x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
-
-
-
Donzela Ardilosa
-
-
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
-
Capítulo 1
Outono, 1136
— Ele vem.
Os olhos de Rin se arregalaram, e ela caiu em sua última postura de tai chi chuan. Ela olhou ansiosamente ao redor da sala.
— Quem?
Ela estava sempre em guarda. Desde que os Cavalheiros de Taysho se apresentaram em sua casa, o Castelo de Higurashi, ela nunca sabia quando um guerreiro normando podia meter-se em seu quarto.
— A Noite. — Kaede respondeu misteriosamente, seguindo com as posturas de tai chi chuan, movendo-se com uma graça juvenil que contradizia seu rosto enrugado e seu cabelo branco, trocando devagar o peso do pé esquerdo para o direito, e depois formando um arco.
Mas a serenidade anterior de Rin já estava irreparavelmente alterada.
— Que cavalheiro? — ela replicou.
Kaede falou com serenidade.
— A Noite que vem para tragar A Sombra.
Rin franziu o cenho, seus ombros tensos se relaxando. Kaede estava intencionalmente fazendo-a de tola novamente. As profecias da velha criada eram em geral corretas, mas às vezes a sábia companheira de Rin parecia um ser inescrutável. E indevidamente Kaede escolhia os momentos mais desafortunados para manifestar seus presságios mais sombrios.
Tentando relaxar, Rin recomeçou seus exercícios, acompanhando Kaede em seu ritual diário. Mais à frente e debaixo das portinhas abertos da fortaleza, os primeiros raios delgados do sol atravessava os bosques escoceses.
Mas agora que Kaede tinha perturbado sua calma, tirando-a de seu equilíbrio meditativo, os movimentos de Rin ficaram lentos e pesados.
O que significava isso - a noite que vem tragar a sombra? Uma tarde nublada? Um inverno rigoroso? Outra invasão dos ingleses? Ou isso poderia significar algo mais... Pessoal?
Perdida em seus pensamentos, Rin cambaleou, vacilou e perdeu o equilíbrio, baixando com força sobre um pé descalço.
— Maldição! — Ela cruzou seus braços. — Como posso me concentrar quando me dá essas notícias sinistras?
Kaede saiu de sua postura para lhe lançar um olhar divertido.
— Um verdadeiro mestre não se distrai, nem sequer quando...
— Um dragão lhe sopra seu hálito quente na nuca. — completou Rin em um murmúrio. – Eu sei o ditado. Mas você poderia ter guardado a predição para mais tarde.
Kaede terminou seu último movimento curvou-se respeitosamente reverenciando o sol, em seguida enfrentou Rin com uma expressão solene.
— Mais tarde é muito tarde. A Noite vem logo.
Uma corrente de brisa entrou pela janela nesse momento, trazendo o ar fresco de outubro. Mas a frieza sobrenatural que estremeceu os ossos de Rin nada tinha a ver com o clima. A noite vinha logo? Mas estava amanhecendo.
Seus olhares fixos se encontraram, e o pensamento de Rin foi que nunca tinha visto sua Xiansheng, sua mestre, com um olhar tão grave. Era como se aqueles olhos negros e orientais estudassem sua alma, procurando suas debilidades e medindo suas virtudes.
Kaede por fim tomou o antebraço de Rin com um aperto surpreendentemente firme.
— Você deve ser forte. E valente. E muito inteligente.
Rin assentiu com a cabeça lentamente. Ela nem sempre entendia Kaede, que freqüentemente lhe falava com adivinhações ou enigmaticamente, mas não tinha nenhuma dúvida de que sua advertência era séria.
Então Kaede a soltou repentinamente e, como se nada tivesse acontecido, retomou o papel da criada de Rin, colocando uma túnica sobre as roupas soltas de algodão que usava para praticar tai chi chuan, colocou as meias e os sapatos, e em seguida selecionou uma túnica de azul profundo para Rin da grande arca colocada ao pé da cama.
Rin franziu o cenho, colocando o vestido de lã enquanto Kaede diligentemente se afastava. Elas guardavam muitos segredos desde o dia, por volta de cinco anos atrás, quando Rin havia se dignado a comprar, junto com um nunchakus, um punhal Sai, a criada oriental de um vendedor viajante.
Kaede tinha insistido em ser comprada. É o destino, a camponesa oriental tinha proclamado sabiamente. E quando Rin tinha treze anos de idade não tinha estado em condições de discutir com o Destino.
Seu pai, Lorde Tourhu, não tinha aprovado a compra, tampouco suas irmãs mais velhas, Kagome e Sango. Durante muito tempo, os habitantes escoceses de Higurashi tinham lançado olhares de desprezo à pequena estrangeira, com olhos estranhos e língua impertinente.
Mas agora já estavam acostumados a Kaede, e ninguém questionava a presença da criada que grudou em Rin nem um patinho a sua mãe.
É claro que, se soubessem que a pequena anciã na realidade era um pequeno ancião, e soubessem que ele dedicava a maior parte de suas horas a ensinar Rin as artes marciais de guerra, e se tivessem suspeitado que sob sua tutela, Rin havia deixado de ser uma menina tímida para se converter em uma lutadora feroz capaz de rivalizar com suas irmãs guerreiras, eles teriam expulsado a criada a pontapés de Higurashi.
Mas como Kaede costumava dizer, a maior arma é aquela que ninguém sabe que você possui. E em Higurashi ninguém suspeitava que a inocente e dócil Rin, possuía as habilidades físicas para matar a um homem.
— Hmmm. — Kaede olhava fixamente a janela, suas sobrancelhas brancas estavam enrugadas.
— Hmm, o que? — Rin prendeu o cinto de prata em seus quadris e colocou seus pés dentro de seus sapatos de couro.
— Um cavaleiro chega. — Rin se esticou imediatamente.
A Noite que vem a traga à Sombra?
Com os joelhos dobrados e os braços levantados, ela estava preparada para lutar nesse mesmo momento, fosse contra um inimigo humano ou contra as forças escuras da natureza.
Kaede franziu o cenho, depois sacudiu sua cabeça.
— Rin, hoje você está se comportando como uma criança, assustada com sua própria sombra. — A criada se afastou da janela e começou a limpar o quarto, estalando sua língua. — É só um cavalheiro comum.
Rin baixou seus braços e lançou um olhar feroz à anciã, um olhar que se cravou nas costas de Kaede. Uma criança. Estava cansada de ser chamada de criança. Por Kaede. Por seu pai. Por suas irmãs. Ela não era uma criança. Era uma mulher adulta.
Com um suspiro de desdém, Rin foi até a janela para olhar por si mesma. Havia um cavaleiro a cavalo subindo a elevação para Higurashi. Vestia o uniforme completo de um cavaleiro, correntes e cota de malha, uma decisão sábia, já que um forasteiro por si só poderia rapidamente criar inimigos nessa região selvagem da Escócia. À medida que ele subia o caminho para o castelo, o escudo de prata que levava sob seu braço refletiu a luz do amanhecer, criando um brilho de fogo.
Rin não podia distinguir claramente as cores de seu estandarte debaixo de seu capote marrom, ou vê-lo claramente, não com sua cabeleira prateada desgrenhada que lhe cobria o rosto e que alcançava seus quadris.
— Quem você supõe que...
Ela olhou a seu redor procurando Kaede, mas a esquiva criada já havia saído, provavelmente para tomar o melhor pão da cozinha para o café da manhã de sua ama antes que qualquer um dos vorazes Normandos pudesse comê-lo. Rin voltou para a janela. Talvez o cavaleiro fosse um convidado que chegava muito cedo para o casamento de Sango. Ele fez uma pausa então, na metade da subida, explorando os arredores. Como seu olhar percorreu a estrutura do castelo, Rin sentiu que um tremor inusitado de agitação percorria sua espinha dorsal. Em uma atitude de reflexo, ela deu um passo para trás e se escondeu atrás da portinhola, fora da vista.
Depois de um momento, repreendendo-se por sua covardia, ela olhou cuidadosamente outra vez. O cavaleiro tinha mudado a direção de sua marcha. Agora detinha seu cavalo no denso bosque denso que rodeava Higurashi.
Rin franziu o cenho. Isso era muito irregular. Por que um cavaleiro estranho viajaria à remota fortaleza de Higurashi, só para desvia bruscamente no último momento para o bosque?
Por todos os Santos, ela tinha intenção de averiguar isso. Com Kagome e Sango distraídas por seus amantes normandos, alguém tinha que se ocupar da defesa do castelo.
Suas irmãs acreditavam que Rin tinha selado a saída secreta do castelo, que ficava na oficina de trabalho no porão da fortaleza, depois que os soldados de Higurashi fizeram uso desse túnel para derrotar o exército inglês na primavera passada.
Mas Rin não tinha feito tal coisa. Esse túnel era muito útil para ser fechado definitivamente. Afinal, era o único caminho pelo qual Rin podia deixar a fortaleza sem estar sob o escrutínio constante de suas irmãs superprotetoras.
Ela então havia pendurado uma tapeçaria sobre a entrada do túnel, tinha empurrado sua mesa contra a abertura, e amontoado livros de contabilidade para ocultar a passagem. Era um pouco problemático ter que movê-los para fora do caminho cada vez que ela queria escapar.
Como estava fazendo agora.
Recém estava amanhecendo. Mais tarde, Sango a necessitaria para ajudá-la com os preparativos de seu casamento. Mas Rin poderia espiar o forasteiro no bosque por um momento e retornar ao castelo antes que alguém notasse sua ausência.
Rin sorriu para si mesma. Eram as aventuras clandestinas como essa que aliviavam o aborrecimento de gerir as contas do castelo, assim como a opressão de ter que fazer o papel de irmã mais nova e indefesa das Guerreiras de Higurashi.
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
Sesshoumaru sentiu que já não estava sozinho no bosque. Não que o intruso tivesse feito algum ruído ou tivesse exalado algum aroma peculiar. Mas os anos de treinamento como mercenário haviam aperfeiçoado os sentidos de Sesshoumaru. Então, pelo fraco formigamento que sentia na nuca, ele tinha certeza de que ele estava sendo observado.
Com um movimento casual colocou uma mão sobre o cabo de sua espada e se moveu para o outro lado de seu cavalo, colocando o animal entre ele e o lugar onde ele acreditava que o intruso estava. Então, se agachando como se fosse olhar o casco do cavalo, ele olhou atentamente por debaixo do ventre do animal, esquadrinhando os arbustos para procurar algum rastro de algum intruso.
À parte algum vapor úmido que se desprendia dos troncos de carvalho pelo calor do sol nascente, o bosque nebuloso estava silencioso. Frondosos ramos de cedro pendiam em repouso. Espessas samambaias agiam como silenciosas sentinelas. Nenhum besouro se mexia debaixo das folhas caídas.
Sesshoumaru franziu o cenho. Talvez fosse uma coruja que tinha chegado tarde para dormir. Ou talvez algum espírito perdido assolasse os bosques das fronteiras escocesas. Ou, ele pensou, acariciando o lado de seu cavalo e ficando de pé novamente, talvez fosse sua imaginação, e estivesse se cansando da caçada e reagia como um cachorro velho cujo olfato começava a falhar.
De todos os modos, Sesshoumaru sempre confiava em seus instintos. Só porque ele não tinha podido localizar a fonte da ameaça nesse momento não significava que o perigo não estivesse ali. Teria que se manter alerta e com uma mão sobre sua espada enquanto ele vasculhava os bosques.
Não sabia ainda o que exatamente ele procurava. Tudo o que haviam lhe dito quando o Lorde de Morbroch o tinha contratado era que o bandido que teria que encontrar era um homem que trabalhava sozinho, era um ladrão esquivo que vagava pelos bosques de Higurashi.
A tarefa parecia bastante simples à primeira vista. Na experiência de Sesshoumaru, os ladrões raramente eram inteligentes. Seria um assunto fácil localizar o esconderijo do ladrão, capturá-lo pela força, e entregá-lo a Morbroch para ser submetido a julgamento.
Mas quando Sesshoumaru soube de quanto o Lorde e vários de seus barões vizinhos estavam determinados a lhe pagar para apanhar o ladrão que havia aliviado seus bolsos, ele começou a se questionar se a tarefa seria realmente tão simples depois de tudo.
Pelo visto, os habitantes de Higurashi não estavam preocupados com esse ladrão local. Para eles, A Sombra era só tema para contos e canções cantadas por um trovador. Inclusive sabendo que esse canalha havia aliviado a numerosos nobres em viagem de uma grande quantidade de prata, eles se negavam a realizar qualquer esforço para capturar o ladrão. Tampouco eles gostavam da interferência de terceiros.
Assim Sesshoumaru teria que trabalhar em segredo sob o nariz de um dos exércitos mais formidáveis da Grã-Bretanha, os Cavalheiros de Taysho. Os cavaleiros normandos tinham chegado à primavera passada para tomar o comando do castelo escocês, e eles já haviam derrotado vários exércitos ingleses que haviam tentado sitiar o castelo de Higurashi. Se os normandos de Higurashi tivessem desejado, poderiam impedir facilmente que um mercenário solitário capturasse um foragido que agia em seus bosques.
Por isso Sesshoumaru teria que agir inteligentemente. Necessitava de três coisas: um pretexto plausível para entrar em Higurashi, uma razão para ficar ali, e acesso a detalhes do funcionamento da fortaleza. O Lorde de Morbroch havia lhe provido de um argumento que lhe proporcionaria os três.
É obvio se pudesse apanhar o ladrão imediatamente, não haveria nenhuma necessidade de usar a trapaça.
Explorou o caminho outra vez procurando sinais de rastros, ossos desprezados de uma comida, ou restos de uma fogueira. Quanto antes pudesse encontrar alguma pista do paradeiro do ladrão, mais cedo poderia deixar este lugar e cobrar sua recompensa. Mas tudo o que tinha nesse momento era esse estranho pressentimento de que estava sendo observado. Havia estado procurando durante algum tempo quando seu ouvido captou um novo som sobre o manto de silêncio do bosque.
Passos.
Não eram os passos sigilosos de um ladrão que ele ouvia, a não ser os passos resolvidos de alguns homens. Tinha esperado muito. Os guardas de Higurashi provavelmente o tinham visto quando havia se aproximado do castelo, e agora eles, deviam investigar o forasteiro que espreitava seus bosques. Eles o encontrariam em poucos minutos.
Tinha que agir rapidamente. Foi até um lado da estrada e começou a assobiar relaxadamente. Levantando sua cota de malha, desatou as calças. Então rapidamente as abaixou para urinar em um arbusto.
Um repentino arquejo alto se ouviu entre os ramos acima dele, seu coração se acelerou freneticamente, e seu assobio se converteu em um grito de sobressalto, e quase falhou em urinar no arbusto.
Merda! Alguém estava ali. Quase em cima dele. E, ele se deu conta pelo som do arquejo, que esse alguém era nitidamente feminino.
Mas os homens já se aproximavam. Não havia tempo para descobrir a espiã travessa que estava escondida na árvore.
— Garota malvada — ele a repreendeu em voz baixa, lançando um sorriso divertido para a folhagem acima de sua cabeça.
Então, sacudindo sua cabeça, Sesshoumaru recomeçou o assobio e voltou para sua tarefa. A forma em que o olhou, se a visão de ver um homem urinando ofendeu a donzela, ela o merecia por sua travessura.
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
Rin estava horrorizada. Não pelo ato grosseiro do homem, embora tivesse sido bastante audaz e desconcertante. Mas sim pelo modo que ela tinha arquejado.
Durante anos havia percorrido estes bosques, tão silenciosa como a névoa, tão invisível como o ar. Graças à orientação de Kaede, ela sabia tornar-se imperceptível, até para as corujas de olhos penetrante que habitavam as árvores. Ela podia saltar de galho em galho com tanta com agilidade como um esquilo e camuflar-se na folhagem.
Como esse forasteiro tinha conseguido assustá-la e lhe arrancar um grito tão forte, não sabia. A verdade era que ela nunca tinha visto essa parte íntima de um homem antes, mas não era tão diferente do que ela havia imaginado.
Pior ainda, ela quase tinha gritado outra vez quando ele tinha olhado em sua direção com aquele sorriso convencido. Não porque ele tivesse descoberto sua presença, mas sim por seu lindo rosto - a mandíbula forte, aqueles lábios curvos, o cabelo incontrolável, a ruga de perplexidade entre suas sobrancelhas, e aqueles olhos claros e brilhantes - que literalmente havia lhe cortado o fôlego.
— Bom dia! — A voz estridente de sir Nobu quase a fez cair de seu poleiro. Ela olhou o gigantesco Cavaleiro de Taysho de barba negra, seguido pelo jovem sir Kenneth, que caminhava com uma cautelosa mão colocada no cabo de sua espada embainhada.
— Bom dia! — o forasteiro respondeu alegremente. Sua voz era rica e morna, como hidromel. - Me perdoem - ele se desculpou, mostrando que estava amarando as calças. – Somente estava cuidado de negócios.
Sir Nobu assentiu com a cabeça, sem perder tempo com cortesias.
— E que tipo de negócio você tem em Higurashi, cavaleiro?
O homem sorriu aberta e amigavelmente. Por todos os Santos, Rin pensou, seu sorriso era absolutamente deslumbrante, amplo e brilhante, e com covinhas encantadoras.
— Isto depende de quem está perguntando.
Nobu se endireitou para mostrar sua altura impressionante.
— Sir Nobu de Higurashi, Cavaleiro de Taysho, soldado desta fortaleza.
— Sir Nobu. — O forasteiro estendeu sua mão para cumprimentar. — Sou sir Sesshoumaru de Morbroch.
Morbroch. Rin conhecia esse nome. Quando sir Nobu somente o observou com desconfiança, ele acrescentou esperançosamente.
— Deve se lembrar de mim do torneio no mês passado.
Rin franziu o cenho. O Lorde de Morbroch tinha comparecido ao torneio em Higurashi com meia dúzia de cavaleiros. Ela reconhecia o estandarte do capote do homem agora, uma cabeça de javali em um corpo de zibelina. Mas não se lembrava de sir Sesshoumaru. E a seu era um rosto que ela não teria esquecido facilmente.
Ante a falta de resposta de Nobu, sir Sesshoumaru retirou sua mão e baixou seus olhos com um suspiro.
— Bom, talvez não se recorde. Fui golpeado estupidamente em um tumulto. Não recuperei a consciência durante dois dias.
Rin apertou o lábio debaixo com os dentes. Podia ser verdade. Alguém sempre resultava nocauteado nos tumultos.
Mas Nobu não estava convencido.
— Não respondeu minha pergunta.
— Por que estou aqui? — As sobrancelhas de Sesshoumaru se franziram com desconcerto enquanto se coçava a têmpora. — É um assunto... Delicado. Prefiro não dizê-lo.
Nobu cruzou seus braços robustos sobre seu peito.
— E eu prefiro não deixá-lo passar.
— Estou vendo. — Sesshoumaru respirou fundo e soltou o ar rapidamente.
Nesse instante, Rin viu um movimento sutil de sua mão indo resolutamente para o cabo de sua espada. Pelo brilho perigoso em seus olhos, ela de repente temeu que ele estivesse a ponto de fazer algo precipitado, como desafiar sozinho a Nobu e Kenneth para o confronto.
Mas no último instante, o forasteiro inocentemente enganchou seu dedo polegar em seu cinturão de couro e lhes dirigiu um sorriso envergonhado.
— Se você precisa saber então, sir... Vim... para cortejar alguém.
Rin levantou as sobrancelhas. Cortejar? Então por que tinha estado procurando entre as folhas e arbustos como se perseguisse uma presa?
— Cortejar? — O jovem Kenneth fez uma careta de desgosto, como se o forasteiro tivesse dito que tinha vindo a comer enguias vivas. Sir Nobu só grunhiu.
— Sim. — Sir Sesshoumaru soltou um longo suspiro, um suspiro de alguém doente de amor. – Veja você, temo que um dos anjos de Higurashi roubou meu coração.
Rin franziu o cenho. Se havia algo que ela desprezava, eram "as melosas declarações de amor". Sobretudo quando elas eram absolutamente mentirosas. Como era esta. Sesshoumaru poderia ter dito as palavras, mas ela podia dizer pelo brilho divertido em seus olhos que elas não significavam nada para ele.
Mas, é obvio os guardas não sabiam a diferença entre uma declaração de amor sincera e uma desonesta. Os homens nunca podiam cheirar o engano do modo que uma mulher podia.
— Um dos anjos de Higurashi? — Nobu grunhiu, coçando o queixo. — Bem, é melhor que não seja Kikyo.
As sobrancelhas de Rin se curvaram. Kikyo? Essa era uma surpresa. O rude sir Nobu estava admitindo que sentia um carinho especial pela atrevida Kikyo Miyako? Kenneth anunciou seu próprio aviso.
— Se você veio por Lady Sango, é muito tarde. Ela se casa em dois dias.
— Não, cavaleiros — disse Sesshoumaru com uma risada. — Não é nenhuma delas.
Rin fez uma careta. Quem era sua amada então? A viúva Porki Chang? Mika Koushi? A jovem Koli Gelir?
— Meu coração desventurado tem outra dona - murmurou o forasteiro — Ela é... A filha mais nova de Higurashi.
Rin quase se afogou com surpresa. Ela? Ele tinha vindo por ela? Como podia ser? Por Deus! Ela nem sequer conhecia esse homem.
Pelo visto, ele tampouco a conhecia. Sesshoumaru terminou a frase com um suspiro dramático de pura adoração.
— Lady Rina.
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
Continua...
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x
Notinha da não autora:
Ah minha donzelas, olha só quem voltou com a terceira e ultima historia sobre as donzelas Guerreiras de Higurashi!!! Graças a Donzela Naia Riedel que me avisou que já estava disponível na internet. Então já estou editando a historia, espero poder postar um capítulo por dia como sempre, bjos.
