Aviso – Esta fic não tem Seme ou Uke definido. Se não gostas do género Flex, podes sair, e por favor não comentes a dizer coisas maldosas só porque isto não é algo que tu gostes. Esta fic tem também mpreg. Gravidez masculina, também não é o teu estilo sabes onde podes sair.

Aos restantes, esta fic é uma repostagem, ela foi inicialmente postada aqui no Fanfiction em 2009, mas devido aos ataques contra ela, eu retirei-a do site. Já está quase completamente escrita e tem 35 capítulos. É uma long fic. Tem spoilers e é directamente baseada no mangá de Masashi Kishimoto. A quem quiser ler, BOA LEITURA! Divirtam-se. (+18)

Beta – Akimi Tsuki

Ficwriter – Arika Uchiha


Capitulo 1

Planos Por Água Abaixo

– Nunca desistes, não é? – Perguntou em voz de escárnio.

– Eu não vim lutar contigo! – Respondeu o outro, sentindo-se profundamente magoado com o tom de voz com que era recebido pela figura à sua frente, mas mesmo assim permanecia com um fino sorriso nos lábios e os olhos brilhantes pela emoção. – Eu quero apenas conversar.

Sim, falar, era o queria se o homem, que tão bem conhecia e que tinha à sua frente, o deixasse. Analisou-o. Encontrava-se numa posição defensiva e preparava-se para atacar ou defender-se com umas shurikens presas entre os dedos da mão esquerda. Os cabelos caíam em mechas mais compridas, ou pelo menos mais compridas do que a ultima vez em que as vira, o que já fizera dois meses. O cabelo azul-escuro comprido daquela maneira fazia-o ficar mais bonito, pois brilhava sobre a pele pálida e adornava-lhe o rosto, com os olhos avermelhados pelo sharingan activo.

– Porque não voltas para casa e me deixas em paz? Pensei que tinha ficado tudo esclarecido da última vez…

O sorriso falso do louro desapareceu, e a dor surgiu nos olhos azuis que tentavam disfarçar as emoções, mas que se liam entre os traços das íris. O moreno sentiu o mau estar no estômago cada vez que o tinha ao pé de si. Os seus olhos concentraram-se na figura que tinha à sua frente. Faltava-lhe qualquer coisa. Havia qualquer coisa diferente. Abandonando a sua posição defensiva, que lhe parecia bastante ridícula, já que o outro o olhava de olhos tristes, sem sorrisos, com as mãos enfiadas nos bolsos do bolsão cor-de-laranja, numa atitude totalmente derrotista. Se o quisesse matar aquele seria o momento, pois encontrava-se vulnerável, até um pouco alheio à realidade. Parecia que nem sequer se apercebia que não estavam sozinhos, que havia alguém que espreitava escondido, esperando, no caso de ter que intervir.

O louro fixara os seus olhos no chão, num ponto desinteressante. Por debaixo dos olhos eram visíveis linhas de cansaço. O cabelo estava empapado em suor. A pele morena tinha uma camada de pó de terra. As roupas rasgadas, velhas e sujas de lama e resina das árvores. Que se teria passado para estar em tão mau estado?

– Sabes que ninjas de Konoha não são bem tratados por estas bandas. Que te trás aqui? Sabes que eu…

– Sei! – Cortou-lhe a palavra numa de voz de trovão inter cortado.

Tinha feito demasiado esforço. Tinha andado demasiados dias. Descansado muito pouco, quase nada, comido ainda menos. Chegara ali, mais por instinto do que por orientação. Estava cansado, mal disposto e tentava neste estado falar e manter-se de pé. Era difícil falar quando começava a ver o mundo andar à roda. Fixou os olhos num só ponto, uma pequena pedrinha branca no meio da terra e da erva, mas não foi capaz de focar o olhar no sítio que pretendia. Sentia que o calor se tornava insuportável.

– Então o que queres? Tens sorte em ter sido eu a aparecer…

– Ah! Ah! Ah! – Gargalhou. – Eu sabia que virias. Sei muito bem das sentinelas que tens à entrada do país. Aliás eu passei por elas de propósito, para me livrar dos sujeitos que vinham atrás de mim.

– Eles podiam ter-te morto.

– Acho que eles não fariam isso. Sabem quem sou. – Uma pontada de dor juntos aos abdominais fê-lo soltar um gemido que podia ser confundido com um ranger de dentes furioso.

O moreno saltou para a frente com as shurikens junto à cara. Os seus olhos tinham detectado algo que se mexera, muito levemente, mas o suficiente para que ele o detectasse, junto ao abdómen do louro. Talvez fosse um novo jutsu, ou um dos seus amigos sapos que invocava para lutar.

Naruto não teve muito tempo para se desviar. Caiu de joelhos a tempo de se desviar de uma shuriken perfeita que ia passar rente ao seu pescoço. Rodou para o lado embatendo na árvore protegendo a sua barriga.

– Que vens fazer aqui? – Perguntou um moreno enraivecido. – É uma missão da velha maluca esquizofrénica?

– Por que é que tudo o que faço achas que tem haver contigo, seu egocêntrico de merda? – Levantou-se precariamente apoiado ao tronco da árvore e não aguentado o enjoo, vomitou. O mundo rodou e ele caiu na escuridão.

Karin, a pessoa que se encontrava escondida, avançou rapidamente e agarrou Naruto antes que este caísse desmaiado no meio do chão. Os olhos sharingan desapareceram, e o seu dono estava espantado.

– Sasuke, algo está errado com ele.

– Eu já reparei nisso, mas não compreendo ele não é assim, não cai assim tão depressa.

– O chakra dele está concentrado neste ponto. – Poisou o corpo inerte no chão, com cuidado. – Aqui! – Pouso a sua mão sobre o blusão perto da zona do umbigo, mas ligeiramente abaixo. – E tem outro chakra com ele…

– Kyuubi?

– Não esse está com o chakra dele. Ele tem chakra teu dentro dele. Neste ponto. – Disse Karin, que começou a abrir o blusão para inspeccionar melhor o que se passava.

– Chakra meu! Como é que isso é possível? Eu não lhe transmiti nada… – Indagava em pensamentos enquanto Karin observava Naruto.

– SASUKE! – Karin olhava-o chocada, com as bochechas ruborizadas e os olhos prestes a sair das orbitas. – O que é que fizeste com o rapaz?

– Como assim o que fiz? – O rosto de Sasuke que raramente mostrava alguma coisa fosse de que maneira fosse, até nas situações mais embaraçosas, mostrava-se tão vermelho como um pimento.

– Tu tiveste… tu tens algum tipo de relação com Naruto?

– Não! – Quase gritou, mentindo.

– Mentes! Tiveste ao menos um encontro escaldante? – Karin levantou-se e colou a sua cara à de Sasuke.

– Como é que sabes isso?

– Ele está grávido! Espera um filho teu!

– O quê? – A língua enrolava-se, a garganta apertava, engasgando-o com a chocante notícia.

Depois de um a dois minutos a olhar embaraçado e embasbacado para Naruto e a tentar perceber a informação que recebera de Karin, aproximou-se do louro e com um jeito desajeitado, puxou-o de encontro ao seu colo, tornando a levantar-se com Naruto nos braços. Não valia a pena a continuar a fingir. Olhou para a sua shuriken gravada na árvore. Se tivesse atingido Naruto tê-lo-ia morto. Arrepiou-se. Mandara-a certeira, pois sabia que Naruto se desviaria facilmente dela, mas se o tivesse atingido… era melhor não pensar no assunto.

– Encontra as pessoas que o perseguiam. – Ordenou Sasuke, retomando o controlo das suas emoções.

– Sim! – Disse Karin desaparecendo logo de seguida.

oOo

– Karin! Como é que ele ficou neste estado? – Perguntou Sasuke, em privado, à sua braço direito. – Achas que pode ter usado o jutsu pensado que eu voltaria para Konoha?

– Não me parece Sasuke. Primeiro porque é um jutsu proibido. Segundo não pode ser lançado pelo próprio em si mesmo, tem de ser outra pessoa. Terceiro, a pessoa que lançar o jutso tem de amar a pessoa em quem o vai lançar.

– Daí teres pensado que tinha sido eu a lançar o jutsu. Ele pode ter pedido a alguém…

– Não, não me parece. Ele não vinha com cara de que vinha dar uma boa notícia. E depois vocês tinham outros planos, e acho que ele não faria nada para os estragar.

Sasuke olhou para Karin de olhos preocupados.

– Achas que ele… achas que ele… pode querer… desfazer-se do bebé? – Parecia recear essa hipótese.

– Será uma coisa que lhe terás de perguntar. O filho também é teu, por isso tens voto nessa matéria. – Karin sorriu perversamente de olhos brilhantes por detrás dos óculos de aros grossos. – Pelo menos agora sei porque é que nunca me ligaste nenhuma. – Deixando um desarmado moreno, saiu do quarto dizendo: - Não saias daí, ele deve estar quase a acordar.

E, realmente, mal a porta se fechou o louro remexeu-se.

– Bom dia, raposa! – Desejou Sasuke, como em tempos desejara ao colega de equipa, é claro, nos seus momentos mais íntimos, nunca em público. – Estavas desidratado, por isso, estás ligado ao soro. Não te…- Era tarde de mais para lhe dizer para ficar deitado. O louro já estava sentado sem sinais de ter estado alguma vez doente.

– Que me fizeram? Não me mexeram, pois não?

– Tem calma. Apenas os médicos é que te examinaram. Está tudo bem contigo. Apenas desidratação. – Respondeu Sasuke. Sentou-se na cama, perto de Naruto. Viu-o passar uma mão morena pela barriga, desde a linha do abdómen até à zona de baixo do umbigo. Estava nu apenas com o lençol branco por cima. Dava para ver as linhas abdominais ligeiramente mais inchadas, do que eram normalmente, parecia que criara uma pequena barriga de cerveja.

– Desculpa! – Pediu Naruto. – Estraguei os planos…

– Porque estavas a ser seguido por dois ANBUS? – Sasuke agarrou-lhe a mão, pousada sobre a barriga. – O que aconteceu?

– Alguém me lançou um jutsu proibido. Não é nada de grave. Só é estranho. É bom, ou pelo menos eu acho que é. Mas os Anciões não gostaram nada quando descobriram e mandaram-me… fizeram-me um ultimato. Opus-me ao que queriam que fizesse.

– E o que era?

– Ou matava o meu filho e permanecia um ninja da Aldeia Oculta da Folha, honrando e um futuro líder, um Hokage, ou eram obrigados a prender-me e a matarem o meu filho à força.

– O QUÊ? – Sasuke trovejou. – Mas esses velhos não têm um pingo de humanidade? Quem pensam que são? Deuses? Metem nojo! Porque não me deixaste matá-los? Eu…

– Pára Sasuke! – Gritou Naruto. – Tu prometeste. Nada de vinganças.

– Naruto, mas vais ficar em pávido e sereno, enquanto aqueles velhos lunáticos põem constantemente as pessoas em perigo? E tentaram-te matar, mandaram ANBUS atrás de ti...

– Tu também me tentaste matar. Duas vezes e eu desculpei-te…

– Eu não te tentei matar! Só te queria manter afastado dos perigos.

– Arrastaste-me ainda mais para eles. Tu já sabes, não sabes?

– Do quê?

– Que estou de esperanças, não fizeste perguntas sobre o ultimato…

– Sim, eu já sei. E gostava de saber quem é que te fez o jutsu?

– Eu vinha-te perguntar o mesmo, pensei que tinhas sido tu…

– Eu? Nem sequer sabia que uma coisa dessas existia…

– Pois, eu também não sabia, até a Sakura me examinar.

– E o que pretendes fazer? Queres ter o bebé?

– Ora que pergunta mais tola! Eu nem sequer fugi de Konoha para o salvar nem nada. – Riu-se Naruto, envergonhando Sasuke que poiso a mão livre sobre a barriga do amante e beijou-o. Um beijo pelos dois meses de separação que poderiam ter sido muitos mais se um pequeno milagre não tivesse surgido nos seus planos, estragando-os por completo.

– Levantei as barreiras das fronteiras do país, a partir de hoje, ninguém entra ou sai do País do Som, até o nosso filho nascer. Afinal eu sou o Rei Ninja e o meu povo percebe a necessidade de defender o meu filho, depois de tudo o que fiz por eles.

Naruto sorriu, as saudades atolaram-lhe em lágrimas e aquela felicidade de voltar a estar com Sasuke envadiu-lhe o coração enchendo-o de alegria. Mas no fundo sentiu uma dor. Provavelmente nunca mais voltaria a Konoha, a vila que tanto amava.

Alguns dias mais tarde já era possível ver Naruto e Sasuke de mãos dadas a percorrerem as ruas da Vila Oculta do Som, assim como as novas aldeias e cidades do país. Em breve, Naruto tornou-se tão célebre como o próprio Rei, não só pela sua condição, mas também, e principalmente, para alegria do louro, pelas suas incontáveis facetas e façanhas.

A raposa compreendeu também que grandes partes das informações que chegavam a Konoha sobre o novo País do Som eram falsas, pois parte delas diziam que Sasuke continuara com o reinado de terror de Orochimaru. No entanto, na realidade o País do Som foi-se tornado cada vez mais parecido com Konoha, em termos de cultura e gentes, tendo como principal razão de ser a de que Sasuke nascera e crescera no País do Fogo. Por isso, tinha herdado os valores de Konoha desse crescimento e transmitia isso na sua liderança, que mais tarde dividiu com Naruto. Não que este lhe tivesse pedido, mas apenas achou que podia partilhar todo o seu mundo complicado de liderança com o marido. E assim o País do Som ganhou dois preciosos líderes: um Rei Ninja, Sasuke, e um General Superior, Naruto.

Continua…


Não se esqueçam de deixar review. Eu gosto muito de saber o que pensam das minhas fics =D Bem ou mal, desde que o comentário seja colaborativo, ou seja, me dê dicas para crescer, eu aceito. Crítica construtivas eu adoro-as. E quanto mais incentivarem, mas despressa tem os capítulos. EHEHHEHEHEHEH.

Beijos, abraços e muitos palhaços!