1º Capítulo: Até que o destino a encontre.

Numa pequena ilha esquecida do mundo, morando nos escombros de um velho navio avariado, vivendo da pesca, da caça e dos frutos que a natureza lhe oferecia, morava, agora, Elizabeth Swann, ou melhor dizendo, Turner.

Era agora uma mulher muito mais séria e firme e apesar de ter se passado apenas um ano da longa partida de seu marido, William Turner, ela aprendera muitas coisas e perdera muito de sua antiga e alegre personalidade...eram muitos os pesos que trazia na alma.

Jurara no dia em que casara com Will que deixaria seus desejos mais secretos e serviria de corpo e alma aquele homem tão amável, sofrido e adorável que ele era. Ele partira, mas deixara- lhe seu coração fazendo- lhe uma promessa e forçando- a a reforçar a sua própria.

Ali naquela velha ilha esquecida ela encontrara um velho navio avariado, cujos tripulantes haviam morrido no mar; o navio perdera a popa provavelmente num embate de canhões e fora encalhar naquelas praias.

Nele ela fez sua casa. A cabine espaçosa do capitão, com sua cama empoeirada, serviu- lhe de quarto e as outras dependências, iluminadas pela luz que entrava pelo enorme buraco na popa, foram sala e dispensa.

No convés superior ela fazia sua comida num fogão á lenha construído, depois de muitas tentativas frustradas, por ela mesma e também sentava- se para olhar o pôr- do- sol, sonhando com o dia em que seu marido voltaria para salva- la de sua eterna agonia e solidão.

Ela descobrira que no porão daquele navio havia muitos barris cheios de rum, o qual, na maioria dos barris, ainda não estragara, mas depois de beber toda uma noite cheia de lembranças, ela trancou a porta para lá na tentativa de proteger- se do efeito que aquela bebida tinha: transformar homens bons em seres desprezíveis e nos fazer gostar justamente desses seres.

Ah, que saudades de seu tempo no mar, sentindo o vento bater em seu rosto e o toque de liberdade em sua alma...ah, como ela amava a liberdade!!!

Muitos diriam: por que não partiste em teu navio e viveste tuas aventuras enquanto esperava por Will? e ela certamente o teria feito, não fosse o fato de que sua vulga tripulação chinesa a abandonara assim que a levara para aquela reunião de piratas da Irmandade; eles nunca a haviam aceito como capitã e partiram logo que puderam; se não fosse assim por que teria ela continuado a partilhar o mesmo navio que Jack e não capitaneado o seu próprio?

E então seus pensamentos a carregavam de volta para Jack, Jack Sparrow, capitão Jack Sparrow! Seu erro, seu pesadelo, seu desejo oculto, sua imagem refletida num espelho. Ela amava Will, sim, ela sabia disso assim como sabia seu próprio nome, mas Jack foi seu deleite mais profundo e a paixão mais inconfessável. Ele a conduzia para onde quisesse, ele a fazia sentir calor mesmo no frio, ele a salvara tantas vezes, ele fora um bom homem e ele lhe dera o que ela merecia: nem um abraço de despedida e lhe deixara um cruel desejo de senti- lo bem perto uma última vez.

Se há coisas que os olhos dizem quando os lábios devem permanecer calados essa era uma delas. Ela podia gostar muito de Will e ter uma grande dívida com ele, mas Jack era a porta do armário que ela não conseguia fechar e a ferida que não conseguia cicatrizar, mas nada do que ele tivesse lhe dito poderia mudar o que ela decidira fazer de sua vida e ela agradecia aos céus que ele jamais voltasse a encontra- la.

Agora fazia mais de um ano que Will a deixara naquela infinita espera e este dia era uma data importante, pois marcava o começo de tudo. Neste dia, há três anos atrás, ela estava junto de James Norrington no alto de uma plataforma, encostada a uma mureta que se projetava sobre o mar, sufocando com um espartilho extremamente apertado e, logo depois, caindo ao mar para ser resgatada e depois feita refém por ninguém menos que Jack Sparrow.

Sim, fora assim que tudo começara e parecia que ela podia ouvi- lo dizendo: Assim são as coisas, querida, eu salvei sua vida e você salva a minha e estamos quites! Desprezível, foi o que ela lhe disse em resposta, enquanto ele ria parecendo extremamente deliciado!

E hoje ela resolveu que abriria o porão de seu navio- casa e beberia canecas generosas de rum, por isso quando a noite chegou, ela desceu para lá e tomou uma caneca, depois outra e mais outra, enquanto chorava e amaldiçoava seu terrível destino.

Em seu envolvente atordoamento alcoólico ela começou a ver bem na frente de seus olhos uma lembrança tão nítida que a fazia tremer. Ela estava numa ilha desabitada junto a uma enorme fogueira e dançava ao redor dela junto de Jack, seus braços se entrelaçando e eles rindo.

Ela tinha consciência de que precisava parar de beber rum para por seu plano em prática, mas, apesar desse plano contrário as pretensões de Jack, ela tinha certeza absoluta de que em algum momento daquela noite ela fora realmente feliz. Sempre houvera nela aquele desejo de quebrar as convenções, dançar com um homem ao redor de uma fogueira numa noite, sem nada nem ninguém para dizer- lhe que não era certo.

Aborrecida por aquelas velhas lembranças ela se ergueu do chão e cambaleou escadas acima, até o convés, da onde desceu em direção da praia. Imaginou que devia estar muito parecida com Jack, pendendo para os lados com as roupas meio em desalinho e odiou- se por não parar de pensar nele naquela noite.

Quando estava alcançando a orla da praia para entrar na água a fim de despertar de seu torpor alcoólico ela caiu na areia quase sem sentidos e seu último pensamento antes de adormecer foi o que Jack falaria daquilo.

Acordou na manhã seguinte, bem cedo, com uma tremenda dor de cabeça e abriu os olhos de leve porque eles doíam demais e ouviu um barulho diferente nas ondas do mar; parecia que ela batia contra madeira.

Ela colocou- se de joelhos com dificuldade e olhou para o mar onde viu muitos botes aproximando- se, cheios de homens. Elizabeth não sabia se alegrava- se ou se fugia, mas suas dúvidas foram sanadas quando um dos homens que vinha no bote a apontou e gritou:

Aprisionem- la e coloquem- na junto das outras, é uma mulher sozinha na praia, perdida!!!

Ela procurou armas à sua volta e uma adaga em suas vestes, mas lembrou- se que deixara tudo no porão na noite passada. Pensando em ir busca- las e barricar- se em seu navio para defender- se ela se ergueu, mas desequilibrou- se em função da ressaca e saiu cambaleante pela areia.

Olhou para trás e viu um dos homens erguer uma arma de fogo e outro, atrás dos demais gritar um "não" apavorado; em seguida, sentiu sua perna ser perfurada por uma bala e caiu no chão, batendo a cabeça contra uma pedra, depois tudo se desfez em sua mente.

OBS:Olá, imagino que vcs já tenham percebido que esta é uma fic Sparrabeth, porém não será muito convencional, imagino. Devo dizer que nunca vou conseguir entender o que havia entre ela e o Jack, só sei q era mais forte do que entre ela e Will.

Esta é minha primeira fic de Potc e espero que vcs leiam e me deixem comentários dizendo o que acharam...é claro que ela não termina assim e espero ter deixado algumas dúvidas para o próximo capítulo. Desejo que todos me digam o que estão achando e que elogiem e critiquem como quiserem!!!

Obrigada por lerem e até a atualização que espero ocorra em pouco tempo!!!

Pirate LADY AQUILA