NA:A história vai parecer meio maluca, promessa, tudo, TUDO, se explica a seu tempo. XD
DISCLAIMER: Nada que vocês viram nos livros me pertence. Mas o Ethan e companhia são meus, sim!
PRÓLOGO
Que lugar assombrosamente frio, pensou Harry enquanto apertava mais a própria capa de encontro ao corpo. Olhou para Lupin ao seu lado e tentou dar um sorriso que sinalizasse que ele estava bem, mas não obteve muito sucesso, estava frio demais. Ele estava com medo demais também, por mais que nunca fosse admitir isso. Aguardavam em frente a uma grande porta de ébano, de uma mansão que poderia muito bem estar naquele lugar desde os tempos de Drácula, o que, divagou o garoto, não era assim tão improvável. Afinal, não era com os próprios vampiros que eles haviam vindo tratar?
- Eu ainda acho que você deveria voltar, Harry. Isso simplesmente não é seguro. – murmurou Lupin, ao que Harry lhe encarou novamente, percebendo as olheiras cada vez maiores de seu querido amigo, resultado de a lua cheia ter acabado uma noite antes.
- Se eu voltar, eles não vão nem abrir a porta para você, Remus.
O lobisomem encarou o garoto e deu um suspiro cansado, voltando a encarar a porta, enquanto Harry desviava o olhar para o céu e, em silêncio, concordava com Lupin. Era perigoso e insensato, mas talvez valesse a pena. Os vampiros haviam feito uma proposta de aliança para a Ordem. Os termos seriam discutidos àquela noite, mas, por motivos até então insondáveis, que Harry tinha esperanças de esclarecer logo, era uma exigência que ele fosse, em pessoa, ao encontro. Os vampiros exigiram a presença de Harry e, como seu único acompanhante, Lupin. O fato de que tais criaturas sabiam o nome dos membros da Ordem e detalhes de como contatá-los só fez com que eles dois concordassem ainda mais rapidamente em encontrar-se com os líderes deles. Por isso, os dois encontravam-se àquela hora, pouco depois da meia noite, na porta de uma mansão medieval, no extremo norte da Inglaterra.
Finalmente um som metálico, de girar de chave, se fez ouvir e eles depararam-se com um homem de cabelos negros e a pele tão pálida que parecia ser feita de cera. O homem sorriu, provocado um arrepio em Harry, e deu um passo para trás, indicando o caminho para que os dois entrassem. Uma vez dentro do lugar, seguiram por um belo corredor, bem iluminado com uma luz pálida e agradável aos olhos. Chegaram a uma porta, também negra, e o seu guia a abriu e entrou, sendo seguido pelos outros dois.
- Aqui estão nossos convidados, enfim. – exclamou um outro homem, loiro, com a pele pálida e olhos espantosamente cinzas, metálicos e frios, encarando Harry que se descobriu incapaz de desviar o olhar. Por Merlin, como um homem poderia ser tão... perturbadoramente bonito?
O homem levantou-se de uma mesa grande, onde estava sentado, e fez sinal para que os outros dois se acomodassem. Quase que involuntariamente, Harry escolheu a cadeira à direita do tal loiro, Lupin tomando o assento ao seu lado e lançando-lhe olhares preocupados. O loiro sentou-se novamente e voltou sua atenção exclusivamente para Harry, que conseguiu, com bastante esforço, olhar em volta e apreciar a bela sala em que estavam. Algumas outras pessoas encontravam-se ali, sentados, silenciosos e incrivelmente belos, todos jovens. Nenhum deles aparentava mais de vinte anos. Harry tinha certeza de que nenhum deles deveria ter menos de cem.
- Alegro-me que o senhor tenha aceitado nosso acordo, senhor Potter. Estava há muito tempo curioso para conhecê-lo. – Harry voltou a encarar seu anfitrião - Meu nome é Ethan. Fui eu quem pediu para nos encontrarmos.
- Eu ainda estou curioso, Sr. Ethan, do porquê nos oferecer esta aliança, - manifestou-se Lupin, - Pensei que criaturas das trevas seguiam criaturas das trevas. Desde a outra guerra vocês são aliados a Voldemort. – o vampiro encarou o homem de aparência mais velha dentre todos eles e seu sorriso pareceu gelar.
- Espanta-me que o senhor, Sr. Lupin, diga algo assim, sendo o senhor o que é. – Lupin corou enquanto o vampiro continuava, - Tínhamos um acordo com Voldemort, é verdade, nos era vantajoso até agora. No entanto, a situação mudou.
- Mudou por quê? – indagou Harry, atraindo o olhar cinza para si mais uma vez, causando-lhe mais um arrepio.
- Antes de tratarmos de negócios que tal bebermos algo, senhores? – o homem ofereceu e agitou uma varinha que havia tirado do bolso de seu casaco, fazendo surgir uma garrafa de cristal, contendo um líquido muito vermelho, e três taças. Lupin agarrou-se com força ao braço da cadeira. Por Merlin, vampiros que não haviam perdido seus poderes mágicos. De tudo que ele já havia feito na vida, nada lhe pareceu tão insensato quanto estar naquele local com Harry. O garoto, no entanto, não parecia apavorado com a mágica, mas sim, pela garrafa da qual Ethan servia as taças. Aquele líquido seria...
- Não, senhor Potter, não é sangue, é apenas vinho. – ele disse, sorrindo, e Harry arregalou os olhos, ele estava usando... – E também não estou usando Legilimência contra você. É apenas que sua mente, senhor Potter, é tão pura, seus pensamentos tão claros, é impossível não ler através deles. Você é uma criatura fascinante, senhor Potter. – o olhar cinza cravou-se no seu e Harry sentiu-se extremamente desconfortável. Talvez aquela tivesse sido uma idéia idiota, no fim das contas. O loiro sorriu. – Voltando à nossa discussão, - ele retomou, colocando as taças em frente aos seus convidados - A nossa aliança com o Lorde das Trevas era válida e confortável. Tínhamos alguns interesses em comum e ele nos dava liberdade de ação, não interferindo em nossas vidas, nossa convivência era pacifica, até que ele exigiu algo que nenhum de nós estaria disposto a dar. E, por isso, já não podemos mais estar ao lado dele.
- O que seria isso? – perguntou Harry, estreitando os olhos.
- A imortalidade. – declarou Ethan, com simplicidade.
- Mas... Por que não? – indagou Harry, confuso. Se eles bebiam sangue para viver e matavam por comida e poder, não era como se Voldemort tivesse muito a aprender, não era?
- Seus pensamentos me ofendem, Harry. – disse Ethan, em tom divertido e sorrindo. – Antes que possam entender o que se passou, preciso explicar-lhes qual a nossa verdadeira natureza, que foi o que o Lorde descobriu e o motivo de ele, agora, ser nosso inimigo. Vampiros não são aquelas criaturas que bebem sangue porque precisam dele para sobreviver, nem aquelas aberrações que habitam sótãos e alimentam-se de ratos. - Harry lembrou-se do vampiro baterista do sótão da Toca, - Aqueles são os fracos. São os que nasceram vampiros, são uma espécie de criaturas não-humanas que jamais se assemelhariam a nós. Nós somos fortes. Um dia, nós já fomos humanos, nós sabemos sentir e temos sentimentos e, definitivamente, não bebemos sangue como comida. Nós nos alimentamos de qualquer coisa que um humano comeria, bebemos, saímos ao sol, embora o excesso de luz nos seja desagradável e fira nossos olhos. Mas com certeza não derreteremos ou viraremos cinzas. É apenas desconfortável. Nós também não perdemos nossos poderes mágicos. Eles mudam, é verdade, adaptam-se ao que somos agora, mas eu sou tão bruxo quanto qualquer um de vocês dois. Eu até freqüentei Hogwarts, - ele deu um riso baixo e Harry imaginou há quantos séculos ele teria posto seus pés naquela escola - Mas, acima de tudo, o que nos diferencia desta espécie baixa que os bruxos chamam de "vampiros", é que nós podemos criar. Nós não temos filhos, não podemos nos reproduzir de maneira normal, mas podemos criar semelhantes. Imortalidade. Beleza. Conhecimentos e poderes com os quais os bruxos apenas sonham. Nós podemos criar. E foi aí que aconteceu nosso desacordo com Voldemort.
Os olhos verdes de Harry estavam arregalados de choque. Por merlin, se Voldemort virasse um vampiro como aquele homem à sua frente, que chance ele teria? Ethan encarou-o e pôs uma mão sobre seu ombro, Harry estremeceu ao perceber o quão gelada ela estava.
- Não tema, Harry. Voldemort jamais conseguiria achar um único vampiro capaz de transformá-lo.
- Por que não? – indagou o rapaz, notando que o vampiro não havia tirado a mão de seu ombro, e parecia estar a cada vez mais próximo dele, causando-lhe desconforto.
- O mito de beber sangue para "sobreviver" tem uma origem. – o vampiro afastou-se e assumiu um tom quase professoral, como se estivesse dando uma aula sobre a essência de um vampiro - O sangue é uma simbologia, o que nos atrai é a essência de cada pessoa, sua beleza interna e externa. Quanto mais belo um humano, mais belo ele será quando vampiro. Quanto mais puro, mais tempo ele sobreviverá. Tudo tem um preço, é claro. Não existem palavras para que eu descreva para vocês o quão diferentes são os sentimentos de um vampiro e de um homem. Ao tornar-se pronto para ser eterno, a essência muda. É a essência que bebemos com o sangue, não o líquido que circula pelos corpos. Por vezes, podemos ter a essência de alguém e esta pessoa continuar viva, sem nenhuma alteração. Depende da nossa vontade, depende o quanto nós desejamos ter e ser aquela pessoa. Do quanto queremos possuí-lo como nosso, do quanto o desejamos para a eternidade. E esses desejos, essa fome, só são aplacados com o sangue desta pessoa. E essa fome só nasce naturalmente, é impossível forçá-la, não há como forjá-la, ou ela existe ou não. Voldemort é sujo. Suas maneiras são vis, sua alma é degradada, suas vontades são terrenas e ele perdeu grande parte de sua própria essência. Por mais que ele exija, por mais que ameace nos destruir, por mais que queira, nenhum de nós seria capaz de torná-lo imortal. Foi isso que ele descobriu. Isso, e mais uma coisa, que ele encontrou, quando revirou minhas próprias lembranças. Talvez eu e Voldemort jamais possamos estar do mesmo lado, afinal, nunca deveríamos nem ter iniciado esta aliança que estava fadada a dar errado. Porque, de algum tempo para cá, temos objetivos conflitantes.
- Por quê? – indagou Harry. Ethan voltou o olhar para ele e Harry sentiu-se hipnotizado, a voz do homem era estranha, tinha um tom seco e agradável, sua audição com certeza não estava funcionando da maneira correta, porque ele percebeu algum som vindo de Lupin, mas não conseguia entender, não conseguia desviar o olhar, não conseguia fazer seu próprio corpo mover-se para longe do vampiro que se aproximava cada vez mais dele.
- Vampiros são apaixonados pela beleza, Harry. E são contra a destruição de coisas belas. Poucas criaturas são tão sensíveis quanto nós. – a voz dele estava cada vez mais baixa e mais próxima, o olhar não se desviando por um segundo sequer, Harry não conseguia pensar direito, Merlin, por que Lupin estava gritando? Que lampejo havia sido aquele? O garoto tentou desviar o olhar, mas a voz de Ethan não permitiu - E poucas criaturas são tão belas quanto você. Tão puro e tão sofrido e ainda assim inocente e doce... Você quer vencer esta guerra não quer, Harry? Não quer ter todas as armas disponíveis para vencer? Não quer aliados poderosos? – Harry concordou com um aceno de cabeça. O que estava acontecendo? – Eu espero que você não me odeie, Harry. Mas eu vou lhe dar o único poder que o Lorde jamais vai ter.
Foi um movimento rápido, que Harry, na verdade, mal percebeu. Num segundo os olhos cinzas estavam fixos nos seus. No segundo seguinte, uma mão puxava seus cabelos para trás e ele sentiu uma dor lancinante em seu pescoço, enquanto duas presas afiadas abriam caminho por sua pele e ele sentiu seu sangue ser drenado, a tontura o invadiu e não demorou a que desmaiasse. Ethan afastou-se, com um olhar triste e contemplou o rapaz adormecido sobre a mesa. Fez sinal para que os companheiros libertassem o homem que se debatia e sorriu para ele.
- Nosso acordo está selado, senhor Lupin. Leve Harry para casa. Em uma semana nosso exército estará à disposição dele e sob seu comando. Eu espero que ele me perdoe, algum dia.
Lupin observava, horrorizado, o garoto adormecido e conseguia ver, e sentir, as transformações nele.
- O que foi que você fez? – indagou, a voz cheia de dor.
- Eu dei a chance para a vitória dele. – o loiro declarou - Eu ajudei o Garoto-que-Sobreviveu. E que agora jamais morrerá.
NA2: Review.
Um agradecimento gigantesco à minha conselheira pinhônica que betou o prólogo, Ágata Ridlle.
Bjs, pessoal, eu pretendo postar sexta feira. Mas, com a persuasão certa, eu posso postar antes. (sim, isso foi um pedido por reviewsXD)
Bjs!
