- Capítulo 01 – Noite Amena?

Era uma noite amena. Nem fria nem quente. Amena. E eu e Edward estávamos nos divertindo entre risos e beijos.

- Vai dormir aqui hoje, não vai? – perguntei, fazendo o caminho de seus lábios com a ponta dos dedos. Eu estava puxando Edward para dentro do meu quarto.

Ele assentiu fazendo um biquinho de tirar o fôlego.

- Hmmm... Vou tomar banho Edward, pode vir se quiser. – E pisquei.

Ele sorriu torto.

- Dessa vez não, Bells.

Assim que me lavei e substitui as calças jeans e a blusa de seda branca por um pijama cinza de algodão, curtíssimo, voltei para o quarto. Ele começou a assoviar na hora em que eu entrei.

- Uau.

- Deixa de ser besta, Edward. Você já me viu assim milhares de vezes. – Eu sorri.

- É a primeira vez hoje.

- Idiota. – E me enrosquei junto a ele, em minha cama. – Não se esqueça de que meus pais estão no quarto em frente.

- Não esquecerei soldado. – Concordou, engrossando a voz.

Nós rimos.

- Sabia que eu te amo, Ed?

- Do que você me chamou? – Ele sorriu torto.

- Ed.

- Hmmm... – e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço naquele instante, quando alguém bateu na porta, já entrando.

- Oi Bella. Oi Edward.

Pois é, a estraga-prazeres ali é a minha prima e, diga-se de passagem, melhor amiga Isabella.

Eu Bella Marie Swan, ela Isabella Jaymes Stewart.

- Acho que cheguei em uma hora errada.

Então, o que você ainda está fazendo no meu quarto? Lálálá. Abafa.

- Não imagina Isabella. Não está atrapalhando nada. – Respondeu, nos sentando na cama.

Bella, Bella, segure essa vontade de chutar o seu namorado.

- Hã... Já volto. – E pulei da cama, saindo pela porta ainda aberta, em direção a cozinha. Eu precisava acalmar meus ânimos. E beber um copo d'água. Estou hiperventilando até agora.

Ótimo, agora dê um jeito de expulsar sua melhor amiga do seu quarto, ou não.

Para o mundo que eu quero descer. Eu não estou vendo isso, eu não estou vendo. Quando eu abrir meus olhos de novo, a cena vai mudar. Isso. Abra seus olhos Bella, abra seus olhos.

Merda, a cena não mudou, e eu não posso gritar. Ê beleza. Alguém me empresta um revólver? Em quem eu atiro primeiro: em mim, do Edward ou na Isabella? Decisão difícil.

- Se vocês queriam fazer isso, pelo menos que não fosse à minha frente, pelo amor de Deus. – Chutei a canela dos dois, assim que passei. As criaturas continuaram a se beijar. – Não acredito que eu vou ter que suportar isso na minha casa e no meu quarto. – Resmunguei, ligando a TV, e deixando em um canal qualquer. Eu apenas tentava não prestar atenção naqueles dois traidores, apenas isso.

De repente, a segunda melhor amiga de minha prima entrou, exatamente quando eu ia pedir, ou melhor, exigir satisfações de Edward. Meu quarto virou a casa da mãe Joana, só pode. A garota era loura, alta, teimosa, extremamente bonita, e às vezes engraçada. O nome dela era Rosalie. Rosalie Hale. E ela era prima de Edward.

Eles riam enquanto assistiam a um filme qualquer na televisão. Tentei não me concentrar no som dos risos. Abracei meus joelhos e continuei a refletir sobre o porquê de tudo aquilo. Eu não havia feito nada. Nada que eu soubesse, é claro.

Foi naquele exato instante que me lembrei de tudo o que havia acontecido entre mim e Edward.

Foi naquele exato instante que me lembrei de como nos conhecemos.

E foi naquele exato instante que lágrimas começaram a cair dos meus olhos quase como cachoeiras.

Saí rapidamente do quarto, em direção ao meu banheiro, logo ao lado do meu quarto, e me tranquei lá por um tempo. Deixei as lágrimas caírem, enquanto me olhava no espelho, e me lembrei novamente de como conhecera aquele garoto, que acabara de quebrar meu coração em milhões de pedaços.

- Quem é aquele garoto, Bebel? – perguntei a minha prima, enquanto encarava o garoto com cabelo cor de bronze, conversando com Rosalie Hale no estacionamento da Forks High School.

- Aquele alto, perfeitamente bonito, um pouco malhado, com cabelos cor de bronze e olhos esmeralda?

- Exatamente aquele.

- Edward Anthony Masen Cullen, primo de Rose.

O garoto olhou pra a nossa direção por um instante, e veio até nós, porque Isabella o chamara com um aceno.

- Não quer me apresentar a sua amiga, Bell?

- Dãã, foi pra isso que eu te chamei aqui Edward.

Ele riu.

- E então, o que está esperando? – e se virou pra mim.

- Bells, esse é Edward Cullen, como eu te disse. Edward, esta é Bella Marie Swan, minha prima.

- Prazer Bella. – Estendeu a mão pra mim.

- O prazer é todo meu. – Apertei a mão dele.

Depois, ele se voltou a Bebel, novamente.

- Como assim "como eu te disse"?

- Ah, Bells estava de olho em você.

Me senti corar.

Ele me olhou pelo canto do olho e uma risada saiu de sua garganta.

- Eu sei que sou perfeito.

- Você só chega à desejável, não a perfeito. E Rose está te chamando.

- De novo. – Revirou os olhos. – Até mais Bell.

Ela deu um beijo estalado na bochecha dele.

- Até mais Bella.

- Até. – Respondemos juntas.

Ele riu novamente e foi embora.

Desde então tínhamos um quarteto. Tentei não lembrar daquilo também. Almoçávamos junto todos os dias, e fazíamos o mesmo ano. Agora, o terceiro e graças a Deus, o último.

Ouvi vagamente um "você pegou pesado, Ed", enquanto lavava o rosto e antes de sair do banheiro e voltar para meu quarto, agora vazio.

Fechei a porta, e me deitei. Em algum momento enquanto eu olhava as imagens passando na tela da televisão, eu dormi.

Renée me acordou no dia seguinte.

- Bells, sua prima quer falar com você.

- Hmmm?

- Isabella quer falar com você.

- O que ela quer comigo? – perguntei abrindo os olhos.

- Não sei, só disse que é importante.

- Eu não quero falar com ela. – E me virei, pra dormir de novo.

- Por quê? Por favor, Bells.

- Tudo bem, tudo bem. Eu vou falar com a dona Isabella Jaymes.

Os olhos dela se arregalaram. Eu nunca chamava Bebel pelo nome completo.

- Certo – e saiu do quarto.

Me vesti, penteei meu cabelo e terminei de me arrumar o mais lentamente possível. Depois fui para a sala, onde elas me esperavam.

- Você demorou Bells.

A primeira palavra que me veio à cabeça? Falsidade.

- Diz logo o que quer.

- Podemos conversar lá fora?

Fiquei calada.

- Por favor?

- Está bem. – Murmurei e seguimos para a varanda da casa.

- O que tanto quer conversar comigo, priminha? – Perguntei com uma ironia pura evidente.

- Me desculpe...

- Pelo quê? Por me acordar ou por ontem à noite?

- Pelos dois.

Bufei.

- Olha, eu não queria te magoar nem nada, mas...

- Mas fez exatamente o contrário beijando Edward.

- Foi ele quem me beijou.

- Claro, claro.

- Já passou pela sua cabeça, que isso tudo pode ser um jogo? Um teste?

- Não sei do que está querendo me convencer, mas ele não faria isso.

- Você só o conhece há um ano!

- Tempo suficiente pra saber que...

- Cale a boca, Bells.

- Cale a boca você garota! – e abri a porta, para entrar novamente na sala.

Ela me segurou pelo braço.

- Bells, por favor, me escute. Eu o conheço há cinco anos. Sei perfeitamente o que ele faz ou deixa de fazer. – Pense bem. Ele nunca disse "eu te amo", nem a você, nem a ninguém.

- Onde Edward está?

- Indo para a Europa. Volta em uma semana. – E parou por um instante. – Não precisa voltar a ser minha amiga, se não quiser. Mesmo que a culpa seja toda dele...

- Família é mais importante que um jogo ou um garoto imbecil.

-... Apenas confie em mim. – Completou, como se eu não tive dito nada e foi embora.

Era só o que me faltava.

Fim do Capítulo 01