Título: Bálsamo
Sinopse:
Quando James decide alternativizar o uso de Amortentia.


James e Sirius chegaram ao Salão Principal. Ambos cochichando freneticamente entre si. James apontou para uma das cabeças na mesa da Grifinória. Uma cabeça loiro-acastanhada, que no momento estava afundada em um livro – que provavelmente possuía mais páginas do que qualquer coisa que James e Sirius já tivessem lido na vida juntos.

– Certo, você sabe o que fazer – James murmurou, parecendo se divertir profundamente com a ideia, a um Sirius relutante.

Sirius reconhecia que aquela era, de longe, a ideia mais engenhosa de James. E embora lhe desse um frio desagradável na boca do estômago colocá-la em prática, ele não recuou. Aproximou-se da mesa e ambos postaram-se um de cada lado de Remus, que só ergueu a cabeça quando ouviu a discussão que se desenrolava.

– Eu vou matar você, Prongs!

– Realmente vai, se chegar mais perto de mim! – James rebateu, e Sirius ergueu as sobrancelhas diante de sua naturalidade. Ele cobriu o rosto com a barra das vestes teatralmente.

– Do que é que vocês dois estão falando? – Remus ergueu as sobrancelhas desconfiadas, fechando o livro devagar.

– Esse animal explodiu uma bomba de bosta no dormitório. Eu estava lá, e não dava tempo de tomar banho direito antes da primeira aula – Sirius desviou o olhar até James, que obviamente estava lutando para segurar o riso.

– Prongs, eu não confisquei suas bombas de bosta ainda na semana passada? – Remus agora parecia confuso, e olhava de um para o outro como se quisesse descobrir o que eles estavam tramando – porque James e Sirius estavam sempre tramando alguma coisa.

– Então esse gênio resolveu descer até aqui, com esse cheiro horroroso, e matar a todos nós intoxicados. Como diabos você está conseguindo ficar perto dele? – James franziu o cenho e apertou o nariz de forma excepcionalmente convincente.

Por um momento, Sirius quase se convenceu de que estivesse realmente cheirando mal.

– Mas... Do que é que você está falando? – ele inclinou o rosto até Sirius, que quase desfaleceu ao sentir que Remus fazia isso para cheirá-lo – ele está com o mesmo cheiro de sempre.

Um silêncio se abateu entre os três, no qual Sirius deixou o queixo cair. James finalmente gargalhou e passou a mão em uma tortinha de abóbora antes de se levantar.

– Agora é com você, Padfoot.

E saiu, deixando um embasbacado Sirius Black e um receoso Remus Lupin para trás. Ele meteu a mão no interior das vestes e tirou um frasco de cristal vazio. Talvez tivesse exagerado ao virar o frasco inteiro de Amortentia no animago. Quer dizer, fora perturbador sentir o cheiro de Lily em Sirius. Mas se para Remus nada mudara, isso queria dizer que seu plano dera certo. Remus Lupin sentira o mesmo cheiro que sentia sempre em Sirius. Não havia diferença, para ele, entre a essência de Black e o aroma da Amortentia.

Oh, sim. Remus Lupin amava Sirius Black.


NA: Como eu amo James Potter. Obrigada a quem leu.