Capítulo um:
Encontros Noturnos
Era um lindo bosque. Ela corria por entre as flores, esvoaçando seus belos cabelos atrás de si. A cena era digna de uma pintura. Ouviu-se uma risada fria e cruel, que nada tinha a ver com aquele maravilhoso momento. Ela encolheu-se. Já conhecia aquela risada. Era ele, ele de novo. Acordou assustada e arfando.
Havia sido um sonho, o mesmo sonho de sempre, mas apesar de sonhar muitas vezes com ele, não se acostumava. Cada dia tinha mais medo. Ele tinha voltado, ela sabia, todos sabiam. O ministério demorou, mas diante dos fatos inexplicáveis, tiveram que aceitar que Voldemort tinha voltado. A era das trevas reinaria outra vez. E Gina Weasley estava com medo, muito medo.
Desde de que Tom Riddle a usou para abrir a Câmara Secreta ela tinha aqueles pesadelos, essa noite não seria diferente.
Mas a coisa que mais a assustou foi o fato de que sua risada estava mais perto, como nos dias de seu primeiro ano em que era manipulada pelo diário, o diário de Tom. Gina sabia que ele estava perto dela outra vez e isso a deixava amedrontada. Evitava dormir para não sonhar com ele de novo.
Uma leve brisa passou por seu rosto levantando seus cabelos cor vermelho- vivo. Então ela percebeu que havia dormido com o dossel de sua cama aberto e uma de suas colegas de quarto devia ter deixado a janela aberta.
Resolveu então, para esquecer o sonho, dar uma volta pelo castelo, sabia que era arriscado, mas ela não estava ligando, só queria esquecer aquele sonho que a atormentava todas as noites.
Vestiu seu robe e saiu de fininho pela porta. Conseguiu sair da torre da Grifinória sem problema algum e continuou seu caminho silenciosamente em direção aos jardins, lugar onde tinha resolvido ficar para olhar as estrelas. Ela podia ver da janela de seu quarto também, mas queria deitar na grama e olhar o céu límpido e inteiro a sua frente.
***
Lá estava ele, voltando tarde da noite de mais uma reunião com os "Novos Comensais da Morte", era como o grupo dos mais novos seguidores do Lord das Trevas era chamado.
Não que ele não gostasse das reuniões, mas com certeza ele achava que poderia estar fazendo algo muito mais produtivo aquela hora da noite, como se "amassando" com alguma garota.
Draco Malfoy já estava no seu sétimo e último ano em Hogwarts e era conhecido como o garoto mais galinha da escola desde Sírius Black. Seu pai, Lúcio Malfoy, não se importava nem um pouco com isso, desde de que aquilo não atrapalhasse seus planos para ele com o Lord. Era o que ele sempre dizia. E Draco nem de longe deixaria que aquilo atrapalhasse seus planos para o futuro.
Seus namoros não duravam nem um mês e meio, mas na maioria das vezes ele não namorava, só "ficava". Achava muito sem graça ficar muito tempo com a mesma garota, quando se podia ter várias outras.
Caminhava pelo corredor distraidamente com a cabeça baixa pensando, esquecendo-se completamente que poderia ser pego por Filch ou aquela sua gata nojenta, Madame Nor-r-ra. No momento pensava se conseguiria ser um bom comensal, queria ser respeitado, temido tal qual seu pai. Draco o admirava muito e não queria decepcioná-lo de maneira alguma. Lúcio tinha plena confiança no filho, então o que diria se soubesse que seu filho de alguma forma estava com medo?
"NÃO! Eu não estou com medo! Eu sou um Malfoy e os Malfoy's não t..."
POFT.
Draco não pode concluir o pensamento, pois acabara de bater em algo. Algo não, alguém. Seu sangue gelou. E se fosse Filch com a gata intrometida? Levantou-se rapidamente para ver desesperado com quem trombara: Gina Weasley.
Sentiu um imenso alívio ao ver que não tinha sido pego, mas também ficou intrigado com o que aquela garota estava fazendo fora da cama tão tarde da noite. "Ah! Dane-se! Tenho mais o que fazer do que ficar me preocupando com a vida da Weasley." - Desculpe-me, eu estava meio distraída, Malfoy - ele a ouviu dizer sem emoção alguma. - Da próxima vez olhe por onde anda, Weasley, agora por sua distração vou ter de desinfetar minhas vestes - falou com a habitual voz arrastada.
- Faça como quiser - disse Gina secamente, e foi embora. Não estava bem para começar uma discussão com Malfoy às uma hora da manhã, em um corredor deserto, quando podia ser pega e levar uma detenção por estar fora da cama. Caminhou lentamente até seu dormitório. Esquecendo-se completamente de qualquer plano que tinha de ver as estrelas ou qualquer coisa parecida, deitou-se e dormiu quase instantaneamente.
Draco a observou ir embora até que ela virou o corredor e ele continuou seu caminho, agora muito mais cauteloso.
***
Gina acordou tarde aquela manhã. Vestiu o uniforme da escola, pegou seu material (já que provavelmente não teria tempo para ir buscá-lo depois do café) e desceu até o Salão Comunal. Como era de se esperar o encontrou praticamente vazio, já que alguns alunos já deviam ter tomado o café da manhã e aproveitavam o tempo que ainda tinham antes da primeira aula do dia.
Correu os olhos pelo salão, mas não achou alguém que poderia a acompanhar até o Salão Principal. Sendo assim, foi sozinha mesmo. Quando chegou, sentou-se na ponta da mesa da Grifinória, olhou ela toda e logo achou o que queria: Hermione, Rony e Harry.
Harry. Tinha certeza que ainda sentia os mesmos sentimentos em relação ao garoto, e tinha chegado a conclusão de que daquilo que sentia: amor. No início, só tinha uma grande admiração por Harry, mas ao longo de seis anos, foi aumentando, aumentando e agora o amava.
E ele continuava sem notá-la. Gina sofria muito com isso. Será que um dia ele iria correspondê-la naquele sentimento tão lindo e puro? E se um dia correspondesse, seria com tanta intensidade quanto ela sentia? Ela não tinha as respostas. Sofria muito. Já namorara outros garotos para tentar esquecê-lo. Colin Creevey, Neville Longbotton e Justino Finch-Fletchley. Mas parecia que nada que fizesse para tira-lo de seu coração adiantaria, só aumentava seu amor e sofrimento.
Por isso, não ficou com nenhum dos três muito tempo, não queria usá-los. Depois de namorar Justino, chegou à conclusão de aquilo não adiantava nada e não namorou mais ninguém. Só tinha insistido depois de Colin porque achava que se tentasse outra vez conseguiria.
Agora já estava no seu sexto ano e Harry no sétimo. O último ano dele em Hogwarts. Sentiu um aperto no coração ao lembrar disso.Será que continuaria na Inglaterra depois de formado? Será que não o veria mais depois da escola? Mais dúvidas. Dava para perceber o quanto seu último ano seria horrível! Não teria nem Rony para lhe encher o saco, para tratá-la como uma criancinha. Não que ela gostasse na hora. Ficava bem irritada, às vezes até furiosa, mas depois lembrando achava até engraçado. E também tinha Mione. Desde o ano passado se tornaram amigas. E Gina até a ajudou com Rony. Agora eles estavam namorando. Como sentiria falta deles!
Olhou o prato com comida à sua frente. Sem fome alguma e sem nem ao menos tocá-lo, levantou-se e rumou lentamente para sua primeira aula do dia: Transfiguração.
***
O dia de Gina, foi tranqüilo, sem aborrecimentos. Passou boa parte do tempo em que não estava em aula, com Neville.
Depois que Gina havia terminado o namoro, eles viraram grandes amigos. Ela sabia que ele ainda gostava dela. Mas o que podia fazer? Amava Harry. Então foi se aproximando dele para que ele não sentisse falta do relacionamento antigo, até que viraram amigos e Gina gostava tanto de sua companhia como ele da dela.
Era verdade que ela e Mione haviam se tornado amigas, mas não tanto quanto ela era de Neville. Pois, é claro, haviam Harry e Rony, e Gina não queria atrapalhar de maneira nenhuma a amizade deles.
Enquanto rumava para Torre da Grifinória no fim do dia, não imaginava o quanto ia se decepcionar. Parou em frente ao quadro da Mulher Gorda, que disse:
- Senha?
- Rabo de Dragão.
A Mulher do quadro deu-lhe passagem e ela entrou. O Salão Comunal estava muito agitado. Mais do que o normal. Entranhou, o que havia acontecido? Até que viu que Hermione vinha em sua direção.
- Mione, o que está acontecendo?
- Vem comigo, Gina.
- Mas... - só que Hermione começou a puxá-la para o dormitório feminino do sexto ano. Gina entrou e Hermione entrou fechando a porta atrás de si.
- Dá pra me dizer o que está acontecendo logo? Já estou agoniada - Falou Gina um pouco irritada.
- Olha, Gi, você tem q...
- Vai direto ao ponto, por favor. - Respondeu agora irritada.
Hermione suspirou e disse de uma vez:
- Harry está namorando Lilá Brow.
- O quê? - Perguntou com a voz falhando, não querendo ouvir o que havia ouvido.
- Harry está namorando Lilá. - Disse devagar agora.
Gina sentiu como se o chão houvesse sumido sob seus pés. Não podia ser! Harry! O seu Harry. Não, ele nunca foi dela e nem nunca seria. Seus olhos estavam marejados, agora exalava toda a sua dor em lágrimas. Como podia ter sido tão burra? Como podia ter imaginado que algum dia ele a notaria? Havia se iludindo tanto, mas um dia a verdade vem nua e crua. No momento queria morrer, tinha sido tão tola. E agora se afogava em lágrimas.
Hermione percebeu o quanto sua amiga estava mal e deu-lhe um terno abraço, do qual Gina se esquivou. Não queria a pena de ninguém. Nem de sua amiga, nem de ninguém. Queria ficar sozinha. Queria sumir. Queria Harry.
Olhou para a amiga uma última vez antes de sair correndo do dormitório. Passou também correndo no Salão Comunal sem nem olhar para o lado. Queria sair o mais rápido possível da Torre. Passou pelo quadro da Mulher Gorda e continuou correndo sem rumo, indo até onde seus pés a levassem. Quando deu por si, estava nas Masmorras. Sentiu um arrepio. Odiava aquele lugar. E do mais estava perdida. Perdida no lugar que mais temia no castelo. O que iria fazer? Encostou-se na parede fria que se encontrava atrás de si e escorregou lentamente até atingir o chão frio como o gelo. Escondeu o rosto entre os braços e voltou a chorar, soluçando desesperadamente. Seus soluços ecoavam longamente por todo corredor deserto.
- Ora, ora, mas o que temos aqui! Se não é a pobretona da Weasley.
Gina virou o rosto lentamente, o pavor estampado em seus olhos ainda molhados. Era um sonserino do sétimo ano. Já havia o visto antes. Era muito popular, mas nada comparado a Draco Malfoy. Também era bonito. Alto, forte, cabelos cor de palha e olhos muito negros. Era popular por ser bonito, rico e ser um dos garotos mais cruéis da Sonserina. Ela começou a tremer quando se lembrou disso. Era óbvio que não pensaria duas vezes antes de fazer uma maldade com ela.
- Que foi? Perdeu a língua? Que pena, eu queria tanto provar ela. - Continuou, sarcástico - Me responda! ME RESPONDA!
Ele a segurou pelos ombros e levantou-a como se ela pesasse 1 Kg. Aquilo só fez com que Gina se apavorasse mais. Tremia muito, cheia de medo, encarando aqueles olhos que só refletiam uma coisa: maldade pura. Seus braços já estavam dormentes de tanta dor.
- Que foi? Não vai gritar? Ótimo, você facilita muito as coisas. - Ele a pressionou contra a parede, beijando-a. Gina tentava se esquivar a todo custo, mas o sonserino era muito forte. Ela queria gritar, mas parecia que sua voz havia sumido. Tentava empurrá-lo a todo custo, e não adiantava. O que seria dela? Não, ela não podia deixar que ele terminasse de fazer o que pretendia. Mas o que podia fazer? Não tinha ninguém no corredor, nem perto. Ela havia ficado muito tempo ali chorando e nem percebera e agora era muito tarde. Sua única esperança era que Filch aparecesse, o que parecia que não ia acontecer. O sonserino agora beijava seu pescoço e ia começar a rasgar a sua roupa quando uma voz o interrompeu.
- Largue-a, Avery. - Ele largou-a e Gina caiu no chão com um baque, voltando a chorar descontroladamente.
***
Draco tinha tido um dia bom. Nos intervalos entre as aulas havia ficado pelos cantos com Parvati Patil, sua atual namorada. No fim do dia terminou com ela e foi para o Salão Comunal Sonserino. Encontrou Pansy Parkinson e a arrastou até a sua sala secreta, onde ele levava as garotas quando as coisas iam mais longe. Lá havia uma cama de casal bem aconchegante, um sofá, duas poltronas e uma escrivaninha.
- Hum, o que você quer, Draquinho? - Disse Pansy sorrindo maliciosamente. Era a ela que Draco procurava quando não tinha nada pra fazer. Ele nem se deu ao trabalho de responder, jogou-a na cama e ficou lá com ela umas duas horas, até que mandou que a garota fosse embora, pois queria ficar sozinho. Ficou deitado, fitando o teto escuro, pensando. Permaneceu assim algum tempo até que se vestiu e resolveu ir para o dormitório.
Quando já estava quase chegando a entrada da Sonserina deparou-se com uma cena um tanto constrangedora, é claro que isso não valia para Draco Malfoy. Ele definiria a cena de nojenta. Não que ele nunca tivesse feito o que Avery pretendia fazer, mas nunca havia forçado garota nenhuma.
- Largue-a, Avery. - Ele soltou a menina então Draco pode ver de quem se tratava e ficou surpreso ao constatar que era Gina Weasley. Novamente, havia encontrado com aquela garota tarde da noite, mas da última vez não tinha sido num lugar tão estranho para a garota quanto as Masmorras. O que será que ela estava fazendo ali? Se sentiu mal ao ver que Weasley estava chorando, odiava ver garota chorando, não sabia porquê.
- Quer dividir, Malfoy? Desculpa, mas eu n... - Não pode continuar, pois Draco havia dado um soco em seu queixo e Avery caiu no chão. Olhou com ódio profundo para Malfoy.
- Você não me assusta com esse seu olharzinho mixuruca não.
- Você vai pagar caro por isso, Malfoy.
- Ah, é? E quanto vai custar? Mil galeões? - Falou sarcasticamente.
- Não, sua vida. - Os dois haviam esquecido completamente de Gina, que parara de soluçar e olhava atônita a discussão. Será que eles iam se matar ali? Estava com medo e confusa. Por que Draco a havia defendido? E desde de quando tinha começado a pensar nele como Draco? "Que idéia! É Malfoy, Gina Weasley!".
- Há, há, há! Não me faça rir! E quem iria me matar? Você? Há, há! - Gina voltou de seus pensamentos ao ouvir a voz arrastada de Drac... "É Malfoy!".
Avery lançou um último olhar a Malfoy e foi embora.
- Malfoy, obrig...
- Não quero seus agradecimentos, Weasley, não preciso deles. - Gina começava a se irritar, mas respirou fundo, afinal ele a havia salvado. - Deixe seus agradecimentos ao Potter.
Ao ouvir o nome de Harry lembrou porque aquilo tudo tinha acontecido e sentiu os olhos encherem-se de lágrimas novamente. Engoliu em seco ao notar que passos se aproximavam cada vez mais do lugar onde estavam e logo viu Filch dobrar o corredor e dar de cara com eles. Definitivamente não era seu dia de sorte. Engoliu em seco novamente ao ver o sorriso satisfeito no rosto feio do zelador.
- Mas o que temos aqui, minha gatinha! - Disse enquanto acariciava o pêlo crespo de Madame Nor-r-ra, que estava em seu colo. - Dois aluninhos fora da cama! - E virou-se para eles - Venham comigo.
Os dois seguiram o zelador calados sem olhar um para o outro. Gina estava receosa, iria receber sua primeira detenção. Draco se mostrava indiferente, já estava acostumado, não que fosse encrenqueiro, mas já foi pego várias vezes se "amassando" pelos corredores. Quando chegaram a sala de Filch, ele disse:
- Estejam amanhã as oito aqui para cumprir a detenção. - Enquanto dizia, ele ia anotando algo em um pergaminho. - Vocês irão catalogar os livros da biblioteca. Agora podem ir! Estão esperando o que? Vão logo, sumam daqui!
Eles foram cada um para o seu dormitório, Gina dando graças a Merlim por saber ir pra Torre da Grifinória dali. Quando chegou no dormitório jogou-se na cama, abraçou com força seu travesseiro e pôs-se a pensar o que havia acontecido desde que chegara a torre da Grifinória depois da janta e chorou até dormir.
***
N/A: E aí? O primeiro capítulo... Talvez eu demore para postar o segundo, porque eu gosto de já ter o próximo pronto, e o três ainda num tá... Enquanto isso, vcs (pessoas fascinadas por D/G, como eu) poderiam ler outras fics maravilhosas como: A Sabedoria de Um Tolo, Amor da Vida Nossa, Todos os Nossos Ontens, e pra quem não conhece, deveria entrar no site 3 vassouras () é muito bom!! E ainda tem a fic da B, Em Meio à Escuridão, que não é D/G, mas é maravilhosa. N/A 2: Agradecimentos especiais à Satine Malfoy, minha beta, obrigada mesmo!! N/A 3: Deixem reviews, por favor, eu num tenho ninguém pra me apoiar com essa fic, então só vai depender de vcs, se quiserem novos caps. :D Bjx, Lady Malfoy
Era um lindo bosque. Ela corria por entre as flores, esvoaçando seus belos cabelos atrás de si. A cena era digna de uma pintura. Ouviu-se uma risada fria e cruel, que nada tinha a ver com aquele maravilhoso momento. Ela encolheu-se. Já conhecia aquela risada. Era ele, ele de novo. Acordou assustada e arfando.
Havia sido um sonho, o mesmo sonho de sempre, mas apesar de sonhar muitas vezes com ele, não se acostumava. Cada dia tinha mais medo. Ele tinha voltado, ela sabia, todos sabiam. O ministério demorou, mas diante dos fatos inexplicáveis, tiveram que aceitar que Voldemort tinha voltado. A era das trevas reinaria outra vez. E Gina Weasley estava com medo, muito medo.
Desde de que Tom Riddle a usou para abrir a Câmara Secreta ela tinha aqueles pesadelos, essa noite não seria diferente.
Mas a coisa que mais a assustou foi o fato de que sua risada estava mais perto, como nos dias de seu primeiro ano em que era manipulada pelo diário, o diário de Tom. Gina sabia que ele estava perto dela outra vez e isso a deixava amedrontada. Evitava dormir para não sonhar com ele de novo.
Uma leve brisa passou por seu rosto levantando seus cabelos cor vermelho- vivo. Então ela percebeu que havia dormido com o dossel de sua cama aberto e uma de suas colegas de quarto devia ter deixado a janela aberta.
Resolveu então, para esquecer o sonho, dar uma volta pelo castelo, sabia que era arriscado, mas ela não estava ligando, só queria esquecer aquele sonho que a atormentava todas as noites.
Vestiu seu robe e saiu de fininho pela porta. Conseguiu sair da torre da Grifinória sem problema algum e continuou seu caminho silenciosamente em direção aos jardins, lugar onde tinha resolvido ficar para olhar as estrelas. Ela podia ver da janela de seu quarto também, mas queria deitar na grama e olhar o céu límpido e inteiro a sua frente.
***
Lá estava ele, voltando tarde da noite de mais uma reunião com os "Novos Comensais da Morte", era como o grupo dos mais novos seguidores do Lord das Trevas era chamado.
Não que ele não gostasse das reuniões, mas com certeza ele achava que poderia estar fazendo algo muito mais produtivo aquela hora da noite, como se "amassando" com alguma garota.
Draco Malfoy já estava no seu sétimo e último ano em Hogwarts e era conhecido como o garoto mais galinha da escola desde Sírius Black. Seu pai, Lúcio Malfoy, não se importava nem um pouco com isso, desde de que aquilo não atrapalhasse seus planos para ele com o Lord. Era o que ele sempre dizia. E Draco nem de longe deixaria que aquilo atrapalhasse seus planos para o futuro.
Seus namoros não duravam nem um mês e meio, mas na maioria das vezes ele não namorava, só "ficava". Achava muito sem graça ficar muito tempo com a mesma garota, quando se podia ter várias outras.
Caminhava pelo corredor distraidamente com a cabeça baixa pensando, esquecendo-se completamente que poderia ser pego por Filch ou aquela sua gata nojenta, Madame Nor-r-ra. No momento pensava se conseguiria ser um bom comensal, queria ser respeitado, temido tal qual seu pai. Draco o admirava muito e não queria decepcioná-lo de maneira alguma. Lúcio tinha plena confiança no filho, então o que diria se soubesse que seu filho de alguma forma estava com medo?
"NÃO! Eu não estou com medo! Eu sou um Malfoy e os Malfoy's não t..."
POFT.
Draco não pode concluir o pensamento, pois acabara de bater em algo. Algo não, alguém. Seu sangue gelou. E se fosse Filch com a gata intrometida? Levantou-se rapidamente para ver desesperado com quem trombara: Gina Weasley.
Sentiu um imenso alívio ao ver que não tinha sido pego, mas também ficou intrigado com o que aquela garota estava fazendo fora da cama tão tarde da noite. "Ah! Dane-se! Tenho mais o que fazer do que ficar me preocupando com a vida da Weasley." - Desculpe-me, eu estava meio distraída, Malfoy - ele a ouviu dizer sem emoção alguma. - Da próxima vez olhe por onde anda, Weasley, agora por sua distração vou ter de desinfetar minhas vestes - falou com a habitual voz arrastada.
- Faça como quiser - disse Gina secamente, e foi embora. Não estava bem para começar uma discussão com Malfoy às uma hora da manhã, em um corredor deserto, quando podia ser pega e levar uma detenção por estar fora da cama. Caminhou lentamente até seu dormitório. Esquecendo-se completamente de qualquer plano que tinha de ver as estrelas ou qualquer coisa parecida, deitou-se e dormiu quase instantaneamente.
Draco a observou ir embora até que ela virou o corredor e ele continuou seu caminho, agora muito mais cauteloso.
***
Gina acordou tarde aquela manhã. Vestiu o uniforme da escola, pegou seu material (já que provavelmente não teria tempo para ir buscá-lo depois do café) e desceu até o Salão Comunal. Como era de se esperar o encontrou praticamente vazio, já que alguns alunos já deviam ter tomado o café da manhã e aproveitavam o tempo que ainda tinham antes da primeira aula do dia.
Correu os olhos pelo salão, mas não achou alguém que poderia a acompanhar até o Salão Principal. Sendo assim, foi sozinha mesmo. Quando chegou, sentou-se na ponta da mesa da Grifinória, olhou ela toda e logo achou o que queria: Hermione, Rony e Harry.
Harry. Tinha certeza que ainda sentia os mesmos sentimentos em relação ao garoto, e tinha chegado a conclusão de que daquilo que sentia: amor. No início, só tinha uma grande admiração por Harry, mas ao longo de seis anos, foi aumentando, aumentando e agora o amava.
E ele continuava sem notá-la. Gina sofria muito com isso. Será que um dia ele iria correspondê-la naquele sentimento tão lindo e puro? E se um dia correspondesse, seria com tanta intensidade quanto ela sentia? Ela não tinha as respostas. Sofria muito. Já namorara outros garotos para tentar esquecê-lo. Colin Creevey, Neville Longbotton e Justino Finch-Fletchley. Mas parecia que nada que fizesse para tira-lo de seu coração adiantaria, só aumentava seu amor e sofrimento.
Por isso, não ficou com nenhum dos três muito tempo, não queria usá-los. Depois de namorar Justino, chegou à conclusão de aquilo não adiantava nada e não namorou mais ninguém. Só tinha insistido depois de Colin porque achava que se tentasse outra vez conseguiria.
Agora já estava no seu sexto ano e Harry no sétimo. O último ano dele em Hogwarts. Sentiu um aperto no coração ao lembrar disso.Será que continuaria na Inglaterra depois de formado? Será que não o veria mais depois da escola? Mais dúvidas. Dava para perceber o quanto seu último ano seria horrível! Não teria nem Rony para lhe encher o saco, para tratá-la como uma criancinha. Não que ela gostasse na hora. Ficava bem irritada, às vezes até furiosa, mas depois lembrando achava até engraçado. E também tinha Mione. Desde o ano passado se tornaram amigas. E Gina até a ajudou com Rony. Agora eles estavam namorando. Como sentiria falta deles!
Olhou o prato com comida à sua frente. Sem fome alguma e sem nem ao menos tocá-lo, levantou-se e rumou lentamente para sua primeira aula do dia: Transfiguração.
***
O dia de Gina, foi tranqüilo, sem aborrecimentos. Passou boa parte do tempo em que não estava em aula, com Neville.
Depois que Gina havia terminado o namoro, eles viraram grandes amigos. Ela sabia que ele ainda gostava dela. Mas o que podia fazer? Amava Harry. Então foi se aproximando dele para que ele não sentisse falta do relacionamento antigo, até que viraram amigos e Gina gostava tanto de sua companhia como ele da dela.
Era verdade que ela e Mione haviam se tornado amigas, mas não tanto quanto ela era de Neville. Pois, é claro, haviam Harry e Rony, e Gina não queria atrapalhar de maneira nenhuma a amizade deles.
Enquanto rumava para Torre da Grifinória no fim do dia, não imaginava o quanto ia se decepcionar. Parou em frente ao quadro da Mulher Gorda, que disse:
- Senha?
- Rabo de Dragão.
A Mulher do quadro deu-lhe passagem e ela entrou. O Salão Comunal estava muito agitado. Mais do que o normal. Entranhou, o que havia acontecido? Até que viu que Hermione vinha em sua direção.
- Mione, o que está acontecendo?
- Vem comigo, Gina.
- Mas... - só que Hermione começou a puxá-la para o dormitório feminino do sexto ano. Gina entrou e Hermione entrou fechando a porta atrás de si.
- Dá pra me dizer o que está acontecendo logo? Já estou agoniada - Falou Gina um pouco irritada.
- Olha, Gi, você tem q...
- Vai direto ao ponto, por favor. - Respondeu agora irritada.
Hermione suspirou e disse de uma vez:
- Harry está namorando Lilá Brow.
- O quê? - Perguntou com a voz falhando, não querendo ouvir o que havia ouvido.
- Harry está namorando Lilá. - Disse devagar agora.
Gina sentiu como se o chão houvesse sumido sob seus pés. Não podia ser! Harry! O seu Harry. Não, ele nunca foi dela e nem nunca seria. Seus olhos estavam marejados, agora exalava toda a sua dor em lágrimas. Como podia ter sido tão burra? Como podia ter imaginado que algum dia ele a notaria? Havia se iludindo tanto, mas um dia a verdade vem nua e crua. No momento queria morrer, tinha sido tão tola. E agora se afogava em lágrimas.
Hermione percebeu o quanto sua amiga estava mal e deu-lhe um terno abraço, do qual Gina se esquivou. Não queria a pena de ninguém. Nem de sua amiga, nem de ninguém. Queria ficar sozinha. Queria sumir. Queria Harry.
Olhou para a amiga uma última vez antes de sair correndo do dormitório. Passou também correndo no Salão Comunal sem nem olhar para o lado. Queria sair o mais rápido possível da Torre. Passou pelo quadro da Mulher Gorda e continuou correndo sem rumo, indo até onde seus pés a levassem. Quando deu por si, estava nas Masmorras. Sentiu um arrepio. Odiava aquele lugar. E do mais estava perdida. Perdida no lugar que mais temia no castelo. O que iria fazer? Encostou-se na parede fria que se encontrava atrás de si e escorregou lentamente até atingir o chão frio como o gelo. Escondeu o rosto entre os braços e voltou a chorar, soluçando desesperadamente. Seus soluços ecoavam longamente por todo corredor deserto.
- Ora, ora, mas o que temos aqui! Se não é a pobretona da Weasley.
Gina virou o rosto lentamente, o pavor estampado em seus olhos ainda molhados. Era um sonserino do sétimo ano. Já havia o visto antes. Era muito popular, mas nada comparado a Draco Malfoy. Também era bonito. Alto, forte, cabelos cor de palha e olhos muito negros. Era popular por ser bonito, rico e ser um dos garotos mais cruéis da Sonserina. Ela começou a tremer quando se lembrou disso. Era óbvio que não pensaria duas vezes antes de fazer uma maldade com ela.
- Que foi? Perdeu a língua? Que pena, eu queria tanto provar ela. - Continuou, sarcástico - Me responda! ME RESPONDA!
Ele a segurou pelos ombros e levantou-a como se ela pesasse 1 Kg. Aquilo só fez com que Gina se apavorasse mais. Tremia muito, cheia de medo, encarando aqueles olhos que só refletiam uma coisa: maldade pura. Seus braços já estavam dormentes de tanta dor.
- Que foi? Não vai gritar? Ótimo, você facilita muito as coisas. - Ele a pressionou contra a parede, beijando-a. Gina tentava se esquivar a todo custo, mas o sonserino era muito forte. Ela queria gritar, mas parecia que sua voz havia sumido. Tentava empurrá-lo a todo custo, e não adiantava. O que seria dela? Não, ela não podia deixar que ele terminasse de fazer o que pretendia. Mas o que podia fazer? Não tinha ninguém no corredor, nem perto. Ela havia ficado muito tempo ali chorando e nem percebera e agora era muito tarde. Sua única esperança era que Filch aparecesse, o que parecia que não ia acontecer. O sonserino agora beijava seu pescoço e ia começar a rasgar a sua roupa quando uma voz o interrompeu.
- Largue-a, Avery. - Ele largou-a e Gina caiu no chão com um baque, voltando a chorar descontroladamente.
***
Draco tinha tido um dia bom. Nos intervalos entre as aulas havia ficado pelos cantos com Parvati Patil, sua atual namorada. No fim do dia terminou com ela e foi para o Salão Comunal Sonserino. Encontrou Pansy Parkinson e a arrastou até a sua sala secreta, onde ele levava as garotas quando as coisas iam mais longe. Lá havia uma cama de casal bem aconchegante, um sofá, duas poltronas e uma escrivaninha.
- Hum, o que você quer, Draquinho? - Disse Pansy sorrindo maliciosamente. Era a ela que Draco procurava quando não tinha nada pra fazer. Ele nem se deu ao trabalho de responder, jogou-a na cama e ficou lá com ela umas duas horas, até que mandou que a garota fosse embora, pois queria ficar sozinho. Ficou deitado, fitando o teto escuro, pensando. Permaneceu assim algum tempo até que se vestiu e resolveu ir para o dormitório.
Quando já estava quase chegando a entrada da Sonserina deparou-se com uma cena um tanto constrangedora, é claro que isso não valia para Draco Malfoy. Ele definiria a cena de nojenta. Não que ele nunca tivesse feito o que Avery pretendia fazer, mas nunca havia forçado garota nenhuma.
- Largue-a, Avery. - Ele soltou a menina então Draco pode ver de quem se tratava e ficou surpreso ao constatar que era Gina Weasley. Novamente, havia encontrado com aquela garota tarde da noite, mas da última vez não tinha sido num lugar tão estranho para a garota quanto as Masmorras. O que será que ela estava fazendo ali? Se sentiu mal ao ver que Weasley estava chorando, odiava ver garota chorando, não sabia porquê.
- Quer dividir, Malfoy? Desculpa, mas eu n... - Não pode continuar, pois Draco havia dado um soco em seu queixo e Avery caiu no chão. Olhou com ódio profundo para Malfoy.
- Você não me assusta com esse seu olharzinho mixuruca não.
- Você vai pagar caro por isso, Malfoy.
- Ah, é? E quanto vai custar? Mil galeões? - Falou sarcasticamente.
- Não, sua vida. - Os dois haviam esquecido completamente de Gina, que parara de soluçar e olhava atônita a discussão. Será que eles iam se matar ali? Estava com medo e confusa. Por que Draco a havia defendido? E desde de quando tinha começado a pensar nele como Draco? "Que idéia! É Malfoy, Gina Weasley!".
- Há, há, há! Não me faça rir! E quem iria me matar? Você? Há, há! - Gina voltou de seus pensamentos ao ouvir a voz arrastada de Drac... "É Malfoy!".
Avery lançou um último olhar a Malfoy e foi embora.
- Malfoy, obrig...
- Não quero seus agradecimentos, Weasley, não preciso deles. - Gina começava a se irritar, mas respirou fundo, afinal ele a havia salvado. - Deixe seus agradecimentos ao Potter.
Ao ouvir o nome de Harry lembrou porque aquilo tudo tinha acontecido e sentiu os olhos encherem-se de lágrimas novamente. Engoliu em seco ao notar que passos se aproximavam cada vez mais do lugar onde estavam e logo viu Filch dobrar o corredor e dar de cara com eles. Definitivamente não era seu dia de sorte. Engoliu em seco novamente ao ver o sorriso satisfeito no rosto feio do zelador.
- Mas o que temos aqui, minha gatinha! - Disse enquanto acariciava o pêlo crespo de Madame Nor-r-ra, que estava em seu colo. - Dois aluninhos fora da cama! - E virou-se para eles - Venham comigo.
Os dois seguiram o zelador calados sem olhar um para o outro. Gina estava receosa, iria receber sua primeira detenção. Draco se mostrava indiferente, já estava acostumado, não que fosse encrenqueiro, mas já foi pego várias vezes se "amassando" pelos corredores. Quando chegaram a sala de Filch, ele disse:
- Estejam amanhã as oito aqui para cumprir a detenção. - Enquanto dizia, ele ia anotando algo em um pergaminho. - Vocês irão catalogar os livros da biblioteca. Agora podem ir! Estão esperando o que? Vão logo, sumam daqui!
Eles foram cada um para o seu dormitório, Gina dando graças a Merlim por saber ir pra Torre da Grifinória dali. Quando chegou no dormitório jogou-se na cama, abraçou com força seu travesseiro e pôs-se a pensar o que havia acontecido desde que chegara a torre da Grifinória depois da janta e chorou até dormir.
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N/A: E aí? O primeiro capítulo... Talvez eu demore para postar o segundo, porque eu gosto de já ter o próximo pronto, e o três ainda num tá... Enquanto isso, vcs (pessoas fascinadas por D/G, como eu) poderiam ler outras fics maravilhosas como: A Sabedoria de Um Tolo, Amor da Vida Nossa, Todos os Nossos Ontens, e pra quem não conhece, deveria entrar no site 3 vassouras () é muito bom!! E ainda tem a fic da B, Em Meio à Escuridão, que não é D/G, mas é maravilhosa. N/A 2: Agradecimentos especiais à Satine Malfoy, minha beta, obrigada mesmo!! N/A 3: Deixem reviews, por favor, eu num tenho ninguém pra me apoiar com essa fic, então só vai depender de vcs, se quiserem novos caps. :D Bjx, Lady Malfoy