Capítulo. 1 – Sev?
-Seeev! – Gritei em meio à multidão. Ele não me ouvira, gritei novamente. Nada. Resolvi sair correndo atrás dele. Não, Lily Evans não corre, anda depressa.
Quando o alcancei, coloquei minha mão em seu ombro, Senti ser arremessada para trás.
-Wingardium Leviosa ! - ouvi uma voz conhecida gritar para impedir minha queda.
-Severo! Você está louco? - gritou a voz que reconheci ser de Remus
-Esta tudo bem, Remus. Sev deve ter se assustado - respondi arrumando minhas vestes.
-Você o chamou de quê Sangue-Ruim? - perguntou um garoto de cabelos loiros quase brancos na altura dos ombros.
-Não que faça alguma diferença para você Malfoy, mas o chamei de Sev.
-Sev? - falou desdenhoso para Severus.
-Evans não me chame de Sev. Para você é Snape, ou melhor, não me dirija a palavra Sangue - Ruim.
-Sev? – Perguntei sem entender nada, nós éramos bons amigos. Bons até demais para uma grifinoriana e um sonserino.
-Já disse para não me dirigir à palavra! Não me misturo com Sangues-Ruins!
Senti meu olho encher d'água. Como ele podia fazer aquilo comigo? Meu amigo de infância!
-Severus saia ou levara uma detenção! - ouvi Remus.
-Protegendo a Sangue-Ruim lobinho?
-Já chega! Pode me ofender, mas não ao Remus! Saia ou levará uma detenção. Os dois. - disse com a voz mais fria que pude.
-Olha quem finalmente se decidiu por algo! A confusa monitora chefe da Grifinória, que de corajosa não tem nada. Parece lobinho, que entre você e o seu
amiguinho apanhador, você levou a melhor...
-Snape SAIA DAQUI! - gritei já empunhando a varinha.
-Não me dê ordens! Sec...
-Protego! - gritei no intuito de me defender
-Expelliarmus! - ouvi Remus gritar com a varinha em mãos.
-Estupefaça! - outra voz conhecida gritou, o poder do feitiço foi tanto que Snape bateu na parede e ficou desacordado. - COMO VOCÊ SE ATREVE A
ATACAR A MINHA RUIVINHA?
Ouvi a voz de James ecoar na multidão que se formara. A cada palavra Snape subia mais no ar, quando pude ver James, ele já estava perto do teto,
pendurado de cabeça para baixo.
-James solta ele...- pedi cansada, não queria mais gente envolvida.
-Não solto, Lily, e dessa vez você tem que concordar que ele merece!
-Não vale a pena James!
-Lily, por você tudo vale a pena! - Disse olhando em meus olhos, senti que ele estava sendo sincero.
-Remus?
-Sim Lily?
-Cuida disso para mim?
-Pode deixar.
-Obrigada. - sorri fraco em sua direção. E me virei para James - Por Favor James, não faça nada que possa se arrepender.
-Eu nunca me arrependo ruivinha! - disse em um tom galante.
-James...
-Ok Lily...
Fui em direção à torre da Grifinória, mas pude ouvir Remus dizer: Ok o show acabou, todos embora...Mas parece que não fez muito efeito pois logo
ouvi James dizer: Saiam! Ou querem ficar iguais a ele?Pelo que posso imaginar de James e da cena, ele deve ter apontado para o corpo desacordado
ou acordado, não sei mais, de Snape no ar.
Depois me desliguei do mundo, fui para o meu dormitório, fechei as cortinas de minha cama e me encolhi, não podia ser verdade.
Lily se acalma, ele não merece que você sinta isso por elepensava, mas naquele momento era realmente difícil não pensar...
Resolvi tomar um banho gelado para esfriar a cabeça. Troquei-me de roupa, uma regata azul-clara e um calça de moletom branca, e fui pegar um
livro para me distrair. Procurava entre os títulos um livro bem humorado para levantar um pouco o meu animo quando vi meu violão encostado na parede.
Aprendi a tocar violão aos 13 anos, e, sempre que posso gosto de tocar um pouco para relaxar... Relaxar... Era isso que eu precisava.
Peguei o violão e me sentei na cama. Comecei a recordar as músicas que sabia tocar e uma em especial me chamou a atenção. Comecei a dedilhar as
cordas e a melodia começou a se formar, não me lembrava muito da letra, o que havia me chamado a atenção era o refrão:
Now I know who you are,You got nothing' on meI see, I should've known it from the start,You can't tell me lies, don't even try,'Cause this is
goodbye,Goodbye…Tinha tudo a ver com o que eu estava sentindo. Toquei a música repetidas vezes cantando cada vez mais alto. Até que a anestesia
que a música me deu acabou e eu cai na real. Comecei a chorar, chorar compulsivamente, lágrimas caiam no meu violão, e eu percebi que uma das pessoas que eu mais confiava no mundo me traíra.
