UM

A cerimónia de coroação tinha acabado e tinha corrido tudo bem, Lisa estava muito mais calma e confiante com os progressos das últimas horas. Ela tinha-se tornado a nova rainha Mori, o que lhe permitiria salvar o nome da sua família de desgraça devido aos seus últimos devaneios comigo, ela era uma das últimas da linhagem Dragomir tinha de manter o nome de sua família puro e limpo, e isso também lhe dava finalmente a oportunidade de mudar tudo aquilo que ela e nós achávamos que estava mal e era prejudicial nas leis Mori, ela finalmente podia fazer o que achava mais correto para o bem do seu povo e até mesmo dos Dhampirs, porque aquela última lei aprovada pelo concelho antes da rainha Tatiana ter sido assassinada era realmente uma merda. Como era possível haver alguém que concordasse e encontrasse motivos para enviar Dhampirs com apenas 16 anos para a frente das batalhas contra os Strigoi? Eles não são brincadeira nenhuma, mesmo depois de ter morto mais Strigoi do que realmente eu me lembro eu continuo a acha-los super perigosos e letais.

Só de me lembrar o que tinha acontecido ao Dimitri à uns meses atrás causava-me calafrios. Ele que era um dos guerreiros mais temidos do mundo Mori tinha lutado para defender a nossa escola do último ataque dos Strigoi e liderado a missão de resgate aos Mori e Dhampirs que tinham sido levados nesse mesmo ataque, e o facto de ele ser um excelente guerreiro, sábio e super focado não o impediu de ser apanhado por um Strigoi que o atacou e transformou num daqueles monstros odiosos. Foi um dos piores momentos da minha vida, quando vi aquele monstro odioso loiro em cima do Dimitri só desejei poder estaca-lo e envia-lo para o inferno, mas se eu tivesse ficado lá, nem que fosse só para tirar o Strigoi de cima dele a esta hora eu seria uma daquelas coisas sem alma.

Os meses seguintes a esse acontecimento foram uma enchente de agonia, deixei a minha melhor amiga Lisa à sua sorte na escola onde tinha prometido acompanha-la e protege-la até à morte, mas deixei a, deixei a para procurar o homem que eu amava, deixei a para procurar, perseguir e matar o Dimitri. O que apesar de ter sido os meus planos acabou por se virar contra mim, eu acabei por ser procurada, perseguida e quase morta pelo Dimitri até a umas semanas atrás quando ele teve a brilhante ideia de raptar a Lisa e o Christian e por consequência acabar por matar um monte de guerreiros e tudo isso só para me atrair e me matar, como se já não bastasse o monte de pessoas inocentes que ele matou no casino em Las Vegas enquanto me perseguia a mim e aos meus amigos.

Aquele homem parecia estar mesmo empenhado em tirar-me a vida e se eu não o conhecesse tão bem diria que era verdade, mas naquela altura ele não era o meu Dimitri, era apenas uma coisa sem alma que vagueava pela terra apenas em busca de sangue, poder e de mim. E como eu enquanto ele me manteve presa num quarto luxuoso e me cobria de jóias e roupas caras, não cedi quando ele "gentilmente", isto é, enquanto ele me mordia e sugava o meu sangue o que me deixava fraca e drogada o suficiente para implorar por mais deixando-me disposta a tudo para sentir os dentes dele cravados no meu pescoço, mas mesmo assim eu não cedi e não deixei que ele me transformasse no que para ele seria uma máquina impiedosa que faria tudo para o satisfazer. Eu nunca me transformaria numa daquelas coisas e eu sabia que ele também não queria ser uma daquelas coisas por isso é que eu o persegui e tentei matar, mas percebi que o meu esforço tinha sido em vão quando recebi a minha estaca vinda da Rússia num envelope onde ele me disse que me ia perseguir até me matar.

"Estás assim tão longe como parece?" Dimitri falou de uma maneira tão calma enquanto me abraçou inesperadamente por trás afastando todas aquelas lembranças más de quando me tinham privado do seu amor.

Se eu não conhecesse tão bem aquela voz cheia de amor e aquele toque inigualável eu provavelmente teria saltado e agarrado na minha estaca pronta para estaquear quem quer que me tivesse assustado. Pois eu tornei-me um bocado 'assustadiça'… digamos que viver num país que não era o meu e andar a ser perseguida por monstros sem alma não é propriamente reconfortante e calmante juntado com tudo o que já vivi antes desta merda toda.

"Estava longe o suficiente para não conseguir detetar a tua aproximação" virei-me para ele e encostei a minha cabeça no peito dele enquanto ele me acarinhava e brincava com o meu cabelo que ele tanto adorava solto, mas hoje devido à ocasião tive de o prender para as minhas marcas molnija.

"Hum Rosemarie Hathaway distraída o suficiente para não dar pela minha chegada? Será que está a tornar-se distraída e descuidada?" Eu podia estar a tornar-me tudo menos isso, e nesse mesmo instante fui capaz de voltar a fazer o que levei um ano inteiro a consegui fazer pela primeira vez. Olhei para ele com um ar destemido de quem tinha acabado de aceitar a provocação e num um segundo pulo no chão sem ele quase perceber o que lhe tinha acontecido.

"E agora quem é que é distraído e descuidado Dimitri Belikov?" e de repente algo bateu com força no meu peito e me deito abaixo, como se me tivessem sugado todas as energias do corpo, e eu caí redonda no chão e perdi os sentidos.

Quando voltei a mim estava no quarto onde eu e Dimitri temos passado as noites desde que fui baleada. Olhei à minha volta, ainda com alguma dificuldade em focar para não ver tudo a andar à roda, encontrei três rostos conhecidos, Lisa e Christian. Estavam os dois a olhar para mim com expressões mistas e de certa forma estavam a assustar-me um bocado.

Lisa estava ao meu lado a segurar a minha mão, encarava-me com uma expressão de preocupação, amor e choque. Choque? Choque porquê? Eu própria estava mesmo a começar a ficar assustada com os meus amigos, se o objetivo deles era reconfortar-me e ajudar-me a sentir melhor, estavam a passar completamente ao lado. Olhe para trás dela e vi o Christian e foi aí que tudo piorou, ele mal me encarava e quando o fazia, fazia o de uma maneira que magoava ambos, eu consegui ver nele que ele estava magoado comigo, não consegui perceber o motivo mas desconfiava, mas o problema é que ele também parecia magoado com ele próprio não sei bem porquê mas estava, e eles estavam mesmo a começar a assustar-me e não era pouco.

"O que é que aconteceu? Como é que eu vim aqui parar?" eu sabia como é que tinha ido ali parar, quer dizer mais ou menos... Eu lembro-me de ter deitado o Dimitri ao chão e de sentir uma dor no peito bastante forte e de seguida perdi os sentidos até agora... Mas até agora quando? Que horas seriam?

Tentei sentar-me para conseguir visualizar as janelas mas algo forte bateu-me de novo no peito o que me fez encolher-me de dor e apertar o meu peito contra mim mesma.

"Não te mexas, não faças força nem te tentes levantar" a voz dela trazia me conforto mas ao mesmo tempo preocupação, o tom não estava normal, mostrava amor e choque. Choque Porquê?

"O que se passa? O que se passa comigo? porque é que estou com dores e mal me consigo mexer?" Terei sido baleada outra vez? meu Deus essa ideia era quase como uma flecha que me atingia. Terá alguém tentado fazer-me mal por vingança ou algo do género? Ou aos meus amigos.

"Onde está o Dimitri?" tentei mexer-me na esperança de o conseguir ver em algum lugar no quarto mas nada. Onde é que ele estava? Porque é que ele não estava aqui comigo? O que é que se está a passar?

"Ele está com a Drª. Olendzki" Ela olhou para o Christian e deu-lhe um olhar que dizia para ele ter cuidado com o que iria dizer a seguir.

"A Drª. Dr. Olendzki está a recolher algumas informações necessárias para perceber o que se passa contigo" disse ele meio a lutar contra a palavra 'informações' o que me suou muito suspeito e não fui capaz de não olhar para ele de olhos semicerrados.

"Vocês são capazes de me explicar o que se está a passar?" Paciência nunca foi o meu forte e calma muito menos e eu estava a perder a pouca que ainda me restava, não é que eu lhes fosse bater ou algo do género, mas mesmo com estas dores no peito eu era bem capaz de me arrastar para onde quer que tivesse de ir para obter respostas, e esta ideia deixou-me um bocado inquieta e perturbada, o que me deve ter denunciado.

Lisa levantou-se da cama e sussurrou algo ao Christian que o fez engolir em seco e assentir, virou-se para mim com um sorriso esperançoso e uma voz cheia de amor que me fez esquecer a minha ideia maluca.

"Eu vou ter de me ausentar para bem, cuidar de alguns preparativos e precauções que devem ser tomadas" eu franzi "ei eu sou uma rainha agora, o dever chama-me e à coisas às quais eu não posso fugir" a sua voz agora era um pouco séria, o que me fez lembrar que ela estava nesta posição por minha causa, ela era a nova rainha Mori porque eu tinha pedido aos meus amigos para a elegerem para nos dar mais tempo. Era algo que não estava nos planos dela nem nos nossos, e desconfio que mesmo sabendo que era para o bem de todo o seu povo, Lisa ainda não estava disposta a isso, não de livre vontade.

"Sem problema, hm eu vou ficar aqui sozinha certo?" disse eu esperançosa de que o que havia dito era verdade, e me daria tempo e oportunidade de tentar descobrir o que se estava a passar.

"Não, o Christian vai ficar contigo para te fazer companhia e ajudar caso necessites de algo" disse ela olhando para ele e ele, bem ele brindou-nos com um sorriso que dizia 'no que é que eu me fui meter'. Muito bem, agora eu estava a precisar de uma babá e não sabia? Eu ia começar a protestar mas percebi que não ia valer a pena.

"Hm ok, vai ser bom ter alguém que me faça companhia seja durante o tempo que for" e sorri para ele, sabendo que me devia ter esforçado mais pois ele deu a entender que tinha descoberto o desagrado escondido no meu sorriso mas mesmo assim não me denunciou.

Lisa tinha acabado de beijar o Christian e preparava-se para se despedir de mim quando eu a interrompi.

"Quando é que posso ver o Dimitri? Quer dizer quando é que ele estará disponível?" queria ter soado o mais normal e despreocupada possível, mas acho que não foi bem isso que aconteceu dado a resposta dela.

"Rose, ele virá assim que o deixarem vir, ele está mesmo com a Drª. Olendzki, estão a conversar e checar apenas algumas coisas para termos a certeza do que se passa contigo" um calafrio passou pelo meu corpo "não precisas de te preocupar, ele está bem não se passa nada com ele." Eu conseguia ver a verdade nas palavras dela, não precisava de nenhum laço mental entre nós para perceber que ela estava mesmo a ser sincera comigo e isso trouxe-me outra dúvida, o que raio se estava a passar comigo.

"Fica bem e comporta-te, não me faças ter de vir aqui prender-te à cama, as instruções dos médicos foram bem claras, nada de irritações, esforços e maluquices." Médicos? Ela realmente tinha dito a palavra no plural?

"Daqui por algumas horas deve de vir cá um médico para te examinar e ver como te sentes, até lá sempre podes falar com o Christian, sinto que vocês tem muito para falar." Eu e ele tocamos olhares e eu senti tensão e vergonha a fluir nos olhos dele, e ele deve ter reparado porque me virou a cara e encarou a Lisa. "Qualquer coisa que aconteça eu arranjo maneira de te dizer" e sorriu, ela sorriu de volta para ele e depois olhou-me e disse:

"Vai correr tudo bem, e nós vamos estar aqui para o precisares, agora e para sempre."

Após a saída da Lisa o quarto ficou em silêncio, um silêncio que era um bocado desconfortável. Eu e o Christian não éramos melhores amigos mas dava-mo nos muito bem, houve uma altura, durante o teste de campo, que eu tive de ser guardiã dele e isso tinha-nos aproximado, descobri que por detrás das piadas dele ele muitas das vezes percebia o que eu sentia e até compreendia algumas das minhas atitudes mais loucas, mas agora, agora parecia haver uma barreira transparente entre nós vinda não sei de onde mas preste a descobrir.

"Christian eu...", e de repente ele falou por cima de mim o que me deixou bastante perplexa porque quem tinha aquela atitude geralmente era eu.

"Pára Rose, eu não te posso dizer nada porque eu não sei de nada e..."

E foi então que eu decidi acalmá-lo, visto que não estava a gostar do tom de aflição na voz dele e queria mesmo mesmo perceber o que se estava a passar connosco. Pus toda a calma que pude na minha voz e falei apenas um pouco mais alto do que ele, para não ser mal interpretada.

"Christian, eu não te vou fazer perguntas sobre o meu estado, apesar de estar bastante curiosa e com um pouco de medo, mas não."

"Na não me vais perguntar nada?" e ele estava a caminhar para mais perto de mim.

"Não, pelo menos não sobre o meu estado de saúde." ele franziu, "acho que há coisas mais importantes para falarmos." ele olhou-me nos olhos e percebeu do que é que eu estava a falar.

"Rose, não há nada para falar, a minha tia fez asneira, a minha tia fez merda a sério e agora está a pagar por isso, não está a ter nada que não mereça." mesmo com aquela frontalidade toda com conseguia ver a dor e sofrimento nos seus olhos, a sua postura era impecável, sentado na beira da cama de cabeça erguida e com uma cara quase sem expressão mas os seus olhos, os seus olhos não mentiam... Pus a minha mão em cima da dele e disse o que me veio do coração.

"Desculpa."

Ele ficou perplexo e com uma admiração extrema, ainda com a mão dele na minha "desculpa pelo quê? A minha tia é que fez merda e incriminou-te para se safar, ela é que devia ter sido presa desde início. Ela estragou a tua vida, manchou o teu nome e..." Apertei a minha mão o que me fez soltar um gemido pelo mau estar que me causava fazer força, o que o fez calar-se e dar-me oportunidade de me explicar.

"Eu não podia tê-lo feito ali à frente de todos, não podia ter-te exposto... Eu devia ter-te contado antes de lançar aquela bomba perante todo o governo Mori, eu... eu lamento..." E apercebi-me que estava a corar porque senti lágrimas a escorrerem-me pelo rosto. Eu podia querer desmascarar a Tasha, podia querer limpar o meu nome mas não queria de maneira nenhuma magoar o Christian, ele era importante para mim, sentia-me no dever de o proteger quase tanto como Lisa e além disso ele era o namorado dela e eu também não a queria ver triste nem a sentir-se impotente por ele estar como estava e ela não poder fazer nada para o ajudar...

Ele soltou a mão dele da minha e pôs as mãos dele no meu rosto suportando o, sorriu para mim e eu vi um Christian que nunca tinha visto, não através dos meus próprios olhos.

"A Lisa tem razão, tu consegues mesmo ser surpreendente... mesmo com tudo a desabar em cima de ti tu consegues ser compreensível e pôr o rancor de lado."

"Pena que não é sempre!" disse eu tentando soar séria mas ele ignorou-me e continuou.

"O que a minha ti fez não tem perdão, de maneira nenhuma! E depois de tudo o que aconteceu, depois de tudo pelo que tu passaste, tu mais do que ninguém precisas de paz e sossego à tua volta, precisas de deixar que os outros cuidem de ti nem que seja por uma vez na vida. E não tens de te preocupar comigo, fizeste o que tiveste de fazer para o bem de todos." e sorriu.

"Quem tem de cuidar de vocês sou eu! A guardiã aqui sou eu!" Eu já mal conseguia manter a calma de tão emotiva que estava "O meu dever é levar com toda a merda em cima e proporcionar-vos o mais perto possível de uma vida feliz e perfeita! Vocês estão em primeiro lugar!"

Ele parou de sorrir e encarou-me.

"Nem sempre os mais importantes são quem se julga ser. Antes de tentares cuidar de nós tens de cuidar de ti para seres capaz de o fazer e dar o melhor de ti por nós."

Então era isso? O que eu faço não era bom o suficiente? Eu não era boa o suficiente?

"Olha Christian eu sei que ultimamente não tenho estado no meu melhor mas tu sabes, tu já me viste em situações complicadas e sabes que eu não hesitaria uma única vez em saltar para a frente do que fosse para vos proteger"

Ele olho para mim com um ar de desagrado misturado com alguma piada "Eu nunca diria que tu não dás o teu melhor por nós porque eu sei que tu dás mais do que isso, sempre deste mais do que podias por nós e acredita, nós estamos-te muito gratos mas agora é tempo de parares um bocado e teres descanso, o descanso que mereces e precisas mais do que nunca" descanso que que preciso mais do que nunca? mas do que é que ele estava a falar? "agora precisas do teu espaço e do teu tempo e nós vamos dar-to e vamos estar aqui para o que precisares!" Pronto chega de mistério, perdi a paciência!

"Christian és capaz de me explicar do que raio estas a falar? Eu posso estar cheia de dores e mal disposta e enjoada e tudo mas... Espera aí eu estou mal disposta e enjoada desde quando?" E uma náusea horrível passou pelo meu estômago e de seguida subiu para a minha garganta... Não é bem isto que eu costumo sentir quando sei que um Strigoi está perto mas se não é isso o que será?
O Christian estava a começar a ficar com uma cara muito estranha, estava quase pálido a olhar para mim.

"Chega-me o balde do lixo depressa! Quero vomitar!" Foi quase tão rápido como as bolas de fogo que ele costuma atirar contra os inimigos. "Eu comi alguma coisa estragada e não dei conta?" Eu costumo ter os sentidos muito apurados mesmo quando se trata de comida, mais uma das boas coisas de ser Dhampir. A cara dele estava agora completamente branca, aterrorizado, em pânico quase e nem uma palavra tinha dito desde que eu me comecei a sentir realmente indisposta.

A náusea estava a passar e eu estava a começar a sentir-me melhor. Respirei fundo e acalmei-me.

"Christian Ozera, podes fazer o favor de me dizer o que se passa comigo!" E lá se foi a calma. Eu estava no meu direito de estar chateada, eu estava no meu direito de gritar, ou pelo menos achava que estava até sentir outra pontada no peito que me fez fazer uma careta.

"Eu não, eu não sei! Eu só sei que não podes andar aí aos gritos, foi tudo o que nos disseram, não te podes enervar nem chatear, nem fazer força"

"Ou seja não posso ser eu mesma" Tentei soar o mais séria possível mas acho que parecia mais chateada do que outra coisa "Eu só quero saber o que se passa por favor" Eu choraminguei não para ele ceder mas porque estranhamente estava a ficar com uma vontade enorme de chorar. Eu não me lembro de ser assim tão sensível... Bem mas agora também não tinha tempo para ponderar sobre isso, Eu tinha de descobrir o que se estava a passar!

"Christian se não sabes o que se passa chama alguém que saiba ou eu mesma me levanto desta cama e vou procurar alguém que me dê informações nem que eu tenha de soquear até obter resposta."

"Gostava muito de te ver fazer isso principalmente nesse estado." Ambos olhamos para a porta e vimos o Dimitri ali parado a olha para mim. Ele parecia calmo mas mesmo assim percebi que havia algo que ele estava a tentar esconder.

"Não era bem o que eu estava à espera, a Lisa disse que viria alguém para a observar dentro de pouco tempo mas acho que tu me podes ajudar melhor que ninguém." Disse o Christian enquanto apontava para mim com a cabeça.

"Ela tem sido muito chata? Persistente?" O Dimitri continuava a olhar para mim mesmo enquanto falava para o Christian.

"Pode-se dizer que está a ser ela mesma." e Christian brindou-me com um sorriso. "Mas nem tudo tem sido um mar de rosas." Dimitri endureceu e encarou o Christian.

"Ela sentiu-se mal?" Ele estava tenso e com uma expressão séria e preocupada.

"Ela, bem, ela vomitou... E sentiu algumas pontadas no peito..." A cara dele estava outra vez pálida mas a do Dimitri, bem essa metia medo, ele estava preocupado e ao mesmo tempo agoniado e aquilo tudo estava a deixar-me super passada e assustada.

"Importam-se de parar de fazer de conta que eu não estou aqui e dizem-me que merda é que se está a passar?!" Eu tentei não berrar mas foi um esforço em vão, estava tão irritada e sentia-me tão frustrada... E lá veio outra vez a vontade de chorar. O Dimitri olhou para mim e a sua expressão mudou, agora transmitia preocupação e amor, mas ainda havia algo que ele me tentava esconder.

"Christian podes ir eu agora fico com ela, obrigada." Ele brindou o com um sorriso bastante caloroso e genuíno.

"De nada, foi bom falar contigo Rose" e olhou para mim e sorriu, e vi nos olhos dele carinho e preocupação. Mas porque raio é tanta preocupação? "Depois ou eu ou a Lisa passaremos aqui para ver como te sentes, as melhoras e se precisares de algo avisa."

"Obrigada, foi bom ter-te como companhia e bem, falar contigo para deitar muita coisa cá para fora." Sorri.

Ele sorriu-nos e saiu do quarto.

Agora era só eu e o Dimitri, será que era agora que eu ia saber o que se estava a passar comigo?

"Como te sentes meu amor?" Ele encostou-se ao meu lado na cama de maneira a que eu pudesse encostar a minha cabeça no seu peito sem me causar dor.

"Como nova" menti, a única coisa que eu queria era obter respostas.

"Então porque é que o Christian disse que te voltas-te a sentir mal" Perguntou num tom que não era de pergunta, era mais uma afirmação.

"Porque é verdade, eu senti-me mal e até vomitei mas foi antes, agora já me sinto bem principalmente porque estás aqui comigo." Entrelacei a minha mão na dele. Ele apertou a minha com força e isso deu-me coragem para perguntar.

"O que é que se passa comigo? Estou a morrer ou algo do género?" Só dizer aquelas palavras causava-me medo. Ele encarou-me com espanto e amor.

"Não, não se passa nada de mal contigo, quer dizer tu não estás a morrer nem nada do género." A voz dele indicou-me que havia um 'mas' a segui ao que ele tinha dito então eu continuei.

"Mas..?" Ele olhou para a janela, parecia-me ser de noite ainda.

"Rosa, minha rosa" ele encarou-me e vi amor nos seus olhos e preocupação e agonia e não aguentei mais as lágrimas. Ele olhou para mim surpreso.

"Porque estás a chorar Rosa?" ele estava a começar a ficar angustiado sem saber o que fazer ou como me fazer parar.

"Porque estou com medo, porque não sei o que se passa e ninguém me diz!" de repente senti-me tão pequena e tão frustrada... Eu só queria saber o que se passava!

Ele beijou-me na testa e encostou a minha cabeça no peito dele por breves instantes, depois encarou-me, limpou-me as lágrimas e sorriu, ele sorriu com aquele sorriso lindo e maravilhoso e genuíno que eu tanto amava nele. Mas porque é que ele está a sorrir? Como é que ele está a sorrir comigo a chorar neste estado? Eu devo ter parecido tão surpresa e confusa como me sentia porque ele beijou-me na testa e respondeu-me.

"Tu és tão maravilhosa, tão especial, tão única... Como é possível haver mais igual a ti?" Caramba ele não estava a ajudar, ele ainda me estava a deixar mais confusa! Mais iguais a mim? Quê? "Não sei se serei capaz, vai ser um desafio em tanto." Ok perdi-me completamente!

"Ah? mas do que é que tu estás a falar? mais iguais a mim? Olha seja lá o que isso for tem de ficar para depois, temos coisas sérias para falar!" E já que ele não me dizia o que se estava a passar eu resolvi dizer-lhe que senti náusea, coisa que só sentia na presença de Strigois "olha eu senti náusea! Nós temos de checar o perímetro temos de encontrar o Strigoi, ele tem de estar perto eu sei..." Ele beijou-me, sim ele beijou-me e interrompeu-me quando eu estava a dizer algo tão importante como aquilo, ele não podia. Eu parei o beijo bruscamente e encarei o com ar de choque.

"Mas o que é que estas a fazer? Não me ouviste? Há o Strigoi por aí!"

"Não há minha Rosa, descansa está tudo bem." E ele sorria que nem um parvo enquanto eu ainda o encarava com choque.

"Mas eu senti e eu nunca me engano!" Ele olhou para mim e a expressão dele, ele parecia um anjo o que me hipnotizou. Agarrou na minha mão e colocou a perto do peito dele.

"Desta vez estás enganada, muito enganada minha rosa, o não anda por aí nenhum Strigoi nem nada por enquanto."

"Por enquanto?" Lá estava eu confusa outra vez. Ele soltou uma gargalhada e olhou-me nos olhos.

"Minha Rosa, como me pude esquecer do quanto inocente podes ser?" Sorriu-me, puxou-me mais para perto dele o que deixou bastante ansiosa.

"Sim por agora, porque daqui a aproximadamente nove meses passaremos a ser 3."

O meu mundo virou de cabeça para o ar, 3? Passaremos a ser 3? Não não podia ser... Eu estava chocada, não eu estava mais que chocada, eu estava em pânico!

"OH DEUS EU ESTOU GRÁVIDA?" As minhas palavras ainda me chocavam mais e aterrorizavam de uma maneira que eu nem sabia onde é que me havia de enfiar.

"Sim estás minha Rosa." Ele brindou-me com um sorriso maravilhoso e foi aquela confirmação que decidiu que o meu corpo e mente iriam ausentar-se de novo.

A última coisa que me lembro foi ver a expressão do Dimitri a passar de felicidade para horror e de ter a ligeira impressão de ele estar a abanar-me e a gritar pelo meu nome.

"Rose! Rose que se passa? Rose!"

E tudo ficou a preto.

Acordei na minha cama com uma sensação de mau estar ligeiro, olhei à volta e vi Dimitri ajoelhado no chão a meu lado, Lisa estava sentada na cama do meu outro lado e atrás de Dimitri estava a minha mãe de pé a encarar-me com uma expressão que eu não gostava, não me sentia à vontade... Fazia-me lembrar da relação instável que tinha-mos antes.

"Como te sentes minha rosa?" A voz dele era como um calmante relaxante para mim, fazia-me esquecer tudo, mas tive uma estranha sensação que me estava a escapar algo, e esta má disposição estava a matar-me.

"Eu sinto-me bem um bocado indisposta mas bem, ah, porque é que estão todos aqui? Isto pode parecer coincidência mas eu tive um sonho muito estranho e tu até entravas nele e tudo e a Lisa também e..." A cara dele, o seu sorriso esperançoso e olhar compreensivo fizeram-me tapar a boca com as mãos para abafar um grito, olhe à volta e encarei a minha melhor amiga e a minha mãe e foi aí que eu percebi que eu não tinha sonhado e aquilo estava mesmo a acontecer.

"Não!" Foi a única coisa que consegui dizer antes desatar a chorar como uma garotinha. Dimitri tentou abraçar-mas eu afastei o, o que lhe causou choque e confusão mas mesmo assim ele voltou a insistir e eu gritei.

"NÃO! SAI EU NÃO QUERO ESTAR CONTIGO, SAI POR FAVOR!" Aquelas palavras magoavam-me tanto como eu tinha percebido que o magoavam a ele.

"Mas rosa..." O seu rosto mostrava tristeza e angústia mas o amor permanecia sempre neles.

"Por favor sai." Tentei soar o mais confiante que consegui mas fui forçada a virar-lhe a cara quando ele me tentou encarar, e então ele levantou-se com um ar derrotado e posso jurar que vi lágrimas nos seus olhos! E ele saiu.

Eu desatei a chorar, sentei-me e dobrei-me contra o meu corpo enterrando a cabeça nos joelhos e chorei, chorei até não ter mais lágrimas.

A minha mãe tinha ocupado o lugar onde antes estava Dimitri, ela tinha-se sentado ao meu lado e fazia-me festas na cabeça e dizia repetidamente 'calma vai correr tudo bem', Lisa permanecia no meu outro lado mas agora estava agarrada a mim e pude ver que também choramingava. Eu levantei a cabeça limpei o rosto e levantei-me da cama como uma seta, ignorando a tontura e má disposição. A minha mãe deu um pulo e tentou alcançar-me e vi que lisa também estava a vir na minha direção. Eu não podia permanecer na cama, não era deitada a chorar que eu ia resolver a minha vida, eu tinha de decidir o que queria fazer, se queria levar isto para a frente ou não e caso o fizesse tinha de ter noção das consequências que isso me ia trazer.

"Não." Elas pararam e olharam-se "chega de ficar aí deitada sem fazer nada da vida" eu tinha de lutar contra aquilo, tinha de me mexer, de me manter ocupada!

"Mas ainda agora estavas a chorar que nem uma maria madalena!" Disse a minha mãe com dúvida chapada no rosto.

"Por isso mesmo, não vou continuar assim não vou continuar a desperdiçar o meu tempo." Tentei soar séria. Mas a minha mãe tratou de destruir todos os meus progressos de me recompor.

"Mas tu não tens de estar assim, tu não tens de te sentir mal, sim é verdade que és muito nova e pouco experiente mas tu tens-me aqui," ela não percebia como eu me estava a sentir nem o motivo pelo qual eu estava a agir daquela maneira, e pela cara da Lisa ela partilhava a mesma ignorância "tu tens nos aqui e tens o Dimitri que..." e eu percebi que elas nunca iriam perceber.

"Não eu não tenho o Dimitri, eu até vos posso ter a vocês mas a ele não." A minha mãe estava de boca aberta sem saber o que dizer então lisa aproximou-se segurando as minhas mãos com o rosto cheio de compreensão e a voz cheia de amor.

"Rose ele está feliz, ele ainda esta meio confuso porque não sabe como é que isto aconteceu mas ele está realmente feliz e quer este bebé mais do que qualquer coisa." As palavras dela fizeram-me chorar e como se tivesse apanhado um choque dei um pulo para trás e soltei-me da Lisa. Elas não percebiam, não iam compreender muito menos depois de eu lhes contar.

"Eu não posso estar com ele, não assim..." Elas olhavam entre elas e para mim super confusas sem perceberem nada. Eu respirei fundo e larguei a bomba.

"Eu não posso ficar com ele porque não é correto nem justo atribuir-lhe uma responsabilidade que não lhe pertence." As duas ficaram estáticas a olhar para mim, Lisa parecia tentar perceber o que eu tinha acabado de dizer mas foi a minha mãe quem me surpreendeu.

"Adrian."

Lisa arregalou os olhos e tapou a boca na tentativa de tapar um gemido.

Eu encarei o chão na esperança de encontrar nele alguma resposta mas nada.

"Como pudeste ser tão burra?" Aquilo foi como um estalo, como é que ela podia estar a dizer aquilo? Se bem me lembro ela própria não ficou contra a minha relação com o Adrian, ela até confessou gostar dele e até disse que ele que ele me fazia bem! Ela não podia estar a falar a sério, ela não me podia dar uma descompostura não agora, era tudo o que eu não precisava neste momento!

"Burra? Eu namorava com ele, era mais que normal isso acontecer!" Eu nem sabia o que é que era normal entre nós, até eu ficava confusa com a minha relação com Adrian…

"Devias ter tido cuidado! Devias ter-te protegido!" Ela estava aos berros comigo, parecia que estava a falar para um novato que não fazia nada em condições.

"Falas como se a culpa fosse só minha! Como se eu tivesse feio isto sozinha!" Era impossível controlar a raiva que saia de dentro de mim, mas minhas palavras queimavam na minha garganta e a dor queimava no meu peito, a indisposição estava a aumentar e estava a deixar-me tonta e sem forças, mas eu tinha de ignorar isso, eu não me ia continuar a conter não podia guardar esta raiva toda dentro de mim.

"A culpa não é só tua mas tu mandas no teu corpo e tu fazes as tuas escolhas. Tu podias ter dito não!" Mas eu tinha dito não, e foi ao chegar a essa conclusão que eu tombei e caí de rabo no chão. Eu tinha dito que não, nós tínhamos parado a tempo acho eu, quer dizer eu tenho quase a certeza… nós já estávamos a meio do ato mas não houve tempo nem oportunidade para isso acontecer… A minha mãe e a lisa estavam ajoelhadas ao pé de mim examinando a minha cara enquanto eu estava a ponderar tudo aquilo até que após alguns minutos sem ter a certeza de como o dizer mas com toda a verdade na minha voz eu disse o.

"Mas eu disse que não." A minha voz estava baixa e calma, sem emoções com apenas duvida.

A Lisa olhou para mim "ele obrigou-te?" O choque na cara e entoação histérica na sua voz disse-me que ela não estava a brincar.

"Aquele filho da mãe não pode ter feito isso! Eu juro que o apanho e mato o!" A crueldade e raiva na voz da minha mãe causou-me medo e fez a minha indisposição aumentou.

"Não parem! Oiçam-me! Ele não me obrigou a nada!" Tentei levantar-me apoiando me nelas que logo se levantaram para me ajudar, elas não estavam a perceber nada.

"Como assim? Estás a dizer que disseste não e que ele não te obrigou e mesmo assim aconteceu?" Lisa soava confusa como aparentava estar.

"Sim, quer dizer não! Deus!" Como é que eu havia de explicar o que é que estava a acontecer?

"Rosemarie Hathaway explica-te!" A voz da minha mãe era como um chicote, ela eriçava-me os cabelos na nuca sempre que falava assim.

"Mãe, Lisa, isto pode parecer estranho dadas a s circunstâncias mas foi mesmo isto que aconteceu. Peço que me oiçam até ao fim e que não me julguem por favor." Elas olharam uma para a outra e depois encararam-me e ambas acenaram em forma de aprovação. Eu nunca que ia contar pormenores da minha vida intima a ninguém muito menos estes mas era a única maneira de lhes explicar o que tinha e o que não tinha acontecido, respirei fundo e comecei.

"Eu estive com ele na noite do assassinato da rainha Tatiana como ele tinha alegado, e bem, essa foi a primeira e única vez que realmente 'estivemos juntos'" Lisa olhou para mim e foi como se eu tivesse lido a sua mente 'porquê?' Eu não ia lhe ia explicar a ela nem à minha mãe porque é que nunca tinha ido para a cama com o Adrian, não só pelos fatos mas porque eu não precisava de ir tão fundo na explicação. Ignorei a dúvida da minha melhor amiga e continuei. "Nós tínhamos tido meio que uma discussão…" Agora foi minha vez da minha mãe me olhar com dúvida, e não eu também não iria dizer o motivo da discussão. Continuei. "E ele veio ao meu quarto para falar comigo sobre algo que nos ia ajudar a desvendar o mistério do pai da Lisa e depois de falarmos sobre isso começamos a falar sobre nós e meio que resolvemos as coisas e depois disso, bem as coisas foram acontecendo…" Consegui ver a desaprovação na cara da minha mãe e também encontrei alguma diversão na cara da Lisa que me deixou um bocado inquieta. "Estávamos aos beijos e aos amassos, e uma coisa leva a outra… As roupas foram saindo fora e quando meio que já tínhamos começado o ato eu lembrei-me de ser responsável e disse-lhe para parar, perguntei-lhe se ele tinha algum preservativo e quando ele me disse que não tinha eu disse que não queria continuar e ele respeitou." Olhei para a minha mãe e reparei que a desaprovação tinha desaparecido da cara dela mas ainda havia aquela dúvida e preocupação de mãe. Lisa estava normal, a diversão tinha desaparecido a cara dela e ela meio que estava orgulhosa.

"Eu disse que não, eu disse mesmo que não, fui responsável e…" e a minha voz desfaleceu, porque mesmo tendo dito que não e tendo sido responsável eu estava grávida e não havia volta a dar, eu tinha sido imprudente e a culpa era minha. Caí lentamente de joelhos no chão e olhei para a janela que estava ao meu lado, rastejei até ela, abri a janela e encarei a noite.

"Agora que tudo podia voltar a ficar realmente bem, eu estraguei tudo, eu voltei a estragar tudo e a culpa é minha." As palavras saiam da minha boca ao mesmo tempo que as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Olhei para o lado e vi a Lisa ajoelhada a meu lado, encarava a noite ao mesmo tempo que me respondia.

"As coisas não estão estragadas, apenas já não vão correr da forma planeada. Não podes negar felicidade a ti mesma só porque as coisas não são como estavas à espera, tu és forte, és uma lutadora e eu sei que vais arranjar uma maneira de lidar com isto."

"Eu não quero lidar com isto! Eu não quero isto, nunca quis isto para mim!" Sentia-me tão frustrada… Olhei mais para baixo a encarar a escuridão e dei com algo que me entristeceu ainda mais, Dimitri estava sentado contra uma árvore com as mãos no rosto, dava para ver que tinha estado a chorar e as suas mãos estavam vermelhas e magoadas. Lisa olhou para ele tal como eu e deu-me um toque no braço.

"Ele quer mesmo isto, mesmo sabendo que não é normal nem possível, ele quer" Lisa falava com cuidado e amor "ele está feliz, acha que é uma dádiva de Deus e um sinal de que realmente vocês pertencem e foram feitos para ficarem juntos." Eu não sabia o que dizer, eu não conseguia pensar em nada lógico então disse o que o meu coração sentia.

"Eu vou-lhe partir o coração." Aquela ideia magoava-me mais do que qualquer coisa no mundo naquele momento, qualquer dor que eu sentisse, um murro, um corte, um tiro, tudo isso seria nada comparado com a dor que eu estava a sentir naquele momento. Dimitri era o homem que eu amava, o homem pelo qual eu morreria se fosse preciso. E eu sentia que isto, isto ia contra tudo pelo qual ele lutava e acreditava.

"É preferível contares-lhe e só depois tirares conclusões." A vós da minha mãe era calma e compreensiva.

Segundos depois levantei-me e dirigi-me para a minha cama "preciso pensar, preciso de dormir" deitei-me na cama e cobri-me totalmente para não as poder encarar "não se preocupem que eu fico bem, só preciso de algum tempo.

Lisa chegou-se perto de mim e fez-me um leve carinho "claro, o que precisares." Depois dirigiu-se para a porta.

A minha mãe chegou perto de mim e beijou-me na cabeça e sussurrou ao meu ouvido "Podes ter agido e feito as coisas que eu não queria que fizesses mas, desta vez eu prometo que não te vou abandonar e que podes contar comigo para tudo." Era tão bom ouvir isso, sentir isso. Encarei a de lágrimas nos olhos.

"Eu sei mãe, obrigada." Ela sorriu-me de volta e ambas saíram.

Cobri-me até só ter uma pequena parte da cabeça de fora, agarrei a almofada do Dimitri contra o meu peito e adormeci a sentir o cheiro dele.