Are We The Waiting?
Arthur nem sempre olhava para Merlin como se olhasse para sua cara metade. Nem sempre desviava a atenção sobre qualquer assunto sendo debatido à sua mesa - a mesa de seus cavaleiros - somente para olhar para seu servente e admirar todos os pequenos detalhes que iam de seu rosto à outras partes de seu corpo.
Mas quando ele o fazia, não tinha outra escolha a não ser esquecer sobre todo o resto do mundo. E ele admirava, prestando atenção nos detalhes, principalmente neles. Da forma como Merlin se balançava entre seus pés para a forma com a qual ele levava a mão até o pescoço para ajeitar o lenço que insistia em usar. Seus olhos, sempre tão atentos e ao mesmo tempo sempre tão distantes, poços de águas cristalinas dos quais Arthur não tinha outra escolha se não puramente se afundar. Suas mãos, correndo para juntar todas as coisas que pertenciam ao rei e levá-las para serem polidas ou lavadas. Na forma como Merlin não podia andar alguns passos sem derrumar alguma coisa. Tão desastrado de uma maneira tão perfeita.
Eles nem sempre faziam aquilo. Eles nem sempre se deleitavam nos desejos carnais, nem ao menos naqueles mais emocionais do que físicos. Nem sempre se deixavam levar pelos olhares que pousavam em Merlin por mais do que alguns segundos que se tornavam segundos e estavam consumidos pela luxúria, pelo desejo.
Mas quando eles o faziam, era perfeito. As mãos sabiam aonde ir, as bocas se encontravam em uma explosão de sabores enquanto procuravam um ângulo perfeito em que pudessem se deliciar com o gosto. As línguas travavam suas próprias batalhas, se entrelaçando em um emaranhado que ninguém se atreveria a desfazer. Os movimentos eram curtos ao mesmo tempo que profundos e intensos. Os gemidos preenchiam o quarto, e eles não conseguiam se importar se alguém que passasse em frente as portas pudesse ouvi-los, eles não conseguiam se importar com nada, somente com a batida de seus próprios corações em uma sincronia impressionante e única.
Eles nem sempre eram alguma coisa, mas haviam certos momentos em que eles eram tudo.
E eram esses momentos que faziam valer a pena o tão sórdido segredo que carregavam.
N/A: A fic não está betada, são quase meia noite e meia e eu só escrevi porque deu vontade e porque o marido me convenceu HAHAHAHAHH Então aí está minha primeira fic Merthur - que eu publico, que fique claro - e além do mais em português, coisa que eu não faço há uns 23828932102 anos. O título não tem NADA a ver, é só o título de uma das minhas músicas favoritas do Green Day. Espero que gostem :)
