O relacionamento com Oliver Wood era permeado de sensações.
Havia o tato-dedos-nas-costas, o olfato-nariz-no-pescoço, a audição-gemidos-sufocados. Havia o momento infinitesimal em que ele olhava para mim antes de jogar meu uniforme de Quadribol no chão, e seus olhos preenchiam toda a minha mente. Oliver era o capitão, e meu corpo era o seu time. Apanhava-o com os braços e o colocava em cima da mesa.
Depois eu subia por cima dele, e estávamos tão loucos que talvez nem tivéssemos trancado a porta. Arranhar de unhas curtas no couro cabeludo. Os ombros nas minhas mãos, e depois as omoplatas, e a cintura e tudo desliza sob as minhas palmas.
E em pensar que tudo aquilo começara com o sorriso-de-dentes-brancos, os lábios-vermelho-beijo, o eu-quero-sussurrado, o suor-quadribol-que-deliza-quando-se-pega, a saliva-sabor-uva e o estalado-que-haviam-tentado-evitar-mais-não-conseguiram. Tudo aquilo começara com a maior das sinestesias.
O relacionamento com Oliver Wood era permeado de sensações. Desde o início.
