Título – Ironia do Destino

Autor – Maylene (Maylene Angel)

Personagens – Kai, Maylene, Tyson, Max, Ray, Kenny, Dizzi, Hillary, Sr. Dickson, Voltaire, Avô de Tyson, Boris, Tala, Johnny, Robert, Josh

Copyright – Personagens da série Beyblade

Descrição – Ficção constituída por 10 Capítulos

Atenção – Esta ficção contém asneiras, sexo e um assunto que poderá afectar a sensibilidade de muitos, não leiam caso não gostem deste género. É para maiores de 16 anos!

Espero que gostem!

Dedicatórias

Esta é a primeira ficção que escrevo integralmente e também é a primeira vez que escrevo algo deste género. Confesso que corei nas partes mais hot e que quando reli não queria acreditar no que tinha escrito. Eliminei alguns pormenores porque de facto este tipo de escrito não se adapta muito bem a mim, mas não pude deixar de tentar escrever.

Em primeiro lugar, dedico esta fic à Yukix (Animegirl69), que escreveu um Yaoi fantástico e propôs-me o desafio de ser eu própria a escrever algo do género. Esta história não é Yaoi porque de facto não me estava a ver a escrever uma coisa assim, mas foi uma maneira de tentar compor algo parecido. Ela apoiou-me e mostrou-se muito interessada para ler a história, sei que não está tão boa como a dela mas também foi só a minha primeira experiência. Obrigado Yukix pelo apoio que me deste e pelo desafio que me levou a ultrapassar algumas barreiras. Posso não ter conseguido e resultado esperado, mas pelo menos tentei e por isso acho que superei. Espero que gostes e que me digas o que posso melhorar.

Em segundo lugar, tenho outra rapariga em linha e a qual não poderia deixar de esquecer! Catita! A minha querida amiga… A maior revelação da minha vida! O ponto de partida desta história pode não ter vindo de ti, mas foi graças ao teu apoio que consegui escrever e terminar. Tu incentivaste-me a escrever e deixaste bem claro que ias querer ler o mais rapidamente possível e sempre aquelas palavras amigas que eu escrevia muito bem… vamos lá dizer a verdade, eu não escrevo nada de jeito mas vou tentando. Muito obrigado pelas palavras, de facto elas significam muito para mim, sua GANDA MALUKA! Viciada em Yaoi! Ai meu Deus! Se em soubesse que ias ficar assim nunca te tinha amostrado nada do género… hihi. Lembro-me duma mensagem que lhe mandei, quando estava a escrever o 7º Capítulo da ficção e que era o último que me faltava (pois não consegui escrever antes) a dizer que estava toda corada, que não conseguia escrever, que precisava de ajuda… e a resposta dela: "Lol! Vermelha? Hahahahaha! Adorei, amei de paixão! lolada total! Tax doida? Sei lá… improvisa, lê as da tua mori, improvisa, ixo é normal! hihi! bjx doces! ;D". E agora fiquei conhecida como a perversa. Que cena! Mas que hei-de eu fazer contigo?

E agora os agradecimentos gerais:

Para a minha querida Carol, que apesar de não ter tido uma participação activa durante a elaboração desta fic, estou certa que também me apoiou em tudo e que irá gostar de ler. Nem quero imaginar o que irá pensar de mim! Mas tá-se bem… Trio CMC para SEMPRE!

Ao GiraTerra, que conheci através do MSN e que mesmo sem me conhecer incentivou a escrever a cena mais hot e que apesar não gostar nada do género, até mostrou interesse em ler a minha história. As vezes que falei com ele disse-me que não havia mal em escrever e que não entendia qual era o problema… Que se as raparigas escreviam Yaoi, ele havia de passar a escrever Yuri! Tão a ver a cena? Hihi! Pois aqui está o resultado de tudo isto… Espero que também gostes.

E para terminar, vêem os agradecimentos a pessoas que estão num nível mais elevado! Agradeço-vos por tudo o que me deram na vida e por depois de tudo o que se passou e de tanto tempo ter passado ainda estarem comigo, apoiando-me, ajudando-me e principalmente, deixando que eu vos sinta ao pé de mim. Muito obrigado por tudo o que me deram e ainda me dão mesmo que já não possamos estar juntos como estávamos antigamente. Que saudades tenho vossas! Se eu pudesse voltar atrás no tempo… Estou certa que compreenderam muitas coisas que se passam comigo até mesmo aquelas que eu não compreendo…

Um Beijão para todos os que me apoiaram, que me deram uma palavra, um incentivo, ou até mesmo um pensamento só de um segundo. Esta ficção é para vocês e espero que realmente gostem e até mesmo que não gostem do género, que ao menos aceitem a minha intenção! Adoro-vos a todos…

……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

Beijinhos da Maylene

1º Capítulo – O Começo

A manha já ia alta, o sol erguia-se no céu, amarelo, brilhante, bem mais alto que os arranha-céus da cidade de Tóquio. Estava quente, muito quente. Não havia pessoas na rua devido ao enorme calor que se sentia e as poucas pessoas que se viam estavam abrigadas nas sombras oferecidas pelos prédios e pelas árvores localizadas por aqui, por ali…

O edifício da BBA erguia-se bem no centro da cidade. Era um edifício imponente e belo, na opinião dos Bladers da associação era a coisa mais maravilhosa que alguma vez se tinha criado. Poucos carros passavam na estrada, mas nesta altura houve um que parou mesmo à frente do edifício da BBA. Uma limusina negra parava e logo de seguida o motorista saía para abrir a porta de trás (que ficava a uns 2 metros afastada da porta da frente).

Ninguém parecia importar-se com aquele carro invulgar. Ultimamente era tão habitual ver-se limusinas a toda a hora. Desde que Tyson tinha sido campeão pela terceira vez, ele apenas aceitava sair para qualquer lado em alto estilo. Passara já um ano desde o ultimo torneio… Mas se era do Tyson que estavam à espera, não foi ele que saiu do grande carro. Primeiro surgiu um chapéu branco de aba larga circundando-o, com uma fita rosa entrelaçada à volta presa numa bonita flor azul. Uma mão apressou-se a agarrar no chapéu, não é que houvesse vento (com um calor daqueles era impossível) mas era um acto reflexo. Uma rapariga saiu da limusina e olhou para o esplêndido edifício que se elevava à sua frente. Afastou-se do motorista, caminhou até à porta aberta e entrou.

Que género de rapariga era? Pois, apenas poderei fazer uma descrição rudimentar, porque a sua imagem apenas a tenho na minha mente. Era de estatura média (aqui entre nós, era do mesmo tamanho do Tyson), tinha umas feições bastante delicadas, as faces rosadas, os lábios carnudos, a pele clara e fina que parecia ser suave, os olhos azuis arroxeados (muito parecidos com os do Kai) e os seus cabelos negros com reflexos acinzentados, por vezes azuis, ligeiramente ondulados e tão longos que lhe desciam abaixo da cintura. Vestia um vestido de alças, de seda azul claro que lhe ficava acima dos joelhos.

Caminhou pelos corredores com um passo altivo de alguém superior e sem sorrir ou esboçar um ar agradável.

- Bom dia! Em que posso ser útil? – perguntou a mulher da recepção.

- Tenho uma reunião marcada com o Sr. Dickson. – a sua voz soou áspera e repugnante, apesar de ser astuta e bonita, o que contrastava com a sua beleza.

A mulher da recepção pegou no telefone e passado pouco tempo poisou-o.

- Está confirmada a reunião. Faça o favor de me seguir…

……….

- Max! Ray!

Tyson avistou os seus companheiros de equipa à porta do seu dojo. Eles tinham acabado de chegar ao país. O Max ainda tinha a uma mala às costas e outra na mão, enquanto o Ray segurava o seu saco no ombro.

- Ei malta, nem posso acreditar que já chegaram! Porque é que não disseram nada?

- Resolvemos fazer-te uma surpresa. Encontrámo-nos mesmo ali na esquina. Foi uma coincidência eu e o Ray chegarmos ao mesmo tempo. – sorriu o Max, um rapaz loiro, de olhos azuis, bastante pálido e com a sua face coberta de sardas junto ao nariz.

Max acabar de chegar de Nova Iorque, onde tinha estado com a sua mãe e Ray viera da sua aldeia que ficava escondida nas montanhas, algures na China.

- Há já algum tempo que não estávamos juntos. – declarou o Ray. Tinha os olhos castanhos, o cabelo negro e bastante comprido, preso numa enorme e fina trança atrás das costas. Tinha um verdadeiro aspecto de um tigre branco.

- Inda bem que chegaram rapazes! Ia agora mesmo ver o Sr. Dickson.

- Agora? Mas eu ainda ia a casa pôr as coisas…

- Não é preciso! – Tyson correu a pegar nas coisas dos amigos e foi pô-las em sua casa. – Elas ficam aqui e depois vocês vêem buscá-las.

Agarrou nos braços dos dois rapazes e arrastou-os para fora da sua casa. Mas assim que contornaram a portão do pátio, quase que esbarraram com o Kenny e a Hillary.

- Que raio é que pensas que estás a fazer? – irritou-se a Hillary com a sua mão no peito, que arfava ainda com o efeito do susto.

- Eu tenho lá culpa! – respondeu o Tyson apanhando o seu chapéu branco, azul e vermelho do chão. Era um rapaz alto, de olhos escuros e cabelo igualmente escuro. Tinha uma personalidade forte, ambiciosa e persistente. Eram estas as características que o tinham levado a ser o campeão mundial três vezes consecutivas.

O Kenny era de estatura bastante baixa, com cabelos castanho-alaranjados que lhe cobriam sempre os olhos. Ostentava na cabeça os seus óculos apesar de raramente os usar e trazia sempre debaixo do seu braço, um computador portátil, no qual estava preso o seu bit-bicho – Dizzari (que tratava por Dizzi).

- Ray! Max! – admirou-se Kenny assim que reparou nos dois elementos da equipa. – Só vos esperava amanhã!

- Adiantámo-nos chefe! – sorriu o Ray.

- Pois! E pudemos saber onde estavam a pensar ir com tanta pressa? – perguntou a Hillary sarcasticamente e mais calma. Era alta e tinha os cabelos castanhos curtos, que lhe assentavam pelos ombros.

- Ver o Sr. Dickson, porquê? – respondeu o Tyson irritado.

- E o que é que isso tem de urgente? Podem vê-lo sempre que quiserem…

- Sim… Mas eu QUERO VÊ-LO AGORA!

- Acho que compreendo o Tyson. – afirmou o Kenny. – Era hoje que saía as regras da nova associação do Beyblade. Parece que eles vão reformular umas novas coisitas no campeonato deste ano…

- E então de que estamos à espera? – Tyson desatou a correr pela rua fora. Estava num estado de ansiedade tremenda. Os seus colegas não puderam fazer nada, apenas encolheram os ombros e seguiram-no.

……….

- A porta do gabinete do Sr. Dickson abriu-se. A estranha rapariga entrou, fechando a porta atrás de si. O velho homem de barbas brancas mas ainda com uma grande vivacidade no corpo e no espírito, virou a sua cara da janela e olhou para ela. Ambos se aproximaram e estenderam as mãos.

- É um prazer conhecê-la! Sou o Standley Dickson, presidente da associação.

- Prazer. – respondeu a rapariga imparcialmente. – O meu nome é Maylene...

Porém, ela não acabou a frase. Sentia que não o devia dizer e que também não importava. Foi convidada a sentar-se enquanto o velho homem não parava de sorrir.

- Tens um bonito nome e também és muito bonita! Quando me disseram que te ia receber nunca pensei que se tratasse de uma criança.

A rapariga não gostou desta frase pois semicerrou os olhos e mostrou claramente, desagrado.

- Tenho 18 anos! Não sou criança…

- A sério? Tens a mesma idade que o Kai, que engraçado. Até aparentavas ser mais nova, mas isso não interessa… Afinal vocês não passam de crianças… – o homem começou a rir e sentou-se na sua cadeira do outro lado da mesa.

Perante a expressão de enfado da face da rapariga, ele mudou logo de assunto. Tirou papéis de uma gaveta e estendeu-lhos.

- É esquisito o contrato que vamos fazer mas pronto. Vou confiar nas tuas capacidades. Disseste-me que a empresa que representas nos fornecerá todo o material que necessitarmos. E agora queria saber qual o seu preço. O que esperam de nós? A oferta é tão tentadora… – os olhos do Sr. Dickson brilharam. – Que queres em troca?

A rapariga tirou o chapéu e poisou-o no seu colo, cruzou as pernas e fitando o homem com firmeza respondeu com uma voz decidida e altiva:

- O Kai! – os olhos do velho arregalaram-se e o seu coração começou a acelerar. – Apenas quero o Kai na minha equipa!

……….

Não havia nuvens no céu. O sol estava cada vez mais quente e à sombra também já se tornava incómodo.

Um rapaz estendido na relva, por debaixo de uma árvore, mexeu-se tentando combater o formigueiro que começava a subir-lhe pelas pernas. Abriu os olhos roxos e deixou cair um ramo de erva seca que segurava entre dentes. Levantou-se do chão e agarrou no seu grande lenço branco que se encontrava estendido mesmo ao seu lado. Enrolou-o à volta do pescoço, por cima do casaco de mangas curtas aberto que deixava ver a sua camisola a cobrir-lhe o corpo. Tinha os cabelos de duas tonalidades de cor. As pontas da frente eram cinzentas, enquanto que as restantes eram azuis escuras e atavam mesmo junto do pescoço num pequeno (mas mesmo pequeno) rabo-de-cavalo.

Era Kai, também conhecido como o casmurro. Tinha nascido para ser rival de Tyson, mas era seu companheiro de equipa. Durante o primeiro campeonato em que participara à 4 anos atrás, combatera com o Tyson e perdera por uma unha negra. Tornara-se então o capitão da equipa dos Bladebreakers devido às suas qualidades de personalidade – forte, bom líder, duro e persistente – foram as características que o Sr. Dickson usara para justificar a escolha de Kai, mas na opinião de muitos, o Kai não passava de um insensível e traidor.

Insensível – agora observando, como é que era possível estar vestido daquela maneira, ainda com um lenço ao pescoço num dia de tanto calor! – pois nunca mostrava o que sentia e para muitos, o Kai simplesmente não sentia, não tinha um único sentimento dentro de si. Apenas lutava e derrotava os seus adversários sem uma única demonstração de compaixão. Uma arma letal no Beyblade é uma óptima descrição para ele. Vencia qualquer um, excepto o seu amigo Tyson, por razões que ele próprio desconhecia.

Quanto a traidor, porque ele tivera imensos problemas com a sua equipa. Tinha desertado desta duas vezes (uma logo no primeiro ano em que se formara e outra no ano anterior) passando para a equipa adversária. Mas conseguira superar isso com os seus colegas e ali estava ele, não como capitão mas como um dos melhores Bladers do mundo.

Ajeitou o seu lenço e saiu daquele lugar, dirigindo-se para o edifico da BBA. Também ele estava ansioso por saber as novas regras do campeonato.

……….

- E onde é que está o Kai? – perguntou o Ray, enquanto caminhavam em direcção ao gabinete do Sr. Dickson.

- Já sabes como ele é! Sempre sozinho, casmurro e orgulhoso. Raramente lhe metemos a vista em cima. Apenas aparece para comer e dormir… quando aparece. – respondeu o Tyson com as mãos atrás da cabeça.

- Ele ainda está contigo, não está? – perguntou o Max.

- Onde querias que estivesse? O Kai não tem mais ninguém para além de… vocês sabem! O cabrão do Voltaire, o seu avô. Para o meu avô, o Kai é um anjo… Vamos lá entender os velhos de hoje em dia. Para mim o mais fixe de todos é o Sr. Dickson.

O Tyson estendeu a mão à maçaneta da porta mas surgiu logo a mulher da recepção a gritar:

- Não podem entrar! O Sr. Dickson está numa reunião…

- O Sr. Dickson está sempre disponível para nós! – e dito isto, o Tyson abriu a porta e entrou. Qual não foi o seu espanto ao ver a rapariga mais bela do mundo do outro lado, e que os fitava bastante aborrecida. Tyson ficou embaraçado. Afinal enganar-se, não devia ter entrado daquela maneira. – Er… Er… Desculpe Sr. Dickson, não sabíamos que estava ocupado…

- De facto tens razão Tyson… – no entanto, a rapariga levantou-se e voltou a colocar o chapéu. Estendeu a mão ao homem e disse-lhe pausadamente:

- Creio que já falamos tudo o que tínhamos a falar. Quero que pense na minha proposta, mais tarde virei saber a sua resposta. Foi um prazer! – e dizendo isto saiu do gabinete passando pelo Tyson, pelo Max, pelo Ray, pelo Kenny e pela Hillary sem sequer trocar o olhar com algum deles.

Todos ficaram a observá-la até desaparecer no corredor seguinte. Realmente era linda, uma deusa que pisava a terra. Os rapazes não conseguiam retirar a imagem dela das suas mentes.

- Quem era ela? – perguntou finalmente a Hillary.

- Bem… – engasgou-se o Sr. Dickson. – Vocês nem irão acreditar!

……….

Kai entrou no edifício e dirigiu-se para o gabinete do seu velho conhecido. Mesmo no corredor mais longo cruzou-se com a rapariga. Aproximou-se dela sem notar a sua presença e ela não sequer mostrou sinais de o ter visto.

Cruzaram-se, passando lado a lado e foi então que Kai sentiu algo. Um arrepio, um ar gélido, um sentimento que lhe tocou bem no fundo da alma. Parou imediatamente e voltou-se para trás para a observar, mas sem nenhum retorno a rapariga continuou o seu caminho até desaparecer ao fundo do corredor. O seu coração também disparara.

Fim do 1º Capítulo