DISCLAIMER:
Once Upon a Time não me pertence. Vou deixar expressa aqui meu voluntariado caso A&E um dia queiram dar Emma e Regina para alguém. Enquanto não o fazem, apenas observo.
Essa história também não me pertence. A autora dessa linda e emocionante história é a autora hunnyfresh (fanfiction net / u / 2661542 / hunnyfresh), que com muita gentileza me autorizou a traduzi-la! Muito obrigada mesmo!
Foto da capa: herevilqueen (Instagram)
DISCLAIMER:
Once Upon a Time does not belong to me.
This story does not eighter! This amazing story was originally written by hunnyfresh (fanfiction net / u / 2661542 / hunnyfresh), who, so nicely, allowed me to translate. Thank you very much!
Cover picture: herevilqueen (Instagram)
"Isso seria excelente para sua imagem, Prefeita." Sidney seguiu Regina ao redor de seu escritório com alguns documentos e os mostrou bem em seu rosto.
Regina bufou e o olhou duramente quando os papéis quase causaram um corte ao pequeno Henry, de apenas seis meses que estava e seu colo. "Cuidado com esses papéis." Disse por entre os dentes.
Sidney abaixou a cabeça e obedeceu, sentindo-se envergonhado sob o olhar da morena. "Me desculpe." Apesar do incidente, Sidney não se desviou de seu objetivo. "Mas pense nas manchetes: Prefeita de Storybrooke Apoia as Tropas. Não há mal algum tem ter alguns aliados no exército, Regina, mesmo que seja apenas um soldado."
Após um suspiro, Regina reposicionou Henry em seus braços antes de pegar os papéis de Sidney. "Você tem noção de que adotei Henry há alguns meses. Ainda estou fazendo malabarismos para conciliar meu trabalho e a maternidade. Não tenho tempo pra abrigar um estranho."
"Você não vai abrigar ninguém. Serão apenas correspondências, Prefeita. Fará uma moral entre os soldados com saudade de casa," Sidney garantiu ao ver como a prefeita se mostrou apreensiva, e adicionou "você não estará se alistando para a guerra."
"Óbvio." Regina inclinou a cabeça na direção de Henry quando o menino fez o mesmo movimento para ver o que chamava a atenção da mãe. Instintivamente, Regina plantou um beijo sobre seus cabelos finos, mandando embora qualquer agitação que surgisse. Ao olhar de volta para Sidney depois de examinar os papéis, ela direcionou seu olhar para a porta. Sem mais palavras, ele saiu do escritório e fechou a porta.
Regina se sentou em sua mesa, aninhando Henry em seu colo enquanto lia as informações a respeito do soldado que seria seu correspondente. "Acho que faremos uma nova amizade, Henry. O que você acha?"
O garotinho gorgolejou* alegremente, agarrando qualquer objeto a sua frente. O movimento foi em vão, já que Regina sempre tomava as devidas precauções e limpava o espaço a frente de seu filho. Ela beijou sua têmpora e leu o nome do soldado.
Soldado Emma Swan.
Forte Benning, GA
Uma granada explodiu à distância e um intenso zumbido atingiu Emma enquanto ela se abrigava no primeiro buraco grande o suficiente em que coubesse ela, seu sargento e dois outros soldados em sua equipe. Gotas de suor escorriam de sua testa à ponta de seu nariz a medida que o peso de todo o equipamento pesava sobre si, e uma chuva de balas vinha de soldados estrategicamente posicionados em lugares altos do campo de treinamento.
As simulações pelas quais Emma e sua infantaria passam são mais frequentes que nunca dada a real ameaça de perigo. O mundo ainda está chocado com os acontecimentos do mês passado em Nova York, logo o esquadrão de Emma, e o resto do Exército dos Estados Unidos, treinaram cada vez mais.
Com metade to esquadrão fazendo o papel do inimigo, ambos tinham a mesma missão: neutralizar a ameaça.
Durante esse treinamento em particular, a equipe de Emma havia sido limitada a nada mais que uma pá retrátil. Mesmo que pudesse usá-la como arma, corpo a corpo era o segredo para esse combate, e assim que os disparos cessaram, levou menos de um segundo para retomar fôlego enquanto seu companheiro de equipe observava o perímetro. Ao seu sinal, eles se retiraram de onde estavam e se mantiveram próximos ao chão. Sargento Booth havia ficado em seu lugar com o papel de companheiro ferido, quando na realidade ele determinava em quanto tempo eles conseguiriam o sucesso.
A equipe dela se manteve em sua posição, ouvindo atentamente a cada movimento na calada da noite. O soldado a frente deu o sinal para se moverem, mas Emma, ao se mexer, sentiu o metal de uma AK-47 em suas costas. Os outros dois soldados não perceberam, mas Emma decifrou pelo silêncio que seu inimigo havia se afastado da equipe e se isolado para perseguir o que acreditava ser a ameaça mais fraca. Emma sorriu para si mesma e colocou suas mãos sobre a cabeça em rendição enquanto se virava lentamente e encontrar o Soldado Cassidy, com um olhar vitorioso enquanto apontava a arma em direção a sua testa.
"Desculpe, Em," ele se desculpou. Emma não o culpou, afinal era vida ou morte. Só não a dela. Ela se ajoelhou lentamente enquanto ele se aproximou, mas no último instante, ela agarrou a boca do rifle e logo chutou as pernas do Soldado, o deixou de joelhos e virou a arma em sua direção.
"Eu não." Emma respondeu.
As luzes se acenderam para iluminar o pátio e Emma pode ver que um de seus companheiros de equipe sucedeu em dominar seu oponente. O outro estava no chão, fazendo-se de morto com o inimigo sobre ele apontando um rifle em direção à sua cabeça.
"Morrer está nos seus planos, Johnson?" August sai de onde estava e grita com o soldado caído.
"Não, senhor." Johnson murmura ainda no chão.
"Diga isso a sua família." August se vira para sua equipe. "Bom trabalho. Podem voltar para o acampamento."
Emma ajudou Neal a se levantar, suprimindo o sorriso enquanto o homem a sua frente resmungava enquanto se levantava. Ela deu um tapinha em suas costas enquanto corriam para o acampamento deixar seus equipamentos e seguirem para o chuveiro.
A rotina fazia bem a Emma. A disciplina ainda mais. Depois de dezesseis anos mudando de casa em casa, sendo expulsa da escola por mau comportamento, e hackear o sistema da escola para melhorar suas notas, Emma se viu diante de um juiz onde as consequências eram reformatório ou campo militar. Havia potencial nela, dizia o juiz, e tudo o que ela precisava era de um pouco de disciplina para se manter na linha. Ela queria fazer o que desse vontade, mas conhecia August, um irmão adotivo que teve em seu último lar e seguia carreira miliar, então… Porque não?
Os primeiros seis meses castigaram Emma. Ela não estava acostumada com um ambiente onde a solução para seu comportamento problemático e vulgar era fazer flexões até ter um colapso ou limpar a sujeira do chão até que pudesse ver seu reflexo no linóleo. Ela estava acostumada a se aproveitar de suas formas femininas para roubar uma barra de chocolate de lojas, mas aqui nada disso importava. Tudo o que importava era obediência e inteligência.
Ela aprendeu rápido, mostrando aos oficiais que gritavam em sua cara que a órfã poderia subir ao topo de sua divisão e derrubar homens com o dobro de seu tamanho.
As vezes o fato de Emma não ter vínculos sociais em sua vida facilitava as coisas. Não havia um lar para se ter nostalgia, e a sua vez na fila de formatura foi mais rápida já que não havia ninguém com quem tirar foto. Mas haviam muito mais momentos quando ela retornava pra casa e não tinha outro lugar que não fosse seu fusca amarelo a esperando em algum galpão em Boston.
Entretanto ela tinha August. Descobrir que ele era seu sargento foi uma bênção disfarçada. Mesmo que se vissem como irmãos, nunca foi leve com ela, mas era o mais próximo de uma família que tinha desde que seus pais a abandonaram na beira de uma estrada. Tê-lo por perto a fazia se sentir mais segura e confiante em suas habilidades. Ele nunca admitiria, mas Emma havia se dado melhor que ele. Ela havia aprendido a provocá-lo, dizendo que era melhor que ele chegasse ao seu nível se não quisesse ir mais cedo para seu túmulo.
Emma chegou em seu corredor depois de lavar todo o suor e sujeira de seu corpo, assim como o resto do esquadrão estava fazendo. Ela deu os devidos cumprimentos a sua equipe e foi em direção a onde dormia, no canto. Ela era uma das três recrutas mulheres de seu esquadrão, e era sortuda por não ter sido colocada no meio com o resto dos homens onde o cheiro não era muito agradável. Enquanto passava pelos demais beliches, ela notou, e não apenas pela primeira vez o quão vazia sua parede era comparada às demais que tinham fotos, cartas e cartões de seus entes queridos. Seu canto, por outro lado era do mesmo tom de bege com cobertas de camuflagem de quando chegou. Emma tenta não pensar muito sobre isso enquanto se deita em sua cama aproveitando as três horas de descanso antes do jantar para relaxar e fechar seus olhos, ouvindo o Sargento anunciar a chegada de correspondência.
August interrompeu sua tentativa de descanso quando jogou um envelope sobre a barriga de Emma com um sorriso de canto. "Quem é Regina?"
"Quem?" Emma se sentou, de forma que pudesse encostar na parede.
Ele apontou para a carta em sua barriga. Emma pegou e examinou, já que nunca tinha visto a carta antes. De novo, ela não encontrou motivos para alguém mandar algo para ela. Nos anos em que estava alistada no Exército, não precisou estar presente nos anúncios de correio uma só vez. Os únicos papéis que tinham algum significado eram sua certidão de nascimento e seu atestado de alistamento. Então, que diabos isso significa? Ela passou gentilmente seus dedos pela caligrafia do endereço do remetente. Regina Mills.
"Você não me disse que tinha uma amiga em casa." August levou uma mão dramaticamente em seu coração, fingindo estar ferido. "Pensei que fôssemos mais próximos que isso."
"Eu não a conheço." A loira devolveu, sem tirar os olhos da carta. Uma parte dela pensou ser uma pegadinha, que seria mandada de volta a Boston e seria obrigada a cumprir sua sentença no reformatório.
August se aproximou de Emma a tal ponto que seu nariz quase tocou o dela, tirando sua atenção do envelope. "Você deveria abrir isso." Ele sussurrou de forma conspiratória.
"Sim, senhor" Emma zombou e levantou uma das sobrancelhas indicando a necessidade de privacidade. Levantando suas mãos em sinal de derrota, August deixou Emma para inspecionar o resto do esquadrão, dando à loira o espaço para abrir a carta misteriosa.
Hábeis dedos tatearam e com a unha abriu e retirou o seu conteúdo. Estava curiosa, ansiosa e até um pouco hesitante em ler a carta de escrita elegante.
14 de Outubro de 2001
Querida Soldado Swan,
Primeiro e principalmente, gostaria de tirar esse momento para agradecer a você e seus companheiros que, como você, defendem nosso país. É difícil imaginar o treinamento rigoroso pelo qual você deve estar passando e todos os sacrifícios que você deve estar fazendo, e sou muito grata por isso.
Eu entendo que você não deve estar habituada a isso, mas recentemente eu descobri que escrever para as tropas pode ser bastante útil. O programa que permite civis mandarem seus agradecimentos aos soldados me parece ser bem sucedido e por comentários que li online, ambas as partes são beneficiadas. Tenho certeza de que você e sua família devem se corresponder com frequência, e espero que não se importe com apenas mais uma carta.
Meu nome é Regina Mills. Essa carta foi escrita da pequena cidade de Storybrooke, Maine da qual eu sou Prefeita. É uma cidade pacata, e eu me asseguro disso, de outro modo quem sabe os prejuízos que meu filho sofreria.
Você tem filhos? Sua família deve estar muito orgulhosa de você. Espero que possa vê-los logo em seu retorno.
Novamente, muito obrigada por tudo o que faz.
Atenciosamente,
Regina Mills
Emma sentiu uma pontada de angústia pela mulher que imaginou estar em sua meia idade que em um gesto de boa vontade trouxe a tona a família que Emma não tinha. Foi um erro honesto e um ato gentil, e não foi a primeira vez que Emma desejou ter contato com o mundo real, desejou por alguma companhia que não fossem seus companheiros de tropa.
"Sargento!" Emma chamou, se colocando de pé quando August se aproximou. "Eu não sabia que estava inscrita para me corresponder com alguém."
Compreensão inundou o rosto do sargento, e ele sorriu. "Você nunca recebeu uma carta sequer, Swan. Você quer um bom truque para sobreviver fora de campo? Fique são quando pode."
"Você escreve para casa?" Emma questionou em descrença. Emma sabia que o tempo de August em seu lar adotivo havia sido tão difícil quanto o dela.
Ele cruzou os braços. "Saiba que minha carreira como escritor vai decolar assim que eu voltar pra casa permanentemente."
Emma negou com a cabeça e sorriu de canto, imaginando August em um canto com seu caderno até naquele lugar.
"Escreva de volta pra ela." Ele apertou seu braço demonstrando zelo antes de sair e continuar as inspeções e deixar Emma relendo sozinha a carta de Emma.
Talvez August esteja certo. Pelo menos agora com Regina, ela poderia esperar uma carta vez ou outra. Era mais do que Emma poderia pedir.
Ela encolheu os ombros, colocou a carta de volta ao envelope e o envelope sob seu travesseiro. Essas correspondências até que não pareciam uma má ideia.
Regina se equilibrava com Henry dormindo em seus braços, juntamente com um amontoado de papeis que trouxera consigo do escritório. Com alguns movimentos inteligentes, conseguiu recolher a correspondência e finalmente se permitiu entrar na mansão. Os inúmeros itens que ela tentava carregar iam sendo colocados em qualquer canto, sendo sua única preocupação manter Henry bem, e dormindo. Ela deixou a correspondência e os papéis do trabalho caírem na mesa de canto e alguns envelopes caíram no chão enquanto o menino choramingava.
"Shhh," Regina murmurou, beijando seu filho. Ela balbuciou uma canção de ninar e o menino logo voltou a dormir, depois de se aninhar em seu pescoço. Regina caminhou até a sala de jantar onde havia um bebê conforto e gentilmente colocou Henry. Ele se segurou em seu dedo enquanto dormia, e a prefeita aproveitou esse momento para se sentar e acariciar a pequena mão de seu filho.
A decisão de adotar Henry havia sido fácil. Havia esperando tanto tempo pela chance de ter uma família, e agora que tinha, amava cada momento. Henry chorava muito, de fato. Em suas primeiras semanas com Regina fizeram a Prefeita perder a compostura sempre que percebia que seu filho sentia cólicas. Henry geralmente se mantinha acordado e noite, e acreditava que qualquer objeto ao alcance de sua mão era comestível, mas sempre valia a pena ficar acordada. Ela podia assistir seu filho dormir o dia todo, mas seu trabalho precisava ser feito, então beijou a testa de seu filho, pegou os papéis e os envelopes e arrumou a bagunça que havia feito.
O que não notou foi o envelope caído ao lado da mesinha de canto que vinha da Georgia.
"E?" August perguntou de onde ele e a tropa estavam fazendo flexões sob o sol escaldante.
"E o que?" Emma se forçou para cima, logo quase encostando seu tórax no chão quente.
"Porque não escreveu de volta para aquela moça?" Ele esticou os braços por um segundo a mais, quando sentiu sua perna doer do ferimento que havia recebido na Coréia.
"Porque você acha que eu não escrevi?"
"Porque faz duas semanas que não vejo seu nome na caixa de correio."
"Você sabe que essas coisas demoram," Emma repetiu o que havia dito a si mesma desde o primeiro dia. O apito soou e todos juntos, a tropa se levantou e trotou até o campo de obstáculos. "E mais, ela é uma Prefeita." Emma concluiu atrás de seu Sargento.
"De uma cidade minúscula. O que acontece de verdade em um lugar assim.?"
Emma encolheu os ombros e mergulhou com ao lado de August para rastejarem sob o arame farpado. Ela manteve a cabeça e corpo rentes ao chão, sendo toda coberta por lama não querendo perder tempo enquanto ouvia os tiros acima de si.
"Escreva de novo pra ela." Augusto disse por entre os dentes.
"Não." Suas bochechas coraram, e graças à lama que cobria seu rosto não era possível ver o quanto essa ideia a deixava mortificada. Emma Swan não implorava por amizades. Seus agentes de condicional diziam que causar problemas era um grito por atenção. Emma sempre teve sua maneira para fazer amigos, e com essa Regina Mills parecia ter feito seu dever. Então que seja.
Se levantaram da lama, e foram em direção à parede onde agarraram a corda e começaram a escalar.
"Emma," August disse. "Você vai perder a cabeça."
"Aposto que não." Emma apertou o maxilar ao sentir o calor da corda em suas mãos já calejadas. Seu pé enfraqueceu, mas seu corpo se manteve estável por ser sustentado pela corda, e assim foi capaz de manter sua subida ao topo da parede.
"Não caio nessa." Assim que August chegou ao topo, os dois desceram juntos.
"Pensei que gostasse de correr riscos."
"Prefiro acreditar na minha inteligência." No meio da descida, August soltou a corda e pulou até o chão, correndo em direção ao próximo obstáculo. Emma virou os olhos para a atitude extravagante do companheiro.
"Eu sei que você ainda lê a carta." Disse August quando Emma o alcançou.
Seu silêncio não negou o fato de que nas duas últimas duas semanas tirava a carta de baixo do seu travesseiro e lia as palavras de Regina. Descobriu que o fato de se sentir lembrada era viciante, e a cada dia isso crescia dentro de si.
O apito soou e sem pestanejar, ela e o resto da tropa caíram ao chão para mais uma rodada de flexões. "Eu já escrevi algo." Emma concluiu, encerrando o assunto. Tudo o que queria er atreinar sem seu Sargento barulhento no seu pé.
Ela não sabia quem Regina Mills era. Poderia ser uma senhora e ter uma linda família. Ela tinha um filho, certo? Talvez o rapaz quisesse se alistar e tivesse dúvidas. Fosse quem fosse, Emma tinha recebido a sua primeira carta, e era muito mais do que podia pedir.
Regina fez uma leve careta ao posicionar o telefone entre seu ouvido e seu ombro enquanto o editor do Daily Mirror falava sem parar. Ela apreciava o entusiasmo que era demonstrado com as investigações dentro e fora da cidade, mas quando as ligações sobre o tipo de pesticida que sr. French usa em suas rosas acontecem durante o horário em que alimentava Henry, sua paciência ia se esgotado aos poucos.
"Sidney." Ela disse, limpando a papinha caseira de maçã do canto da boca de Henry, antes de deixá-lo livre para explorar a casa. Ela o seguia para fora da cozinha, e a proteção na base da escada acalmaram sua mente a medida que o menino engatinhava rápido demais para seu conforto. "Porque você não preenche esses papéis e me manda, assim posso ver quando tiver algum momento livre."
"Com certeza, Prefeita." Logo confirmou e do outro lado da linha Regina pode ouvir sua inquietação. "Oh! Eu estava pensando em fazer um artigo sobre a relação entre a senhora e a soldado."
Por mais que Regina aproveitasse cada oportunidade para lembrar os cidadãos de seu poder sobre a cidade, o rapazinho com olhos pidões a arrebatava. Ademais, não tinha recebido resposta da Soldado Swan. Havia feito sua parte, e não havia mais nada a se fazer. A ideia de que algo tivesse acontecido a Emma antes de responder a carta era constante, mas Regina tinha um filho para criar. Tinha que seguir em frente. "Não será necessário."
Regina parou quando o som de Henry cessou. Se despediu rapidamente de Sidney e foi procurar seu filho imediatamente. Seu coração acelerava a medida que não via o pequeno dos cachos castanhos, mas assim que olhou em direção à porta da frente, um grande suspiro deixou seus pulmões em alívio quando viu seu filho de costas e claramente aprontando algo. Já deveria saber. Silêncio indicava que Henry estava aprontando.
"Querido." Chamou Regina, colocando o telefone na mesa e se abaixando até ficar em seu nível. "O que está fazendo aqui?"
Henry virou a cabecinha, e a ponta de um envelope enfiado em sua boca. Seu olhar era curioso, mas não parou o pequeno de mastigar seu tesouro encontrado.
"Henry," Depois de certo esforço, Regina conseguiu tirar o envelope da boca de seu filho. "Porque não me disse que ainda está com fome?"
O menino balbuciou e se apoiou em Regina para se levantar.
"Você consegue falar isso, querido? Fome? Fo-me."
A única resposta que veio de Henry foi saliva estragando a maquiagem perfeita de Regina, e assim que a prefeita pegou o filho no colo, ele colocou seu colar na boca. "Quase lá" Disse tirando o colar da boca de Henry.
Segurando o menino em apenas um braço, se levantou e foram para a sala de estar onde ela se sentou e colocou Henry para brincar com o quebra cabeças espalhado pela sala. Ao observar a carta, seu queixo caiu ao ver que a carta era da Soldado Swan.
Regina abiu a carta imediatamente e quando percebeu que datava de quase dois meses atrás, estremeceu. Santo Deus, essa carta esteve perdida por todo esse tempo? Seus olhos observaram atentamente o garrancho de Emma.
19 de Outubro de 2001
Olá,
Eu não sei muito o que dizer nessas situações, preciso admitir. De nada, eu acho. É muita consideração agradecer.
Muito legal te conhecer, Regina. Eu acho. Não que não seja bom te conhecer, mas é que conhecer alguém através de cartas é diferente. Acho que você pode perceber que além do meu garrancho, eu devo ter perdido uma ou outra aula sobre Como Escrever Cartas, então ignore.
Na verdade, sua carta é a primeira que eu recebi desde que me alistei. Muito obrigada por isso.
Não tenho uma família pra qual escrever, e meu sargento que é como meu irmão, bem, ele está aqui comigo e me incentivou a me inscrever para receber correspondências, então, aqui estamos.
Nunca ouvi falar de Storybrooke, mas me parece que os cidadãos têm uma ótima prefeita. Eu nasci no Maine, por coincidência, mas morei em muitas cidades antes me firmar em Boston e me alistar.
Respondendo à sua pergunta, embora acho que tenha ficado meio óbvio, não tenho filhos. E se seu filho for tão arteiro como diz, deve ser um gênio do mau. Não que seu filho seja mau. Tenho certeza de que é um anjinho.
Muito obrigada pela carta. De verdade. Foi um dos pontos altos do meu dia.
De,
Soldado Emma Swan
A data na carta era de apenas alguns dias após o envio da primeira. Regina não se sentia entusiasmada com a ideia de se corresponder com alguém, mas o fato de Emma Swan ter recebido sua primeira carta, e passar dois meses sem resposta alguma fez Regina se sentir imensamente culpada. O que a Soldado Swan pensaria dela? Provavelmente o que o resto da cidade já pensa. Brava. Indiferente. Fria. Se não fosse por Henry, os cidadãos de Storybrooke ainda estariam convictos de que Regina Mills era incapaz de se importar com alguém.
Aparentemente essa militar era uma exceção a essa regra.
Uma ideia surgiu quando viu Henry brincar com seu carrinho de madeira, alternando entre conduzí-lo e colocá-lo na boca. "Henry?" Ela chamou o menino enquanto pegava o menino nos braços. "Gostaria de ajudar mamãe a escrever uma carta?"
"Soldado" Disse August enquanto entrava na área dos beliches após mais uma prática com rifles.
"Sargento." Emma o cumprimentou e se levantou.
August se manteve em silêncio por um tempo, deixando Emma parada no lugar. Com um meio sorriso, ele tirou a carta de seu bolso e colocou no bolso de Emma. "Fique à vontade, soldado."
Ela olhou para baixo quando o sargento saiu, e sentiu o tempo parar quando viu a carta de Regina Mills. Não queria ficar animada demais ao ver a caligrafa perfeita no envelope, mas não podia deixar de sorrir contente pelo fato de haver mais uma carta endereçada a ela. Segurou com firmeza a carta em suas mãos e passou reto pelo corredor de beliches.
Em um canto, August jogava baralho com alguns companheiros. Outros faziam ligações rápidas para casa, e haviam aqueles que apenas ficavam acordados a noite. Entretanto Emma, ansiosa se sentou em sua cama de pernas cruzadas, rasgando o envelope como se fosse um presente se Natal.
Os últimos dois meses de solidão foram esquecidos no momento em que seus olhos devoraram cada palavra escrita na carta em suas mãos.
15 de Dezembro de 2001
Soldado Swan,
Sinto muito pela imensa demora na resposta. Sua carta caiu atrás da mesa. Meu filho achou que fosse algum tipo de comida e encontrou. Ao que tudo indica suas travessuras têm seu lado bom.
Preciso admitir que saber que minha carta foi a primeira que você recebeu me chocou. Para compensar pela demora e tentar melhorar seu dia, o que acha de ceder a honra de sua segunda carta ao meu filho? Ele é muito talentoso, não acha?
Um pouco desapontada, Emma procurou por mais da carta, mas o que ela devia esperar? Um romance? Elas mal se conheciam. Virou a página e encontrou um papel cartão com giz de cera de diversas cores por toda a extensão da folha, sem sentido nem direção. Emma sorriu ao ver que os rabiscos se estendiam por toda a folha, exceto por um canto, onde se lia De Henry e Regina escrito pela prefeita.
Ela analisou cada linha, inclinando a cabeça em diferentes posições como se estivesse estudando uma pintura abstrata. Para ser bem honesta, era uma das melhores obras de arte que já tinha visto. Logo, a imagem de uma senhora de cabelos grisalhos e um adolescente fora de controle se esvaíram de sua cabeça. Não, não havia nenhuma imagem visual de quem a escrevia, mas pela carta dessa mulher misteriosa, era perceptível o laço entre ela e seu filho. Quando Emma pensava que uma carta era tudo o que podia pedir, após esse desenho já se sentia como viciada à adrenalina de esperar por cartas do Maine.
Emma se sentia mais leve. Antes fazia tudo o que devia de sua rotina sem rodeios, agora tudo o que podia pensar era em escrever de volta para Regina.
19 de Dezembro de 2011
Olá Regina,
Você tem um pequeno Picasso aí. Acho que vou guardar pra quando ele ficar famoso. Vou ser uma das únicas sortudas a ter um original. Qual a idade dele?
E tudo bem sobre a carta ter caído. Eu entendo. Não é obrigação alguma, nem precisa ter pressa. Mas é muito bom saber de você de novo. Veja pelo lado bom, você tem um pequeno detetive aí. Ou um crítico gastronômico.
Tenha um bom fim de ano, caso Henry decida comer todo o papel da sua casa.
Emma Swan
Regina removeu o óculos de seu rosto, com um pequeno sorriso nos lábios. Se essa era a única correspondência de Emma, imaginava que a soldado não tivera muitos Natais que valessem a pena. A voz da indiferença martelava na cabeça de Regina que Emma Swam era a última de suas prioridades, especialmente quando faltavam apenas três dias para o Natal, mas seu lado compassivo que só de mostrava com Henry a lembrava de todos os finais de ano que passara sozinha depois da morte de seus pais. Essa voz falou mais alto.
Regina sabia o que era a solidão. Sabia o que significava querer, desejar, e precisar de alguém. Esse Natal é o primeiro de muitos que ela esperaria ansiosa por causa do bebê que dormia tranquilamente em seu berço com seu pijama estampado de rena. Imaginava o que Emma deveria estar passando, treinando para uma guerra que não era sua, isolada de qualquer pessoa que pudesse considerar um amigo.
Talvez desde a adoção de Henry seu coração tivesse amolecido, ou talvez, pela primeira vez, a temida prefeita de Storybrooke sentiu empatia por outra pessoa, mas por qualquer que fosse o motivo, Regina guardou a carta em seu bolso para guardar junto com a outra carta de Emma, e ligou seu computador para fazer algumas pesquisas.
Emma se sentou em seu beliche cheio de guloseimas. Um pacotinho com sementes de girassol estava entre duas caixas de barras de granola doces e salgadas. Uma necessaire com várias coisas como mini kit de costura, uma escova de dentes, higienizador de mãos, e um hidratante de boca estavam ao seu lado.
Emma nunca havia recebido uma caixa com itens de necessidades básicas antes. Presentes para Emma nunca significavam mais do que uma amostra de boa vontade de seus pais adotivos para mostrar à assistente social que fariam bem a Emma. O cuidado com cada item da caixa era tanto, que Emma tratava cada coisa como se fosse feita de ouro.
Gratidão inundou Emma, e se viu maravilhada com o carinho demonstrado por uma pessoa que mal conhecia. Isso poderia não significar muito para Regina, mas para Emma tinha todo o significado do mundo.
Sua atenção se voltou para a carta que estava no fundo da caixa com seu nome escrito com as letras de Regina. Emma deixou tudo de lado, abriu o envelope e começou a ler.
23 de Dezembro de 2011
Soldado Swan,
Eu acho que isso não vai chegar tão rápido quanto eu gostaria. Me disseram nos correios que seria inútil mandar por correspondência expressa devido ao grande número de coisas que seriam enviadas para onde você está. De qualquer forma, achei válido tentar.
Henry escolheu o cartão e o sabor das sementes de girassol. Espero que goste das apimentadas, embora eu tenha colocado as salgadas junto por segurança.
Eu não estava certa do que mandar. Procurei por listas de presentes ou coisas que soldados gostam. Espero não ter ultrapassado nenhum limite ou que você se sinta desconfortável de alguma forma com os presentes. É que eu entendo como festas de fim de ano são quando se está sozinha.
Respondendo à sua pergunta, Henry tem oito meses de idade. Aprendeu a engatinhar há um mês, mas a velocidade com a qual engatinha te faz pensar que ele faz isso desde que nasceu. Ainda vamos trabalhar a fala e o andar.
Caso essa carta não chegue a tempo, espero que você e sua tropa tenham tido um bom Natal.
Espero que tenha um bom Ano Novo, Soldado Swan.
Atenciosamente,
Regina Mills
28 de Dezembro de 2001
Oi,
Muito obrigada pelos presentes. Não tem ideia do quanto eu gostei. Você realmente não precisava se dar ao trabalho de fazer tudo isso. De verdade. Obrigada.
Diga ao Henry que eu amei as sementes e o cartão. Está na minha parede ao lado do desenho.
E não, você não está ultrapassando nenhum limite. Acho que é a melhor coisa que alguém já fez por mim. Queria ter algo para te dar. Uau, percebi que sequer sei do que você gosta. Não acho que você goste de um canivete do Exército?
Brincadeira. É apenas uma brincadeira. Eu não iria te mandar isso de qualquer forma.
De verdade, se tiver algo que esteja ao meu alcance para retribuir a gentileza, eu farei.
Bom, você não precisa responder se não quiser, mas como pode saber como é ser sozinha no Natal?
Sabe, você não é como eu imaginei que seria quando recebi sua primeira carta. Não que eu saiba exatamente como você é, mas mesmo assim. Eu achava que seu filho era um adolescente e agora sei que é um bebê, certo?
Eu cresci com alguns irmãos adotivos e a velocidade que bebês crescem é assustadora. Crescem tão rápido. Num dia não conseguem nem se sentar sozinhos e no outro já se escondem em armários pra te assustar. Eu sugiro travas de segurança.
Você acha que ele vai falar o que primeiro? "Mama" ou "Papa"?
Espero que não esteja tendo problemas com a cidade.
Feliz Ano Novo pra você também.
Emma
6 de Janeiro de 2002
Querida Soldado Swan,
Não foi incômodo algum. Você ficaria feliz em saber que Henry babou demais quando contei que você gostou do que ele escolheu. Sim, babar é celebrar.
Você acertou quando disse que preciso de uma faca do exército. Se eu tivesse uma seria tipo a líder da gangue de Storybrooke. Como pode ver, minha cidade está abundando em crime. Além do meu trabalho e de Henry, passo meu tempo lendo e cozinhando. Simples, mas relaxante.
Não se preocupe, eu me coloquei nessa situação. Na verdade não é uma história muito interessante. Minha mãe era distante. Perdi meus pais quando ainda era bem nova então, acho que estamos juntas quando se trata de crescer sem família. Isso até Henry aparecer na minha vida. Espero que Mama seja sua primeira palavra, já que somos só nós dois. Por enquanto ele balbucia quando tenta falar. Os médicos dizem que é normal e que ele está se desenvolvendo em seu ritmo.
Muito obrigada pela dica, mas acho que cheguei antes com isso. Há travas em praticamente tudo, grades por todo lado e ocasionalmente chego atrasada em reuniões pelo simples fato de esses mecanismos de segurança serem muito difíceis de abrir. Levou um dia inteiro para meu xerife deixar tudo de acordo com meus padrões. Todo cuidado é pouco quando se trata da segurança de crianças.
Feliz Ano Novo, senhorita Swan.
Atenciosamente,
Regina Mills
Depois de curvar o último 's' de seu sobrenome, Regina deu uma última olhada na carta antes de colocá-la dentro do envelope. Se deu conta de que precisava reabastecer seu estoque de envelopes. Ouviu Henry chorar pelo monitor e rapidamente escreveu o endereço da base de Emma e deixou em cima da mesa para ser enviada no outro dia.
Regina não tinha se dado conta de que tinha encontrado sua primeira amiga em Emma Swan. Não imaginava que iria tantas vezes aos correios comprar novos selos ou envelopes nos últimos meses, ou compartilhar detalhes sobre o crescimento de Henry, confiar e ser confidente de Emma em dias monótonos ou quando o dia de ser enviada ao Iraque a atingisse. Regina tirou Henry de seu berço, deu-lhe um doce beijo e o deitou na mesa onde troca suas fraldas, e a ideia de que em três anos conheceria Emma não poderia estar mais distante de seus pensamentos.
