Autora: Nanda W. Malfoy
Casal: Draco x Harry
Classificação: NC-17
Gênero: Slash, Romance.
Avisos: A estória é Slash, contém cenas de sexo explícito entre dois homens. SE NÃO GOSTA, NÃO LEIA.
Beta: Cinthya Malfoy. A mais linda e perfeita beta de todas!
Disclaimer: Nada aqui é meu, é tudo da loira-que-não-deve-ser-nomeada. Mas eu bem que ficaria feliz em ter o Draco!
A Benção de uma Maldição!
Harry já não sabia
mais o que fazer, a quem recorrer. Estava desesperado. Seus
amigos estavam preocupados, meio Ministério tentava achar uma
solução para seu problema.
Já havia passado uma semana
desde que fora acometido por essa maldição.
Nunca tinha sido descuidado antes. Era auror do Ministério há quatro anos e nunca saíra lesionado de uma missão, apenas alguns arranhões, coisa boba. Mas na última missão que fora resolver, ficou sem fala. Literalmente sem fala.
Harry e seu parceiro, Gregory Wilson, estavam investigando um bruxo chamado Josh Rickler. Ele era suspeito de praticar artes das trevas. Um informante do Ministério tinha acabado de passar a informação de que Rickler estava freqüentando a casa de um parente que não era bruxo. Na mesma hora, eles foram até a casa do tal parente.
Harry e Gregory chegaram à casa a qual lhe informaram e foram recebidos por um homem de aproximadamente 40 anos.
- Olá, nós somos policiais e gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas. – Anunciou Gregory, mostrando ao homem um distintivo falso da polícia trouxa.
- E por que vocês teriam alguma coisa para me perguntar? - Respondeu o homem mais velho.
- O senhor por acaso conhece este homem? - Harry mostrou-lhe uma foto de Rickler.
O homem simplesmente abriu espaço para que Harry e Gregory entrassem e com um suspiro fechou a porta. Indicou-lhes o sofá e sentou-se numa cadeira, de frente para os dois.
A casa aparentemente era bem simples. A sala era pequena, havia apenas um sofá de dois lugares, que era onde Harry e Gregory estavam sentados, uma mesinha de centro com duas cadeiras na frente, e uma estante onde ficava a televisão.
- Então, senhor...
- Alex. Me chamo Alex McGregor.
- Certo, - disse Harry- senhor McGregor, de onde o senhor conhece Josh Rickler?
- Nós somos primos, e os senhores não precisam fingir que são policiais, eu sei que são bruxos.
Harry e Gregory piscaram. Não esperavam por isso. Harry foi quem se recuperou primeiro.
- Ótimo, assim podemos ir direto ao assunto. – Ele falou, guardando a foto no bolso de sua camisa. - O senhor Rickler é suspeito de alguns crimes no mundo mágico. Nós estamos o investigando já há algum tempo. E segundo informações, ele tem sido visto por aqui ultimamente.
- Sim, ele aparece aqui de vez em quando. Nós costumávamos ser muito unidos na infância. Depois que ele recebeu a carta da escola de vocês, nós nos afastamos um pouco, mas...- Alex se interrompeu.
- Mas o que, senhor McGregor? - Indagou Gregory.
- Bem, eu já estava mesmo querendo contar para alguém do seu mundo o que ele anda fazendo, mas estava com medo e o Josh sabe ser um pouco... agressivo com aquela tal varinha...
- Ele está te ameaçando? - Exasperou-se Harry. – Senhor McGregor, peço que nos conte tudo o que o senhor sabe, nós podemos te dar proteção. Rickler é um homem perigoso, temos suspeitas de que ele foi um seguidor de Voldemort, um poderoso bruxo das trevas.
- Nosso herói aqui – Gregory falou, indicando Harry com a cabeça - já fez a gentileza de nos livrar dele e nós já prendemos boa parte de seus seguidores, mas sabemos que ainda existem alguns soltos por aí, e Rickler pode ser um deles. - Gregory recebeu uma olhar torto de Harry, mas fingiu que não notou e continuou. - Então senhor McGregor, vai colaborar nos contando o que sabe?
- Bem, se vocês me garantirem que vai haver proteção... porque Josh já está me ameaçando, e se ele souber que vocês estiveram aqui... – o homem falava rápido e nervoso.
- Não se preocupe, senhor McGregor, o senhor nos conta o que sabe e nós lhe protegeremos, pode ter certeza. – Harry falou.
- Harry, você soou igualzinho aqueles super heróis do cinema trouxa, fiquei até comovido agora. - Gregory levou a mão ao peito dramaticamente, enquanto Harry dava-lhe um tapa na cabeça.
Alex olhava para os dois um pouco preocupado.
- Desculpe a brincadeira, senhor McGregor, foi só pra quebrar o clima. - Harry olhou para o parceiro com cara feia e prosseguiu. - Isso não vai se repetir. Queira começar o depoimento, por favor.
- Josh era obcecado por esse tal bruxo das trevas. Ele me contou mais ou menos as coisas em que ele acreditava, e os olhos dele brilhavam e isso me assustava. Só que Josh não conseguiu entrar pro círculo íntimo desse tal lorde, mas mesmo assim, ele o venerava. Quando esse bruxo morreu, Josh começou a planejar algumas coisas...
- Que coisas seriam essas, senhor McGregor? - Perguntou Harry.
- Josh está atacando algumas pessoas, - ele as chama de trouxas - e está querendo reunir alguns seguidores desse tal bruxo que morreu. Está querendo ser um novo lorde. Eu tentei falar com ele, até disse que o denunciaria, mas ele se revoltou comigo e me ameaç-.
Harry e Gregory se entreolharam quando o telefone celular, que estava em cima da mesinha de centro, tocou. Alex olhou para o visor e depois para os dois aurores a sua frente.
- É o Josh. – Disse, e já ia pegar o celular quando Harry o impediu, pegando ele mesmo o telefone e atendendo.
- Alô! - Harry falou, e não havendo resposta abriu a boca para chamar novamente, mas a voz simplesmente não saiu. Ele tentou mais uma vez, e outra, mas continuou não emitindo som algum.
Gregory olhou para o parceiro, preocupado. Viu quando Harry levou as mãos à garganta e o olhou completamente em pânico.
- O que houve, Harry? Qual o problema?
Harry mexia a boca, mas não saia som algum. Ele olhou para o telefone em suas mãos e o jogou longe. Gregory percebeu que a coisa era séria. Olhou atravessado para Alex, então para Harry.
- O que você fez a ele? – Perguntou, sem olhar na direção de Alex, e tentando sacudir o moreno que estava em choque, ainda tentando falar, porém sem sucesso.
- Eu não fiz nada, você está louco? Como eu poderia ter feito alguma coisa? Eu estava aqui na sua frente...
- Cale a boca. Vamos voltar para o Ministério, e você vem comigo... Ou melhor, você fica aí. – Gregory apontou a varinha na direção da porta de Alex, e lançou um feitiço que o impedia de sair de casa. Agarrou a mão de Harry e aparatou no Ministério da Magia.
Agora, uma semana já havia passado desde que Harry fora amaldiçoado. Os aurores conseguiram descobrir que o telefone celular do trouxa continha uma maldição para que quando uma pessoa, - que deveria ser o Alex – atendesse, ficasse muda. Só que não completamente. A pessoa ainda conseguiria falar enquanto estivesse sozinha, mas se outras pessoas estivessem presentes, ela voltava a ficar muda.
Harry já tinha passado por vários especialistas, mas nenhum deles nem chegou perto de resolver o problema. Ele estava, no momento, internado em St. Mungus.
- Harry, fica calmo, - Hermione falou, sentada na beirada de sua cama - nós já estamos estudando outras formas de resolver esse problema. E enquanto não conseguimos encontrar uma solução definitiva, eu te trouxe isto. – Ela estendeu para o amigo um pequeno aparelho trouxa.
Harry lançou-lhe um olhar interrogativo e Hermione lhe sorriu carinhosamente.
- Isso é um gravador, Harry. Quando você estiver sozinho e quiser falar alguma coisa para nós, você pode gravar e nos mostrar depois.
Harry lhe deu um sorriso triste e se jogou de costas na cama.
- Toc! Toc! Alguém aí?
- Entre Greg, faça companhia para o Harry enquanto resolvo umas coisas. – Hermione deu um beijo na testa do amigo e saiu apressada.
- E aí, parceiro, como foi seu dia? Ahh esquece, cala a boca e deixa que eu te conto o meu.
Gregory Wilson entrou para o Esquadrão de Aurores no mesmo ano em que Potter. Tiveram a sua primeira missão juntos e, desde então, eram parceiros. Gregory era um palhaço, como Harry costumava dizer. Enquanto o moreno era a seriedade, Wilson era a descontração. Ficaram muito amigos, o que despertou o ciúmes de Ron. Principalmente quando o auror chamava Harry de parceiro...
Agora, para desespero do ruivo superprotetor e ciumento, Gregory parecia muito interessado em Hermione.
Greg passou uma boa meia hora em um monólogo empolgadíssimo, chegando a arrancar alguns sorrisos do amigo. Porém, vendo que Harry estava muito desanimado – com razão, claro - resolveu parar a "conversa".
- Quer saber? Parece que você não está gostando do papo. Eu estou há horas falando sozinho, você nunca diz nada... Já que não quer conversar vou procurar quem queira... – Harry lhe acertou com uma almofada na cabeça, o fazendo rir.
oOo
- Senhor ministro, eu não vejo outra solução.
- Você tem certeza, srta. Granger? A senhorita, mais do que ninguém, sabe da situação desses dois. – Hermione se serviu de mais um pouco de chá e voltou a encarar Kingsley Shackebolt.
- Certeza absoluta, ministro. Não é uma coisa que me agrade também, mas o senhor sabe o quanto ele é bom no que faz.
- Eu teria que revelar esse "segredo" para algumas pessoas, mas... certo, vou ver o que posso fazer. Vou falar com ele agora mesmo. Te dou a resposta dele mais tarde.
- Obrigada, senhor.
Hermione levantou-se e saiu da sala do ministro da magia, suspirando cansada.
- Ai, Merlim, espero que tenha feito a coisa certa. - Disse para si mesma, aparatando de volta para o hospital em seguida.
Hermione estava caminhando em direção ao quarto de Harry quando ouviu uma voz conhecida chamar seu nome.
- Ron! Ah Ron, que bom que pôde vir! – A morena se jogou nos braços do amigo, que sorriu e a abraçou de volta.
- Oi, Mione! Como ele está? Eu vim assim que pude. Parece que Oliver resolveu que eu só precisaria saber disso quando a temporada de quadribol acabasse... vim direto pra cá quando soube.
- Oh, eu disse a Oliver que o Harry não corria perigo, e que não precisava te preocupar. Não fique chateado com ele, sim.
Ron passou um braço pelo ombro da amiga e a guiou pelo corredor, parando em frente ao quarto de Harry.
- Ele está sozinho?
- Não, o Greg está com ele.
- Ah, o "Greg"...
- Nem começa, Ronald Weasley... Que ciúmes bobo!
- Que ciúmes o que, eu só não vou com a cara dele... E ele é muito assanhadinho pra cima de você, se quer saber.
- Ai Ron, você não tem jeito. Vem, é aqui. – Hermione e Ron entraram no quarto de Harry e o encontraram dormindo. Gregory estava sentado numa cadeira ao lado da cama, lendo uma revista.
- Oi Greg, como ele está?
- Tentei distrai-lo um pouco, mas...
- Eu sei. Bem, quem sabe com a presença do Ron ele se anima.
- Ronald Weasley... – Greg falou o nome do ruivo saboreando cada estreitar de olhos que o rapaz dava. Ele adorava atormentar Ron.
- Gregory Wilson... – Ron falou o nome do moreno como se tivesse um gosto ruim. Ele detestava aquele cara.
Ron não detestava Wilson, na verdade. Mas ele bem queria que o outro rapaz sumisse. Hermione e Harry diziam que aquilo era puro e simples ciúmes, mas Ron não era ciumento. Nem um pouco. Já para Gregory, aquela rixa não passava de 'zoação'. Wilson adorava uma boa piada, e para ele uma das melhores era ver as orelhas de Weasley ficarem vermelhas toda vez que chamava Harry de parceiro ou abraçava Hermione.
- Então, ainda tentando o quadribol?
- É, eu sou bastante bom nisso, se você quer saber.
- Oh, eu realmente gostaria de ver isso um dia...
Antes que Ron pudesse responder o que quer que ele tivesse na ponta da língua, – e que provavelmente não era uma boa coisa, a julgar pelas orelhas vermelhas do rapaz – Hermione interviu:
- Não comecem, vocês dois. Eu tenho uma coisa séria pra falar.
Os dois estreitaram os olhos um para o outro, mas ficaram quietos e focaram sua atenção em Hermione.
- Já tem uma semana que o Harry está assim e nós nem chegamos perto de achar uma cura. O que eu vou falar é estritamente confidencial, e eu só estou contando pra vocês primeiro, porque sei que vou precisar de ajuda para convencer o Harry. - Ela fez uma pausa e olhou para Ron. – Ron, não surte com o que vou dizer agora, eu não faria nada para prejudicar o Harry, e você sabe disso.
- Você está me assustando Mione, desembucha de uma vez. - Disse Ron, visivelmente nervoso.
- É, diga logo, Hermione, o que é confidencial? - Perguntou Gregory, ao mesmo tempo que lançava um olhar para o amigo ainda adormecido.
- Certo, vocês sabem que Draco Malfoy está em prisão domiciliar e...
- O que aquela doninha saltitante tem a ver com o Harry? - Exasperou-se Ron.
- Fica quieto Ronald, deixe-me terminar, falei que era pra você não surtar.
- Prossiga, Hermione. - Disse Gregory, olhando torto pro ruivo.
- Bem, como eu ia dizendo, Draco Malfoy está em prisão domiciliar há seis anos. Sua mãe foi a única que conseguiu se livrar, graças ao depoimento de Harry. E como todos sabemos, Lucius está em Azkaban e vai ficar por lá por um bom tempo...
Ela parou por um momento, olhando de um para outro rapidamente antes de soltar a bomba.
- O que pouquíssima gente sabe... é que Draco trabalha para o Ministério. - Fez outra pausa, já esperando pelas reclamações.
- Como é que é? - Ron e Gregory falaram ao mesmo tempo.
- É isso mesmo, Draco Malfoy está estudando em casa, obviamente, já que não pode deixá-la, e seus estudos são monitorados pelo Ministério da Magia. Quando o Ministério viu as descobertas que Malfoy estava fazendo, fez um acordo com ele. Eles reduziriam a pena dele de quinze para dez anos se ele trabalhasse para nós, e somente para nós. – Expressões de assombro tomavam os rostos de Gregory e Ron.
Quando nenhum dos dois falou alguma coisa, Hermione continuou:
- Malfoy estudou doenças causadas por magia negra e tem desenvolvido curas para elas. Ele, por incrível que pareça, ajudou muitas vítimas da guerra com algumas de suas descobertas.
- Há, mas ele só faz isso pensando em ficar livre mais cedo do que devia e...
- Não importa, Ron. O que estou querendo dizer, é que Draco Malfoy pode curar Harry.
Nesse momento, ouviu-se um barulho vindo da cama e os três olharam ao mesmo tempo para ver um Harry Potter com os olhos arregalados.
Os três agradeceram, pela primeira vez, que Harry estivesse amaldiçoado, porque era óbvio que o que ele tentava gritar era bem pesado.
oOo
Draco Malfoy continuava na mesma posição desde que se sentara em frente ao Ministro da Magia: pernas cruzadas, cotovelos apoiados sobre os joelhos e queixo, por sua vez, apoiado em uma das mãos. Vendo que Kingsley estava a uns bons dez minutos bebendo seu chá sem dizer uma só palavra, Draco resolveu quebrar o gelo.
- Então ministro, a que devo a honra de sua tão ilustre presença?
Kingsley pousou sua xícara na mesa, limpou a garganta e dirigiu um olhar a Draco antes de começar a falar.
- Muito bem, senhor Malfoy, melhor ir direto ao assunto.
- Com certeza, ministro. – Impacientou-se Draco.
- Senhor Malfoy, eu estou precisando do seu serviço. Preciso que descubra uma cura para uma determinada maldição.
Draco estreitou os olhos, desconfiado. – Que maldição seria essa?
- Nós não sabemos ainda. Não há nada sobre ela nos livros, nem ninguém que a conheça.
- E por que o senhor acha que eu conheceria essa maldição? Mesmo sendo bom no que faço, tenho certeza que o senhor tem pessoas capacitadas trabalhando para o Ministério.
- Tenho pessoas pesquisando sobre essa maldição dia e noite, porém até o momento não obtivemos sucesso. E o porquê de eu vir até aqui, além de saber que o senhor é realmente bom no que faz, é que ao contrário dos outros, você terá um grande estímulo. Apesar de que, o senhor trabalha para o Ministério e teria que me ajudar de qualquer forma.
- Um grande estímulo? - Perguntou Draco, ignorando a última frase do ministro.
- Sim... Se o senhor achar a cura para essa maldição, fica livre.
- Como é que é? – Draco não podia acreditar no que ouvia. Ele tinha uma chance de se ver livre do cárcere privado em que vivia? Apenas teria que achar a cura pra uma bendita maldição? Estava fácil demais...
- Ministro, o senhor vai devolver minha liberdade em troca de uma simples cura para uma maldição? Assim, tão fácil?
- É isso mesmo, senhor Malfoy.
- E por que será que eu acho que não é só isso?
- Porque não é. A pessoa que sofreu essa maldição é Harry Potter.
Draco achou que foi um péssimo momento para beber seu chá, já que cuspiu todo o conteúdo dele com o susto que levou.
- Eu não vou ajudar Harry Potter. Prefiro continuar aqui mais uns bons anos, na verdade eu até já me acostumei em ficar sozinho, mesmo e...
- E o senhor sabe que sua mãe só não está em Azkaban por causa do depoimento do senhor Potter, não é? Sem contar que pelo que sei, Harry Potter salvou sua vida na batalha final, ou estou enganado?
Draco bufou e cruzou os braços, olhando para o outro lado. Kingsley rodou os olhos para a atitude infantil do loiro.
- Senhor Malfoy, tem certeza que prefere passar mais quatro anos de sua vida preso dentro desta mansão? O senhor odeia Potter tanto assim a ponto de preferir ficar preso a ajudá-lo?
Draco desfez o bico e recostou-se na poltrona que estava sentado.
- Não vou lhe dar tempo para pensar, porque tempo é uma coisa que não temos. Então... O senhor aceita ou não?
- O que essa maldição causa ao Potter?
- Ele não pode falar em frente a ninguém. Só consegue falar se estiver sozinho.
- Só isso? Eu pensei que ele estava entrevado a alguma cama, moribundo ou sei lá mais o que... Ele só não consegue falar? Quer coisa melhor do que não ter que ouvir aquela voz de taquara rachada pra sempre?
- Senhor Malfoy, isso não é brincadeira. Eu vim aqui fazer uma proposta a um homem de vinte e quatro anos, e não a um moleque. Então, qual é a sua resposta?
Draco olhou incrédulo para o homem a sua frente, soltou um resmungo resignado, mas achou melhor não dar mais chance para o azar. Kingsley sabia ser bem intimidador quando queria.
- Certo ministro, eu vou tentar descobrir a cura pra essa "terrível doença que assola o queridinho do mundo mágico".
- Perfeito, senhor Malfoy. Então estarei aqui de volta amanhã, logo cedo, com o senhor Potter.
- Como é que é? – Draco levantou-se na mesma hora. Ninguém tinha falado sobre ele também ser babá do testa rachada. – Por que diabos ele tem que vir para cá?
- Porque o senhor está preso por magia dentro desta casa. – Kingsley falou em tom óbvio.
- Oh... bem... – É, ele não tinha pensado naquilo. – De qualquer forma, ele aceitou vir para cá assim... numa boa? Shacklebolt deu um suspiro sofrido.
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- EU NÃO VOU PRA MALDITA MANSÃO MALFOY, PARA SER TRATADO PELO MALDITO MALFOY. PREFIRO FICAR SEM FALAR PRA SEMPRE.
Hermione, Ron e Gregory ouviam os berros de Harry no gravador que Hermione havia lhe dado. Era um saco ter que sair do quarto sempre que o rapaz precisava falar alguma coisa. Geralmente ele escrevia num papel, mas quando tinha que falar algo maior ou... gritar, ele optava pelo gravador. Os três amigos já estavam há uns bons quinze minutos ouvindo os berros de Harry pelo aparelho trouxa.
Quando Hermione viu que a gravação havia terminado, sentou-se ao lado do amigo e lançou-lhe um olhar preocupado.
- Harry, por favor, me escute. – O moreno, que estava sentado na cama encostada na parede, cruzou os braços e crispou os lábios. – Você está se comportando como uma criança. Eu sei que as coisas nunca foram boas entre você e o Malfoy, mas por Merlim, vocês agora são dois homens, dois adultos de vinte e quatro anos. Supere essa rixa infantil e pense que para você se curar terá que conviver com ele. E queira você ou não, Harry James Potter, você vai para a Mansão Malfoy.
- Mas, Mione, deve haver outro jeito! O Harry não pode ir morar com aquela doninha, não é possível que não tenha ninguém competente no Ministério... Isso é ridículo! - Esbravejou Ron.
- Ronald, a sua opinião aqui não é relevante, tendo em vista que você odeia tanto ou mais o Malfoy quanto o Harry. E se realmente houvesse um outro jeito, você não acha que eu saberia?
- Ui, acho que alguém poderia dormir sem essa. - Gregory zombou.
- Eu nem sei o que você está fazendo aqui... – Ron começou.
- Chega vocês dois, não estão vendo que não estão ajudando em nada o Harry com essa briguinha besta? – A morena foi em direção a Harry e o segurou pelo rosto, fazendo com que ele a encarasse.- Harry, você quer mesmo ficar sem falar para sempre? – O moreno fez um leve sinal de negação com a cabeça. – Então, por favor, aceite a ajuda do Malfoy. – O moreno ficou quieto e Hermione entendeu isso como um sim. – Certo, eu vou ao seu apartamento buscar suas coisas. Escreva neste papel o que você precisa e amanhã bem cedo nós vamos pra Mansão Malfoy. - Potter pegou o papel que estava em cima da escrivaninha com uma certa violência e escreveu rapidamente o que precisava entregando a Hermione, que saiu lançando um olhar reprovador para Ron e Gregory.
- Ela me assusta às vezes, sabe... - Disse Gregory.
- É o que eu sempre digo... - Respondeu Ron.
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Como combinado, Kingsley estava junto de Hermione e Harry, bem cedo em frente à porta da Mansão Malfoy. Eles foram recebidos por um elfo doméstico e levados até a sala de estar, onde Draco os aguardava junto de sua mãe, Narcisa.
- Como vai, senhora Malfoy? – Kingsley estendeu uma mão educadamente na direção de Narcisa, sendo prontamente correspondido. Hermione e Harry repetiram os mesmos gestos.
- Por favor, queiram se sentar, vocês aceitam alguma coisa para beber? - A matriarca dos Malfoy era, obviamente, muito educada com suas visitas, por mais que não lhe agradasse ter Hermione Granger em sua casa. Ela sabia, porém, que a liberdade do seu filho dependia dele ter sucesso com essa maldição, então, por ele, e somente por ele, ela seria agradável com esse tipo de gente.
Draco lançou um olhar mortífero na direção de Hermione, que não se intimidou, muito pelo contrário, sustentou o olhar, e foi a primeira a falar com o loiro.
- Como vai, Malfoy? - Sem esperar por resposta, continuou. – Como combinado, viemos trazer o Harry, espero sinceramente que você consiga resolver esse problema, para o bem dele... e para o seu.
- Está me ameaçando, Granger?
- De forma alguma, apenas constatando um fato.
- Muito bem, meus jovens, vamos deixar de lado essa rixa dos tempos de escola e nos focar no problema. – Disse Kingsley enquanto lançava um olhar a Harry, que estava visivelmente aborrecido e olhando pra lugar nenhum.
- Senhor Malfoy, o senhor tem um mês para tentar resolver esse problema, caso não ache uma cura, o Harry voltará para hospital e nosso pessoal tentará achar alguma outra forma disso se resolver. Logicamente, nós ainda estaremos buscando encontrar um contra feitiço, mas acho que seria melhor para o senhor, que você mesmo encontrasse a cura. – Harry fez uma cara de perplexidade ao ouvir o Ministro falando em um mês.
- Calma, Harry. Vamos torcer para que o Malfoy realmente seja bom no que faz e descubra a cura o quanto antes. Pense que isso tudo é para seu bem. – Cochichou a amiga no ouvido do moreno.
- Então nós já vamos. – Disse o Ministro, se levantando do sofá em que se sentara junto com Hermione e Harry. – Potter, qualquer coisa, sabe onde nos achar. Fique tranqüilo que tudo vai se resolver.
- Pode deixar ministro, qualquer coisa o Potty grita... Ops, esqueci, ele não pode. - Draco disse sarcasticamente.
- Muito engraçado, Malfoy. – Falou Hermione com raiva da criancice do outro, mas logo se dirigiu ao amigo. – Nós já vamos, Harry, mande uma coruja se quiser falar comigo. - Harry fez que sim com a cabeça e a amiga lhe depositou um beijo na testa.
O ministro e Hermione se despediram de Narcisa e voltaram para o Ministério, deixando Harry sozinho com a família Malfoy.
- Então, Potty, bem vindo à minha casa. Espero que se sinta feliz aqui. - Disse Draco ironicamente - Quer conhecer seu novo quarto?
Harry queria tanto poder dar um soco no bastardo e apagar aquele sorrisinho cínico daquela cara pontuda de Malfoy. Queria tanto ao menos poder xingá-lo...
Ah, Merlin, como ele estava terrivelmente fudido!
Continua...
NA: Essa fic foi feita para o amigo oculto do PSF. Um presente para Carine!
Já está completa. São quatro capítulos. Vou postar um cap. por semana, ok?
Aderindo a campanha: Faça uma autora feliz! Reviews!!!
