N/A: Antes de mais nada, essa fanfic foi feita especialmente ao Amigo Secreto da Família D/G do Forum 3V. É dedicada à Gina Malfoy, minha amiga secreta e avó na família.
Vó, espero que goste dessa fanfic feita especialment, mas não exclusivamente, para você!
Outra coisa, não sou exatamente a melhor autora de fanfics do mundo, meu negócio mesmo é betar, por isso se não conseguir manter as personalidades das personagens, eu peço-lhes desculpas.
Essa fanfic se passa em um UA, durante a Santa Inquisição, que de santa não tem nada, diga-se de passagem, e por isso, Malfoys e Weasleys não se odeiam. Apenas o Ron tem ciúmes de sua irmã porque irmão é irmão e não se discute né, gente!
Acho que, por enquanto, é só isso que tenho a dizer.
Londres, Inglaterra, ano de 1201
15 de Maio, Inverno.
Era noite e Molly Weasley não dormia. Não dormiria enquanto seu filho mais novo permanecesse desaparecido. Em época como aquela, passar tempo demasiado fora de casa era deveras perigoso, ainda mais para alguém com uma condição semelhante à dele. A bruxaria nunca fora bem vista; os cristãos temiam o desconhecido, desprezavam os que eram diferentes. Cometiam atrocidades imensuráveis aos que fossem indicados como suspeitos de envolvimento com a feitiçaria. A caça às bruxas (e aos bruxos também) e a posterior tortura, seguida de morte, era rotina no mundo. A Santa Inquisição era a instituição restauradora do bem e da pureza. Era obra divina e não havia como lutar contra ela. Os minutos passavam-se lentamente e tudo o que Molly podia fazer era esperar que seu marido, Arthur Weasley, e seus dois filhos, Fred e George, encontrassem Ron são e salvo. Tamborilar os dedos sobre à mesa, com tamanha impaciência e aflição, enquanto sorvia um gole de chá parecia ser a coisa mais acertada a ser feita. Tinha de manter-se controlada, afinal ainda precisava cuidar de sua filha mais nova, Ginny, que dormia profundamente no andar de cima da Toca, a grande e simples casa, onde residiam os Weasley.
Ginny fora poupada do sofrimento que era saber sobre o desaparecimento do irmão porque, durante todo o dia, sentiu-se indisposta e trancou-se ao quarto no intento de dormir. Fracassara, pois sua cabeça trabalhava aos montes e não a deixava descansar. Diante disso, ela passou horas a fio escrevendo em seu diário, dado por Charlie, seu irmão mais velho que trabalhava adestrando dragões perigosíssimos.
"Meu querido amigo e confidente,
Há tempo não te escrevo. Passei a última semana desejando poder encontrar-me com ele novamente. Ah, sei que sou uma boba sonhadora, mas não posso resistir a tal encanto e prazer que sinto ao desfrutar da companhia de tão nobre e honrado cavalheiro. Queria que ele estivesse aqui agora. Queria poder rolar à verde grama de seus olhos, poder tocar-lhe às mãos e sentir, por só mais uma vez, as pontas de seus dedos percorrendo a face minha. Observar, porém, a forma espontânea como seus cabelos ficam sempre em desalinho, justamente pela insistência em ajeitá-los, seria o mais gratificante para mim. Eu que sofro a solidão de uma eterna amante. Ele, no entanto, parece querer-me bem, mas apenas como se quer uma irmã ou terna amiga.
Ah, Harry, se percebesse o quanto te quero, o quanto te necessito tenho a mais absoluta certeza de que seriar tu para mim o bem mais precioso. No entanto, falta-me coragem para confessar-te esse amor."
Vencida pela fadiga, Ginny permitiu-se finalmente dormir. Sonhou, porém, com fios de outro e tempestivos olhos azuis como o céu. Nunca, jamais vira ou sonhara com tamanha beleza e frieza antes, nunca imaginara tampouco que isso seria para ela a perfeição e a perdição juntas.
