Numa manhã de outono a família Holmes se preparava para mais um dia de trabalho. Hamish Holmes, o filho caçula de Sherlock e Molly Holmes, terminava seu café da manhã tentando não sujar o uniforme. Sua mãe veio do quarto para o apressar.
-Vamos Hammy!
-Tô indo mãe! – o menino disse exasperado.
-Andou estudando anatomia de anfíbios de novo ou ficou falando com a Ray – sua irmã mais velha Emily deduziu.
-Não, foram ambos – Sherlock conseguiu dizer com mais clareza.
-Sabia que às vezes odeio vocês por causa dessa habilidade? – o menino de 10 anos revirou os olhos – Estou pronto mãe, vamos!
-Tenha paciência meu querido – Molly sorriu compreensiva – Tchau meus amores, tenham um bom dia,
-Bom dia Molly – Sherlock a beijou rapidamente se despedindo.
-Tchau mãe – Emily acenou.
Então Hamish e Molly saíram para a escola e o trabalho enquanto Sherlock e Emily esperavam novos clientes.
Emily tinha se tornado a ajudante de seu pai desde os 17 anos, substituindo o lugar que já fora de sua mãe e anterior a ela, seu padrinho John Watson ou Winchester, como ele se chamava agora. A maluca aventura que eles tinham passado e todo o tempo que ela passou com a Doutora a fizeram enxergar o mundo de outra forma, como se ela descobrisse um mundo que sempre esteve escondido dentro do nosso e esse novo mundo também tinha sua própria lógica, o que Emily fez questão de entender e principalmente acreditar. Portanto, ela tentava equilibrar as duas lógicas.
-No que está pensando? – seu pai perguntou depois de observa-la tão pensativa.
-Não saberia dizer? – Emily sorriu.
-Eu sou um detetive e não um telepata menina – ele sorriu de volta.
-Até que você me lembra o Prof. Xavier pai! – ela riu – você é tão sábio quanto ele, tem sorte de seu cabelo ser só branco e não ter caído.
-Você e sua obsessão com personagens fictícios – Sherlock balançou a cabeça fazendo seus cachos quase grisalhos se mexerem.
A conversa foi interrompida pela sra. Hudson, que estava acompanhada com um rapaz ruivo, alto, vestindo suéter e calça social, seus sapatos pretos estavam bem limpos. Ele parecia nervoso e apreensivo, tendo um pouco de medo de olhar para os donos da casa.
-Sherlock, Emily, cliente! – disse a sra. Hudson alegremente – fique à vontade querido.
Ela sorriu e o rapaz entrou timidamente na sala do 221b, limpando a garganta.
-Bom dia sr. Holmes, srta. Holmes – ele disse – meu nome é Nick Blackstorn e eu trabalho no laboratório experimental Overhart em Stratford, eu sou um químico e...
-Por que não se senta? – Emily sugeriu se levantando da poltrona de John e Nick sentou com um quieto "obrigado".
-Como ia dizendo – Nick continuou – eu sou um dos químicos de uma equipe do laboratório que estava desenvolvendo uma nova fórmula, que serviria para a recuperação de veteranos de guerra, temos trabalhado nela durante 3 anos, mas algo terrível aconteceu. Eu fui o último a deixar nosso laboratório na última quinta, fiz tudo que faço pra trancar tudo, guardando nossos cálculos e nossa fórmula que ainda não estava pronto. Eu saí depois disso e então no dia seguinte não havia sinal nenhum de que alguém tinha entrado ali e a fórmula foi roubada.
-Interessante – disse Sherlock, monótono – prossiga sr. Blackstorn.
-Nem eu nem meus colegas de equipe foram incriminados – disse Nick – mas não se sabe quem ou o que roubou ou o motivo do roubo. Logo chamaram a policia, mas um caso desses, achei melhor pedir sua ajuda, fiquei sabendo de alguns de seus casos resolvidos.
-Ah muito bem – Sherlock se levantou – aceito o caso, me encontro com você no laboratório Overhart, amanhã de manhã.
-Então aceita o caso sr. Holmes – Nick pareceu mais animado.
-É óbvio que sim – Emily revirou os olhos.
-Muito obrigado sr. Holmes – o jovem ficou em dúvida se apertava ou não a mão do detetive – É um prazer contar com sua ajuda.
-O prazer é meu – disse Sherlock mostrando a saída – até logo.
-Até – Nick foi saindo – tchau srta. Holmes.
-Tchau – Emily acenou.
Então pessoal. Essa história se passa depois dos acontecimentos de Segredos entre as Dimensões e se passam no mesmo universo.
