Eu nunca achei que eu fosse uma garota como as outras.

Até aquele dia.

Capitulo Um: O Ato

Eu me sentia sufocada.

Presa no meu próprio mundo estranho; Um mundo em que uma adolescente não precisasse necessariamente só pensar em sexo. Um mundo em que a roupa não fosse mais importante do que a personalidade. Que as pessoas não fossem taxadas e sim conhecidas e amadas pelo que elas realmente eram e não pelo que aparentavam ser.

Era assim que eu me sentia. Mas isso, em hipotese alguma, era a forma como todos os outros estudantes de Forks High School pensavam.

Aquele dia começou como qualquer outro e parou no exato último minuto da aula de uma sexta-feira maçante. Na verdade, esse era um dos únicos momentos em que eu me sentia sintonizada com as pessoas ao meu redor, todos juntos contando os segundos para o sinal soar.

Felizmente, menos de meio minuto depois, o sinal tocou. Eu e todos os outros nos levantamos e corremos para fora da escola, sedentos pelos dois dias livres que nos esperavam. Cheguei até minha velha caminhonete antes que eu pudesse sequer perceber. Ela estava suja e empoeirada e era, com certeza, o carro mais velho de todo o estacionamento. Enquanto eu a destrancava, podia sentir os olhares de desprezo em cima de mim... Eu sabia como era considerada.

A estranha.

Eu sempre tentei convencer a mim mesma que eu não ligava para isso, mas depois de um tempo, fica um pouco difícil.

"Bella?" – Eu estava quase girando a chave na ignição quando escutei a voz aguda de Alice me chamar. Ela estava sorrindo para mim, bem ao lado do meu carro. Seus fios curtos apontavam para todos os lados e ela parecia ansiosa.

"Desculpe, Alice. Eu não tinha te visto aí."

"Tudo bem. Só queria saber se você vai na festa dos Cullen hoje."

Alice era popular. Ela fazia parte das lideres de torcida, era bonita e rica. Essas três qualidades me faziam ficar completamente confusa com o fato dela ser minha amiga. Mas Alice era amiga de todos, então o fato dela ter me conhecido não era tão estranho assim.

"Não... Acho que eu não fui convidada, Alice."

Ela levantou as sobrancelhas confusa.

"Você sempre é convidada, Bella. Por mim! Eu tenho certeza que os meninos não vão se importar."

Ok. Os meninos que ela diz não são tão meninos assim. Emmet e Edward Cullen, irmãos gêmeos não idênticos. Os dois caras mais lindos de toda escola. Os mais ricos. Os jogadores de futebol. O sonho de consumo de qualquer estudante do sexo feminino e alguns do masculino também.

Algo assim.

Eu suspirei e apertei o volante, ligeiramente nervosa.

"Eu só acho melhor ficar em casa."

Ela soltou um muxoxo alto. Alice não gostava de ser contrariada.

"Bella! Você prometeu que iria da última vez! E, se você nao se lembra, não foi. Anda, eu sei que você não tem nada para fazer hoje a noite... Vamos, vai ser legal!"

Eu fechei os olhos, tentando pensar em alguma desculpa. Infelizmente, não me veio nada na mente. Quando os abri novamente, Alice continuava ali.

"Tudo bem." – Falei por fim. Eu vi os olhos castanhos dela se arregalarem em surpresa e quase me senti mal por isso.

"Não acredito!" – Ela guinchou alto o bastante para fazer alguns estudantes olharem para nós, - "Oh, meu Deus! Eu passo na sua casa às seis para te arrumar!"

Eu abri a boca para falar que não precisava, mas antes disso ela já havia sumido.

Um pouco chateada, eu finalmente liguei o carro, me preparando para ir para casa.

Eu havia sido puxada, esticada, amassada e espremida por Alice. Ela havia batido em minha porta às seis horas exatas e trazido com ela uma mala de roupas. Depois de experimentar todas, ela finalmente me empurrou um vestido verde musgo e me mandou para o banho.

Depois disso, ela inventou de me maquiar. Não que eu nunca tivesse me maquiado antes, eu o fazia. Eu só não costumava usar tantas coisas de uma só vez como ela.

Meu cabelo havia sido cuidadosamente preso em uma trança embutida, mas alguns fios insistiam em cair. Meus olhos ardiam com a quantidade exorbitante de rímel que havia ao redor deles, petrificando meus pobres cilios, outroras tão soltinhos e confortáveis para mim. No final de tudo, eu estava parada no meio do meu quarto, olhando fixamente para a garota que era refletida no espelho.

"Tão bonita..." – Exclamei baixinho, surpresa comigo mesma. Vi Alice sorrindo satisfeita atrás de mim e eu tive que aceitar que eu estava ansiosa para essa festa agora.

Nós fomos até a casa dos Cullen no porshe amarelo canário reluzente de Alice. Eu nunca havia ido lá, só sabia que era uma mansão longe da avenida principal. Assim que chegamos, eu me assustei com a quantidade de pessoas do lado de fora.

Eu não fazia a menor idéia do que aconteceria a partir do momento em que eu colocasse meus pés naquela casa, mas tinha certeza que essa noite nao iria terminar tão normal quanto todas as outras pelas quais eu passei.

Enquanto andavámos em direção à mansão, eu só conseguia pensar em como tudo estava iluminado e cheio de gente. Todos de repente pareciam me conhecer e sorriam para mim. Eu tentava sorrir de volta, apenas andando atrás de Alice, me sentindo mais do que nunca um peixe fora d'agua.

Lá dentro o clima era muito melhor. Havia uma música suave tocando e a luz baixa não deixava que eu chamasse atenção. Senti Alice beliscar meu braço e olhei para ela curiosa.

"Vou procurar alguém interessante. Você pode ficar por aqui?"

Eu mordi minha boca nervosa, mas assenti. Ela saltitou para longe de mim e eu abracei meu tórax, olhando ao meu redor. Ninguém prestava atenção em mim agora, o que era, de longe, uma ótima coisa.

Fui até uma mesa próxima e notei que havia uma concha de ponche ali. Coloquei um pouco em um copo e bebi. Estava bom... Gosto de groselha ou algo desse tipo. Estava absorta tão absorta naquilo que não percebi alguém parar bem ao meu lado.

"Oi."

Larguei o copo em um pulo e ele caiu, derrubando todo o conteúdo no vestido verde que Alice havia me emprestado.

"Merda!" – Grunhi, passando os dedos em cima da mancha. Alice iria me matar. Fiquei tão nervosa que só muito depois lembrei de olhar para a pessoa que havia me cumprimentado.

Meus olhos passaram desde as calças jeans escuras, até o tórax delineado coberto pela blusa branca para só então chegar ao rosto perfeito e anguloso que eu bem conhecia.

Era Edward Cullen.

"O-Oi."

Eu sempre gaguejei quando ficava nervosa.

Ele sorriu, mostrando o circuito de dentes brancos e retos.

"Você se molhou muito?" – Ele indicou a mancha. Eu neguei.

"Não, acho que tudo bem. Quero dizer, o vestido não é meu, mas..."

Ele levantou as sobrancelhas.

"Não é seu?"

Neguei.

"Você não prefere trocar então?"

Eu dei uma risada fraca.

"Não tenho outra roupa por aqui."

Ele mordeu o lábio inferior sensualmente. Eu estremeci um pouco no lugar, mas me recompus rapidamente.

"Nós podemos dar um jeito nisso se você quiser... Bella."

Infelizmente, eu não prestei atenção no inicio da frase. Ou talvez prestei, mas quando meu nome saiu de seus lábios, eu esqueci.

Bella.

Ele sabia meu nome.

Edward Cullen, de alguma forma irracional e sem o mínimo sentido, sabia meu nome.

Ele sorriu ainda mais para mim e acariciou minha bochecha. A pele de sua mão era quente e macia, exatamente da forma que uma garota sonha.

"Porque não vamos até meu quarto? Eu posso te emprestar algumas roupas."

Eu assenti, totalmente embriagada pelo calor do momento. Ele agarrou minha mão e me guiou até o andar superior, passando por uma série de corredores até entrarmos em um quarto grande e muitíssimo bem decorado.

"Então... Esse é o quarto do famoso Edward Cullen."

Ele levantou as sobrancelhas surpreso.

"Famoso?"

Eu dei de ombros.

"Você sabe que é."

Ele girou o corpo e, de repente, eu estava pressionada contra ele. Meu baixo ventre formigou e eu engoli em seco, enquanto o cheiro bom que emanava dele me atingia em cheio.

"Bella..."

Eu fiz um barulho estranho com a garganta em consentimento. Me arrependi na mesma hora, mas ele não pareceu se importar.

Um segundo depois senti suas mãos percorrerem minhas costas. Seu toque era forte e urgente, como se fossemos amantes que acabaram de se reencontrar.

Antes que eu pudesse perceber, seus lábios cobriram os meus.

Perfeitamente.

E então, naturalmente, eu não me senti mais tão sufocada.

Inexplicavelmente, eu me senti sintonizada com Edward Cullen. De alguma forma estranha demais para os meus padrões, eu me senti bem aonde estava.

Eu estava gostando da sensação que as mãos dele faziam contra minha pele. Talvez tenha sido por isso que eu não me importei quando ele puxou meu vestido, fazendo-o cair aos meus pés, ou quando eu afastei sua blusa e espalmei minhas mãos no tórax duro dele. Sua pele não era como a minha, oleosa e esquisita. Era sedosa e tinha uma linda coloração. Eu fiquei um longo tempo o admirando.

"Porque você não me deixa te admirar um pouco também?" – Ele disse enquanto levantava meu queixo. Eu sorri, sem me sentir envergonhada. Ele puxou meu rosto e nos beijamos de olhos entreabertos, um sentindo todas as emoções se confrontarem nos olhos do outro. Antes que eu pudesse dizer algo, nós estávamos deitados em sua cama. Antes que eu pudesse sequer entender o que estava realmente acontecendo, eu senti Edward entrando dentro de mim.

Fundo e dolorosamente.

Eu não chorei. Ele me beijou durante o processo. Em uma determinada hora, eu não sentia mais dor.

Eu escutei o gemido rouco dele por cima de mim e meu peito estremeceu.

Mas então, com um último beijo, tudo terminou.

Ele rolou para o lado e me puxou de encontro ao seu peito. Eu enterrei meu rosto ali e me senti bem daquela forma.

E então eu dormi.

Quando eu acordei, Edward não estava mais ali. Quem estava era Alice, me cutucando e rindo de mim.

"Você está mesmo com uma camiseta do Edward?" – Ela perguntou sorridente. Eu sentei e olhei para a blusa de botões que eu vestia.

Eu me lembrava de estar nua quando cai no sono.

"E-Eu... Acho que sim..."

Ela sorriu e abanou as mãos, me puxando para fora da cama.

"Anda, nós temos que ir."

Eu calcei meus sapatos e peguei meu vestido. Alice me rebocou até o carro e eu não vi Edward. Quando eu cheguei na minha casa, ela se despediu e eu entrei, me sentindo estranhamente bem.

Naquela noite, eu sonhei com ele.

Nota da Autora

Aqui estou eu, com mais uma fic!

É, eu sei.

Mas eu juro que essa é legal... Então, por favor, reviews!

Ps: Se alguém reparou, depois de meses, resolvi eu mesma betar esse capitulo. Estava completamente sem sentido, mas agora ficou melhor. Beijo!