Título: O Hotel
Autoras: Ivana, Dany Ceres, Paula Lírio e Tachel.
Classificação: Comédia, Romance, PG-13.
Disclaimers: Essa estória é baseada em situações e personagens criados e possuídos por J. K. Rowling e vários meios de publicação e distribuição que incluem, mas não se limitam a, Bloomsbury Books, Scholastic Books, Raincoast Books, Rocco Editora e Warner Brothers Inc. Essa narração não foi criada com intuito de lucro ou de infringir quaisquer leis de direitos autorais ou de marca patenteada que possam estar ligados a essas empresas ou de insultar os atores que deram vida aos personagens.
Avisos: Universo Alternativo.
Desafios: 84 (novos)
PRÓLOGO
Convite
Fred e George convidam seus grandes amigos e acompanhantes para o teste de atendimento de seu mais novo estabelecimento: O Duplo Sentido – o melhor lugar para passar aquela noite inesquecível com seu companheiro!
O Duplo Sentido traz quartos únicos que despertarão o velho fogo e atendimento diferenciado com recepções duplas para reviver o ar de mistério! Veja alguns dos quartos que oferecemos:
• Bom de fôlego? Experimente nosso quarto Mergulho Caliente! Metade do quarto é submerso em água morna e aromatizada!
• Sentindo-se paradisíaco? Oferecemos o quarto Sex on The Beach completo com areia de praia espalhada pelo chão, sons do oceano e maresia! • Volte a ser criança com os brinquedos e mais brinquedos dos mais variados tipos que completam o quarto "Wanna play?"! • Tara por hipogrifos? Experimente nosso "Caverna do Amor "...
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– Ora, faça-me o favor! Está sendo mais difícil do que nunca. – dizia Harry.
Severus Snape virou mais uma página do jornal e bebeu um pouco de seu chá, mas manteve-se em silêncio. Harry sabia que ele fazia isso de propósito para deixá-lo ainda mais irritado, mas saber disso não fazia com que não funcionasse.
– Sei que não é fã dos Weasleys, mas achei que já havia percebido que eu gosto deles. Nós vamos ajudá-los. Já prometi que iríamos ajudar.
Isso aparentemente chamou a atenção de Severus, que levantou os olhos para Harry e levantou uma de suas sobrancelhas.
– Não me olhe assim! Eles imploraram por ajuda e você mesmo admitiu uma vez que eles eram engenhosos.
– O que não significa que assinei um contrato dizendo que gostaria de me envolver em um de seus projetos. – disse o homem mais velho, voltando a ler seu jornal. – Diga a eles que estaremos ocupados ou qualquer outra desculpa.
– Mas eu quero ir. Acho que seria bom para o nosso relacionamento, Severus.
– Estava sobre a impressão... – Virando mais uma vez a página –... de que não tínhamos problemas no nosso relacionamento. – Novo gole na xícara de chá. – Seus gritos ontem pela manhã me pareceram bem sinceros.
– Não temos problemas. – Harry disse se virando em direção à porta, tentando esconder seu rosto corado. – Queria manter as coisas assim... por favor, Severus.
– Não vejo necessidade. – disse Snape depois de fechar o jornal e beber mais um gole de seu chá.
– Mas que droga, Severus! É só um favor pros gêmeos!
– Ah... agora compreendo. Uma celebridade em uma inauguração fechada... Uma boa estratégia. Entendo porque fizeram sucesso.
– Então nós vamos, certo? – disse Harry, nem ao menos tentando desmentir a afirmação.
– Tudo bem, se insiste.
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– Moony, seria divertido!
– Divertido dormir num quarto cheio de água? – Remus perguntou, incrédulo.
– É, talvez não nesse, mas seria interessante nos encontrar longe de antigos membros da Ordem, longe do retrato gritante da minha mãe, sabe... só nós dois!
– Você sabe que os gêmeos significam confusão, Sirius. Não sei se é uma boa idéia.
– Você está ficando velho, Moony, meu amigo... Onde está o Maroto que conheci?
– Não seja uma bicha dramática, Padfoot.
– Moony! Eu não sou dramático! – disse, indignado. – Bicha sim, dramático não.
Remus suspirou pesadamente e balançou a cabeça.
– O que faríamos num motel que não fazemos normalmente?
Sirius se aproximou e lhe deu um beijo nos lábios.
– Bem... – disse Sirius pensativo, o abraçando e beijando seu pescoço. – Tenho certeza que poderemos pensar em algo até lá.
– Hmm... talvez eu precise de convencimento, afinal de contas.
– Tudo bem. Eu tenho muito tempo para te convencer, Remus. – Sirius lhe deu outro beijo nos lábios, dessa vez com mais calor. - E não vai se arrepender.
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– Não acredito naqueles dois! – Ron esbravejava.
– O que foi dessa vez? Viu Severus e Potter se agarrando no corredor de novo? – perguntou Draco, se levantando do sofá e caminhando até seu namorado.
– Quem? Não, não precisava de mais isso também. Harry não esteve aqui com o Snape, só veio me entregar uma coisa.
– Então... quem são os "dois" em quem você não acredita?
– George e Fred!
– Que tem seus irmãos?
– Eu te digo o que tem. – falava entre dentes, andando de um lado para o outro. – Abriram esse motel aqui nas redondezas.
Draco apanhou o convite dourado que Ron jogara para o alto e começou a rir baixinho depois de ler o que estava escrito.
– Seus irmãos são loucos, concordo, mas qual é o problema?
– Esse convite não é válido pra mim! Eles não me convidaram! – disse, amuado.
– ...
– Draco! Eles convidam Harry, convidam até a cobra maldita do Snape, mas não querem me convidar!
– ...
– Estou de saco cheio desse negócio de "família, família, negócios a parte"! Que vontade de estrangular aqueles dois!
Draco se sentou novamente no sofá.
– E lá vamos nós...
– Quero dizer, custava me darem alguns produtos novos da loja de logros?
Draco começou a bater os dedos no couro do sofá, acompanhando o ritmo com os pés, mas o desinteresse passou despercebido por Ron.
– Toda vez que apareço, eles fazem uma piadinha sem graça sobre abrir uma linha de crédito pra me ajudar a pagar...
– Oh, a angústia...
– Eles sempre foram injustos comigo. Não sei se você sabe, eles transformaram meu urso em uma aranha caranguejeira...
– Ron, - Draco interrompeu. - Era uma aranha de jardim, inofensiva.Devia estar com mais medo de você do que você dela.
– Eu era um bebê! Além disso, eles vivem rindo porque os Chudley Cannons não ganham nenhuma partida desde que virei goleiro...
– O que não deixa de ser verdade...
– E sempre que tenho que aparatar, eles... – mas não pôde continuar, Draco o interrompeu.
– Chega, Ron. Não agüento mais a choradeira. Eu pago uma merda de suíte pra você, mas pára de reclamar!
– Foda-se, Malfoy, não quero que pague nada pra mim, como se fosse uma garota!
– Mas reclamando como se fosse uma, nem teria visto diferença! E agora nós vamos! Fiquei curioso e ninguém deixa de convidar um Malfoy para um evento.
– Se você acha que pode decidir as coisas sem falar comigo antes, está totalmente enganado!
– Ron, era você quem queria ir, lembra?
– Era, mas...
– E era você quem estava gritando há alguns segundos, lembra?
– Sim, mas...
Draco colocou seus braços em volta de Ron e o beijou, arrancando-lhe um gemido baixo. Separou-se dele somente para dizer:
– Adoro discutir com você, Weasel, mas agora temos coisas mais importantes a fazer.
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Os letreiros do "Duplo Sentido" foram enfeitiçados para serem notados somente pelas pessoas certas, ou seja: as que já sabiam do lugar ou as que estavam em muita necessidade de um lugar parecido.
Fred viu quando Severus Snape chegou e logo notou que a figura do antigo Mestre ainda era impressionante e suas vestes ainda pareciam revoar às suas costas.
– Professor Snape. – um leve cumprimento de cabeça foi sua resposta. Fred pensou que Harry deveria ser muito bom de cama para convencer o austero mestre de poções a participar de qualquer coisa proposta por um Weasley. – Quer um quarto?
– Presumiria que sim, afinal, estou aqui, não estou? – Snape fez uma careta. – Onde está seu irmão?
– Na outra recepção – disse Fred. – A idéia de dividir a recepção foi minha, sabe? Achei que daria um toque a mais de mistério se os amantes somente se encontrassem dentro do quarto. – sorriu alegremente.
– Fascinante. – O tom era educado, mas Fred quase pode apostar que, se soubesse oclumência, veria os olhos do antigo professor se revirando em sua mente.
– Então, professor... – Fred então teve uma idéia genial. Uma idéia que lhe renderia muitas risadas. Isso se escapasse vivo, claro. –...Tenho o quarto perfeito para o senhor. - Disse entregando a chave de portal que, convenientemente, era um tubo de lubrificante.
Severus segurou o frasco e sumiu, deixando Fred Weasley rindo em cima do balcão.
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George estava entediado. Ninguém aparecia na sua metade da portaria e ele estava começando a achar que ninguém iria aparecer. Contudo, um homem com a cabeça repleta de cabelos negros revoltos, cabelos que ele reconheceria em qualquer lugar, sorriu para ele do outro lado do balcão.
– Sonhando acordado no trabalho, George? Será que devo contar para seu patrão?
– Harry! – cumprimentou cordialmente ao outro. – Como tem passado?
– Muito bem, obrigado. E a Sra. Weas... er... Molly?
– Bem, está bem. – George achava engraçado o fato de Harry chamar sua mãe de senhora, ainda mais porque ela pedira para ser chamada de Molly pelo garoto desde o fim da guerra. – Está interessado em um quarto?
– Sim, por favor.
George viu Harry sorrir e pensou que a cobra treinada não merecia aquele sorriso.
Contudo, pensou, ele parece feliz.
– Aqui está, Harry. – disse George sorrindo ao ver os olhos esbugalhados de Harry ao ver o que exatamente estava segurando.
– Espere... Mas pra qual quarto estou indo? – Depois de ver o olhar confuso de George, ele ficou ainda mais assustado. – George... vocês planejaram isso bem, não é?
– Claro, Harry! Eu e meu irmão estamos escolhendo os quartos que mais combinem com os ocupantes. Não se preocupe! Quando é que fizemos algo de errado?
– ...An? – Harry parecia muito preocupado quando a chave de portal o levou para longe dali. Será que George dissera algo errado?
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Draco observou George, distraído, ler uma revista e sorriu de lado. Isso seria divertido.
– Bom dia, Weasley.
– O que quer, Malfoy? – ele disse, um tanto rispidamente, levantando os olhos para encarar o ex-sonserino.
– Ora, ora, ora, isso não é jeito de falar com um cliente, Weasley. – disse sarcasticamente, balançando a cabeça. – O que aconteceu com "o cliente sempre tem razão"?
– Bem vindo ao Duplo Sentido, adeus. Cuidado com o degrau da saída. – disse voltando a olhar a revista.
Mas Draco não desistiria assim tão fácil. Riu para si mesmo e começou a fazer sua lista:
– Quero seu melhor quarto. O mais caro, o mais bonito. O mais confortável. O mais...
– Tá, entendi, cala a boca! – George o respondeu. Como Ron conseguia suportar aquele cara? Nem pela melhor bunda do mundo, George... – Espera, meu irmão também vem?
– Claro que vem, Weasley, por que acha que estou aqui?
George havia pensado em entregar a chave de portal para um dos piores quartos, mas teve piedade do irmãozinho e se conformou em somente aumentar muito a conta. Pegou a chave de um dos melhores quartos. Tampouco queria ter que lidar com o loiro num processo judicial.
– Aqui está, Malfoy. Espero que morra engasgado no champanhe gratuito.
– Imagine... Garanto que eu e seu irmão usaremos o champanhe de maneira espetacular.
O sorriso malicioso que Malfoy lançou foi a última coisa que George viu antes da Chave de Portal levar o loiro.
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Fred viu seu irmão entrando e não conseguiu se segurar:
– Não, maninho, nada de quarto de graça pra você.
– Cala a boca, Fred. – Ron dizia enquanto suas orelhas ficavam um pouco mais vermelhas. – Se não fosse pela insistência de Draco, pode ter certeza que eu não estaria aqui.
– Oh, o namorado... Que coisa mais romântica, Ron.
– Cala a boca.
– Ora, Ron, não fique chateado. – disse Fred sorrindo docemente. – Se quiser, nós dividimos a conta em três vezes sem juros...
Fred sentiu o perigo se aproximando quando o irmão tentou alcançar a varinha.
– Certo... – Apressadamente, Fred observou as prateleiras, retirando um dos frascos de lá e o jogando na direção do irmão. – Já que é um romance, vamos lhes trazer os bons tempos de volta! Tome sua chave de portal.Vamos, vamos! Não quer deixar seu amor esperando, quer?
Ron não teve tempo de ficar envergonhado com a natureza do objeto que apanhara no ar, ele já tinha sentido o puxão em seu umbigo que indicava que o encanto estava funcionando.
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George fazia listas mentais de como castrar loiretes oxigenados quando ouviu uma voz alegre dizendo:
– Maroto honorário!
– Sirius! – disse George, rindo. – Que alegria te ver! Não sabia se veria o velho casal por aqui...
– Por isso mesmo estamos aqui. – disse Siris, emburrado. – Quero mudar essa estória de "velho"...
– Veio ao lugar certo, então! – Disse George alegremente. – Quer que tipo de quarto?
– Surpreenda-me!
George fechou os olhos e apontou para uma prateleira. Pegou o primeiro frasco que sentiu nos dedos e o apresentou a Sirius.
– Então, segure esse frasco e boa aventura, Sr. Black! Brincar de cachorrinho num lugar novo pode ser divertido.
George só pode rir com a cara que o homem fez.
Aquele dia estava ficando cada vez melhor!
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– Hahaha... Bem vindo ao Duplo Sentido, Professor Lupin! Hahahaha!
– Está se sentindo bem, Fred?
Ele foi parando de rir aos poucos.
– Nada, só rindo do irmãozinho... Espera, quem disse que sou o Fred?
– Além do meu faro... – Remus esperou Fred revirar os olhos. – Li a plaqueta em cima do balcão.
– Er... Certo. Presumo que quer um quarto, acertei? – disse Fred, lembrando-se do único ano em que teve aulas com o homem e mostrando devido respeito.
– Está certo. Quero algo confortável, nada muito estranho.
– Ah, Remus, sinto muito, mas não posso fazer isso.
– Como?
– Já estive em sua casa, vocês têm conforto lá. Aqui nós proporcionamos novas experiências. Nada de marasmo pra você, professor.
– Sim, mas...
– Garantimos a sua satisfação ou terá todo o direito de reclamar depois, porque é contra nossos princípios devolver dinheiro.
– Certo. – riu Remus. – Tudo bem, qualquer um com algo além de confortável, então.
– Segure essa chave de portal, professor.
Continua...
