N/A: Quero primeiro explicar que isso é um AU, como coloquei no summary. Os Malfoy teriam mudado da Inglaterra depois da segunda guerra mágica, depois de ganharem imunidade. Creio que Narcisa teria batido o pé um pouco mais fundo e feito com que Lucius mudasse de pais para que tudo ficasse mais fácil. Draco teria recebido uma oferta de emprego nos EUA e levaria a Astoria com ele, e Scorpius nunca teria ido para Hogwarts e sim para uma escola na America. E nesse caso, Harry pelo menos não teria mais problemas com os Malfoy e os Weasleys acabariam por ter também, mas seria um pouco menos, já que Scorpius foi criado distante dos avôs.

Espero que gostem da fic, andei pensando muito nela nos últimos dias e acabou me consumindo um pouco demais. E nessa fic, eu só vou postar se pelo menos tiver alguma resposta dos leitores. Porque escrever para mim, eu vou e escrevo e nem preciso postar, mas quando posto eu espero pelo menos uma ou outra resposta, pelo menos para me animar um pouco mais a continuar.

Então vou fazer assim, se eu tiver pelo menos três reviews em duas semanas, eu posto o próximo capitulo, se não, eu só continuo a postar quando eu for postar todas as outras fics, o que pode demorar um pouco mais do que só duas semanas. É chato fazer isso, eu sei que é... Mas talvez assim ajude um pouco a eu ter um pouco mais de feedback


Prólogo

O gosto dos lábios dele ainda se encontrava nos seus, e por isso, só por isso, tinha aquele sorriso idiota desenhado em seu rosto, que se visse em qualquer outra garota a espancaria até que ele desaparecesse. Não acreditava que estava virando o tipo de garota que tanto odiava só por causa de um beijo idiota, que ainda nem acreditava que John a tinha dado, no final da cerimônia de graduação, na frente de todos... Ok, não tinha sido um beijo tão idiota assim.

Sempre tivera uma queda enorme pelo moreno, por mais que tentasse ao máximo negar aquilo até para si mesmo. Agradecia a Merlin por conseguir disfarçar e bem aqueles... sentimentos. Afinal, não conseguia ver como ele sentiria o mesmo por ela. Primeiro, ele só ficava com garotas bem loiras e populares, sua popularidade vinha por andar com ele e seu primo, e quanto a ser loira... estava longe de ser isso; segundo, ele era um Zabini, por mais que seus pais e seus tios o recebesse bem na casa deles não era a mesma coisa de receber como um namorado de uma Weasley; terceiro, não era fácil ter aqueles sentimentos pelo melhor amigo de seu primo e um de seus grandes amigos sem ter o medo das coisas darem errado e simplesmente perder o pouco que tinha.

Mas aquele beijo...

- Agora que estamos longe de todos, inclusive de Rose... – Cortou seus pensamentos ao ouvir a voz de Albus sair pela porta de uma das salas abandonadas daquele corredor e se aproximou da porta da mesma. – Pode me explicar o que foi aquele beijo lá na cerimônia?

Sentiu o coração acelerar um pouco, mordendo o lábio inferior em expectativa pelo o que estava por vir... Será que teria que ouvir mesmo o que John sentia por si atrás de uma porta de madeira? Não era certo... Mas quem se importava mesmo?

- Não foi nada do que está pensando, cara... – Sentiu um aperto aparecer no coração com aquelas simples palavras, sabendo que ele sabia o que Albus estava pensando... O que todos estavam pensando... Como também pensava.

- Então porque fez aquilo? Você não é idiota ao ponto de não ter nem pensado o que os outros devem ter achado ao verem aquilo, não é? – Sorriu, mesmo que triste, ao ouvir Albus lhe defendendo, ainda mais quando queria fazer aquelas mesmas perguntas para o garoto que conversava com ele.

- Era exatamente isso que eu queria que eles pensassem... Bom, que meu avô pensasse. – Engoliu em seco com aquelas palavras saindo tão friamente dos lábios do moreno. Como poderia ter se enganado tanto com alguém? – Você sabe como ele tenta passar para mim todas as frustrações dele, sabe como eu sempre vou ser a desgraça da família por ter entrado na Grifinoria... E sabe ainda mais o quanto estou cansado disso tudo. Aquilo só foi um recado para que ele soubesse que por mais que ele fale, por mais que ele reclame, ele não pode mudar o que eu...

Antes mesmo que ele terminasse de falar saiu correndo dali, sentindo as lágrimas que há poucos segundos lutava para segurar agora rolava por seu rosto ferozmente. Respirou fundo, registrando a cena que tinha acabado de presenciar, percebendo o quanto tinha sido idiota por imaginar que ele poderia sentir alguma coisa por si... ainda mais idiota por pensar que Albus a defenderia de qualquer forma. Seu coração doía ainda mais pela falta de palavras de seu primo... Como ele podia ficar lá parado ouvindo que havia sido usada daquela forma e não fazer nada?

Se se encostou a uma das paredes, deixando que o corpo caísse até o chão, já um tanto fraco, antes que sentisse um pequeno desconforto na lateral de seu corpo. Levou a mão ao bolso da capa e encontrou o envelope do ministério americano e o abriu, lendo rapidamente a resposta da aplicação que tinha mandado há alguns meses atrás, e sorriu em meio às lágrimas, segurando o pequeno pião de madeira que eles haviam mandado junto com a carta de aceitação.

Levantou do chão e entrou no primeiro banheiro que encontrou pela frente e fez um pequeno feitiço para fazer com que os olhos ficassem menos vermelhos e lavou o rosto. E logo voltou para o salão principal onde seus pais e seus tios se encontravam a sua espera, a mão apertando a carta que havia voltado para seu bolso.

- Rosie! Onde estava? Não foi atrás do garoto Zabini, foi? – Riu sarcasticamente com as perguntas de seu pai e moveu a cabeça em negação, olhando para sua mãe com uma intensidade que praticamente mandava que ela não discutisse com o que estavam para contar para eles.

- Amanhã eu estou indo para os Estados Unidos começar o meu treinamento de Auror lá. – Começou, se sentindo satisfeita ao perceber que sua voz não havia tremido um segundo sequer. E percebeu com o canto dos olhos que Scorpius e Albus tinham se aproximado do grupo com quem estava falando. – Acabei de ler a carta de aceitação que eles me mandaram hoje pela manhã e parece que meu currículo é tão bom que eles desejam que eu comece amanhã mesmo, e eu só preciso pegar a chave de portal que eles mandaram junto com a carta...

- Mas, Rose... – Levantou a mão interrompendo qualquer um que a tinha interrompido, movendo a cabeça em negação.

- Vocês sabem o quanto eu quero um emprego como Auror, e que não quero ninguém duvidando que consegui isso por meus próprios méritos. – Falou ainda mais decidida, mantendo o olhar em sua mãe que só moveu a cabeça em afirmação com o que disse. – Não importa se iram ou não concordar com o que estou fazendo, eu vou mesmo assim e nenhum de vocês irá me impedir. – Esperou que algum deles falasse alguma coisa, mas ao não receber resposta ao que disse voltou a falar: - Vou arrumar minhas coisas para irmos...

Se virou de costas, não dando oportunidade para que falassem qualquer coisa, caminhando decidida para fora do Salão Principal. Mas parou no momento que sentiu uma mão lhe segurando pelo antebraço.

- Porque está fazendo isso, Rose? Sempre tivemos o plano de fazermos isso juntos e aqui...

- E porque se importa, Zabini? – Olhou para John, se soltando do toque dele, vendo o espanto no rosto ao ser fria daquela maneira com ele. – Afinal eu só sou alguém que você usa para mostrar ao seu avô que ele não pode te controlar, não é?

Fora acordada de suas lembranças pelo toque que recebeu em seu ombro, e se voltou para fitar o homem ao seu lado. Scorpius Malfoy, seu colega de trabalho, melhor amigos e colega de apartamento. Sentia-se mais tranqüila por tê-lo ali ao seu lado, como não se sentiria se fosse qualquer outro. Não seria fácil voltar para casa depois de seis anos fora, principalmente quando só estava fazendo aquilo por trabalho, e que tinha tanto pela frente para encarar.

- Estão todos prontos? – Gabriel Mills, chefe do departamento de Aurores da America do Norte, perguntou a todos que estavam indo naquela missão, e moveu a cabeça em afirmação, antes de tocar a escova de cabelo junto com Scorpius, Gabriel e outros dois Aurores. Iriam encontrar os Chefes de outros departamentos e seus assistentes no ministério britânico, onde teriam uma reunião com os chefes de departamento de lá e o ministro britânico. Sentiu a sensação normal que era ser levada pela Chave de Portal e se deixou mais uma vez levar por seus pensamentos durante a viagem.

Sabia que teria que ver John e Albus naquela reunião, assim como também seus pais, seu tio Harry e seu tio Percy... Seria um longo dia de verdade, e Scorpius não ajudaria em nada com seu jeito solto demais e a maneira que acabavam por se tratar, mesmo que no meio daquilo tudo. Mal podia esperar pelas próximas horas...

- Bem que você disse que seu pai tem um olhar mortal... – Ouviu o loiro sussurrar contra seu ouvido, ambas as mãos dele lhe segurando para que não fosse ao chão ao ter se desequilibrado no momento que colocou os pés na sala do ministério britânico.

- E talvez por isso fosse mais seguro me soltar agora... – Murmurou de volta por cima do ombro, piscando um dos olhos para ele.

- E qual é a graça nisso? – Riu soprado, movendo a cabeça em negação. Ele realmente gostava de brincar com o fogo, e não podia negar que achava muita graça naquilo.

- Será que vocês dois poderiam não ficarem flertando um com o outro agora? Os próximos representantes estão quase chegando aqui e logo teremos que começar essa reunião. – Se separaram rapidamente, assentindo em resposta ao pedido de Rafael, e revirou os olhos ao ouvi-lo rir de ambos. Ele gostava mesmo de provocar os empregados dele... E parecia tirar ainda mais prazer quando se tratava de si e de Scorpius. – E não queremos que o Sr. Weasley tendo um ataque cardíaco antes da reunião.

Olhou para seu pai, vendo o quanto ele parecia vermelho naquele momento, e levou uma das mãos aos lábios para abafar o novo riso que insistiu em sair com a cena que estava se formando do outro lado da sala. Sabia que sua calça de couro colada demais, a blusa com um pouco de decote, os saltos da bota – mesmo que não fossem altos- , e o sobretudo de couro não ajudavam muito para que seu pai ficasse calmo, mas aquilo era seu uniforme e não poderia fazer nada para mudá-lo.

- Rosie... – Deu um pequeno pulo com o susto que levou ao ser chamada do completo nada, por uma pessoa que não tinha nem percebido se aproximar tanto de si. Se virou para ter certeza que seus ouvidos não a estavam enganando e sorriu.

- Tio Harry! – O abraçou apertado, sentindo o cheiro característico que ele tinha e se afastou para fitá-lo. – Não pode chegar assim de fininho por trás dos outros, ainda por cima quanto as pessoas são aurores. Você poderia ter morrido. – Colocou a mão na cintura ao se afastar por completo, em uma brincadeira que ele costumava a fazer consigo quando era menor e o ouviu rir.

- E eu não sabia que aurores se assustavam com tanta facilidade. Mas você tem muita sorte que sou eu, não o seu pai, ou com certeza teríamos uma morte hoje. – Pendeu a cabeça para o lado, franzindo o cenho com aquele comentário. – Seu pai já parece a ponto de matar o loiro ai e ouvir que vocês flertam, ainda por cima vindo de seu chefe, não ajudaria muito no caso de vocês dois. Logo você estaria sem um namorado... Principalmente quando parece que ele tem o apoio de Albus e John.

Olhou para o local que seu tio havia mostrado com um movimento de cabeça e revirou os olhos com a maneira que era olhada pelos três outros homens de sua família presentes na sala. E se aproximou mais de Scorpius como uma maneira de provocá-los, mantendo a cara fechada ao se voltar mais uma vez para Harry.

- Scorpius Malfoy, Sr. Potter. – O loiro falou antes que pudesse fazer o mesmo e sentiu a mão dele na sua, a dando a força que ele sabia que precisava... Afinal, ele sabia de tudo sobre aqueles dois. E a outra mão ele a estendia para seu tio para que o moreno a apertasse. – É um prazer finalmente conhecê-lo.

- É um prazer em conhecê-lo também, Sr. Malfoy. Pena que eu nunca soube que minha sobrinha tinha um namorado... – Entreabriu a boca para corrigir seu tio, mas ao sentir a mão de Scorpius apertando um pouco mais a sua se calou. – Será que posso perguntar a quanto tempo você e Rose estão juntos?

- Entramos juntos no treinamento de Aurores e desde que saímos somos parceiros, senhor. Mas não estamos juntos dessa maneira... Ainda. – Olhou para o loiro com o canto dos olhos, querendo entender de onde que ele tinha tirado aquele "ainda", mas sorriu divertido ao ver que ele estava com aquele sorrisinho sacana desenhado no canto dos lábios. Só podia estar aprontando alguma coisa.

- Oh... Agora entendi porque seu chefe fala que vocês flertam... Mas tomem cuidado com o Ron, ele vai querer sua cabeça só por ter algo concreto com a filha dele, imagina se ele souber que ainda não estão juntos de verdade.

- Ah, acho que Scorpius está contando com isso mesmo, Tio. – Piscou para o moreno a sua frente e viu nele aquele mesmo sorriso jovial que tanto a fazia lembrar-se de Albus... E mesmo que fosse seu tio ali na sua frente, a expressão que tinha no rosto caiu um pouco.

- Melhor começarmos a reunião. Todos já chegaram. – Assentiu uma única vez para Rafael, e se virou para seu tio, o abraçando mais uma vez, ainda sentindo um aperto no coração com as lembranças daquele verão.

- Vamos ter um jantar lá em casa para comemorar o noivado de Dominique com John, você deveria aparecer por lá... – Sentiu não só a dor no peito crescer, mas também o chão sobre seus pés sumir ao ouvir aquelas palavras.

Podia negar o que fosse, mas nunca tinha perdoado Albus e John vinha do fato de que nunca tinha deixado aquele sentimento por John de lado... Ainda gostava do garoto e agora saber que ele estaria se casando com uma de suas primas parecia deixar tudo ainda pior. Não sabia como, mas a única coisa que a tinha ajudado a não se afundar por completo tinha sido a amizade que fez com Scorpius no momento que chegou aos Estados Unidos... E por isso não se surpreendeu ao senti-lo lhe puxar para a cadeira que deveriam estar sentados para aquela reunião e que a mão dele não deixou a sua em momento algum. Tinha que agradecer que não precisaria anotar nada naquele momento.

- Você tem que vir comigo! – Falou assim que deixaram a sala de reuniões, o puxando para dentro do banheiro de qualquer jeito, sem se importar com os olhares que ganhou dos três homens que tinham os vigiado a reunião inteira. – Eu não posso ir nesse jantar sozinha e se eu não for, todos vão pensar que eu não ligo mais para a família.

- Ow, calma, ruiva. – O olhou nos olhos quando os dedos dele encontraram o seu rosto, engolindo em seco todo o desespero que sentia. – Mas você sabe o que vão pensar se eu for com você, não?

Moveu a cabeça em afirmação, segurando na camisa dele, enquanto mastigava o lábio inferior em nervosismo. Não sabia muito bem o que dizer quanto aquilo. A verdade é que não ligava se sua família pensasse que estavam juntos, e sabia que Scorpius iria adorar fingir que estavam juntos, só para deixá-la desconfortável, como ele sempre parecia gostar de fazer.

- Certeza que quer fazer isso, ruiva?

- Eu só não quero ir lá sozinha... – Murmurou ainda incerta do que deveria fazer e encostou a testa contra o peitoral do loiro, fechando os olhos, tomando algum tempo para pensar naquilo direito. – Se formos fazer isso, você sabe que não pode simplesmente dizer que é meu namorado, não quando você disse para meu tio que não estamos juntos dessa maneira... ainda.

- Mas eu nunca disse nada sobre não querer ser isso... – Franziu o cenho com o que ele disse, entreabrindo os lábios para falar alguma coisa, mas o rosto dele já dizia tudo. Ele definitivamente estava aprontando alguma coisa.