|Sumário: Porque até o romper do dia, você não estará seguro.|

夜明け前

Until the Daybreak

Fic de Halloween, com a Hee-sama como co-autora

Prólogo

Uchiha Sasuke abriu os olhos, assustado, enquanto sentava-se em sua cama, zonzo. Passou as mãos por seu cabelo, dando um longo suspiro. Mais uma vez teve sonhos tenebrosos e sombrios e mais uma vez, ao acordar, esquecera-se deles. Era como se não pudesse ou não quisesse se lembrar.

Encarou a janela e comprovou que, novamente, era de madrugada e que perdera o sono. Gemeu em negação e levantou-se de vez, dirigindo-se para o banheiro da suíte, guiado apenas pela luz do abajur. Nunca diria a ninguém, mas tinha certo medo do escuro. Era como se algo o esperasse ali, desde sua infância.

Lembrando da infância, ele também tinha sonhos bizarros no passado, perseguindo-o de tal maneira que ele teve de tomar muitos remédios poderosos. "Uma criança complicada", como os pais de seus colegas o citavam em suas fofocas diárias.

Agora Sasuke, de criança complicada, tornou-se um jovem complicado. Dezesseis anos e tomando remédios para dormir tão pesados que podiam causar uma bela overdose – e que eram deixados na pia do banheiro, por ser algo que ele usava tão freqüentemente. Encarou o rótulo por alguns segundos antes de virar o frasco em sua mão.

- Que se dane. – e pegou duas pílulas, colocando-as na boca e engolindo-as sem rodeio.

E sorriu amargamente.

o

Saltava rapidamente pelos telhados das casas, um objetivo apenas em mente: chegar seguro ao seu túmulo preferido no cemitério que mais confiava. Suigetsu sabia que era ruim ficar em apenas um lugar, principalmente ainda sendo Jovem. Mas ele não sairia de sua cidade por nada menos que um oponente à sua altura que o expulsasse dali.

Fazia doze anos que ele havia sido jogado – sim, essa palavra era perfeita para a sua condição – no Sangue. Quando ainda era um jovem imprudente que se achava um delinqüente e resolveu enfrentar um transeunte qualquer, só por diversão. Depois, ele se lembrava apenas de o homem dizer que ele era um garoto "estranho", enquanto o Sono Profundo e Final tentava fechar seus olhos para que ele nunca mais os abrisse.

Mas ele os abriu e estava faminto. E ouvia o sangue circular por todos os seres vivos ali, muito embora não houvesse ninguém para lhe ensinar como lidar com essa nova Realidade e isso era cruel. Tanto que sua primeira vítima fora um cachorro, algo indigno do que ele era.

Riu ao lembrar-se desse fato. Na primeira semana, achara que iria se entregar para a morte. Porém tinha doze anos Imortais e estava adorando toda a liberdade desse mundo, podendo fazer o que quiser e nada para impedi-lo. E devorava qualquer um que quisesse, não se importando se era uma criança ou um velhinho. Todos tinham sangue, não tinham?

E pensando nessa sua filosofia de vida que ele parou para encarar uma jovem meio bêbada que chorava certamente por ter perdido o namorado, dando uma risada cortante que fez os cachorros próximos a ele uivarem, assustando a pobre e triste donzela.

Olhou na direção do sol que estava para nascer e seus olhos brilharam perigosamente.

O nascer do sol estava realmente muito próximo. Mas ainda restava tempo para uma última caçada.

o

- Sakura-chan! – Naruto gritou, se aproximando dela correndo e roubando de seus lábios um beijo rápido.

- Naruto! – ela o repreendeu, mas ria como uma criança e logo o puxou para abraçá-lo amorosamente.

O loiro colocou uma das mãos na cintura da namorada e dando um beijo em sua bochecha, recomeçou a andar. Mas não demorou para o sorriso presente em seu rosto desaparecer por um momento.

- Sakura-chan, anda falando com o Sasuke?

Ela também ficou séria.

- Não. A última vez que falei com ele foi naquela vez, na faculdade. Ele me assustou com aquelas olheiras.

- É, a mim também.

Ficaram em silêncio por um momento, até Naruto enterrar sua cabeça na dobra do pescoço de Sakura.

- Vamos fazer uma visita a ele, hoje depois da facul'.

Ela riu.

- Tudo bem para mim!

o

Os sonhos dele eram estranhos. Não eram exatamente sonhos, mas memórias de um passado que ele pensara ter esquecido. Além do mais, estava Andando nessa terra povoada por humanos há muito tempo.

Mas o que ele se lembrava durante o Sono Diurno era nada mais que as memórias Humanas dele. Memórias que ele já não entendia mais.

Kisame não gostava daqueles sonhos. Ele se sentia incrivelmente fraco ao se lembrar de quando era Mortal e sangrava muito nos combates que tinha quando não passava de um mero e idiota Guerreiro, demorando em se curar. Agora ele era forte, muito forte.

Um dos mais fortes Bebedores de Sangue desse mundo mais antigo que ele. O mais forte, se ele quisesse acreditar.

E ele acreditava. Kisame acreditava em tudo, afinal.

o

Abriu os olhos avermelhados tão rapidamente que eles brilharam, poderosos, na escuridão daquele Sarcófago Moderno. Ficou parado um pouco ali, encarando o veludo azul do caixão e deslizou sua mão por ele, como sempre fazia quando queria filosofar como antigamente.

Agora ele era "Sasori". Roubou esse nome de uma de suas Vítimas Especiais, de um dos humanos que amou e enlouqueceu e deixou para trás, ao encontrar alguém mais interessante. Sasori foi o último, mas não o abandonou por achar alguém mais digno de sua presença e Sangue Enlouquecedor: Sasori era muito tedioso – embora ótimo para conversas longas durante a noite.

Estava melhor sem ele. Sempre estava melhor sozinho, mas adorava os humanos com quem permanecia. Eles eram tão vivos e tão tentadores que chegava a ser excitante. Além do mais, ele tinha de se controlar muito para não atacá-los, mesmo que eles quisessem.

Arranhou as unhas compridas naquele tecido, sabendo que as Rainhas Egípcias sentiriam inveja de um tecido tão gostoso e engraçado de se tocar. Um sorriso caloroso passou por seu rosto pálido e ele lembrou-se da época em que era um filósofo popular enquanto vivo.

Mas ele logo voltou a sua seriedade Imortal.

"Sasori" não se lembrava do seu nome. Daquele nome. Dos que os seus pais lhe deram. Dos que era conhecido.

Afastou esses pensamentos, apoiando as mãos na tampa do caixão e abrindo-a rapidamente, para sair para mais essa noite fria e deliciosamente encantadora e enganadora.

Porém ele se lembrava que dissera certa vez de que, sem um nome, uma pessoa era Nada.

o

Olhava ao redor, meio psicótica. As pessoas ao seu redor assustavam-se com o movimentar rápido de sua cabeça, enquanto seus olhos esbugalhavam-se, meio paranóicos demais. Era uma loira bonita, no entanto estava magra demais e extremamente descuidada – o cabelo preso estava sujo e despenteado.

Mas era culpa dele. E por causa dele ela ia continuar assim, até encontrá-lo de novo. Não, Ino não queria um Semelhante a ele. Ela queria que Aquele a Transformasse, porque ele foi o início da Loucura e será o fim da Loucura.

Um sorriso brotou nos seus lábios.

Ela o amava, certo?

Sim, ela o amava. Não pelos motivos certos, mas tanto faz. Desde que ela ganhasse Imortalidade, tudo estava bem. Imortalidade dele, claro.

Por isso ela o encontraria. Seu quase-assassino; seu amante-desconhecido; seu deus-morto.

- Suigetsu. – sussurrou.

Seu cavaleiro-vampiro.

o

Bebericou de sua vodka, não muito animado. Kankurou não era um fã de beber sozinho, mas estava precisando de uma bebida forte e que o tirasse de seus pensamentos. E seus amigos estavam muito ocupados para ele, ao que disseram, já que ele estava com a vida feita, mas eles não.

Ora, e daí se ele era um promissor tatuador que podia fazer a sua hora, já que trabalhava sozinho e muito bem, obrigado?

Sorriu. Bom, as pessoas normalmente não têm essa sorte toda, e ele tinha certeza de que alguém lá em cima gostava muito dele.

Abaixou o copo e colocou-o na mesa do bar, deslizando o seu dedo pela boca do mesmo, como se esperasse que ela fosse entoar uma música, como ocorria com os cristais.

Merda, isso era tão entediante!

Respirou fundo e desviou o olhar da bebida, dirigindo-o para as pessoas que transitavam e conversavam animadas pelo bar. Não eram tão interessantes assim, mas certamente seria divertido observá-las.

Ele era humano, afinal.

o

- Itachi! – Deidara gritou, acenando levemente para ele.

O moreno foi, rapidamente, em sua direção. Um sorriso fino e cansado em seus lábios contrastando com o sorriso aberto do outro.

- Olá Deidara, obrigado por se encontrar comigo hoje.

- Bom, eu preferiria durante o dia, mas tudo bem. A noite é uma criança, certo?

Itachi passou as mãos pelo cabelo, rapidamente, e fechou os olhos por um instante, para logo revelar os belos pares vermelhos, mais brilhantes que antes.

- Mas é claro que sim. E é por isso que eu prefiro a noite ao dia.

O amigo riu.

- Ora essa! Alguns anos atrás, você não diria isso!

- As pessoas mudam bastante durante os anos que passam, certo?

O loiro riu, concordando com a cabeça, mas não notou o tom sombrio que as palavras de Itachi continham. Uma pena.

Começaram a andar entre a multidão que transitava por aquele lugar tão movimentado. E elas os ignoravam, mesmo que muitas soubessem que era praticamente impossível achar alguém tão pálido e de olhos tão vermelhos quanto Uchiha Itachi. Era quase... Inumano.

Ali, naquele lugar, eles não passavam de jovens procurando diversão.

Em cima de um telhado, um Ser que os observava sabia que eram mais, muito mais que isso. E sabia que era incomum a pele clara de Itachi e o quanto aqueles olhos vermelhos podiam ser perigosos. Mas, seus olhos não estavam voltados para o moreno Especial.

Oh não, seus olhos estavam seguindo os movimentos moleques e impulsivos do Humano. Naquele momento, ele era muito mais interessante.

Deidara sorriu abertamente mais uma vez, antes de gargalhar e se apoiar em Itachi para não cair.

E ele sorriu, tão maleficamente quanto era (im)possível.

o

O jogo começou mais uma vez.

Do you believe in vampires?

N/Hiei: Essa fanfic vai ser extremamente divertida e, mesmo eu sendo co-autora, vou adorar participar dessa idéia =D Espero que gostem também, e perdoem pelo meu Prólogo sem pé nem cabeça, mas foi o único jeito de eu apresentar todos os personagens sem começar com nada.

No próximo nós já temos algo perigoso – e divertido. Mas isso é coisa da Viic u_u/

E mandem reviews! D8 (ou vou persegui-los até o inferno, se for preciso s2)

N/Viic: Sim, a fanfic vai ser muitíssima divertida. Tenho muitos planos para essa história. Vai ser uma experiência escrevê-la.

Hee está nos fazendo o favor de criar as cenas onde não terá Itasasu – main couple – e os poupará de chatices indignas de atenção durante os capítulos.

Reviews são muito bem recebidas, principalmente as críticas construtivas.