Título: Take a Chance on Me

Autor: Graziella Bazzarella
Categoria: Fanfic Challenge (cmm= 107157175), Missing Scene, AU, POV,
Advertências: spoiler caso alguém não tenha visto a 1ª temporada (isso é possível?)
Classificação: R
Capítulos: algo entre 5 ou 6, vai depender :B
Completa: [ ] Yes[ x] No
Resumo: E se você visse a sua vida ser totalmente diferente do que queria? O que você faria? Ficaria triste? Deixaria assim? Mas e se você tivesse a chance, a chance de mudar tudo!

1º Capítulo

Finalmente chegou o dia! Esse dia mudaria tudo, ele definiria o inicio da minha carreira! O dia em que Rachel Berry seria conhecida! Um passo pequeno, mas que futuramente foi ele que teria dado a diferença!
Sentia-me ansiosa, nervosa, animada! Era uma mistura de sentimentos intimidadora, não aguentava mais esperar a hora passar. Treinei uma, duas, três vezes e a hora não passava. Olhava para o relógio e mais parecia uma eternidade.

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Com tanto tempo pude pensar. Sei que sou ótima como cantora, não deveria estar ansiosa, quer dizer, só pelos outros, afinal eles poderiam estragar toda a apresentação em questão de milésimos, mas não era isso. Era aquilo . Eu o vi, ele me viu. Doeu olhar em sua direção e alcançar o seu olhar no meu. Era como se ele pedisse, implorasse para poder ver meus olhos. Não nego que também queria o mesmo, mas doía. Doía tanto quanto aquele dia em que ele quebrou meu coração, mas porque eu não o apaguei de minha agenda? Ou da discagem rápida? Porque eu ainda o quero ver? Agora eu entendo a minha ansiosidade, era por ele, Jesse St. James. O cantor principal do Vocal Adrenaline que apenas usou a concorrente. Qual o motivo dele ter feito isso? Eu pensava que ele de verdade me amava, mas tudo não passou de um sonho, não?
Sinto-me vulnerável, quero sumir! Não quero demonstrar fraqueza, logo hoje que todos necessitam de alguém forte! Não quero que ele me veja assim! Quero superá-lo, mas como?

- Rachel

Perdida em meus pensamentos ouço alguém me chamar, mas não era ele, era...

- Rachel?
Era apenas o Finn! Como eu queria que tivesse sido ele, o Jesse!

- Rachel, você está bem?
Ele me olhava com uma cara como se tivesse visto um dueto entre Lady Gaga e Justin Bieber, ele parecia preocupado. Ele continuava fazendo perguntas! Mas a minha voz não saia, só queria que tudo passasse logo! Que ele parasse de falar! Que não tivesse que ser desse jeito!
A dor no peito voltou, aqueles pensamentos me corriam por dentro, me sentia mal...
- Rachel...
De repente ele segurou minha mão e eu saí do meu 'transe'. Quando o olhei ele estava terminando sua frase.
-vai estar tudo bem, ok? Agora vamos lá com todos!
Eu apertei sua mão, de vulnerável passei a me sentir completa. Completa, como? Isso não é se sentir completa! O que estou fazendo? Pare! Pare agora, Rachel! Você está sozinha e carente, não faça isso, Rachel!
PARE!
Mas era tarde demais...

Estávamos reunidos, esperando pela nossa vez.

Todos com os nervos a flor da pele e ainda tendo que escutar o outro grupo concorrente, o Intensidade Sonora. Que eu aposto que fariam um trocadilho com o seu nome mais tarde. Não posso falar muito do meu, pois soa como pessoas que acabaram de sair da reabilitação.
Uma boa parte do grupo estava sentada, cantarolando, fazendo o que fosse para afastar o estresse. E lá estava ele, o Finn, me olhando, isso é, quando não ficava olhando para o chão com uma expressão atordoada. Ele mais parecia estar tendo tiques nervosos. Quando não piscava, ajeitava a gravata dourada. Quando não olhava pro chão, olhava pra mim.
Desviei a minha atenção dele, não posso permitir algo assim!
Foco na competição!
Foi quando reparei que estavam fazendo um medley com músicas de dois dos jurados e vi que todos os outros também haviam percebido. Eu disse qualquer frase de apoio e o Finn, daquele jeito dele (um jeito Finn de ser?) também disse sua frase 'animadora'. De repente o Mr. Shue entra e também diz a sua e desligamos o auto falante. O que menos precisávamos era escutar isso!
O Mr. Shue seguiu dizendo alguma coisa, mas só prestei atenção ao "Finn dançando" e eu ri, assim como os outros, mas foi uma risada natural, não a típica risada de nervosismo. O que era isso?

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Finalmente, chegou a nossa hora, era a nossa hora de vencer!
Eu e Finn (porque ele esta em tudo?) faríamos uma entrada inesperada para os presentes ali no teatro. Enquanto nos preparávamos e tentávamos superar o que sentíamos ele respirou fundo e se virou para mim e eu pra ele e nisso eu sorri, como um gesto automático. Ele começou a vir em minha direção, com a postura de quem não estava nem um pouco relaxado. Então eu fui em sua direção, nisso ele tirou os olhos de chão e olhou pra mim.
Para quebrar o clima tenso disse "Quebre a perna". Uma famosa frase usada antes de apresentações para dar sorte.
Porém recebi uma resposta inesperada! Poderia ter sido um "quebre a perna" de volta ou "muita merda", também uma frase com o intuito de desejar sorte, mas não foi isso que escutei!
Eu escutei um "Eu te amo". Como? Depois de tudo o que passamos ele me diz isso? Deveria ser o nervosismo ou por que havia me visto com o, o, bom, vocês sabem quem...
Não tive como responder, não só por estar em choque, mas por termos ouvido a chamada! Eu o olhava indo para a sua posição e só conseguia sorrir, mas sorri por vontade própria, nada de automático ou o que fosse.
Ele olhou pra mim, eu pra ele, sorrimos juntos. E então a música começou, havia chegado a nossa hora.
Esperava pela minha vez de entrar e o escutei cantar

"Highway run
Into the midnight sun
Wheels go 'round and 'round
You're on my mind
"

Agora era a minha hora, minha hora triunfal, minha hora de brilhar

"Restless hearts
Sleep alone tonight
Sendin' all my love
Along the wire
"

E agora era a hora de começar o dueto:

"They say that the road
Ain't no place to start a family
Right down the line
It's been you and me
Lovin' a music man
Ain't all it's supposed to be
Oh girl, you stand by me
I'm forever yours
Faithfully"

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Terminamos a apresentação, tudo correu bem, quer dizer, bem entre aspas.
Durante Faithfully me lembro dos seus olhares, provavelmente meus olhares me traíram. Lembro da forma firme com que ele me olhava. Lembro de quando passamos pelo outro durante o dueto. Lembro quando segurei a mão dele e depois o abracei. Lembro de tudo e me sinto bem! Parece ser algo bom! Mas porque me sinto confusa se me sinto bem? Será que só quero preencher um vazio?
Sentei-me em um sofá mais próximo, me pus a pensar em tudo, em tudo mesmo. Desde o inicio do New Directions até eu conhecer o Jesse e até o presente.
Fico feliz de estar sozinha aqui, todos foram para o hospital, pois a Quinn entrou em trabalho de parto. Fico pensando sobre a Beth, como eles vão chamá-la, já nascerá sem conhecer a mãe. Penso se ela passará pelo mesmo que eu? Se sofrerá o mesmo que eu? ...
Antes da apresentação do Vocal Adrenaline fui falar com minha mãe, que nunca agiu como uma mãe comigo. Mas no fim ficou tudo igual. Voltei para a sala de espera e então ouvi a voz do Jesse.
Isso me faria mal, isso não me ajudaria a curar a cicatriz, mas eu me prometi: seria a última vez a vez ou ouvir algo do Jesse, então teria que aproveitar! Eu o imaginava cantando. Imaginava o seu olhar enquanto cantava. Aquele olhar profundo que tanto me atraia que tanto eu gostava de olhar.

"Anyway the wind blows
Doesn't really matter to me, to me
"

Porque, Jesse? Porque você me fez isso? Foi realmente tão necessário? Meus sentimentos não lhe importavam?
Continuei escutando...

"Carry on, carry on
As if nothing really matters
"
Talvez eu devesse seguir a música e ser feliz ou tentar ser feliz. Não aguentava mais apenas ouvir e fui lá ver!

Eles já estavam no final de sua apresentação e como sempre, o Vocal Adrenaline, a fez muito bem, uma ótima música combinada com uma ótima coreografia. Mas esse ano era nosso, tinha que ser nosso!

"Just gotta get out
Just gotta get right outta here
"

Sentia-me mal vendo aquilo, culpa dele, do lindo cavalheiro que chegou tão de repente e da mesma maneira que chegou, saiu deixando meu coração em pedaços. Eu poderia morrer.

"Nothing really matters
Anyone can see
Nothing really matters
Nothing really matters to me
"

Nem terminou a última frase e eu já havia saído. Não queria terminar de ver aquilo. Não queria, não queria! Eu sabia que demonstraria em meu rosto toda minha dor e sofrimento e ele nunca que poderia ver isso! Quando ele me olhou eu soube que era à hora. A hora de ir.

■■■

Todos já haviam voltado. E agora era a hora. Mais uma das 'horas' do dia. Mas essa hora seria totalmente diferente, não se trataria de tristeza ou qualquer tipo de sofrimento e sim de vitória. Todos nós estávamos confiantes, sabíamos que o momento era nosso!

O New Directions e as outras duas equipes estavam posicionados no palco, esperando começarem o anúncio.
E então eu senti que deveria olhar para o lado e quando o fiz notei o olhar dele, eu via dor, incerteza, mas não pude corresponder. Ouvimos aplausos e logo olhei para o lado, onde os juízes entravam.
Não sabia para onde olhar: a plateia, os jurados, os meus companheiros de grupo ou para o lado e vê-lo e saber que ele também podia me ver. Mas queria olhar, queria saber se ele me olhava, se continuava com o olhar de sofrimento, mas e se ele não olhasse? Mas o que me importava isso agora, estava ali para ganhar o 1º lugar e não para sofrer!
Sorriamos orgulhosos e de mãos dadas e escutávamos cada palavra como se fosse a mais bela ópera.
Respirávamos profundamente e olhávamos para a Sue falando, quando ela anunciou o 2º lugar do Intensidade Sonora (que como eu disse, houve um trocadilho com o nome). Eles pulavam, gritavam, o Jesse me olhava batendo palmas e a plateia aplaudia. Nós continuamos com as cabeças erguidas e nos aproximamos do Vocal Adrenaline quando o espaço entre nós ficou vago, ele desse momento em diante já veio me olhando, porém olhou para o chão depois.

- E agora — Sue começou a dizer
Algo me disse: Se faça de difícil, Rachel! E foi o que fiz. Ele voltou a me olhar, como eu já esperava, e então o olhei de volta e joguei meu cabelo para o lado.
- O campeão das Regionais de 2010 do Meio Oeste de Espetáculos de Shows vai para...
Enquanto ela tirava o conteúdo do envelope foi como se 1 segundo tivesse virado 1 hora, tudo passou tão devagar, não necessariamente um slow motion, mas como se aquele momento fosse durar para sempre...
- Vocal Adrenaline! — Ela gritou
E então começaram os gritos, os pulos, a festa, os aplausos vindos da plateia e a entrega do troféu deles e nesse momento toda a certeza que tínhamos que ganharíamos se foi por água baixo, a nossa confiança e uma parte de nossos sonhos (pra alguns, claro. Mas não desistiria nunca dos meus, pois os conheço desde que tenho 3/4 anos). Foi como se o som ficasse abafado ou tivessem 'abaixado o volume'. Ficamos desconsolados, olhando um para o outro sem nenhuma certeza, sem nenhuma razão... Como? Nós havíamos perdidos. Se fosse uma novela, um filme teríamos escutado a trilha sonora instrumental com uma música de entonação triste.
Eu não tinha palavras, tentei falar com algum dos meus amigos, mas não consegui, só podia ver o Jesse comemorando e pegando o enorme troféu e foi quando percebi que o troféu não era o mais importante e sim ele, ele era o importante! Mas ele me deixou pelo sucesso, porque eu o deixaria por amor?

Então recebemos o nosso de 3º lugar, tão pequeno. Mas o seguia olhando, ele até olhou para nós, mas não especificamente para mim. Isso doeu.
E aí eu percebi outra coisa, eu o havia perdido ou talvez ele me houvesse perdido, mas o que eu sabia era que nada mais seria o mesmo! Não haveria segundas chances! Ele um dia até poderia voltar, mas meu coração, em pedaços, não aguentaria, eu morreria de medo de sofrer outra vez, mas eu o queria e como o queria!

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Depois de tudo voltamos para o camarim, fomos arrumar nossas coisas totalmente desconsolados...
O Mr. Shue até tentou dizer algo, mas nem ele conseguia. Foi devastador. Foi cruel.
Sentei em um sofá, sentia minha cabeça girando, sentia dor, não mais no peito, e sim uma dor inexplicável. O Finn sorriu para mim e disse algo ao qual eu não entendi. Meu Deus! Não era isso que eu queria! Apoei a cabeça em algo que estava no meu lado e tudo começou a ficar escuro, tudo ficou escuro. Pensei estar passando mal e tentei abrir a boca pra falar algo, mas não conseguia, não tinha a voz.

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- Rachel?
Escutei alguém me chamado, uma voz familiar, devia ser o Finn...
- Rachel?
E a voz me chamou muitas e muitas vezes
- Rachel, filha, acorde.
Oh, era um dos meus pais que me chamava! Tentei levantar a cabeça e nessa hora senti uma pontada!
- Calma filha. Você teve um pesadelo e passou mal à noite inteira, eu e seu pai estivemos revezando aqui.
Minha cabeça doía, sentia meus olhos secos, como se houvesse chorado a noite inteira.
- Você tem que ficar melhor logo, Rach. Você tem algo muito importante hoje!
Tenho? Eu tenho? Eu marquei algo com alguém?
- Tenho? — Eu consegui dizer com a voz fraca
- Sim, querida. Hoje você tem a chance de mudar sua vida, aproveite!
- Como assim, pai?
- Hoje você tem as Regionais, ou vai dizer que esqueceu? Você só fala nisso faz dias!
- As Regionais? Como? Não, não — eu balançava a cabeça, havia algo errado, ele estava errado! Que péssima brincadeira a dele! Eu já estava mal com isso e ele ainda tinha a coragem de me falar isso? — Mas não pode, foram ontem! Eu, eu, e-eu me lembro de tudo! Lembro de haver perdido e passar mal.
- Mas nada disso aconteceu. Fique calma, tome esse copo de água. Você deve estar delirando, querida.
- Ma... — ele não a deixou terminar
- Olhe seu calendário — ele o pegou e mostrou a ela — você vê a data de hoje? Ela não estar cortada, está? — ele não me deixou responder e seguiu falando — Você apenas estava sonhando, se acalme.
- Mas foi tudo tão claro — ela se senta ao lado do pai com dificuldade e o abraça — eu me lembro de haver perdido!
- Sabe o que eu te disse agora a pouco?
- O que?
- "Hoje você tem a chance de mudar sua vida, aproveite!"

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E essa frase não saiu da minha cabeça. Eu pensei, pensei e pensei sobre ela. Será que o sonho foi como as coisas poderiam ter ocorrido? Não era desse jeito que eu queria! Não deveria ser desse jeito!
Precisava ter sido tão doloroso assim? Isso tudo era realmente necessário? Se eu não tivesse tido esse sonho eu teria feito tudo assim? Eu deixaria escapar tudo o que mais queria tão facilmente? E se eu realmente estiver tendo uma segunda chance? Ou se for como naqueles filmes e séries onde a pessoa refaz o dia até tudo ocorrer do jeito certo? Eu não quero sofrer tendo que passar por tudo novamente!
Eu não entendo o que está passando! Pela primeira vez duvidava de mim mesma e isso doía mais que tudo, sempre confiei em mim, em meu talento, em minha vocação. E agora tudo o que tenho são incertezas, desilusões e mágoas.
Mas se estou tendo essa chance porque estou deprimida? Eu posso reverter tudo, não posso?

x Fim 1º Capítulo x espero que gostem! Como vocês podem ver, meu capítulo é gigante KKKKKKKKKKKKKKK :B