Her Shy Smile


Ele não saberia dizer qual foi a primeira vez que a viu, mas deve ter começado quando ela entrou na frente de Potter no segundo ano. Aquele olhar cheio de fogo e irritação, aquilo intrigou Draco e eles eram apenas crianças ainda, pensava de vez em quando sobre aquela Weasley intrometida. Ainda riu um pouco no episódio da carta e da poesia enviada naquele segundo ano, mas depois esqueceu.

Esqueceu até o Baile de Inverno e ela estava lá com Longbottom. Draco riu. Era ridículo, mas ela nem mesmo tinha idade para ir ao Baile e foi então que alguma coisa capturou sua atenção. Uma coisa bem disfarçada entre todas as pessoas, aquele sorriso tímido que ela deu quando começou a dançar com Longbottom.

Draco tentou não prestar atenção, mas era interessante demais para não olhar. O sorriso tímido, o jeito que as bochechas formavam pequenas covinhas e então ela baixava os olhos envergonhada. Ele nem sabia por que ela ficaria envergonhada, mas era difícil desviar os olhos e naquela luz ele até achou que ela fosse bonita, um pouco pelo menos.

Nos dias seguintes, ela parecia surgir na frente de Draco de todas as formas possíveis com aquele sorriso tímido, com aquele cabelo vermelho demais sendo colocado atrás da orelha e nas semanas seguintes ela ainda aparecia em todo lugar e Draco começou a poder descrever com perfeição cada traço daquele sorriso e de todos os outros, mas especialmente aquele sorriso cheio de timidez e um pouco de medo, quando ela não olhava nos olhos das pessoas por muito tempo e aquelas covinhas surgiam nas bochechas dela.

E era aquele sorriso a cada dia que se passava, mesmo quando ela deixou de ser tão tímida, ainda era aquele sorriso quando estava sem graça, o sorriso que Draco perseguia, e que ele via apenas nela. Um sorriso só dela mesmo.

Aquele sorriso que se manteve com os anos e por todo o tempo. E aquele sorriso que um dia, depois de tudo ela sorriu para ele e enquanto conversavam pela primeira vez, ele o via ali, em todos os movimentos dela, nos momentos dela. E era um daqueles sorrisos tímidos tão bonitos que ele viu logo após o primeiro beijo e então era como se o mundo pudesse ser mais bonito de novo e pudesse esquecer.

E os dedos entrelaçados, os olhares fixos e então apenas momentos onde a respiração dela no peito dele importava e as carícias e tudo era delicadeza, a delicadeza dela. E todos os gestos dela e os sorrisos mais uma vez. E as pessoas comentavam, as pessoas estavam se metendo demais, mas eles não se importavam, ele não se importava com o que diziam, com o que pensavam.

E com o tempo, com a mesma delicadeza que Ginny veio, Ginny se foi. E isso foi como o inferno para Draco, como dor e tristeza e saudade e orgulho demais para não admitir que era isso que sentia. E as coisas se tornavam apenas observação de cada momento dela.
Imaginava que ela voltaria e se repreendia por tais pensamentos, imagina onde ela estava e tentava descobrir tudo que acontecia com ela. Cada passo, todos os dias, tudo que fazia e depois sentia raiva de si e depois apenas se deitava e passava cada vez mais tempo deitado e mais tempo imaginando.

E Pansy o visitava algumas vezes, queria que ele fosse forte, que se levantasse, que tomasse vergonha, aquele não era Draco Malfoy, ela dizia, mas Draco não se importava com ela e era difícil dizer que se importasse com outras coisas. Era difícil dizer que estava se importando sequer. Queria apenas oberservar o sorriso tímido dela que ela dava algumas vezes.