História Universo Naruto.
Essa história faz parte da Coletânea Renascimento.
História feita para o aniversário de Itachi Uchiha - 9 de junho.
Falta
Eu ainda sinto falta.
Mesmo depois de todos esses anos eu sinto falta dele, Sakura. E hoje é mais um daqueles dias em que minha mente prega peças das quais sempre saio mais destruído. Fazem quase dois anos que te deixei no portão da vila em busca de minha redenção como homem, filho, irmão e shinobi, porém as memórias que compartilhei com ele durante a guerra estão cada vez mais cristalinas em meu consciente, talvez elas nunca se apaguem...
Minha insônia aquilatou ao longo desse período, mas já faz três semanas que não consigo o sono sereno e profundo, como aqueles que tive durante minha prisão em Konoha, que alcancei com ajuda de suas ervas, mesmo que eu sempre tenha negado toma-las em sua frente. Os pesadelos estão mais constantes, vivos, quase como se fossem um genjutsu infinito.
O massacre do clã, a morte dele e tudo o que o levou até se desfarelar diante de meus olhos. Estou rememorando cada misero detalhe. Nossa última batalha ainda queima em minha memória como o sol do deserto em que estou, não aquela que o ceifou a existência, mas aquela que juntos conseguimos derrotar Kabuto.
Aquele era o meu onii-san. O que sempre admirei, que desejava superar e o deixar orgulhoso com meu crescimento como ninja e não aquele que fui obrigado a odiar e a desejar enlouquecidamente sua morte, devido a todas as circunstancias daquela época. Quando fecho os olhos consigo senti-lo tocando em minha testa e dizendo "Não importa o que você decida fazer a partir de agora... eu sempre vou te amar."
Hoje ele faria 24 anos e por isso tudo se reacendeu mais uma vez. Não mentirei a você que gostaria de estar em casa, diante do monumento, mas ainda não é o momento e nem o que ele iria desejar. Sei que talvez você esteja a caminho do antigo distrito, depois de ter escolhido os melhores narcisos na Floricultura Yamanaka e tudo o que posso te dizer é... Obrigado!
...
– A senhora não vai me deixar ler essa também, não é mama?
– Fale baixo, Sarada, por favor. – a mais velha ralhou com a pequena que estava espreitando a porta.
– O papa nem está em casa, mama. – a jovem emburrada aprumava o óculos.
– Mas pode chegar a qualquer minuto e ele tem uma audição maravilhosa. – brincou enquanto retornava a caixa para o local que tinha retirado.
– A senhora já vai guardar? – incrédula. – Eu sabia que não me deixaria ver novamente!
– Quem sabe numa próxima vez, Sarada. – tocando a testa da menor que por instinto levou as mãos até o local. – Vamos, temos que passar na Ino antes de irmos cantar parabéns para o seu tio.
– Eu queria que o oji-san Itachi estivesse vivo...
– Não é só você, querida. Mas, podemos deixar esse dia um pouco melhor para ele e para o seu outo-san, só depende de nós...
...
