a educação em casa, fui forçado a praticar mais minha fala do que praticava antes.

Meu pai era um conhecido homem de negócios. Ele tinha herdado uma fábrica de meu avô. O nome de Lucius Malfoy era sempre associado ao bem estar. Seu casamento com minha mãe, Narcissa Black, marcou todas as páginas em Nova York.

Ele nunca conseguiu aprender sinais muito bem. Era um aspecto de fraqueza, dizia. Não era agradável para ele ouvir que apesar de minha fala ser excepcionalmente clara, seria sempre obvio que eu era surdo. Ele ignorou isso e continuou a ser rígido comigo.

Minha mãe e eu sempre fomos muito próximos. Ela me deu tudo, e nunca apoiou a opinião de meu pai sobre sinais. Sentávamos na sala e conversávamos por horas a fio. Ela sabia como eu me sentia sobre ser educado em casa, e sempre me disse para fazer o meu melhor.

Quando tinha quinze anos, meu mundo virou de cabeça para baixo. Meu pai voltou de viajem em julho, e aquele dia eu estava sentado em frente a janela quando o vi chegar. Nunca ficava feliz quando o via descer de seu carro, mas sabia que estaria encrencado se não descesse para vê-lo. Minha mãe estava preocupada quando começava a rumar para o andar de baixo. Ela não levantou suas mãos e falou:

"Draco, seu pai deseja falar com você."

Não foi difícil para mim ler seus lábios. Tinha ficado um mestre nessa arte praticamente desde que eu nasci. Eu concordei e desci para o escritório.

"Draco" ele falou com um sorriso.

"Estou feliz que tenha voltado, pai"

"Sente-se tenho boas notícias para você." Aquelas palavras me deixaram nervoso, mas sentei olhando rapidamente para minha mãe que estava mordendo seu lábio. Nada disso era animador. "Entrei em contato recentemente com o diretor de minha antiga escola," começou. "E ele me disse que não é tarde para você se juntar com os outros estudantes de sua idade, e que sua deficiência não será um problema. Você irá para Hogwarts este outono. Isso lhe agrada?".

Engoli toda a minha raiva porque sabia que não iria importar. Ele nunca se importou com o que me agradava. "Sim," concordei sem emoção.

"Bom. Sua ida é daqui a cinco semanas, e é tempo suficiente para se acostumar com a idéia. Sua mãe irá lhe levar para tirar as medidas de seu uniforme."

Depois da conversa terminar, subi para meu quarto e liguei o computador. Dando um suspiro de alívio, vi que meu melhor amigo, Blaise, estava online.

Dragonrider: Meu pai é um babaca.

ZanZen: Alguma outra "novidade" sem ser esta?

Dragonrider: Ele me abrigou a ir para Hogwarts esse ano.

ZanZen: E qual é o problema? Pensei que não gostasse de ser ensinado em casa?

Dragonrider: E não gosto! Mas não quero ir para LÁ!

ZanZen: Porque não? Eu estudo LÁ e LÁ não é ruim.

Suspirei. Ele nunca entendia. Digitei furiosamente:

Dragonrider: Claro, você não ia pensar que é ruim. Você pode ouvir! E conhece pessoas lá!

ZanZen: Nem todo mundo liga se você é surdo. Porra, você é tímido. E não é se eu não pudesse te apresentar as pessoas. Supere.

Dragonrider: Você é um filho da puta!

ZanZen: Não enche.

Dragonrider: Tá. Te ligo amanhã.

ZanZen: Ok.

Provavelmente foi uma má escolha implorar por simpatia com Blaise. Ele é uma das poucas pessoas que não deixa sentir pena de mim. Nos conhecemos quando tínhamos dez anos, e somos amigos desde que eu o ensinei a insultar pessoas na língua dos sinais. Nunca me tratou como se eu fosse diferente. Não deveria esperar que começasse agora.

Uma semana depois, minha mãe e eu encontramos com Blaise em Nova York. Ele nos recebeu em frente a sua casa com um grande sorriso. Com parte de seu cabelo caindo em seus olhos, parecia que tinha acordado agora. Ele deu um oi para mim. Minha mãe beijou minha bochecha. Vou ficar e almoçar com Melinda. Vocês dois se comportem, e não se atrasem!

Assenti que sim.

No carro, olhava para a janela fazendo o máximo para ignorar Blaise. Ele tocou meu ombro. Não seja um chato.

Quem está sendo chato? Sinalizei para ele com raiva. Não quero ir! É tão difícil de entender?

Não vai ser ruim. Acredite. Sabe em qual casa irá ficar? Ele perguntou.

Hogwarts tinha um história esquisita. Fora fundada por quatro pessoas diferentes e cada um deles tinha um dormitório com seus respectivos nomes: Corvinal, Lufa-Lufa, Grifinória, e Sonserina. Os estudantes eram sorteados para cada uma delas pela sua personalidade e por família. Meu pai foi um sonserino então fui automaticamente posto lá. A sorte era que Blaise era um sonserino.

Podemos dividir um quarto, ele disse tentando fazer eu me sentir melhor.

Um tempo depois, chegamos no lugar onde iríamos tirar nossas medidas para os uniformes novos. Blaise foi primeiro enquanto eu sentava na sala de espera. Mal eu havia sentado e um garoto da minha idade sai de uma das cabines. Seu cabelo era preto como o céu noturno, e usava óculos. O que me deixou intrigado foi que o garoto vestia calças jeans e uma blusa de manga comprida, e a manga ia até a ponta de seus dedos, apesar de estar um calor lá fora. Ele não olhou para mim, e eu voltei minha atenção a revista que tinha pego.

Quando Blaise voltou, segui o velhinho, e subi no banco. Vi seus lábios se moverem ligeiramente, mas ele virou a cabeça antes que eu pudesse lê-los. "Você terá de olhar para mim quando fala, sou surdo." Expliquei. Odiava ter de explicar isso. Sempre me senti desconfortado.

Ele olhou para mim. "Erga seus braços, por favor." Ele disse devagar.

Quando chegou a hora do almoço, Blaise e eu já tínhamos comprado tudo o que precisávamos, e nossos uniformes seriam mandados para a escola. O pequeno café que tínhamos escolhido era um de meus preferidos quando vínhamos a cidade. Blaise sentou na minha frente, brincando com suas batatas fritas enquanto assistia o movimento da rua. Reparei que seus olhos geralmente seguiam os garotos bonitos e de boa aparência. Não era estúpido o suficiente para não sacar que ele era gay. Isso foi algo de que nunca falamos, mas acho que nós dois sabíamos. Assumir não parecia algo plausível para nós. Meu pai nunca aceitaria. Deus sabe o que faria comigo. A família de Blaise provavelmente aceitaria, mas ele estava preocupado demais em manter sua imagem na escola. Sabia como ele era.

Os últimos dias de meu verão passaram muito rápido. Toda vez que via meu pai, ele me dizia: "me deixe com orgulho". Sabia que ele realmente queria dizer que esta era minha última chance de não fuder com tudo.

Ele me levou até a estação de trem em seu carro favorito. Excitação era a palavra escrita em sua testa... ou o que podia se chamar de excitação, já que é meu pai que estamos lidando. A viajem de trem foi bem cerimonial. Estudantes e pais fizeram um show antes da partida para a escola. Várias pessoas vieram apertar a mão de meu pai, e fui apresentado um número de amigos dele. Um deles veio a ser o chefe de minha casa.

Severus Snape era um homem alto com cabelos e olhos negros. Olhou para mim sem muito interesse quando meu pai o cumprimentou. Ele levantou as mãos para mim. Como vai?

Ao meu lado, meu pai disse algo. Provavelmente disse a Snape que não precisava fazer uso dos sinais. Não queria deixar claro minha "deficiência" para nenhum amigo.

"Estou bem, obrigado", respondi.

Fiquei aliviado em entrar no trem. Blaise sentou comigo. Ele foi me falando quem era quem na escola. Na nossa sessão, a maioria era sonserinos. Reparei em dois meninos sentados perto de nós que Blaise os identificou como Crabbe e Goyle. Pansy Parkinson era uma garota que parecia mais homem do que nós. Blaise fez uma descrição mais detalhada em um ruivo na parte da frente do trem. Ron Weasley, sinalizou para mim. Ele é o maior babaca da escola. Fique longe dele. Ele é um de dez filhos. Seu pai trabalha para o governo ou alguma algo do tipo, mas eles não tem muito dinheiro.

O termo "não ter muito dinheiro" era, claro, uma coisa relativa em Hogwarts. Quase todo mundo da escola era de classes diferentes. Hermione Granger era uma garota de cabelos crespos que tinha bolsa de estudos. Segundo Blaise, a sabe tudo. Por último, Blaise apontou para uma pessoa familiar. O mesmo garoto que eu tinha visto na loja subiu no trem. Sua vestimenta não tinha mudado muito a não ser a cor da camisa. Por um momento, ele olhou para mim e vi como seus olhos eram espantosamente verdes. Harry Potter, Blaise me disse. Se tem vários rumores sobre ele.

Porque? Perguntei.

Seus pais eram milionários. Harry provavelmente é o garoto mais rico da escola. Seu pai era dono de uma empresa de petróleo. Seus pais morreram em um acidente de helicóptero. Ele cresceu na casa de seus tios, mas apenas queriam o seu dinheiro. Algumas pessoas falam que eles batem nele. Seu padrinho foi à justiça para tentar conseguir a custódia, mas não deram a ele.

Ele sempre se veste assim?

Blaise sacudiu os ombros. Nunca reparei. Não falo muito com ele. Ninguém fala com ele a não ser Weasley e Granger.

Naquela noite, nos estabelecemos nos dormitórios de nossas casas. Dividi um quarto com Blaise. A maioria de meus companheiros pareciam ser pessoas legais pelo o que pude julgar. Me ignoraram a maior parte do tempo, o que foi bom. Me pediram para ir a diretoria antes do jantar. Professor Snape veio para me mostrar o caminho.

Gostei dele desde o momento que ele sinalizou comigo, e no corredor decidi perguntar algumas perguntas. Como aprendeu sinais?

Alguém que eu conheço.

Concordei. Porque ele quer me ver?

Porque precisa conhecer sua intérprete, apesar de falar a ela que não precisa vir as minhas aulas. Agora, Draco, não receberá ajuda especial de mim. Se não atender as expectativas, irei reprova-lo.

Isso é justo.

Encontramos Albus Dumbledore ao lado de uma gaiola. Ele sorriu amistosamente para nós e me indicou a cadeira. "Isso é tudo," falou a Snape. Dumbledore era um velho de aparência fraca, tinha óculos. Me ofereceu um copo de limonada.

Sacudi minha cabeça negativamente. "Não, obrigado."

"Seu pai me falou que lê lábios perfeitamente bem," falou enquanto sentava na sua cadeira.

"Sim, leio," respondi. Temi o que meu pai tinha comentado.

"Muito bem." Ele olhou para o seu relógio. "Parece que ela está atrasada, então começarei por outro assunto. Você estará dispensado de latim e francês, mas terá de fazer deveres extras de ciências. Parece justo para você?"

"Sim".

Sua atenção foi direcionada para a porta para uma mulher de cabelo rosa e um piercing no nariz. "Desculpe o atraso," falou e sinalizou ao mesmo tempo. "Acabei de chegar e não tive tempo de me trocar."

Levantei minhas sobrancelhas para ela. Ela não era o que eu imaginava.

Nymphadora Tonks, informou. Irei te acompanhar nas aulas.

Draco Malfoy, respondi.

Tivemos uma breve conversa antes de Dumbledore me mandar encontrar com meus colegas de casa e ir jantar.

O jantar em Hogwarts se mostrou sendo um dos mais importantes eventos do dia. Os alunos novos foram sorteados para suas casas e Dumbledore fez um discurso. Quando o jantar acabou, eu estava andando pelo corredor quando... WHAM!

Caí. Olhei para cima e vi, Ron Weasley. Seus lábios estavam se movendo rápido demais para eu entender e apenas fiquei sentado por um momento. Finalmente, ele disse. "O que você é... estúpido? Porque não presta atenção? Não vai dizer nada, anormal?"

Ele me levantou pela minha camisa, e estava prestes a dizer algo quando Granger se meteu. Estava de costas para mim, mas vi a cara de ron ficar vermelha igual ao seu cabelo, quando li a palavra "SURDO" vindo de seus lábios.

"Sou surdo!" disse raivoso e sinalizando para dar ênfase. "Pelo menos não sou um babaca igual a você!" Ele levantou suas mãos para me bater, mas Granger o impediu. Estava puto por ela achar que eu precisava de sua ajuda, e adicionei. "E não preciso de sua ajuda!"

Quando terminei de falar, ela tinha soltado as mãos de Ron para que ele me batesse, mas outra pessoa o impediu. Severus Snape nos fuzilou perigosamente com seu olhar. Seus olhos pararam em Weasley. "Não haverá nenhuma confusão de sua parte este ano, está entendido? Se não, irei fazer sua vida miserável. Agora vá para o salão."

Fiquei parado ao lado dele, esperando a minha punição, mas tudo o que fez foi olhar para mim. Lhe avisarei apenas uma vez, fique longe dele.

No meu primeiro dia na escola, fiz um inimigo que iria me atormentar pelo o resto de meus anos lá. Apesar de todos os elogios de Blaise, já odiava Hogwarts, e as coisas iriam piorar mais em vez de melhorar.