Escrita por: Mayara Felix
Casal: Sasuke&Sakura.
Narrado pela: Sakura.
Disclaimer: Personagens pertencem ao Kishimoto.
• Aviso¹: Está é a minha primeira twoshot. A estória foi baseada na música Russian Roulette da Rihanna que eu simplesmente amo! Ao decorrer da estória aparecerá alguns trechos da musica.
•Aviso²: Não esqueçam de comentar. Fale mal, elogie, faça o que quiser, mas deixe-me feliz e comentem!
• Aviso³: Boa leitura para vocês, espero que gostem! :D'
Take a breath, take it deep
Respire, respire fundo
Calm yourself, he says to me
Acalme-se, ele diz para mim
Sou do tipo "frio e calculista". Quando me socializo é por conveniência. Não consigo me apegar ou me importa com sentimentos alheios e sinceramente sempre achei isso bom, afinal na profissão que levo, é bom sempre manter-me concentrada e sem pontos fracos.
If you play, you play for keeps
Se você jogar, você jogue para ganhar
Take a gun, and count to three
Pegue uma arma, e conte até três
I'm sweating now, moving slow
Estou suando agora, me mexendo devagar
No time to think, my turn to go
Não há tempo para pensar, é a minha vez
Não há tempo para pensar, é a minha vezMeu nome é Haruno Sakura, tenho trinta e um anos e espero que esta seja a idade da minha morte, pois prefiro que a bala mate a mim do que o Sasuke. Mas para melhor compreensão contarei um pouco da minha história para saberem como formos parar aqui. Em uma sala pequena e escura, algemados a mesa e sendo obrigados a "jogar" Roleta Russa. É a minha vez. Estou segurando uma arma, apontado-a para minha cabeça e irei puxar o gatilho.
••••••
Nunca conheci meus pais, sempre vivi em orfanatos. Famílias que me adotavam acabavam-me "devolvendo" – como se fosse uma mercadoria. As Irmãs diziam-me que a culpa não era minha, que eu era perfeita só não tinha encontrado a família certa para mim. Tentava não rir quando me diziam isso. A verdade é que sempre fazia algo para não me encaixar na nova família, afinal queria permanecer no orfanato e tudo por causa dele. Uchiha Sasuke.
No inicio meio que nos odiávamos. O achava arrogante e ele me achava convencida, até o dia que a freira do orfanato passou um trabalho para realizarmos juntos: pintar o escritório da madre superiora. Apesar de nos odiarmos secretamente, fomos educados e começamos uma conversa só para matar tempo enquanto trabalhávamos, mas de alguma forma, aquela conversa que para mim era como mais uma – puramente por conveniência -, acabou mostrando-me uma pessoa admirável.
Sasuke foi deixado na porta do orfanato quando bebê. Sempre me identifiquei com ele. Sua personalidade forte e seu jeito frio e decidido começaram a chamar minha atenção.
Até que chegou o dia que – com ele – consegui ser simplesmente eu. A menina que não conseguia apegar-se aos outros, fria e que sorria mesmo sem ter vontade.
Ao passar dos anos minha admiração por ele só aumento. Seu jeito calculista e minucioso, seu jeito de encantar todos ao seu redor e acabar fazendo-os fazer tudo que ele queria, era maravilhoso! Eu era a única pessoa que ele era realmente sincero. Quando acontecia algo mesmo que não gostasse, me dizia, não fingia. Adorava isso!
Em uma noite quando tínhamos treze anos fizemos uma promessa. Sempre acabaríamos saindo de nossos lares adotivos e nos reencontraríamos. Ficaríamos sempre juntos.
As freiras surpreendiam-se, não tinham ideia por que as famílias não queriam um garoto tão adorável e encantador quanto o Sasuke.
Voltando a falar de mim. Depois que fez dezoitos anos, Sasuke saiu do orfanato, antes me prometeu que iria estar a minha espera, assim que fizesse dezoito também sairia e ficaríamos juntos, mas isso não aconteceu. Quando chegou o dia não o vi. Enfim, aos vinte anos superei e deixei de esperá-lo. Em nove anos consegui solidar uma empresa e apesar da pouca idade sou bastante sucedida. Claro que para chegar aonde cheguei, fiz alguns inimigos. Inevitável.
Aos vinte e nove por acaso em um parque que gostava de ficar para pensar e relaxar, que ficava em frente a um lago de águas cristalinas e o vento sempre refrescante, havia um banco embaixo de uma sombra proporcionada por uma enorme arvore, neste lugar que adorava, reencontrei aquele, o único que em toda minha vida conseguiu ser de certa forma importante para mim. Que consegui estabelecer laços sinceros.
Reconhecemo-nos assim que pusermos os olhos um no outro. Ele não havia mudado nada, sua personalidade continuava a mesma, agora sua aparência... Havia ficado mais alto e estava musculoso. Seus traços eram marcantes. Sua pele continuava clara e seus olhos negros continuavam penetrantes. Quando pequeno seus cabelos lisos eram cumpridos e chegaram a bater no queixo. Agora estava um clássico corte de advogado e estava vestido formalmente, em uma tarde.
Não houve momento constrangedor. Disse-me que não estava a minha espera quando fiz dezoito porque tinha sido preso por ter furtado um carro e quando foi solto não sabia como me achar. Aos vinte anos resolveu cursar direito e se tornou um brilhante advogado de sucesso.
Desde o dia que nos reencontramos, tornamos inseparáveis mais uma vez. Nunca tinha acontecido nada entre nós até uma noite na praia. No mar em noite de lua cheia demos nosso primeiro beijo. Não me surpreendi que aquele beijo tivesse sido o melhor de minha vida, pois naquele beijo tinha sentimentos. Na mesma noite, também foi a nossa primeira noite de amor. Primeira de muitas.
Dois meses depois resolvemos morar juntos e nossa relação só se intensificara e assim quando criança, o tempo só fez amá-lo mais. Sim, com ele eu podia usar o termo amor.
And you can see my heart beating
E dá para ver o meu coração bater
You can see it through my chest
Dá para ver através do meu peito
Um ano depois um homem – que não lembrava a existência – ligou dizendo que finalmente tinha encontrado meu ponto fraco e que estava com o Sasuke. Gabou-se porque finalmente iria vingar sua família. Na hora não entendi a que ele se referia, só poderia estar me confundindo com outra pessoa, mas ele estava certo de quem eu era. De que eu era a pessoa egoísta e ambiciosa que matara a sua filha!
Disse-me que só vendeu sua casa porque sua filha precisava de tratamento, pois tinha uma doença rara e seu custo era alto. Disse-me também que prometi um lugar para morarem depois que sua filha deixasse o hospital, seria simples, mas um lugar morável e arrumado. Um mês depois do negocio veio atrás de mim pedindo mais dinheiro para o tratamento de sua filha e como paguei um valor tão baixo pela sua propriedade, achou-se no direito de vir atrás de mim. Mas neguei. Não estava no contrasto pagar a mais pela casa, mas como estava ciente do valor baixo, oferecia-lhe um lugar para morar depois. Provavelmente para não ficar com peso tão grande, disse ele. Besteira eu achei!
Depois de ter negado, enfureceu-se. Contou-me que se eu quisesse ver novamente o Sasuke deveria sozinha ir até uma cabana que ficava numa floresta. E que não chamasse a policia, caso contrario ele saberia e mataria o Sasuke de imediato.
Know that I must pass this test
Sei que preciso passar nesse teste
Na noite combinada fui até essa cabana, segui suas instruções perfeitamente e assim que passei pela porta da frente, alguém veio por trás de mim e fez com que cheirasse um pano com algo e simplesmente perdi os sentidos em minutos.
Ao acorda um pouco tonta e desorientada senti que minha mão estava algemada a uma mesa de ferro que estava soldada ao chão. Na cadeira do outro lado da mesa a minha frente estava o Sasuke. Sua mão esquerda também estava algemada a mesa. Seu rosto não tinha nenhuma marca. Estava com a roupa social que o vi usando esta manhã. Estava molhado, parecia que alguém lhe havia jogado uma balde de água em cima de sua cabeça, seus cabelos agora estavam apenas úmidos.
— Não tenha medo! – me disse ao ver que tinha recobrado a consciência.
Sua voz não estava tremula, sua expressão era concentrada. Sinceramente não estava me importando com a situação, só de estar com ele não tinha medo.
— Sa...
— Vejo que acordou. – um homem com um sorriso cínico disse ao entrar nesta sala pequena e escura.
Ele era calvo, alto, porte físico atlético, sua pele era cheia de rugas e mal cuidada. Vestia camisa xadrez e jeans com buracos.
— Deixe-me apresentar-me novamente, pois seu namoradinho ainda não sabe quem sou e nem o porquê de estar aqui. – sorria amarelo, sua voz estava cheio de desprezo. — Meu nome é Orochimaru e sua querida mulher matou minha filha. – disse se dirigindo ao Sasuke.
Sasuke por sua vez permaneceu-se calado e concentrado em mim. Parecia ignorar completamente as palavras do Orochimaru.
— Você se aproveitou do meu desespero e por saber que precisava urgentemente de dinheiro vivo, fez uma oferta ridícula pela casa! – cuspia as palavras cheio de rancor. — Por ambição e falta de compaixão negou quando pedi mais dinheiro. Por sua causa fiquei sem nada e consequentemente não tinha mais nada que pudesse vender. Resultado, não tive como pagar o tratamento, não consegui suprir as necessidades especiais que minha filha necessitava!
Agora seu tom de voz tinha raiva.
— Um pai não deve enterrar sua filha! – disse baixo, para si mesmo provavelmente.
Parou por um segundo, respirou fundo e voltou a me olhar com um sorriso cínico.
— Você sentirá como é ruim ser impotente. Viverá o meu sentimento de querer da minha própria vida para que a vida de quem amasse não fosse levada!
Olhei para Sasuke, estava de olhos fechados e parecia calmo. Apesar de não entender o que o Orochimaru planejava, vê-lo tão calmo me tranquilizou. Confio plenamente no Sasuke, se ele está calmo significa que não há com o que me preocupar.
— Conhece o termo "Roleta Russa"? – perguntou-me, apenas neguei com a cabeça. — Tenho certeza que seu namorado sabe. – olhou para Sasuke. — Por que não explica a ela? – foi uma pergunta, mas era uma ordem.
— Roleta russa é um jogo de azar onde se coloca apenas [b]uma[/b] bala em uma das câmaras de um revólver. O tambor do revólver é girado e fechado, de modo que a localização da bala é desconhecida. Os participantes apontam a arma para suas cabeças e atiram, correndo o risco da provável morte caso a bala esteja na câmara engatilhada. – sua voz era clara e ainda permanecia de olhos fechados.
— Explicou divinamente. – sorriu.
Em seguida tirou alguma coisa prateada da cintura, uma arma...
— Isto é um revólver cano curto de seis tiros. – depois tirou algo pequeno do bolso. — E agora o "jogo" terá inicio. – colocou a única bala no tambor do revolver, o girou e o fechou. — Caso não queiram participar voluntariamente, irei matar aquele que se recusar na frente do outro de maneira lenta e dolorosa. – sorriu. — Enfim, vocês vão morrer de qualquer jeito, mas confesso que prefiro que morram atirando na própria cabeça, só assim para que você – disse olhando nos meus olhos. — sinta o mesmo sentimento que eu passei! Se você realmente ama este homem – gesticulou para Sasuke. — irá querer que a bala a acerte primeiro.
Depois de um tempo sorrindo prosseguiu ainda olhando nos meus olhos.
— Prometo que libertarei aquele que sobreviver. – colocou a arma no meio da mesa, entre mim e o Sasuke e ainda sem soltá-la disse. — Se um dos dois der uma de engraçadinho e atirar em mim, meu parceiro aparecerá e matará lentamente o Sasuke na sua frente Sakura. Afinal é você que eu mais odeio. – sorriu vitorioso. — Que o jogo se inicie. – tirou a mão da arma.
Apesar disso tudo o Sasuke se mantém calmo e isso é suficiente para eu também manter-me calma. Quando ia pegar o revolver para puxar o gatinho torcendo que a bala matasse a mim invés do Sasuke, ele se adiantou e a pegou.
Apontou o revolver para sua cabeça, abriu os olhos e me olhou fixamente. Por que ele tinha que abrir os olhos? Não quero ver o brilho sumindo de seus lindos olhos cor ônix. Olhos que conseguiam ver através de minha alma.
Colocou o dedo no gatilho e sem hesitar o puxou. Respirei completamente aliviada. Ele respirou pesado e decepcionado e colocou a arma sobre a mesa. Parece que ele também deseja que a bala mate-o invés de a mim.
— Sua vez Sakura. – Orochimaru disse animado. Afinal a chance de que a bala mate a mim aumento. Ótimo!
And you can see my heart beating
E dá para ver o meu coração bater
You can see it through my chest
Dá para ver através do meu peito
And I'm terrified but I'm not leaving
Estou apavorada, mas não vou sair
Peguei a arma e me odiei por estar tremendo. Estou assustada, apavorada na verdade, mas não com a ideia de morrer e sim com a ideia de não poder mais compartilhar mais minha vida com o Sasuke. De não poder vê-lo novamente. De não poder vê-lo dormindo tão calmo e sereno, tão diferente de quando está acordado. De não poder mais sentir seu toque...
Know that I must pass this test
Sei que preciso passar nesse teste
So just pull the trigger
Então simplesmente puxei o gatilho
Fechei os olhos, ao contrario dele, não queria que visse a vida sumindo de meus olhos. Puxei o gatilho e apenas um "click". Apertei forte a arma, queria poder puxar o gatilho varias e varias vezes até que a única bala finalmente me acertasse, mas se fizesse isso ele mataria o Sasuke não é?
— Hm... – Orochimaru também estava decepcionado.
Coloquei a arma sobre a mesa e olhei para Sasuke que pegou a mesma sem hesitar novamente. Mas desta vez antes de puxar o gatilho pareceu esperar que eu o olhasse, mas por quê? Não quero ver!
Mesmo contra a vontade o olhei, ele pareceu satisfeito quando o fiz. Senti que seus olhos me pediam para ficar calma, tranquila, mas como poderia? Não importa, confiarei nele. Confiarei até meu ultimo suspiro!
Puxou o gatilho e novamente apenas um "click".
— Isso não é emocionante? – estava empolgado, também fiquei. As chances da sobrevivência do Sasuke aumentaram.
Dessa vez peguei a arma sem tremer e tranquila a apontei para minha cabeça e puxei o gatilho. Maldição, continuo viva!
— Pelas minhas contas só faltam dois tiros. – uma súbita raiva apareceu em seu tom de voz. – pegou rapidamente o revolver apontou para o chão e puxou o gatilho. Nada.
— Interessante não? Só falta mais um tiro e está na vez do seu namoradinho. – entregou o revolver nas mãos do Sasuke. — Que pena não é Sakura? Veras seu amor indo embora bem na sua frente e você não pode fazer nada. – ria.
— Isso não é justo! – gritei, o que fez ele se animar ainda mais.
Olhei para Sasuke, porque ele não atira na corrente da algema? Soltar-se e em seguida quebrava a cara do Orochimaru e nós dois juntos, lutaríamos contra qualquer um que viesse...
Mas não fez isso, apontou para a cabeça e colocou seu dedo no gatilho. Por favor, não puxe!
Fechei os olhos e tentava não chorar. Queria me manter calma como o Sasuke pedira, mas é tão difícil!
And you can see my heart beating
E dá para ver o meu coração bater
You can see it through my chest
Dá para ver através do meu peito
Meu coração estava a mil, iria testemunhar a morte da única pessoa que consegui me importa em toda minha vida! Vi minha vida inteira com ele passar em poucos segundos... Parei de respirar quando percebi que ele iria puxar o gatilho e o fez.
Pronto, ta aí o primeiro capitulo... e então continuo? :)'
