Ela não tinha expectativas para aquela festa, apenas faria com que o Chefe Pope visse seu rosto e, sem que ninguém percebesse, ela cairia fora de volta para seu apartamento de onde sequer deveria ter saído.
Na manhã anterior, quando estava no escritório onde também foi forçada a ficar, Pope aproximou-se trazendo um papel nas mãos e como se não fosse grande coisa lhe entregou, era um convite, ele comemoraria mais um ano com a equipe e também seu aniversário, exigiu sua presença e ela inicialmente relutou a aceitar mas a insistência de Pope e seu discurso que ressalta o fato de que o comandante superior da FI.D estaria lá foram suficientes para convencê-la.
Todos sentiram-se terrivelmente intimidados quando viram as portas do elevador se abriram revelando a capitã Raydor trajando vermelho com um olhar frio que dizia nitidamente que ela não desejava está ali. Enquanto o time dividia-se em pequenos grupos para conversar, ela afastou-se, sentada a uma grande distância ela viu rapidamente o tenente Provenza aproximando-se de Buzz e Mike com um copo vermelho nas mãos. Logo depois ela conseguiu visualizar a Chefe Brenda e seu marido, eles pareciam animados conversando sobre alguma coisa que fez Fritz gargalhar. Pope e o chefe de Sharon, Will Lewis estavam entretidos em uma conversa que obviamente era sobre o trabalho, coisas que eles deveriam fazer para a criminalidade diminuir em Los Angeles, não passavam de planos jogados ao vento durante uma festa que no dia seguinte com ressaca nenhum dos dois iam se lembrar. Viu também a última pessoa que gostaria de ver, Andy Flynn, ele estava no meio da conversa entre Provenza, Júlio, Mike, Gabriel e Buzz, o tenente Flynn era o único que não bebia nada alcoólico naquele meio.
Sim, realmente ela estava sozinha, talvez devesse não ter saído de casa, nem sob as intimações de Pope. Nenhum deles costumavam falar com ela, ninguém no prédio inteiro. Eles preferiam negar que ela estava ali e fingir que ela não existia, mas ela gostava, preferia assim também. Nos primeiros anos na F.I.D as pessoas eram muito próximas a ela, tinha amigas, mas quando os anos se passaram e ela precisou tornar-se uma profissional melhor, os amigos foram afastando-se, mas ela nunca precisou realmente deles. Estava bem sozinha.
Levou um pouco mais do vinho até os lábios bem delineados pelo batom vermelho. A única coisa que ela sempre gostou de beber era vinho, principalmente as sextas a noite quando se via dentro de casa vestida com roupa de dormir e uma enorme papelada sobre a mesa que precisava de sua atenção. Então ela costumava pegar um pouco de vinho e beber aos poucos enquanto trabalha. Seu marido costumava brincar que aquilo era quase depressivo. Mas quem era ele para falar? O homem que afogava seus fracassos na bebida e jogos de azar em Las Vegas.
Como se as coisas não pudessem piorar, além de estar ali contra a vontade ela ainda viu quando o Tenente Flynn aproximou-se, ele felizmente não dirigiu-se até ela mas até a mesa de petiscos. Ele ignorou completamente a capitã que estava sentada não parecendo nem um pouco feliz de estar ali naquela festividade que todos os anos aconteciam, esse era o primeiro dela e nem mesmo tentava disfarçar que não queria estar ali.
Ele a ignorou, serviu-se e saiu. Foi apenas uma vez que ele tentou ter uma conversa civilizada com ela acabaram discutindo ao ponto de serem ameaçados por Pope, para convencê-los a parar de discutir o chefe precisou dizer que iria suspender ambos por tempo indeterminado, mas não foi por isso que eles pararam de discutir em silêncio, pelos corredores quando esbarravam ou trocavam olhares cheios de raiva. Quando voltou a pequena roda de amigos o assunto já não era mais o mesmo, o assunto agora era exatamente o que ele estava buscando não tocar.
"Vocês estão vendo o semblante dela?" Júlio perguntou antes de direcionar o olhar para a capitã e logo tratou de desviar. Ela estava com os braços cruzados e a cada cinco minutos conferia a hora no relógio, todos foram informados que a festa terminaria a meia noite e então poderiam ir finalmente para suas casas, era pouco mais de onze horas, ela teria que ficar ali mais cinquenta minutos.
"Soube que o chefe Pope a forçou a vir." Mike murmurou como se confessasse o mais perigoso dos segredos.
"Eu também ouvi isso." Buzz disse, algumas pessoas começavam a comentar pelos corredores que pela primeira vez na vida a capitã Raydor está seguindo ordens do Chefe Pope sem lutar contra elas.
O assunto foi rapidamente mudado para que o silêncio não se instalasse. Os minutos pareciam passar sem que ninguém percebesse, exceto para a capitã ainda sem sentada sem qualquer animação via os minutos passarem tortuosamente como se os ponteiros do relógio quisessem lhe punir.
Quando a hora parou de brigar com o tempo Sharon viu que estava livre para ir para casa. A ideia de despedir-se foi repensada quando ela lembrou que talvez Pope pedisse para que ela ficasse apenas mais um pouco, o álcool subia lentamente na cabeça do chefe e isso o fazia ficar mais falante. Todos ali estavam um pouco bêbado, exceto por ela e pelo tenente Flynn, ela precisava dirigir de volta para casa e mesmo em outras situações ela jamais ficaria bêbada na frente da equipe inteira. Entrou no elevador e só parou quando chegou a garagem do departamento, seus saltos ecoavam pelo chão de concreto, ligou rapidamente o carro e dirigiu-se para fora da garagem. A noite estava fria mesmo não estando necessariamente na temporada de frio.
Enquanto a capitã dirigia de volta para sua casa, Pope despedia-se de seus convidados. Mesmo estando embriagado o chefe deu-se conta de que havia esquecido algo, havia um relatório que teria que entregar a capitã Raydor e ela teria que trazê-lo assinado no dia seguinte. Seus olhos azuis varreram a sala de assassinato com rapidez e não a encontrando em lugar nenhum, era típico da Raydor desaparecer no meio das festas sem que ninguém desse conta. Ele precisaria do papel pela manhã, o que faria? Poderia ligar para ela, pedindo-lhe para voltar mas ela ignoraria todas suas chamadas. Poderia dirigir até lá mas estava embriagado o suficiente e precisava chegar em casa antes de desabar de cansaço em qualquer lugar pelo escritório, ligaria para um táxi. Todos estavam bêbados, exceto por um dos tenentes, Flynn. Ele era o único sóbrio.
"Flynn" Pope gritou para o tenente que estava do outro lado da sala tentando convencer Provenza a se levantar, Júlio havia se oferecido para levar o tenente mais velho para casa mas ele parecia se negar a sair dali.
Flynn caminhou até o chefe, Pope estava segurando algumas folhas nas mãos e com um estranho ar de alegria que somente a bebida lhe proporciona.
"Em que posso ajudar, chefe?"
"Tenente eu tenho um dever de guerreiro para você. Preciso que vá a casa da capitã Raydor e entregue esses papéis a ela."
"Mas ela estava aqui agora pouco" virou a cabeça buscando a capitã, ela não se encontrava em lugar nenhum "Chefe, não pode entregar isso amanhã quando ela chegar?"
Não. É uma ordem, em vez disso, mas ainda assim é uma ordem. Papa apenas deu um longo antes de sair para ir com os demais.
Ir até a casa da capitã Raydor? Eram raras as pessoas que se atreviam a aparecer na casa dela, duas a três pessoas no tempo e não na cultura dos bons. Mas ele sabia o que fazer, jogar os papéis e talvez correr. Quando você dirige o seu carro e dirige-se para a cidade para chegar ao apartamento da casa, ele não pode entrar em uma casa e fazer a mudança para casa, mas ele deve ser considerado como um pedido de amizade. The name of papers and their guiou-se by the evening to the extender building, the classic the facade and the tallaway?
A segurança do elevador estava funcionando de forma deseixada na cadeira de apoio e não se movia quando lentamente o tenente entrou no elevador. Quando o elevador parou no penúltimo andar, ele voltou para o papel em suas mãos com o número do apartamento da sala, conferindo-lhe um número cada vez maior quando era o número do apartamento dela. Encarou a porta de madeira e respirou mais fundo antes de fechar o punho na porta, duas batidas consecutivas e depois parou de jogar a mão na traseira do corpo. Ele ouviu um comentário da porta e alguém virou uma maçaneta abrindo em seguida com rapidez, de todas as pessoas uma última que ela esperou ali era o tenente Flynn. Ela estava ainda com a roupa de alguns minutos atrás,
"O que você está fazendo aqui?" Ela perguntou antes que ele pudesse falar qualquer coisa. Olhando para as mãos dele ela viu que tinha alguns papéis.
"O chefe Pope pediu para que eu lhe trouxesse isso hoje." Estendeu os papéis e Sharon os pegou.
"Por favor, tenente, entre."
"Obrigado, capitã, mas eu preciso ir."
"Eu não estou sendo delicada ao pedir que entre, eu apenas quero que você entre porque se for realmente o que estou pensando, você levará esses papeis de volta."
Ela segurou a porta esperando que ele entrasse, Andy contra a própria vontade adentrou o apartamento. Era enorme e tinha em cada ponto alguma coisa que lembrava ela. Sharon silenciosamente fechou a porta enquanto Andy continuava parado com as mãos nos bolsos. Sharon apenas passou os olhos rapidamente pelas letras, virou-se novamente para o tenente que sentia-se a cada segundo mais desconfortável e estendeu a folha de volta balançando a cabeça em sinal de negativa a aquilo que o Pope lhe pedia.
"Diga ao seu chefe que eu não vou desistir nem adiar minhas investigações, muito menos passar esse caso para as mãos de outra pessoa como ele me pede." Mesmo estendendo o papel para ele, Andy negava-se a pegar, Pope não ficaria nem um pouco feliz com a negativa, mesmo que Andy não soubesse do que se trava ele sabia como seu chefe odiava ouvir Nãos.
"Capitã ele disse que você só deve assinar, não é para questionar."
"Eu não vou a empregada dele e não vou passar esse caso para outras mãos."
"Me desculpa perguntar, mas de qual caso está falando?"
"David Parker." O nome era suficiente.
David Parker, ela estava no pé dele há quase um mês. David estava bêbado com sua arma quando perseguiu um jovem que também estava armado, o policial atirou cinco vezes contra o garoto, a sua insistência em investigar David fez com que Pope insistisse que ela se afastasse do caso, alegando que ela não conseguiria muito com aquilo.
"David estava tentando se defender, o garoto apontou a arma para ele."
"Segundo ele disse, mas ninguém sabe o que realmente aconteceu naquela rua, eu não vou me afastar do caso, não vou entregá-lo a outra pessoa."
"Por que você é tão complicada? É só assinar esse maldito papel e nós todos ficamos felizes."
"Você realmente não acredita na história de David Parker, acredita?"
"Ninguém vai parar de investigar apenas vão passar o caso para outras mãos, você está enlouquecendo o homem."
"Eu não me importo." Silabou lentamente.
"Você é tão..." Rosnou com raiva. Pope não ficaria nem um pouco feliz com seu pedido negado.
"Eu já disse que não vou aceitar esse pedido."
"Impossível conversar com você, sabia?" A vontade gritar estava presa em sua garganta, era tão difícil assinar o maldito papel?
"Agora, saia!" Apontou para a porta.
"Eu não vou entregar isso ao Pope, você negou, você entrega." Jogou de volta o papel e ela pegou antes que caísse no chão.
"Faça seu trabalho e não seja infantil." Ela reclamou. Na visão dele ela estava agindo de forma infantil e na percepção dela ele quem estava sendo infantil.
"Ceda uma vez na sua vida." Essa era uma as partes que ela mais odiava nessa, Sharon nunca cedia a nada, não importa a situação e aquilo o irritava.
"Eu não vou assinar e você não vai conseguir fazer com que eu assine."
"Pope não vai ficar nenhum pouco feliz, o advogado de David Parker quer você fora desse maldito caso porque você simplesmente é terrivelmente hostil com o cliente dele. O cara estava apontando uma arma para ele."
"Parker estava bêbado, nem sequer deveria estar com aquela arma naquele momento. Um tiro, tenente, um, isso serio suficiente para fazer com que Jason Mulder soltasse aquela arma, mas ele disparou cinco tiros no peito dele."
"Para mim chega. Você quem se resolva com Pope."
Ela aproximou-se rapidamente em passos largos e o fez segurar o papel, ela não cederia e ele queria que ela cedesse, em outro caso com outra pessoa ele aceitaria, mas não cederia para aquela mulher, que olhando bem parecia ser o diabo encarnado, o verde dos olhos dela encaravam os seus olhos castanhos.
"Ele mandou você aqui então você entrega. Ou agora você tem medo do chefe, tenente?"
"Ou você tem medo dele, capitã?"
Ela ia avançar mais uma vez contra ele e apontou o dedo no rosto dele, Andy segurou o braço dela abaixando sua mão. Eles não costumavam se encostar enquanto discutiam, as brigas eram de perto mas sem qualquer contato para evitar uma suspensão. Mas desta vez ele segurou o braço dele. Os olhos brilharam de raiva e sem que se desse conta eles estavam beijando-se, não havia paixão no beijo, havia raiva de duas pessoas que brigavam silenciosamente.
Ambos os corpos se moviam em sincronia para o corredor sem deixar os lábios se afastaram. Como uma vez dentro de um quarto, ela deixa uma marca eterna em ambos. Sem qualquer paixão e com apenas a vontade de envolver-se em cada ato. Eles se odiavam e aquilo os incentivava. De todas as coisas do mundo, a última coisa que Andy esperava era um dia de passar a noite com a cabeça da FID, uma mulher que alegava mais desprezar.
