Título: Marah da Lagoa Negra

Autor: Cindy Sunshine

Fandom: Power Rangers A Tempestade Ninja

Classificação: T (por leve insinuação sexual e alguma violência não-explícita nos próximos capítulos)

Casal: Dustin e Marah, Blake e Tori.

Disclaimer: Obviamente, os personagens não são meus. Eram do Haim Saban, mas como ele não sabia muito o que fazer com eles, os passou para o Mickey Mouse, que é quem fatura com eles agora.

Por favor, não me processe, não tenho dinheiro. Essa fanfiction foi escrita sem qualquer pretensão, exceto me divertir, além de forçar um ou outro incauto a ler.

Sumário: Quase um ano depois de Marah juntar-se à Academia Ninja do Vento, um antigo aliado dos ninja espaciais do mal volta para reclamar sua mão em casamento, que lhe havia sido prometida por Lothor. Dustin aceitará passivamente esse compromisso inesperado? Enquanto isso, a vida efetiva de Blake e Tori também não anda um mar-de-rosas.

Por favor, depois de ler, perca mais uns minutinhos de seu tempo e deixe uma review sobre essa fanfic.


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Marah Da Lagoa Negra

Prólogo
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Cam acordou bem cedo naquela manhã para cuidar do tanque das carpas que havia no jardim japonês do pai. Não existia mais o mainframe da base ninja para programar ou os zords para verificar, então tinha agora um tempo livre inédito para ajudar o pai na manutenção daquele pequeno pedaço de terra, quando não estava ocupado praticando sua arte samurai.

O sol já havia se levantado, mas ainda estava bem frio quando ele abriu a portinhola que dava acesso a um canto meio escondido da academia, mas não tão frio quanto no próprio jardim porque, embora fosse primavera, inacreditavelmente estava nevando ali. As plantas estavam cobertas por uma fina camada branca, assim como o chão, as árvores e tudo o mais. Cam tirou os óculos e os limpou cuidadosamente antes de colocá-los novamente, sem acreditar no que estava presenciando. Olhou para cima e um floco de neve pousou bem na ponta do seu nariz, como se para comprovar que ele não estava mesmo sonhando.

De seu ponto de observação, o jovem samurai viu um vulto próximo ao tanque, mas como a pessoa estava de costas, a princípio ele não conseguiu divisar quem era. Aproximou-se cuidadosamente, evitando escorregar no chão liso e percebeu, assombrado, que era sua prima mais nova quem estava ali. Ela não estava usando seu uniforme de treinamento preto debruado em laranja, como de costume, ou botas de couro, mas apenas uma camiseta fina de malha sobre uma calça de moletom. Além disso, estava descalça, como se tivesse saído da cama às pressas por algum motivo. Seus cabelos castanhos estavam soltos ao vento e coalhados de flocos de neve. Sentindo sua pele arrepiar pelo vento gelado, Cam apertou a gola de sua haori negra e ficou admirado pelo frio parecer não estar perturbando Marah. Ficou ali parado só olhando, sem saber como proceder.

Cam viu quando ela fez um gesto distraído com a mão no ar para erguer um jato d'água do lago com seus poderes e depois soprar para congelá-lo em pleno ar. O pedaço de gelo caiu de volta na água, criando circunferências concêntricas na superfície do lago. Marah ainda repetiu a operação mais duas vezes, antes que Cam interviesse, segurando sua mão para impedi-la de continuar.

— Você não devia fazer isso, vai assustar os peixes — ele explicou.

— Como? — perguntou ela, olhando para ele rapidamente com os olhos arregalados, como se só tivesse dado conta de sua presença naquele momento. — Ah, é você... — suspirou.

— Sim, sou eu. Vim para tomar conta dos peixes, que você tão diligentemente estava torturando — ele completou, sarcástico.

— Desculpe, primo — ela disse sincera e a neve parou de cair, começando a derreter instantaneamente sob o sol da manhã.

— Você não devia estar se preparando para a escola? – ele perguntou, indulgente, fingindo ignorar o fenômeno climático que acabara de presenciar, e preparou-se para espalhar a ração sobre a água.

— Não estou me sentindo muito bem.

— O que aconteceu? Kapri esteve maltratando você novamente?

— Sim, mas esse não é o motivo. — Marah disse casualmente e assoou o nariz em um lencinho que tirou do bolso do pijama.

— Hum... — Ele olhou mais atentamente para ela e sua atenção foi atraída para seus olhos, que estavam bastante inchados e vermelhos.

— E qual é o motivo, então? — disse ele, abrandando a voz.

— Eu vou me casar — ela respondeu, sem qualquer emoção na voz, como se o acontecimento fosse na vida de outra pessoa que não ela mesma ou como se estivesse contando ao primo que estava indo fazer a lista de compras do supermercado.

— Você tem apenas dezessete anos — Cam disse irrefletidamente e depois se sentiu idiota. É claro que ela sabia a própria idade.

— Dezessete é a idade no meu planeta para se começar o noivado — ela explicou, olhando fixamente para a água. — Nos casamos aos dezoito.

Cam estranhou a novidade:

— Mas a Kapri tem dezenove. Ela não deveria já estar casada, então?

— Cam, já viu a Kapri fazer alguma coisa simplesmente porque alguém mandou?

— Se você não ama o rapaz com quem vai se casar, não deveria fazer o mesmo que ela?

— Eu nem o conheço ainda! Recebi sua mensagem de que vinha me encontrar, ele chega amanhã e, seguindo a tradição, irá fazer um jantar para a família em sua nave para marcar o início do noivado.

— Para você e Kapri — disse ele, citando a única família verdadeira que Marah tinha na Terra.

— Não. Para Kapri, eu, você e o tio Kanoi — ela o corrigiu. — Somos família agora, esqueceu?

Cam pensou em acrescentar que eram família apenas pelos laços obscuros do casamento de seu tio Kiya com alguém que ele nunca chegara a conhecer, mas decidiu calar-se.

Marah tomou o silêncio do primo como afirmativo e acrescentou, alcançando e apertando a mão dele: — Você vai, não é mesmo?

— Claro.

— Eu preciso pedir ao tio Kanoi para ir com a gente. — Marah lembrou-se. — Ele precisa estar lá para aceitar ou negar o noivado — ela esclareceu, desejando secretamente que ele negasse o pedido. O Sensei era seu tutor legal até seu décimo-oitavo aniversário — agora que seu tio Lothor havia desaparecido misteriosamente mesmo depois de conseguir escapar do Abismo do Mal, alguns meses antes —, e se ele se mostrasse contra o casamento, ninguém poderia fazer nada: Assim eram as regras.

— Vá colocar seu uniforme antes de ir conversar com o meu pai, Marah. E não esqueça de calçar sapatos desta vez, ou vai acabar resfriada. — Cam instruiu-a pacientemente.

Foi quando ela notou a roupa que estava usando. Olhou para baixo e fitou os próprios pés nus na terra molhada. Envergonhada, sentiu o rosto ficando vermelho e saiu como um raio ninja para o alojamento feminino.

Cameron balançou a cabeça lentamente, até mesmo sorriu um pouco, e depois foi tratar do seu jardim.

CONTINUA