Capítulo 1 - As quatro corujas
Era um dia chuvoso em uma das cidades do grande estado de São Paulo, Campinas. Em uma casa, quatro adolescentes fofocavam alegremente.
- Aiai...Que chato! Não tem mais nada para fazer além de ficar fofocando sobre a vida dos outros? – perguntou uma delas, morena de cabelos compridos até os ombros e um pouco gordinha.
- Ai Thays...Infelizmente não. O que você gostaria de fazer? – perguntou uma loira de olhos castanhos.
- Ah, sei lá. O que você sugere?
- Hum...Que tal brincarmos de Stop?
- Legal! – exclamaram as outras três.
A garota pegou papel e caneta e distribuiu para as amigas.
- Certo. Quem começa? Não respondam! Eu que começo, é lógico. Afinal, sou a melhor nesse jogo – disse uma garota de cabelos castanhos escuros e olhos castanhos esverdeados.
- Marcela! Você não é nem um pouco convencida, né? – disse uma outra de cabelos e olhos castanhos.
- Imagine, Carol! Eu?
- Não, a minha avó!
- Querem parar vocês duas? Vamos jogar! – disse a garota loira.
- Certo. Juliana, você começa. Não dê chance para a Marcela ganhar o jogo. Espero que caia em uma letra bem difícil.
- Já! – exclamou Juliana.
Passou-se alguns segundos.
- Pára!
- E aí? Qual letra? – perguntou Marcela.
- R.
Todas começaram a escrever. Marcela pensava nas palavras com a letra R facilmente e conseguiu completar todos os espaços, Carolina conseguiu completar um pouco menos que a Marcela, Thays conseguiu pensar só em algumas palavras e Juliana não conseguiu completar quase nada. Elas contaram os pontos e ficou assim:
Marcela: 70 pontos
Carolina: 50 pontos
Thays : 40 pontos
Juliana: 20 pontos
- Ah, não é justo! Por que?
- Porque você não lembrou de muitos nomes com a letra R – disse Marcela.
- Mas eu coloquei Rondônia no quadradinho do CPE e roxo no quadradinho da cor.
- Você poderia ter colocado outras palavras como no quadradinho do animal, do nome e do da "minha sogra é...", mas você não conseguiu se lembrar.
- Da próxima eu ganho. Você vai ver.
- Vai sonhando. Você sabe que eu sou a melhor nesse jogo e que ninguém pode me vencer.
- Eu posso, e vou. Meninas, próxima rodada!
Só que de repente quatro corujas-das-torres entraram como um furacão pela janela aberta e pousaram em cima da escrivaninha.
- NÃO! Minha escrivaninha não! Vocês vão arranhá-la todinha! Saiam! Xô!
Cada uma das corujas traziam um envelope no bico.
Marcela pegou um dos envelopes, abriu-o e leu em voz alta:
"Prezada Srta. Kobel,
É com prazer que a convidamos para cursar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. As aulas começam em 1( de setembro. V. Sª deverá pegar o trem para Hogwarts na Plataforma 9/2 em Londres, Inglaterra. A seguir há a lista de material que V. Sª irá utilizar durante o ano todo.
Atenciosamente,
Minerva MacGonnagal".
- Isso também está escrito na minha carta! – disse Thays.
- Escola de Magia e Bruxaria? – perguntou Carolina com uma cara de quem não está entendendo nada.
- Gente, isso é estranho – comentou Marcela.
- Nós vamos cursar essa escola? – perguntou Carolina.
- Vamos. Se for legal, a gente fica, se não for, a gente volta.
- Aiaiai...Pára, está me machucando!
Uma das corujas dava bicadinhas em Juliana esperando a recompensa por ter viajado de Londres até o Brasil sem parar.
- Jú, acho que ela quer alguma coisa para comer – disse Marcela.
- Eu não tenho nada para você.
A coruja aumentou a força das bicadas, furiosa. As outras corujas que antes piavam alegremente, agora davam pios raivosos.
- AIAIAIAI! Tá certo! Eu vou dar biscoito a vocês, tá bom?
As corujas piaram como se estivessem concordando. Jú estava descendo as escadas para ir até a cozinha. Graças a Deus, seus pais haviam saído para fazer compras. Só que como ela era só um "pouco" atrapalhada, tropeçou em um degrau no meio do caminho e desceu rolando o resto até bater na parede.
- Au...ai... – gemia ela.
- Mas como é desastrada... – disseram as amigas no topo da escada, todas morrendo de tanto rir.
- Há-há-há, muito engraçado. Queria ver se fossem com vocês – disse Jú se levantando, com uma mão na coluna e seguiu para a cozinha.
Ela pegou uma lata cheia de biscoitos salgados e um pote de manteiga e encheu de água. Voltou ao quarto resmungando sem parar, mas ao chegar...
- Ué? Cadê as corujas? – perguntou ela para Carol.
- Você demorou tanto que elas deram bicadas em cada uma de nós como se estivessem zangadas por não receberem comida e foram embora.
Jú não se mexeu. A lata e o pote caíram de suas mão sujando o chão limpinho, e logo em seguida...desmaiou.
B-jos da Myukinha
